Questõessobre Modernismo: Tendências contemporâneas

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Foram encontradas 159 questões
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Modernismo, Escolas Literárias

Comparando-se a linguagem, o meio social retratado e os temas frequentados, poucos pontos comuns há entre Clarice Lispector e Guimarães Rosa, entre eles

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:

I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.

II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.

III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

                         (Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970) 

A
a tendência para situar as narrativas no espaço urbano.
B
a análise psicológica que suspende a progressão das ações.
C
a fidelidade às linhas centrais da estética modernista de 22.
D
a criação de um estilo surpreendente e inconfundível.
E
a preocupação em argumentar em favor de teses sociológicas.
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PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

_________, no conto Venha ver o pôr do sol, narra uma história de _________ a partir do encontro de um casal de antigos amantes, em que, ao fim, a personagem feminina é _________

A
Clarice Lispector – miséria e solidão – atropelada
B
Lya Luft – luto familiar – abandonada pelo marido
C
Lygia Fagundes Telles – vingança – trancafiada para morrer
D
Lygia Fagundes Telles – traição – convencida a se deixar sequestrar
E
Clarice Lispector – separação – rejeitada pelos filhos
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PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o poema As mortes sucessivas, de Adélia Prado, e analise as afirmativas.

Quando minha irmã morreu eu chorei muito
e me consolei depressa. Tinha um vestido novo
e moitas no quintal onde eu ia existir.
Quando minha mãe morreu
Me consolei mais lento.
Tinha uma perturbação recém-achada:
meus seios conformavam dois montículos
e eu fiquei muito nua,
cruzando os braços sobre eles é que eu chorava.
Quando meu pai morreu
Nunca mais me consolei.
Busquei retratos antigos, procurei conhecidos,
parentes, que me lembrassem sua fala,
seu modo de apertar os lábios e ter certeza.
Reproduzi o encolhido do seu corpo
em seu último sono e repeti as palavras
que ele disse quando toquei seus pés:
´deixa, tá bom assim´.
Quem me consolará desta lembrança?
Meus seios se cumpriram
e as moitas onde existo
são pura sarça ardente de memória.
I. O poema apresenta um eu lírico que busca uma aprendizagem frente à morte.
II. As transformações do corpo do eu lírico evidenciam uma sucessão de perdas, enfrentadas desde a juventude.
III. A lembrança do pai é representada como ferida dolorosa que não tranquiliza o sentimento de falta.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
III, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II, III.
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PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o excerto do romance Intermitências da Morte, de José Saramago, e analise as afirmativas.
No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómeno semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar.
I. A partir de uma situação fantástica, a inexistência de mortes é vista como um fato inquietante.
II. Conforme o texto, podemos inferir que adoentados em estado grave foram salvos da morte, libertando-se de seu sofrimento.
III. O estilo do autor é marcado pela oscilação entre a narrativa de um fato e o comentário dissertativo sobre ele.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são, apenas,

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e III.
E
II e III.
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PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

I. O conto retrata a perversa fascinação diante da morte de um passante.
II. Dario, ao longo do texto, é privado não só de seus bens materiais, como também de seu nome próprio, sendo referido, ao final, apenas como um morto.
III. O personagem, embora enfrente o completo desamparo, recebe uma espécie de cumplicidade e apiedamento de um habitante urbano em situação de fragilidade social.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

Leia os excertos do conto Uma vela para Dario, de Dalton Trevisan, e analise as afirmativas sobre o texto.
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. (...)
Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca. Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
(....)
A última boca repetiu – Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto. Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos. Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.
A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
I e III, apenas.
E
I, II e III.
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UNESPAR 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia atentamente o poema a seguir, de Paulo Leminski, e assinale A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA.

“não creio
que fosse maior
a dor de dante
que a dor
que este dente
e agora em diante
sente

não creio
que joyce
visse mais numa palavra
mais do que fosse
que nesta pasárgada
ora foi-se

tampouco creio
quemallarmé
visse mais
que esse olho
nesse espelho
agora
nunca
me vê.”

A
A presença da intertextualidade no poema aponta a possibilidade de sua leitura como representante da poesia clássica;
B
Esse poema, da década de 80, é um legítimo representante da poesia concreta, à qual Leminski esteve vinculado a partir de seu livro Catatau;
C
A repetição dos fonemas /d/ e /n/ na primeira estrofe são recursos utilizados pelo poeta para dar ritmo ao poema;
D
Ao fazer referência a Dante, poeta italiano do século XIII, autor de A Divina Comédia, Leminski utiliza o humor, como forma de resgate da obra desse poeta;
E
Leminski foi um grande representante do haicai, forma poética de origem japonesa, que no Brasil teve vários adeptos. Esse poema é um exemplo de haicai na obra leminskiana.
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ENEM 2016 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.

BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você.

EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele.

BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.

EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não!

BENONA: Isso são coisas passadas.

EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest'a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção.

SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).

Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molesta” contribui para

A
marcar a classe social das personagens.
B
caracterizar usos linguísticos de uma região.
C
enfatizar a relação familiar entre as personagens.
D
sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
E
demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.
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PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Segundo informações do Amadeus CarsForum, evento realizado em Miami em 2015, a indústria do turismo cresceu 12,6% no Brasil, o dobro da média mundial. Nunca, em todos os tempos, os brasileiros viajaram tanto, atingindo a média de três viagens ao ano por habitante. Cecília Meireles, a poetisa que, significativamente, intitulou seu primeiro livro de Viagem, dizia que “há as viagens que se sonham e as viagens que se fazem – o que é muito diferente”.

Nesta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que tratam do viajante, dos lugares percorridos ou imaginados e da experiência da viagem.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho abaixo, de Lygia Fagundes Telles, retirado da obra Passaporte para a China.

“Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1960.

Diz o horóscopo que os do signo de Áries não devem de modo algum se arriscar no dia de hoje.

Sou do signo de Áries e daqui a pouco, em plena noite, devo embarcar num avião a jato para a China. Escalas? Dacar, Paris, Praga, Omsk, Irkutsck e finalmente Pequim. Quer dizer, atravessarei quatro continentes: América, África, Europa e Ásia. É continente demais, hein! Melhor tomar antes um chope duplo ali no bar do Lucas, defronte ao mar de Copacabana, ficar ouvindo a voz espumejante das ondas e esquecer que passarei horas e horas “naquela coisa” que às vezes a gente ouve cortar o céu tão rapidamente e com um silvo tão desesperado que quando se olha para as nuvens não se vê mais nada. Nada.”

Com base no texto selecionado e na obra de Lygia Fagundes Teles, analise as seguintes afirmativas:

I. A narradora enfrenta a ideia de voar com expectativa, pois, além do país asiático, conhecerá outras cinco cidades.

II. O texto expressa os sentimentos de uma viajante momentos antes da partida, enfrentando o pânico de cruzar o planeta para conhecer um país distante.

III. O emprego reiterado de aliterações no último parágrafo sugere a ideia da velocidade que provoca temor na viajante supersticiosa.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
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UFPR 2015 - Literatura - Simbolismo, Modernismo: Tendências contemporâneas, Parnasianismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta.

O trecho a seguir integra o romance A última quimera, de Ana Miranda:

Meus sofrimentos sempre foram menores diante dos de Augusto, sempre competimos de certa maneira sobre quem sofria mais grandiosamente, como um jogo de xadrez em que as peças não fossem cavalos, bispos, torres, reis, rainhas mas a angústia, a dor física, a dor mental, o vazio existencial, a depressão, as forças subterrâneas, a morbidez, a neurose, o pesadelo, a convulsão de espírito, a negação, o não ser, a mágoa, a miséria humana, o uivo noturno, as carnações abstêmias, os lúbricos arroubos, a fome incoercível, a paixão pelas mulheres impossíveis, a morte; e nesse momento ele parece zombar de mim, como se dissesse: “Vê, como são tolos seus sofrimentos? Você perdeu um amigo e eu perdi a vida". (p. 192)

Com base nesse trecho específico e na totalidade da obra, considere as seguintes afirmativas:

1. O romance cita documentos para confirmar os fatos históricos narrados, além de expor informações biográficas precisas sobre dois poetas brasileiros, que ficaram conhecidos pelo rigor científico e pelo estilo descritivo.
2. O estilo poético de Augusto dos Anjos, um dos personagens centrais da obra, está exemplificado em vários trechos do romance. São exemplos disso a enumeração de vocábulos de teor melancólico e pessimista e o uso de imagens que recriam uma atmosfera mórbida.
3. O narrador do romance adota uma perspectiva distanciada em relação à história e aos personagens reais que recria, contribuindo para reforçar o seu caráter documental e o efeito de veracidade que pretende.
4. A construção dos personagens Olavo Bilac e Augusto dos Anjos combina dados biográficos dos dois poetas com cenas domésticas e particulares, que conferem a eles uma inegável complexidade humana e psicológica.
5. A dimensão temporal-espacial do romance recria, ficcionalmente, a cidade do Rio de Janeiro, no final do século XIX, descrevendo o ambiente material da cidade, os fatos de sua história no período e também a atmosfera intelectual da Belle Époque. 
A
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
B
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 3 e 5 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
E
Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras.
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UCS 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Na peça teatral O noviço (1987), de Martins Pena, a personagem Carlos busca fugir à obrigação de tornar-se frade. Em sua atuação, Carlos representa um tipo também explorado pelo compositor Chico Buarque. 

