Questõesde CÁSPER LÍBERO sobre Geografia

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CÁSPER LÍBERO 2010 - Geografia - Industrialização, Indústria brasileira

“(...) Assistiam, atônitos, à demolição da Cidade Flutuante. Os moradores xingavam os demolidores, não queriam morar longe do pequeno porto, longe do rio. Halim balançava a cabeça, revoltado, vendo todas aquelas casinhas serem derrubadas. (...) Chorou muito enquanto arrancavam os tabiques, cortavam as amarras dos troncos flutuantes, golpeavam brutalmente os finos pilares de madeira. Os telhados desabavam, caibros e ripas caíam na água e se distanciavam da margem do Negro. Tudo se desfez num só dia, o bairro todo desapareceu. Os troncos ficaram flutuando, até serem engolidos pela noite.”


A passagem acima foi extraída de Dois Irmãos, de Milton Hatoum, e descreve a demolição de um bairro portuário em Manaus, em 1967, por determinação do governo de Castelo Branco, para possibilitar a construção da Zona Franca de Manaus. Sobre esse projeto, é correto afirmar que:

A
Foi criada como uma zona de jurisdição federal (com infraestrutura construída pelo Estado) que possibilitou às indústrias nacionais a utilização dos recursos naturais da região com menores custos.
B
Tinha como objetivo descentralizar a produção da indústria nacional e, com isso, incentivar o desenvolvimento da região Norte do país, por meio do estabelecimento da jurisdição federal.
C
Previa a concessão de incentivos fiscais para atrair indústrias para a região, reduzir custos de produção e desenvolver o mercado interno, num momento em que avançava a transnacionalização do capitalismo.
D
Foi um dos principais projetos para combater o capital externo, empreendido pelo governo militar, fomentando o crescimento da economia durante o período que ficou conhecido como “milagre econômico”.
E
Foi criada para conceder isenção de impostos à indústria nacional de eletrodomésticos, criando condições de concorrência para os produtos nacionais, em relação aos estrangeiros, no mercado interno brasileiro.
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CÁSPER LÍBERO 2010 - Geografia - Amazônia

A trama de Dois irmãos, de Milton Hatoum, é ambientada em Manaus, entre as décadas de 1930 e 1960. O romance mostra a precariedade material da cidade e o acesso restrito de seus moradores a bens de consumo já disseminados em diferentes regiões do país, tais como eletrodomésticos e outros produtos industrializados. Acerca do desenvolvimento do Amazonas no período mencionado, é correto afirmar que:

A
A região vivia os efeitos da decadência econômica da produção de borracha e recebia investimentos insuficientes para a diversificação de suas atividades produtivas, mantendo-se até a década de 1960 em uma precária condição de desenvolvimento.
B
A abertura da Rodovia Transamazônica permitiu a instalação de transnacionais madeireiras no eixo Acre-Rondônia, deslocando os investimentos para essa região e isolando geograficamente a cidade de Manaus e os municípios vizinhos.
C
O êxodo de trabalhadores da região de Manaus, motivado pelo fim do ciclo da borracha e pelo início do ciclo de mineração em Serra Pelada (PA), fez da região um local pouco atraente para investimentos produtivos, mantendo-a subdesenvolvida.
D
O desmatamento progressivo da região, relacionado à atividade madeireira, causou a inviabilidade da extração da borracha nos anos 1940, levando a região à decadência econômica e ao subdesenvolvimento.
E
As políticas preservacionistas implantadas pelo governo federal no período citado inviabilizaram a atividade econômica na região, que se manteve subpovoada e alheia ao desenvolvimento do restante do país.
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CÁSPER LÍBERO 2010 - Geografia - Globalização

Leia o seguinte trecho do texto “A piscina do tio Victor”, que integra o livro Os da minha rua, de Ondjaki:


“(...) No meu quarto escuro quis ver, no teto, uma água que brilhava escura e tinha bolinhas de gás que faziam cócegas no corpo todo. Nessa noite eu pensei que o tio Victor só podia ser uma pessoa tão alegre e cheia de magias porque ele vivia em Benguela, e lá eles tinham uma piscina de Coca-Cola com bué de chuinga e chocolate também”


