Embora individualmente os contos do Livro dos homens representem, por sentidos diversos, um espaço característico da geografia brasileira, no conjunto da obra, Ronaldo Correia de Brito caracteriza esse espaço pelo aspecto

Alternativa correta: A

Tema central: compreender de que modo Ronaldo Correia de Brito constrói o espaço em Livro dos homens — ou seja, se o espaço aparece como sobretudo físico, natural, econômico, político ou cultural. A leitura atenta do enunciado exige distinguir o que ocorre "individualmente" nos contos e o que predomina "no conjunto da obra".

Resumo teórico rápido: em teoria literária, o espaço cultural refere‑se a práticas, crenças, ritos, códigos sociais e formas de viver que configuram um ambiente humano; o espaço físico/natural remete à paisagem e aspectos geográficos; o político enfatiza relações de poder e instituições; o econômico, condições materiais e pobreza. Textos de caráter regional podem trabalhar simultaneamente vários aspectos, mas a opção correta pede o predomínio de um deles no conjunto.

Justificativa da alternativa A: A obra de Ronaldo Correia de Brito reúne contos em que o sertão/bairro/região aparece menos como mera paisagem física e mais como cultura — repertórios de comportamento, lendas, rituais e situações‑limite que moldam dramas individuais. Assim, o espaço é caracterizado culturalmente, sendo palco de conflitos íntimos e de mitos que intensificam os processos psicológicos dos personagens. Por isso a alternativa A (cultural; situações‑limite em dramas individuais) é a correta.

Análise das incorretas:

B (físico, seca): embora haja referências ao sertão em muitos contos brasileiros, reduzir Livro dos homens ao elemento climático/descrição da seca ignora a presença de costumes e valores que orientam as ações — isto é, é parcial e insuficiente.

C (político): não há, em linhas gerais, predominância de análise das instituições de poder ou de um sistema jurídico como eixo estruturante da obra; o conflito tende a ser de ordem cultural/psicológica, não institucional.

D (econômico): a miséria pode aparecer, mas ela não é o foco explicativo exclusivo: os contos privilegiam como o modo de viver e as crenças moldam reações e destinos, não apenas a condição econômica.

E (natural, estereotipado): descartar a complexidade do espaço como mera estereotipização física erra a proposta do conjunto da obra, que trabalha representações culturais, não apenas descrições de paisagem.

Dica de interpretação de enunciado: foque em expressões como "no conjunto da obra" (procure o predomínio) e em contraste com "individualmente" (atenção à diferença entre casos isolados e tendência geral). Pergunte sempre: o autor enfatiza paisagem, instituições, economia ou modos de vida e crenças?

Fonte principal: leitura direta de Ronaldo Correia de Brito, Livro dos homens; consulte também conceitos de espaço cultural em manual de teoria literária para fundamentar a análise.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!