Questõesde FGV 2020 sobre História

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FGV 2020 - História - História Geral, Período Entre-Guerras: Revolução Russa de 1917

Lenin tinha como única fonte de informação os jornais estrangeiros, mas, lendo as entrelinhas de suas matérias imprecisas e tendenciosas, pôde apreender os dados fundamentais. [...] O Soviete era o porta-voz do povo, que queria paz, pão, liberdade e terra. O Governo Provisório [...] representava uma burguesia cujas tendências liberais se limitavam à intenção de livrar-se dos Romanov.

(Edmund Wilson. Rumo à estação Finlândia, 2013.)

O excerto refere-se à análise feita por Lenin, líder do Partido Bolchevista, do movimento social que derrubou o czar Nicolau II, em março de 1917. No seu entender, havia

A
uma possiblidade de restauração da monarquia e o Governo Provisório deveria ser apoiado pela população.
B
uma revolução camponesa em marcha no país e a classe operária estaria ausente das agitações sociais.
C
uma iminente intervenção militar dos países imperialistas e os movimentos populares precisariam sustentar o exército russo.
D
uma revolução fortemente nacionalista e os partidos revolucionários encabeçariam esse movimento transformador.
E
uma dualidade de poder em disputa e o Governo Provisório manteria a Rússia na Guerra Mundial.
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FGV 2020 - História - Independências das regiões hispano-americanas: México, América Central e América do Sul, História da América Latina

As independências das colônias da América Ibérica tiveram aspectos semelhantes e particularidades locais. Entre as semelhanças mais relevantes, pode-se citar

A
a ruptura política sem uma revolução comparável nas estruturas sociais do período colonial.
B
a oposição manifesta dos libertadores aos princípios revolucionários da filosofia iluminista.
C
a ausência de participação de significativos movimentos populares nos processos independentistas.
D
a manutenção dos laços comerciais privilegiados com a economia das antigas metrópoles.
E
a importância ideológica do projeto futuro de unificação política dos povos americanos.
d1745831-04
FGV 2020 - História - Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil

A Constituição de 1824 não tinha nada de parlamentarista. De acordo com seus dispositivos, o Poder Executivo era chefiado pelo imperador e exercido por ministros de Estado livremente nomeados por ele. A prática parlamentarista foi se desenhando a partir de 1847. Naquele ano, um decreto criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros, indicado pelo imperador. Essa personagem política passou a formar o ministério cujo conjunto constituía o Conselho de Ministros, ou gabinete, encarregado do Poder Executivo. Para manter-se no governo, o gabinete devia merecer a confiança, tanto da Câmara como do imperador.

(Boris Fausto. História do Brasil, 2012. Adaptado.)

O sistema de governo do Segundo Reinado brasileiro era entendido e propagado, no seu período de vigência, como parlamentarista. Esse sistema funcionou, de 1847 a 1889, com

A
divergências entre o partido Liberal e o Conservador sobre a legitimidade do regime monárquico na América Latina.
B
composição de gabinetes ministeriais sem a maioria política na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
C
oposições anticonstitucionais do governo monárquico às deliberações das Assembleias de representantes políticos.
D
formação pela monarquia de maiorias partidárias por meio de dissoluções frequentes da Câmara dos Deputados.
E
rodízio, no poder ministerial, de agremiações políticas de representantes de grupos sociais antagônicos.
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FGV 2020 - História - História Geral, Antiguidade Oriental (Egípcios, Mesopotâmicos, Persas, Indianos e Chineses)

O Eufrates não é um rio manso e amistoso como o Nilo, com uma inundação de fim de verão, regular como um relógio, que prepara a terra para o plantio do trigo no inverno. [...] Ele transborda de suas margens, de forma errática e imprevisível, durante a primavera, quando a semente já no chão tem de ser protegida, primeiro para não se afogar sob as águas da enchente; segundo, para não secar sob o sol escaldante, que faz evaporar mais da metade do fluxo do rio antes que ele chegue ao mar.