Assinale a alternativa, dentre as composições abaixo, em que o excerto se associa ao tipo representado pela personagem Carlos, na peça O noviço


A
“Eis o malandro na praça outra vez

Caminhando na ponta dos pés

[...] Entre deusas e bofetões

Entre dados e coronéis

Entre parangolés e patrões

O malandro anda assim de viés"

B
“Agora eu era o herói

E o meu cavalo só falava inglês

A noiva do cowboy

Era você além das outras três" 

C
“Estava à toa na vida

O meu amor me chamou

Pra ver a banda passar

cantando coisas de amor"

D
“Ele faz o noivo correto

E ela faz que quase desmaia

Vão viver sob o mesmo teto

Até que a casa caia

Até que a casa caia" 

E
“Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido" 

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UCS 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Modernismo, Escolas Literárias

Os trechos abaixo demonstram formas de representar a figura feminina, respectivamente, nas obras São Bernardo, Um terno de pássaros ao Sul e O noviço.

- “A senhora, pelo que mostra e pelas informações que peguei, é sisuda, econômica, sabe onde tem as ventas e pode dar uma boa mãe de família". (RAMOS, 1977. p. 81).

- “A mãe remava/ em tua devastação,// percorria os parágrafos a lápis./ O grafite dela, fino,/ uma agulha cerzindo// a moldura marfim./ Calma e cordata,/ sentava no meio-fio da tinta,// descansando a fogueira/ das folhas e grilos". (CARPINEJAR, 2008, p. 34-35).

- “Exultai, senhoras. Eu me deveria lembrar antes de me casar com duas mulheres, que basta só uma para fazer o homem desgraçado". (PENA, 1987, p. 118).

As três representações apontam para perspectivas norteadas, respectivamente, pelos seguintes aspectos: 

A
sensualidade; sentimentalismo; e admiração.
B
desinteresse; identificação; e temor.
C
emoção; indiferença; e sentimentalismo.
D
racionalidade; sensibilidade; e desprezo.
E
idealização; objetividade; e ironia.
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UCS 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Sobre a obra Um terno de pássaros ao Sul (2008), de Fabricio Carpinejar, é correto afirmar que

A
é composta de um poema de forma fixa e metro rigoroso, imitando a tendência parnasiana, como ilustram os versos: “Já lapidavas/ o prefixo da lápide”. (p. 73-74).
B
se trata de um livro que recupera a proposta simbolista desenvolvida por Cruz e Souza, ao dedicar-se à decrepitude da morte, como mostram os versos: “A provação do homem desterrado/ é ser mastigado pela terra”. (p. 64).
C
é organizado em tercetos, nos quais os versos livres acolhem a proposta pós-moderna, como segue: “É funda a memória/ ou estamos distantes?/ Volta ao pampa, pai.// O médico se enganou/ com a marcha do pulso”. (p. 72-73).
D
traz uma proposta poética derivada do Arcadismo, exultando a vida simples e campesina, como demonstra o excerto a seguir: “O pampa é a vigilância das figueiras,/ só vejo a lonjura crespa das rodovias”. (p. 54).
E
representa o projeto Romântico, buscando valorizar o exótico e a “cor local” em grande parte dos versos, como os que se lê a seguir: “Exílio é não se reconhecer// nos próprios filhos”. (p. 62).
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UNESP 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Versificação - Ritmo e Estrofes, Escolas Literárias, Estilística

Leia um trecho do “Manifesto do Surrealismo", publicado por André Breton em 1924.

      Surrealismo: Automatismo psíquico por meio do qual alguém se propõe a exprimir o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral.

      O Surrealismo assenta-se na crença da realidade superior de certas formas de associação, negligenciadas até aqui, na onipotência do sonho, no jogo desinteressado do pensamento.

(Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.)

Tendo em vista as considerações de André Breton, assinale a alternativa cujos versos revelam influência do Surrealismo.

A
O mar soprava sinos

os sinos secavam as flores

as flores eram cabeças de santos.

Minha memória cheia de palavras

meus pensamentos procurando fantasmas

meus pesadelos atrasados de muitas noites.

