Questõessobre Modernismo

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UNESP 2021 - Literatura - Barroco, Modernismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo


A obra Prisão de Tiradentes (datada de 1914), do pintor brasileiro Antônio Parreiras (1860-1937), remete a evento histórico relacionado ao seguinte movimento literário brasileiro:

A
Barroco.
B
Arcadismo.
C
Romantismo.
D
Realismo.
E
Modernismo.
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UniREDENTOR 2020 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O Modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, cujo objetivo era o rompimento com o tradicionalismo, a libertação estética, a experimentação constante. O poema Nova Poética constitui exemplo das propostas modernistas.
Não se encontram características do movimento modernista em:

Vou lançar a poesia do poeta sórdido. Poeta sórdido: Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. Vai um sujeito, Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco [muito bem engomada, [e na primeira esquina passa um caminhão, [salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama: É a vida. O poema deve ser como a nódoa do brim: Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero. Sei que a poesia é também orvalho. Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, [as virgens cem por cento [e as amadas que envelhecem sem maldade. (BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. 1986)
A
Provisoriamente não cantaremos o amor/que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos/Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços/não cantaremos o ódio porque esse não existe.
B
O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia/Como há muitos Severinos, que é santo de romaria/deram então de me chamar Severino de Maria.
C
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo/Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto/Que, para ouvi-las, muita vez desperto/E abro as janelas, pálido de espanto.
D
Vou-me embora pra Pasárgada/ Lá sou amigo do rei/Lá tenho a mulher que eu quero/Na cama que escolherei.
E
Só cabe no poema/o homem sem estômago/a mulher de nuvens/a fruta sem preço/O poema, senhores/não fede/nem cheira.
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UniREDENTOR 2020 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Drummond é um dos maiores representantes do movimento modernista brasileiro. Desenhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos.
Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima:

Texto 3:

Canção amiga
Eu preparo uma canção
Em que minha mãe se reconheça,
Todas as mães se reconheçam,
E que fale como dois olhos.
Caminho por uma rua
Que passa em muitos países.
Se não me veem, eu vejo
E saúdo velhos amigos.
Eu distribuo um segredo
Como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
Dois carinhos se procuram.
Minha vida, nossas vidas
Formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
Que faça acordar os homens
E adormecer as crianças.
(DRUMMOND, Carlos. In: Novos Poemas)
A
representa o modernismo, devido ao tom de ruptura e à utilização de usos linguísticos típicos da oralidade.
B
apresenta uma característica importante do gênero lírico, a apresentação objetiva de fatos.
C
expressa o ideal de construir uma poesia capaz de despertar a consciência dos adultos e servir de canção de ninar para as crianças.
D
critica a inutilidade do poeta e da poesia, sobretudo aquela que não possui tom pomposo.
E
apresenta influências românticas, por tratar da individualidade, da saudade da infância.
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UEL 2019 - Literatura - Modernismo, Teoria Literária, Escolas Literárias

A fala de Eduardo a respeito de ser pobre em O demônio familiar levanta a questão da representação dos pobres em textos literários. Assinale a alternativa que contém a correta correlação entre a obra referida e a temática da pobreza.

Leia o texto extraído do segundo ato de O demônio familiar e responda à questão

EDUARDO (Rindo-se) -– Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento! Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar teu gênio industrioso.
PEDRO -– Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! Vosmecê perdoa; foi para ver senhor rico!
EDUARDO -– E o que lucras tu com isto?! Sou tão pobre que te falte com aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo?
PEDRO — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que o senhor tivesse muito dinheiro e comprasse carro bem bonito para... EDUARDO -– Para... Dize!
PEDRO -– Para Pedro ser cocheiro de senhor!
EDUARDO -– Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro?
PEDRO — Sim, senhor!
EDUARDO — (Rindo-se) -– Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com a pessoa que estimava; que me casasse com uma velha ridícula, que vivesse maçado e aborrecido, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!... E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse motivo frívolo, mas inocente, que te obrigasse a trair a minha confiança. (Eduardo sai.)