(Paul Kriwaczek. Babilônia: a Mesopotâmia e o nascimento da civilização, 2018.)

O excerto faz uma comparação entre a sociedade da Suméria e a do Egito da Antiguidade, acentuando, entre elas,

A
os aspectos divergentes do ponto de vista da natureza das atividades econômicas.
B
a ausência de organização militar para a defesa dos terrenos férteis.
C
os esforços para o aproveitamento de condições naturais de sobrevivência social.
D
os padrões distintos de submissão da mão de obra capturada nas guerras.
E
a existência de sociedades sustentadas pela propriedade coletiva das terras.
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FGV 2020 - História - História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

[...] os mestres gregos foram à escola com os egípcios, e todos nós somos discípulos dos gregos. [...] Embora alguns [dos] templos [gregos] sejam vastos e imponentes, não atingem as colossais dimensões das construções egípcias. Sente-se que foram edificadas por seres humanos, para seres humanos. De fato, não existia um governante divino imperando sobre os gregos que pudesse forçar – ou tivesse forçado – todo um povo a trabalhar como escravos para ele. As tribos gregas tinham-se instalado em várias cidades pequenas e em portos de abrigo ao longo da costa. Havia muita rivalidade e atritos entre essas comunidades, mas nenhuma delas conseguiu dominar todas as outras.

(Ernst H. Gombrich. A história da arte, 1993.)

O diálogo intercivilizacional entre o Egito e as cidades-Estado gregas na Antiguidade foi

A
impossibilitado pelas diferenças profundas de suas atividades econômicas.
B
estimulado por suas alianças militares contra o Império Persa.
C
interrompido pela oposição da filosofia grega às explicações religiosas do mundo.
D
condicionado por suas específicas organizações políticas.
E
favorecido pela presença de colônias egípcias nos territórios gregos.
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FGV 2020 - História - História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

Da parte dos bárbaros, tudo parece indicar que a forte estrutura hierárquica favoreceu a conversão das populações, em particular das tribos, uma vez que essa era a forma de estrutura social mais comum. Aqui e ali aparecem resistências de chefes, mas no conjunto a conversão dos chefes leva à conversão da população.

(Jacques Le Goff. O Deus da Idade Média, 2017.)

O processo de cristianização dos povos que ocuparam a Europa Ocidental com o fim do Império Romano do Ocidente implicou

A
a imbricação dos poderes seculares e eclesiásticos nas sociedades europeias.
B
a divisão de terras da Igreja com as nações recentemente instaladas na Europa.
C
a constituição de um poder político centralizado sobre o conjunto da Europa.
D
a elitização progressiva do culto monoteísta em meio às populações europeias.
E
a oposição do clero reformista à absorção de crenças pagãs pela Igreja europeia.
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FGV 2020 - História - Medievalidade Europeia, História Geral

O mercador de Veneza é uma peça de teatro escrita por William Shakespeare entre 1596 e 1597. No excerto, o judeu Shylock refere-se a um empréstimo em dinheiro feito por ele ao cristão Antônio.

Shylock

Ainda um mau negócio para mim! Um falido, um pródigo, que mal se atreve a mostrar a cabeça no Rialto! Um mendigo que habitualmente vinha exibir-se na praça!... [...] Gostava de chamar-me de usurário. [...] Gostava de emprestar dinheiro por cortesia cristã.

(William Shakespeare. O mercador de Veneza, 2013.)