                                                           (João Cabral de Melo Neto, “Noturno", em Pedra do sono.)

B
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais.

                                                    (Carlos Drummond de Andrade, “Infância", em Alguma poesia.)

C
Quando o enterro passou

Os homens que se achavam no café

Tiraram o chapéu maquinalmente

Saudavam o morto distraídos

Estavam todos voltados para a vida

Absortos na vida Confiantes na vida.

                                  (Manuel Bandeira, “Momento num café", em Estrela da manhã.)

D
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,

onde as formas e as ações não encerram nenhum

                                                                     [exemplo.

Praticas laboriosamente os gestos universais,

sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo

                                                                           [sexual.

                                   (Carlos Drummond de Andrade, “Elegia 1938", em Sentimento do mundo.)

E
– Bem me diziam que a terra

se faz mais branda e macia

quanto mais do litoral

a viagem se aproxima.

Agora afinal cheguei

nessa terra que diziam.

Como ela é uma terra doce

para os pés e para a vista.

(João Cabral de Melo Neto, “O retirante chega à Zona da Mata", em Morte e vida severina.)

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UniCEUB 2014 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Modernismo, Modernismo: Concretismo, Escolas Literárias

Sobre o Modernismo brasileiro, assinale a alternativa incorreta.

A
O Modernismo brasileiro teve como ponto culminante a Semana de Arte Moderna, entretanto, as ideias modernistas já rondavam o país antes da Semana de Arte Moderna de 1922.
B
O conhecimento das correntes de vanguarda e o desejo de concretizar uma arte brasileira que valorizasse o nacional e acabasse com as imitações europeias, possibilitaram o início do Modernismo no Brasil.
C
A princípio, os modernistas eram contrários a tudo o que estava instituído. A Semana de Arte Moderna sintetizou muito bem essa característica da 1ª fase, ao apresentar originalidade, polêmica e deboche.
D
Não interessava aos modernistas romper com os paradigmas (modelos) do tradicionalismo cultural.
E
As artes plásticas tiveram uma participação de grande importância no Modernismo, contando com nomes como Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
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UEG 2014 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

A pintura apresentada e o conto “A máquina extraviada” se aproximam da seguinte corrente estética:

Observe a imagem a seguir para responder às questões 12 e 13.

imagem-003.jpg
A
cubismo
B
expressionismo
C
surrealismo
D
fauvismo
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UFG 2009 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Embora individualmente os contos do Livro dos homens representem, por sentidos diversos, um espaço característico da geografia brasileira, no conjunto da obra, Ronaldo Correia de Brito caracteriza esse espaço pelo aspecto

A
cultural, representando situações-limite intensificadas em dramas individuais.
B
físico, explorando a descrição de um espaço marcado pela seca.
C
político, mostrando as relações de poder apoiadas em leis próprias.
D
econômico, apresentando o retrato do sertanejo marcado pela miséria
E
natural, evidenciando o sertão de modo estereotipado pela descrição física.
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UFG 2010 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o fragmento a seguir.

Imagem 006.jpg

No conto “A peleja de Sebastião Candeia”, de que se extraiu o fragmento acima, presentifica-se uma das temáticas recorrentes na obra Livro dos homens, a qual se expressa pela

A
reelaboração de mitos da cultura africana.
B
banalização da cultura indígena.
C
valorização de tradições culturais.
D
negação de crenças religiosas.
E
rendição do sertanejo às misérias humanas.
b1446a2f-5a
UFG 2011 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Como escrita literária contemporânea, Mãos de Cavalo, de Daniel Galera, e o conjunto de poemas Minigrafias, de Luís Araujo Pereira, são obras nas quais

A
o sentido de memória do vivido concatenaram as par­tes, dadas, à primeira leitura, como fragmentos, sem conexão.
B
o conflito de estar no mundo angustia a voz das per­sonagens, no romance, e a voz do eu lírico, no poe­ma.
C
o embate entre a representação do mundo e a pala­vra escrita prevalece, mantendo o discurso atento ao próprio fazer artístico.
D
o tempo e o espaço são representações dadas em di­álogo com a tradição da prosa de ficção e da poesia.
E
o detalhismo das descrições torna evidente, em pri­meira instância, um modo mais realista de represen­ tação do mundo.
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ENEM 2012 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

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O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, representa o rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendência se caracteriza pela

A
pintura de modelos em planos irregulares.
B
mulher como temática central da obra.
C
cena representada por vários modelos.
D
oposição entre tons claros e escuros.
E
nudez explorada como objeto de arte.