ALENCAR, José de. O demônio familiar. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. p. 54-55. 
A
Nos Poemas escolhidos, Gregório de Matos ressalta que os pobres são aqueles excluídos de negócios escusos, sem deixar de considerar seus envolvimentos pouco nobres com os mais ricos e poderosos.
B
Em Alguma poesia, Carlos Drummond de Andrade exclui os pobres de seu foco, pois o poeta está concentrado na movimentação das elites econômicas.
C
Em Amor de perdição, Camilo Castello Branco dirige sua atenção para o modo como os pobres se organizam, com a finalidade de trair os mais ricos e tirá-los do poder.
D
Em Clara dos Anjos, Lima Barreto constrói a representação dos pobres, transferindo-lhes seu espírito de militância, por meio de reivindicações políticas e coletivas.
E
Em Quarenta dias, Maria Valéria Rezende vê como imagens mais marcantes dos pobres a violência e o individualismo, o que leva a protagonista a apegar-se cada vez mais a uma vida materialmente confortável.
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IF-PE 2019 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O Modernismo brasileiro costuma ser dividido em três fases: a Geração de 22, a de 30 e a de 45. Essas Gerações têm como um de seus representantes, respectivamente,

A
Mário de Andrade, Aluísio de Azevedo e Euclides da Cunha.
B
Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes.
C
José de Alencar, Machado de Assis e João Cabral de Melo Neto.
D
Oswald de Andrade, Cecília Meireles e Guimarães Rosa.
E
Vinícius de Moraes, Ariano Suassuna e Olavo Bilac.
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IF-PE 2019 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A Semana de Arte Moderna trouxe para a sociedade experiências distintas em relação ao contato com a leitura, através da literatura, e com a arte em geral. Dos excertos a seguir, assinale aquele que, com o advento do Modernismo, nos proporcionou a experiência da narrativa por meio do fluxo de consciência.

A
“Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não existiriam. Poucas se queixam e ao que eu saiba nenhuma reclama por não saber a quem. Esse quem será que existe?” (Clarice Lispector, em A hora da estrela)
B
“Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choraram também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral.” (Machado de Assis, em Dom Casmurro)
C
“Mas tinham ainda outra influência, que é justamente a que falta aos de hoje: era a influência que derivava de sua condições físicas. Os meirinhos de hoje são homens como quaisquer outros; nada têm de imponentes, nem no seu semblante nem no seu trajar, confundem-se com qualquer procurador, escrevente de cartório ou contínuo de repartição.” (Manuel Antônio de Almeida, em Memórias de um sargento de milícias)
D
“Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego senhor.” (José de Alencar, em O Guarani)
E
João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.” (Aluísio de Azevedo, em O cortiço)
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UNC 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta que preenche a lacuna no texto a seguir.


“_____________________ é a tragédia de um homem que não compreende os códigos e os poderes do mundo em que vive. É motivado por uma ética incompreensível e insondável para um mundo em que os atos valem pelas vantagens que trazem. Contundente crítica à opressão do homem – que se dá não apenas pela exploração financeira, mas também pela supressão da individualidade.”

A
Jorge, um brasileiro
B
O Pagador de Promessas
C
A Cidade Ilhada
D
AMRIK
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UNC 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa que corresponde ao romance “Jorge, um brasileiro”, de Oswaldo França Júnior.