As palavras de Shylock sobre Antônio revelam

A
a separação entre desenvolvimento econômico e crenças religiosas de grupos empresariais.
B
a crise do comércio de especiarias no Mar Mediterrâneo com a condenação cristã do lucro monetário.
C
a guerra religiosa na cidade com a expropriação econômica dos estrangeiros em benefício dos dirigentes políticos.
D
a organização da economia urbana segundo preceitos bíblicos com a exigência legal do perdão de dívidas.
E
a ligação entre comportamentos religiosos e mecanismos de acumulação de capitais.
d1690539-04
FGV 2020 - História - Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

A capitania de São Vicente foi a primeira a ter um engenho de açúcar, mas, apesar do pioneirismo, se viu separada da economia agroexportadora fixada na Colônia a partir da segunda metade do século XVI, o que ocorreu por causa da concorrência das capitanias do Nordeste, sobretudo Pernambuco e Bahia, mais bem localizadas geograficamente e com condições naturais mais favoráveis ao desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar.

(Patrícia Albano Maia. “Expansão territorial do Brasil colonial: o bandeirismo”.
In: História do estado de São Paulo: a formação da unidade paulista, vol.1, 2010.)

Essa particularidade da capitania de São Vicente implicou

A
a separação política da região do Planalto de Piratininga em relação às capitanias do norte da colônia.
B
a instalação pela Metrópole portuguesa de um aparato militar nesses territórios escassamente povoados.
C
a penetração dos colonizadores no interior do território com vistas ao apresamento da mão de obra nativa.
D
a expansão de atividades comerciais intensas com as colônias espanholas instaladas no Rio da Prata.
E
a dependência da sociedade local aos abastecimentos regulares metropolitanos de gêneros alimentícios.
d16d6b26-04
FGV 2020 - História - Colonialismo espanhol: Ocupação e exploração do território americano, História da América Latina

Os escravos africanos cultivavam açúcar em ilhas das Caraíbas, que forneciam aos trabalhadores ingleses calorias e estímulos. Mas como se tornou possível uma complementaridade tão terrível? Só graças a poderosos sistemas de comércio e de navegação com capacidade de ligarem entre si partes diferentes deste sistema atlântico. Só graças a um aparelho institucional capaz de assegurar a aplicação de direitos de propriedade em diferentes partes de um sistema imperial.

(Frederick Cooper. Histórias de África. Capitalismo, Modernidade e Globalização, 2016. Adaptado.)

Esse sistema econômico intercontinental, característico da Idade Moderna, baseava-se

A
na atuação de uma estrutura estatal coercitiva.
B
na transferência de operários europeus para as áreas coloniais.
C
na transição da economia de subsistência para a de mercado.
D
na relação pacífica de nações de formações culturais diversas.
E
na incorporação das classes dominantes afro-ameríndias à industrialização.
d13679e0-04
FGV 2020 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

De acordo com o processo de formação do território brasileiro, a ocupação dos sertões nos séculos XVII e XVIII realizou-se com

A
a revogação do Tratado de Tordesilhas entre Portugal e Espanha.
B
o estabelecimento de feitorias para abastecer populações tradicionais.
C
a opção colonial pelo povoamento da América do Sul.
D
o desenvolvimento das atividades pecuária e mineradora.
E
a abertura de novas fazendas cafeeiras pelos colonos italianos.
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FGV 2020 - História - História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos

O expansionismo europeu, iniciado no século XV, com a expansão marítima, levou inúmeras regiões à ocupação territorial, à exploração econômica e ao domínio político. Nessa região do globo, temos dois momentos importantes: a primeira fase colonialista teve a liderança dos países ibéricos – Portugal e Espanha – seguidos de Holanda, França e Inglaterra. No século XIX, buscando especialmente matérias-primas e mercados consumidores, houve um segundo grande impulso colonialista, tendo a liderança da Inglaterra, seguida de perto por França, Bélgica e, depois, por Alemanha e Itália.

(Marco A. de Moraes e Paulo S. S. Franco. Geopolítica, 2014. Adaptado.)

Com impactos sociais, políticos e econômicos que perduram até os dias atuais, o processo de colonização tratado no excerto ocorreu

A
no continente africano.
B
na América Latina.
C
no Oriente Médio.
D
na Antártida.
E
no leste asiático.