O texto trata de uma piscina imaginária de Coca-Cola que existiria na casa do tio do protagonista. A história se passa em Angola, no começo dos anos 1980. Sobre a presença da Coca-Cola nos diversos países do mundo, é correto afirmar que:

A
A globalização foi responsável pela busca mundial por produtos que simbolizassem o desenvolvimento característico dos países ricos, caso da Coca-Cola e de outros itens de consumo norte-americanos.
B
A Coca-Cola é um caso específico de produto que obteve aceitação mundial, garantindo a possibilidade de ser comercializado em todos os continentes e de se tornar uma das marcas mais conhecidas globalmente.
C
As empresas transnacionais consolidaram sua presença em diversos países do mundo, após a segunda metade do século XX. Um caso emblemático é o da Coca-Cola, que comercializa seus produtos em todos os continentes e em quase todos os países.
D
As intervenções militares norte-americanas em escala mundial, ocorridas principalmente após a Segunda Guerra Mundial e a vigência da guerra fria, foram um dos fatores determinantes da expansão comercial de produtos “made in USA”, como a Coca-Cola.
E
A Coca-Cola expandiu-se especialmente entre os países subdesenvolvidos, como Angola, por carregar em sua marca a simbologia do “american way of life”, referência ao padrão de vida e ao bem-estar social almejados nestes países.
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CÁSPER LÍBERO 2010 - Geografia - Modernização Agrícola, Agropecuária

O Brasil produziu, na safra 2009/2010, 4,9 milhões de toneladas de trigo. Nos últimos três anos, consumiu 10,7 milhões de toneladas, grande parte delas importadas de outros países. O Brasil também é dependente de importações no que diz respeito a outros produtos de primeira necessidade, como o arroz irrigado e a cebola. Entre os motivos que levaram o Brasil a não ser autosuficiente na produção de alguns alimentos que consome, é correto afirmar que:

Tomando como base a história do capitalismo brasileiro e o processo de globalização comparados com o texto abaixo (publicado originalmente em 1966), responda à questão.


“Em conclusão, apesar das grandes transformações por que passou a economia brasileira, e que se vêm acentuando nestes últimos decênios, ela não logrou superar algumas de suas principais debilidades originárias, e libertar-se de sua dependência e subordinação no que respeita ao sistema econômico e financeiro internacional de que participa e em que figura em posição periférica e marginal. /.../ é um progresso que pela maneira como se realiza , ou se realizou até hoje, se anula em boa parte e se autolimita, encerrando-se em estreitas perspectivas. Isso porque se subordina a circunstâncias que, embora aparentemente distintas do antigo sistema colonial, guardam com esse sistema, na sua essência, uma grande semelhança. /.../ Em suma, /.../ o antigo sistema colonial em que se constituiu e evoluiu a economia brasileira, apesar de todo o progresso e as transformações realizadas, fundamentalmente se manteve, embora modificado e adotando formas diferentes. E o processo de integração econômica nacional, embora se apresente maduro para sua completa e definitiva eclosão, se mostra incapaz de chegar a termo e se debate em contradições que não consegue superar. Das contradições que no passado solapavam a economia brasileira, passamos a outras de natureza diferente, mas nem por isso menos graves. Essas contradições se manifestam sobretudo, e agudamente, como vimos, na permanência, e até no agravamento da tendência ao desequilíbrio de nossas contas externas, embora apresentando-se agora sob novas formas, e implicando diretamente a ação imperialista. São as nossas relações financeiras com o sistema internacional do capitalismo – e nisso se distingue a nossa situação atual da do passado – que comandam o mecanismo das contas externas do país. Não são mais unicamente as vicissitudes da exportação brasileira, como ocorria anteriormente, que determinam o estado daquelas contas. E sim sobretudo e decisivamente os fluxos de capitais controlados do exterior e que sob diversas formas (inversões, financiamentos, empréstimos, amortizações, rendimentos etc.) se fazem num e noutro sentido em função dos interesses da finança internacional. Ou por fatores de ordem política que em última instância também se orientam por aqueles interesses”.
PRADO, Jr. Caio. A revolução brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1966.  
A
A estagnação da fronteira agrícola, causada pelo aumento das áreas de proteção ambiental e pela expansão da cana-de-açúcar para a produção de agrocombustíveis – o que impediu o aumento da produção de alimentos no mesmo ritmo do crescimento da demanda nacional.
B
A presença no país de grandes empresas transnacionais do setor de alimentos, como a Monsanto e a Cargill, que comercializam a preços baixos produtos agrícolas provenientes da China e do sudeste asiático, levando a uma retração da produção nacional.
C
A opção econômica por um modelo de produção agrícola voltada à exportação, traduzida em incentivos fiscais e ao cultivo de itens comercializados no mercado externo como soja, laranja e cana-de-açúcar, em detrimento do mercado interno.
D
A oferta de produtos agrícolas (com preços muito competitivos) oriunda de países do Mercosul, em especial da Argentina, que conta com uma política estatal de subsídio à produção de alimentos, levando os produtores brasileiros a cultivar outros produtos.
E
As dificuldades encontradas pelos grandes produtores agrícolas brasileiros, que são prejudicados pela alta carga tributária imposta pelo governo e pela dificuldade de obtenção de financiamento, fazendo com que a produção seja insuficiente para o atendimento da demanda interna.
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CÁSPER LÍBERO 2010 - Geografia - Globalização

