No trecho, o “sapo-tanoeiro” representa uma sátira aos
Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira.
O sapo-tanoeiro
[...]
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia
Mas há artes poéticas...”
(Estrela da vida inteira, 1993.)
Leia o trecho do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira.
O sapo-tanoeiro
[...]
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia
Mas há artes poéticas...”
(Estrela da vida inteira, 1993.)
Gabarito comentado
Comentário do Gabarito – Literatura: Escolas Literárias
Tema central: O poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, constitui uma sátira dirigida ao Parnasianismo, escola literária que priorizava o rigor formal, a métrica perfeita e a "arte pela arte".
Justificativa da alternativa correta (D – parnasianos):
O “sapo-tanoeiro”, personagem do poema, representa de modo caricatural o poeta parnasiano. Isso é evidenciado por frases como “Meu cancioneiro é bem martelado” e “Que arte! E nunca rimo/Os termos cognatos”, que demonstram exaltação exagerada ao refinamento técnico e à regra formal.
Segundo a teoria literária (ver referências como William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, Literatura Brasileira em diálogo), o Parnasianismo rejeitava o sentimentalismo e propunha o culto à forma, distanciando-se do conteúdo emocional ou social. O poema de Bandeira expõe essa obsessão pelo formalismo, ridicularizando a preocupação excessiva dos parnasianos com rimas, hiatos e perfeição estrutural.
Portanto, a sátira do sapo-tanoeiro é dirigida ao estilo parnasiano de poesia, motivo pelo qual a alternativa D é a correta.
Análise das alternativas incorretas:
A) Modernistas: Incorreta. Os modernistas buscavam quebrar justamente os padrões do Parnasianismo e propunham liberdade formal e inovação – são o oposto do alvo da sátira.
B) Românticos: Incorreta. O Romantismo valorizava a emotividade e o individualismo, sem a ênfase formal dos parnasianos.
C) Naturalistas: Incorreta. O Naturalismo focava na análise social e científica, sem associação com os exageros formais criticados por Bandeira.
E) Árcades: Incorreta. O Arcadismo exaltava a vida simples e a harmonia, sendo uma escola anterior ao Parnasianismo e sem relação direta com as críticas abordadas no poema.
Estratégia para provas:
Fique atento às metáforas e características estilísticas ao interpretar poemas satíricos. Reconhecer traços como rigidez métrica, preciosismo linguístico e artificialismo associa-se, quase sempre, ao Parnasianismo. Cuidado com pegadinhas que confundem escolas pelo uso de termos vagos ou pelo deslocamento do contexto histórico dos movimentos.
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