A
A essa hora, um viajante, montado numa boa besta tordilho-queimada, gorda e marcha-deira, seguia aquela estrada. A sua fisionomia e maneiras de trajar denunciavam de pronto que não era homem de lida fadigosa e comum ou algum fazendeiro daquelas cercanias que voltasse para casa. Trazia na cabeça um chapéu-do-chile de abas amplas e cingido de larga fita preta, sobre os ombros um poncho-pala de variegadas cores e calçava botas de couro da Rússia bem feitas e em bom estado de conservação.”
B
“As sementes destes contos não poderiam ser mais diversas: a primeira visita a um bordel em ‘Varandas da Eva’; uma passagem de Euclides da Cunha em ‘Uma carta de Bancroft’; a vida de exilados em ‘Bárbara no inverno’ ou ‘Encontros na península’; o amor platônico por uma inglesinha em ‘Uma estrangeira da nossa rua’. Com mão discreta e madura, o autor trabalha esses fragmentos da memória até que adquiram, sem que se adivinhe como ou quando, outro caráter: frutos do acaso e da biografia pessoal, eles afinal se mostram como imagens exemplares do curso de nossos desejos e fracassos.”
C
“A narrativa retorna ao caso do Bananal, e descobre-se que o Fefeu havia sido preso por ter sido obrigado a roubar uma correia de ventilador para o seu caminhão, que havia quebrado. O zelador não concordou de maneira alguma em ceder uma para ele, ele tentou tirar e o zelador chamou um soldado e o prendeu.”
D
"Numa favela tem pedreiros, empregadas domésticas, cobradores. Nem todos são envolvidos com o crime. Eu mesmo nunca me envolvi. Era uma espécie de mauricinho, um espectador. Éramos pobres, esperando uma ajuda de Deus. Já o bandido se afasta da comunidade quando é mesmo bandido.”
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UNICENTRO 2019 - Literatura - Modernismo, Teoria Literária, Escolas Literárias

Legado

Que lembrança darei ao país que me deu

tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?

Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu

minha incerta medalha, e a meu nome se ri.

E mereço esperar mais do que os outros, eu?

Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.

Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,

a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

Não deixarei de mim nenhum canto radioso,

uma voz matinal palpitando na bruma

e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.

De tudo quanto foi meu passo caprichoso

na vida, restará, pois o resto se esfuma,

uma pedra que havia em meio do caminho.

Disponível em:<https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13225.pdf> . Acesso em: 20 ago. 2019.


Considerando-se a obra Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade, no contexto histórico em que foi escrita, e o poema Legado, marque com V as afirmativas verdadeiras e com F, as demais.

( ) A obra Claro Enigma foi publicada durante o período da Guerra Fria, e alguns dos seus poemas fazem questionamentos sobre o futuro em tom pessimista.

( ) O poema Legado exemplifica uma fonte de inspiração comum aos poemas da obra Claro Enigma: foi inspirado pelas incertezas e angústias da época em que foram escritos.

( ) No poema Legado, pode-se constatar o tom melancólico do poeta.

( ) No poema Legado, fica claro que o sujeito poético passa de um estado contemplativo e melancólico para outro de renovação e de descoberta.

( ) No poema Legado, assim como na obra como um todo (Claro Enigma), o sujeito poético esboça um projeto de vida voltado para a superação da amargura e do sofrimento que o acompanharam durante toda a sua existência.


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

A
F V V F V
B
V F V V F
C
V V V F F
D
F V F V V
E
V V F F V
211deae6-00
UNICENTRO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o Modernismo no Brasil, é correto considerar que

A
Obras como “I – Juca-Pirama” de Gonçalves Dias que introduzem o herói índio, narrando seus feitos admiráveis, a fim de ilustrar a brasilidade.
B
Entende-se por Modernismo um conjunto de experiências de linguagem. Na literatura buscou-se uma crítica global às estruturas mentais das velhas gerações e um esforço para penetrar na realidade brasileira.
C
Na poesia, amadurece a tradição literária com extremo subjetivismo, à Byron e à Musset, com temáticas emotivas de amor e morte.
D
Busca ilustrar comportamento, espaços visando à construção de uma identidade nacional, por meio de estruturas simples e referências culturais sofisticadas (históricas, artísticas, mitológicas), tais como na obra “Cinco Minutos” de José de Alencar.
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UFT 2019 - Literatura - Vanguardas Europeias, Modernismo, Escolas Literárias

Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .


Horácio não gostava de ser contestado, mas compreendeu não era bom tema de conversa. Voltou à literatura, aconselhando os outros a lerem Drummond de Andrade, na sua opinião o melhor poeta de língua portuguesa de sempre. Qual Camões, qual Pessoa, Drummond é que era, tudo estava nele, até a situação de Angola se podia inferir na sua poesia. Por isso vos digo, os portugueses passam a vida a querer-nos impingir a sua poesia, temos de a estudar na escola, e escondem-nos os brasileiros, nossos irmãos, poetas e prosadores sublimes, relatando os nossos problemas e numa linguagem bem mais próxima da que falamos nas cidades. Quem não leu Drummond é um analfabeto. Os outros iam comendo, trocando de vez em quando olhares cúmplices. Até que Malongo e Vítor terminaram a refeição. Malongo despediu-se, levantando-se, um analfabeto vos saúda. Vítor e Furtado riram, Horácio fingiu que não ouviu. Agarrou no braço de Furtado e continuou a cultivá-lo com versos de Drummond e os seus próprios, dedicados ao grande brasileiro.

Fonte: PEPETELA. A geração da utopia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2000, p. 30-31 (fragmento).



No fragmento do romance do escritor angolano Pepetela, Horácio aconselha seus amigos Malongo, Vítor e Furtado a lerem o poeta Drummond de Andrade.

Analise as afirmativas a seguir.


I. A poesia de Drummond é melhor que a de Camões e de Pessoa.

II. Há uma aproximação entre a literatura de Drummond e a realidade angolana.

III. Nas escolas portuguesas se estuda a poesia de Drummond.

IV. A poesia de Drummond está sendo usada para alfabetizar nas escolas angolanas.

V. As obras dos literatos brasileiros possuem uma linguagem próxima a dos angolanos nas cidades.



Assinale a alternativa CORRETA.

A
Apenas as afirmativas II, IV e V estão corretas.
B
Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
C
Apenas as afirmativas I, II e V estão corretas.
D
Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale o que for incorreto sobre Clarice Lispector e seus contos em Laços de Família.

A
A presença do objeto espelho nos contos “Amor” e “A imitação da rosa” é muito significa, pois as narrativas clariceanas esbanjam subjetividade e trazem predomínio de conteúdo reflexivo, evidenciando elementos comuns do cotidiano, porém, conferindo-lhes uma profundidade fora do senso comum.
B
A epifania é um traço constante na obra de Clarice Lispector, entretanto, para que funcione de forma consistente, esse recurso é apoiado por estruturas formais da narrativa tradicional, delimitando claramente elementos como tempo, espaço, personagens e foco narrativo.
C
O tom introspectivo recorrente na obra de Clarice Lispector coloca em destaque os aspectos internos do ser humano e relega a segundo plano dos aspectos externos. Não raro, é possível detectar a presença do recurso chamado fluxo de consciência em seus textos. Tais características contribuem para que, frequentemente, Clarice seja comparada de algum modo a escritores como James Joyce, Proust ou Virgínia Woolf
D
Nos treze contos que compõem “Laços de Família” é possível encontrar um olhar subjetivo e inquietante que retrata os frágeis laços que permeiam como famílias retratadas nas narrativas.
E
Uma característica recorrente na obra clariceana é a presença de personagens femininas. Muitas mulheres permeiam seus textos e não raro o apelo intimista de sua escrita desnuda como angústias de mulheres oprimidas, rodeadas por pessoas, extremamente mergulhadas na solidão do mundo.
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UNIFESP 2019 - Literatura - Naturalismo, Modernismo, Parnasianismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

No trecho, o “sapo-tanoeiro” representa uma sátira aos

Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira.


O sapo-tanoeiro

[...]

Diz: — “Meu cancioneiro

É bem martelado.


Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.


O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.


Vai por cinquenta anos

Que lhes dei a norma:

Reduzi sem danos

A formas a forma.


Clame a saparia

Em críticas céticas:

Não há mais poesia

Mas há artes poéticas...”


(Estrela da vida inteira, 1993.)



A
modernistas.
B
românticos.
C
naturalistas.
D
parnasianos.
E
árcades.
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UFT 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o fragmento de O visitante, de Hilda Hilst, para responder a QUESTÃO.