Em meio à globalização, especialmente com o aumento da mobilidade internacional dos capitais exportados pelos países centrais, vários países da chamada semiperiferia e ou de origem colonial passam por processos de modernização econômica, como, por exemplo, a ampliação da participação dos produtos industrializados na pauta das exportações. Sobre o processo da globalização, na última década, é correto afirmar que:

Tomando como base a história do capitalismo brasileiro e o processo de globalização comparados com o texto abaixo (publicado originalmente em 1966), responda à questão.


“Em conclusão, apesar das grandes transformações por que passou a economia brasileira, e que se vêm acentuando nestes últimos decênios, ela não logrou superar algumas de suas principais debilidades originárias, e libertar-se de sua dependência e subordinação no que respeita ao sistema econômico e financeiro internacional de que participa e em que figura em posição periférica e marginal. /.../ é um progresso que pela maneira como se realiza , ou se realizou até hoje, se anula em boa parte e se autolimita, encerrando-se em estreitas perspectivas. Isso porque se subordina a circunstâncias que, embora aparentemente distintas do antigo sistema colonial, guardam com esse sistema, na sua essência, uma grande semelhança. /.../ Em suma, /.../ o antigo sistema colonial em que se constituiu e evoluiu a economia brasileira, apesar de todo o progresso e as transformações realizadas, fundamentalmente se manteve, embora modificado e adotando formas diferentes. E o processo de integração econômica nacional, embora se apresente maduro para sua completa e definitiva eclosão, se mostra incapaz de chegar a termo e se debate em contradições que não consegue superar. Das contradições que no passado solapavam a economia brasileira, passamos a outras de natureza diferente, mas nem por isso menos graves. Essas contradições se manifestam sobretudo, e agudamente, como vimos, na permanência, e até no agravamento da tendência ao desequilíbrio de nossas contas externas, embora apresentando-se agora sob novas formas, e implicando diretamente a ação imperialista. São as nossas relações financeiras com o sistema internacional do capitalismo – e nisso se distingue a nossa situação atual da do passado – que comandam o mecanismo das contas externas do país. Não são mais unicamente as vicissitudes da exportação brasileira, como ocorria anteriormente, que determinam o estado daquelas contas. E sim sobretudo e decisivamente os fluxos de capitais controlados do exterior e que sob diversas formas (inversões, financiamentos, empréstimos, amortizações, rendimentos etc.) se fazem num e noutro sentido em função dos interesses da finança internacional. Ou por fatores de ordem política que em última instância também se orientam por aqueles interesses”.
PRADO, Jr. Caio. A revolução brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1966.  
A
O Japão, cuja posição de segunda economia do mundo esteve ameaçada pelo desenvolvimento da China, garantiu a vantagem comparativa no mercado mundial ao estabelecer o modelo fordista como forma de organização do trabalho, enquanto a 7 produção chinesa mantém o modelo toyotista.
B
Os países de economia semiperiférica (conhecidos em conjunto como BRIC) e a África do Sul apresentaram taxas semelhantes de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), em parte devido ao aumento do controle estatal do investimento produtivo que se expressa, por exemplo, nas estatais chinesas e na exploração do pré-sal brasileiro.
C
Resultou na crise de 2008, com efeitos devastadores nos níveis de emprego europeu, como demonstram os casos da Grécia e da Irlanda, mas que não chegaram a afetar significativamente a oferta de vagas nos países africanos e sul-americanos, que mantiveram a taxa de crescimento.
D
Reduziu, nos investimentos diretos no exterior (medida pelo montante de capital exportado), a disparidade entre os países centrais, periféricos e semiperiféricos, o que contribuiu para uma maior uniformização dos padrões tecnológicos da produção industrial global.
E
A China tem investido no setor petrolífero de países da África subsaariana, dando vazão à massa de capital disponível para investimentos oriunda da expansão industrial e como meio de suprir as crescentes necessidades energéticas do país.
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CÁSPER LÍBERO 2010 - Geografia - Geografia Econômica

Quando o autor afirma a existência de uma permanente “tendência ao desequilíbrio de nossas contas externas, embora apresentando-se agora sob novas formas” refere-se à posição subordinada em que o Brasil insere-se nas relações econômicas internacionais em dois momentos da história do país. Essa subordinação:

Tomando como base a história do capitalismo brasileiro e o processo de globalização comparados com o texto abaixo (publicado originalmente em 1966), responda à questão.


“Em conclusão, apesar das grandes transformações por que passou a economia brasileira, e que se vêm acentuando nestes últimos decênios, ela não logrou superar algumas de suas principais debilidades originárias, e libertar-se de sua dependência e subordinação no que respeita ao sistema econômico e financeiro internacional de que participa e em que figura em posição periférica e marginal. /.../ é um progresso que pela maneira como se realiza , ou se realizou até hoje, se anula em boa parte e se autolimita, encerrando-se em estreitas perspectivas. Isso porque se subordina a circunstâncias que, embora aparentemente distintas do antigo sistema colonial, guardam com esse sistema, na sua essência, uma grande semelhança. /.../ Em suma, /.../ o antigo sistema colonial em que se constituiu e evoluiu a economia brasileira, apesar de todo o progresso e as transformações realizadas, fundamentalmente se manteve, embora modificado e adotando formas diferentes. E o processo de integração econômica nacional, embora se apresente maduro para sua completa e definitiva eclosão, se mostra incapaz de chegar a termo e se debate em contradições que não consegue superar. Das contradições que no passado solapavam a economia brasileira, passamos a outras de natureza diferente, mas nem por isso menos graves. Essas contradições se manifestam sobretudo, e agudamente, como vimos, na permanência, e até no agravamento da tendência ao desequilíbrio de nossas contas externas, embora apresentando-se agora sob novas formas, e implicando diretamente a ação imperialista. São as nossas relações financeiras com o sistema internacional do capitalismo – e nisso se distingue a nossa situação atual da do passado – que comandam o mecanismo das contas externas do país. Não são mais unicamente as vicissitudes da exportação brasileira, como ocorria anteriormente, que determinam o estado daquelas contas. E sim sobretudo e decisivamente os fluxos de capitais controlados do exterior e que sob diversas formas (inversões, financiamentos, empréstimos, amortizações, rendimentos etc.) se fazem num e noutro sentido em função dos interesses da finança internacional. Ou por fatores de ordem política que em última instância também se orientam por aqueles interesses”.
PRADO, Jr. Caio. A revolução brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1966.  
A
Configura-se com o advento do imperialismo, quando o domínio dos países centrais passa a realizar-se por meio da exportação de capitais, e não apenas pelas relações comerciais.
B
Mantém os traços coloniais do país expressos na agroexportação, que são alvo de oposição por parte dos grupos que se beneficiam do desenvolvimento industrial após 1964.
C
É amenizada a partir da década de 1990, quando a desregulamentação mundial dos mercados dissolve a dominação política do país e confere ao capital nacional condições de reprodução próximas às do capital internacional.
D
É comum nos dois momentos quanto ao atraso relativo do desenvolvimento econômico nacional, que coloca o país em desvantagem comparativa na concorrência internacional nesses dois momentos distintos.
E
Não é política nesses dois momentos da história, mas determinada diretamente pelo capital mercantil europeu, no primeiro, e pelo capital financeiro internacional, no segundo.
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CÁSPER LÍBERO 2009 - Geografia - Produção e consumo no Brasil, Energia