O visitante (1968)

ANA (tecendo ou próximo do tear, como se estivesse acabado de tecer alguma coisa): muitas vezes tenho saudade das tuas pequenas roupas. Eram tão macias! (sorrindo) Tinha uma touca que, por engano meu, quase te cobria os olhos.

MARIA (seca): É bem do que eu preciso ainda hoje: antolhos.

ANA (meiga): E uma camisola tão comprida... branca. Nos punhos e no decote, coloquei umas fitas. E te arrastavas, choravas se, de repente, na noite, não me vias.

MARIA: Agora vejo-te sempre. Cada noite. Cada dia. (pausa)

ANA: Eras mansa. Me amavas. Ainda me amas agora?

MARIA: Ah, que pergunta! As coisas se transformam. Nós também.

ANA: A casa ainda é a mesma. E a mesa e...

MARIA (interrompendo): A casa, a mesa... todas essas coisas vivem mais do que nós. Ficam aí paradas. E assim mesmo envelhecem. Tu pensas que são as mesmas coisas e não são. (...)


Fonte: HILST, Hilda. Volume I. São Paulo: Nankin Editorial, 2000, p. 101.


Considerando a leitura do trecho de O visitante, assinale a alternativa CORRETA quanto ao gênero literário.

A
Gênero Dramático, notadamente, por apresentar texto dialogado, rubrica, texto principal e texto secundário.
B
Gênero Narrativo, principalmente, pela forma em prosa, por apresentar narrador, personagens, tempo e espaço.
C
Gênero Lírico, especificamente, pela linguagem elaborada, pelo teor emotivo, ritmo e linguagem figurada.
D
Gênero Ensaístico, especialmente, pela clara opção de transitar entre a crônica e a escrita de si.
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UFT 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia a seguir o fragmento do poema Mundo Pequeno, de Manoel de Barros, para responder a QUESTÃO.


Mundo Pequeno

Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases, mas a doença delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
– Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,
o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
pode muito que você carregue para o resto da
vida um certo gosto por nadas...
E se riu.
Você não é de bugre? – ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em
estradas –
Pois é nos desvios que encontra as melhores
surpresas e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
agramática.


Fonte: BARROS, Manoel de. O livro das Ignorãças. In: Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010, p. 319-320.



O excerto do poema traz o descobrimento, inquietação e questionamento do menino Manoel pela “doença das frases”.

É CORRETO afirmar que esta doença pode ser lida como um desvio:

A
para o menino Manoel que não gostava de ler.
B
que constrói uma frase saudável errando bem o idioma.
C
da língua portuguesa, porque Padre Ezequiel era professor de gramática.
D
de caminho que pode render ao menino Manoel as melhores surpresas e ariticuns maduros.
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FUVEST 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Um aspecto do poema em que se manifesta a persistência de um valor afirmado também no Modernismo da década de 1920 é o

 Considere as imagens e o texto, para responder à questão.



 II / São Francisco de Assis     


 Senhor, não mereço isto.           

  Não creio em vós para vos amar.

Trouxestesme a São Francisco  

e me fazeis vosso escravo.        

 

 Não entrarei, senhor, no templo,  

seu frontispício me basta.            

Vossas flores e querubins           

são matéria de muito amar.         


Dai-me, senhor, a só beleza         

destes ornatos. E não a alma.      

Pressente-se dor de homem,        

 paralela à das cinco chagas.          


 Mas entro e, senhor, me perco        

na rósea nave triunfal.                    

Por que tanto baixar o céu?            

 por que esta nova cilada?                


Senhor, os púlpitos mudos              

entretanto me sorriem.                   

Mais que vossa igreja, esta            

sabe a voz de me embalar.             


Perdão, senhor, por não amar-vos.

Carlos Drummond de Andrad

*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de Vila Rica”, que integra a edição crítica de Claro enigma. São Paulo: Cosac Naify, 2012

A
destaque dado às características regionais.
B
uso da variante oralpopular da linguagem.
C
elogio do sincretismo religioso.
D
interesse pelo passado da arte no Brasil.
E
delineamento do poema em feitio de oração.
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CÁSPER LÍBERO 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Capitães da areia, de Jorge Amado.

A
“O realismo do escritor não é orgânico nem espontâneo. É crítico. O ‘herói’ é sempre um problema: não aceita o mundo, nem os outros, nem a si mesmo. Sofrendo pelas distâncias que o separam da placenta familiar ou grupal, introjeta o conflito numa conduta de extrema dureza, que é a sua única máscara possível”. (Alfredo Bosi).
B
“O romance reafirma as qualidades que o escritor atribui aos filhos de nosso país – coragem, capacidade de extrair força da adversidade, imaginação vigorosa. Ele sugere ainda que elas não são apenas uma conquista, mas algo que já existe naturalmente em nós. (...) Torna-se mais forte ainda, aqui, o otimismo com que o escritor vê o Brasil, quase sempre, é verdade, temperado pela violência”. (José Castello).
C
“A indeterminação semântica ou a duplicidade que rege o texto encontra eco na concepção do cenário, dos personagens e na caracterização do herói principal, projeta-se também na trama narrativa, cujo enunciado segue uma orientação dupla”. (Gilda de Mello e Souza).
D
“Em lugar da família restrita, unida por laços de sangue, e perturbada pelo contato com estranhos, vemos uma destas moléculas algo soltas e contingentes, que se podem chamar uma parentela, em que ao sabor das circunstâncias e das conveniências se associam os laços de sangue, o compadrio e os favores trocados”. (Roberto Schwarz).
E
“O escritor parece divertir-se e, todavia, comover-se com seus mitos, tanto quanto o menino com seus brinquedos e o primitivo com suas superstições ao considerá-los objetos reais dentro do reino em que vivem, o sobrenatural. Tal como eles, com alegria e unção, o poeta ultrapassa os limites da realidade em seus patos (pathos) criadores”. (Henrique Lisboa).
19f36b4d-d5
CESMAC 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com Os Sertões, Euclides da Cunha (1866-1909) se consagra, entre os cientistas sociais da sua geração, como um dos maiores intérpretes da realidade brasileira. Sua obra não apenas retrata e interpreta a Guerra de Canudos, ocorrida no Sertão da Bahia, como revela para os brasileiros do litoral o Brasil profundo, um Brasil onde as ideias de “civilização e progresso” ainda caminhavam à margem da sua realidade sócio-econômico-política. Nada obstante essa realidade, como Euclides da Cunha define o sertanejo:

A
”O sertanejo é, antes de tudo, a síntese do Homem brasileiro”.
B
”O sertanejo é geneticamente deformado”.
C
”O sertanejo é, antes de tudo, um lombrosiano”.
D
”O sertanejo é, antes de tudo, um forte”.
E
”O sertanejo é, antes de tudo, um retardado mental”.
03352065-de
CESMAC 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A obra de Graciliano Ramos encerra vários temas, espaços geográficos e gêneros textuais, a exemplo da memória, do diário, do conto, da crítica literária, do romance e das estórias infanto-juvenis. Dentre as estórias infanto-juvenis, qual foi escrita por Graciliano?

A
As caçadas de Pedrinho.
B
A Cinderela das bonecas
C
Castelo Ratimbum.
D
Reinação de Narizinho.
E
A terra dos meninos pelados.
033177a3-de
CESMAC 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Jorge de Lima foi, ao lado do poeta mineiro Murilo Mendes, o mais importante poeta católico brasileiro da sua geração. Ao lado de obras como A Túnica inconsútil, Tempo e Eternidade e Quatro poemas negros, Jorge de Lima escreveu também um dos mais importantes poemas épicos da língua portuguesa. Como foi intitulado este poema épico?

A
Invenção de Orfeu.
B
Catatau.
C
Os Lusíadas.
D
Os Peãs.
E
Fúrias do oráculo.