Assinale a alternativa correta sobre a exploração de petróleo no Brasil.

A
O Brasil possui uma única companhia que prospecta jazidas de petróleo e gás natural nos campos marítimos e terrestres.
B
A produção no mar brasileiro é lucrativa, porque seu custo é inferior ao da maior parte do mundo, exigindo pouco desenvolvimento de tecnologia específica.
C
Em termos físicos, o Brasil tornou-se autossuficiente em abril de 2006 e, desde então, quantitativamente manteve o equilíbrio, apesar de as necessidades qualitativas do refino exigirem a importação de petróleo de diferentes tipos para adequar o perfil da oferta interna ao do consumo.
D
Os petróleos importados (leves) são mais baratos que os exportados. Por isso, o país vem tendo nos últimos anos um superávit comercial, que foi de 2,9 bilhões de dólares em 2008.
E
O Brasil atingiu a autossuficiência física e tem mantido favorável a balança comercial de petróleo e derivados, em decorrência do início das operações na camada do pré-sal.
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CÁSPER LÍBERO 2009 - Geografia - Globalização

Assinale a alternativa correta sobre o contexto mundial contemporâneo no qual está inserida a classe trabalhadora.

A partir da leitura do texto “De volta à condição proletária”, de Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, responda à questão.


“Berço histórico do chamado ‘novo sindicalismo’ brasileiro, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemorou 50 anos de existência no último dia 12 de maio. É praticamente impossível lembrar dessa efeméride sem associá-la àquele movimento grevista do ano de 1978 que renovou o cenário político brasileiro catalisando o fim da ditadura e impulsionando a luta pela redemocratização do país por meio, principalmente, da criação do Partido dos Trabalhadores (PT) – e, posteriormente, da Central Única dos Trabalhadores (CUT). (…) Amalgamada pelo desenvolvimento industrial acelerado, pelo despotismo fabril, por condições de trabalho degradantes, pelo autoritarismo estatal e por intensos fluxos migratórios, essa ‘nova’ classe trabalhadora fordista, periférica, do ABC paulista não tardaria a contradizer os prognósticos sociológicos do início dos anos 1970. Em vez de politicamente ‘passiva’, pois carente de ‘tradições’ organizativas, ela seria militante e rebelde. (…) Contudo, como indicava a filósofa Simone Weil, ‘a condição operária muda continuamente’ (…)
As razões para o desmanche da classe mobilizada e o retorno a uma condição proletária indiferenciada são conhecidas e enlaçam processos econômicos, políticos e simbólicos. Indo do geral ao particular, parece-nos que a mundialização capitalista, tendo os mercados financeiros à frente, responde por parte substantiva dos motivos que geraram essa realidade. Nos países capitalistas avançados, após a longa transição dos anos 1970, a entrada em cena de quantidades desmedidas de capitais financeiros – na forma de fundos de pensão, fundos mútuos, seguros e fundos hedge – reconfigurou o modelo de desenvolvimento fordista que vigorava até então. Resultante da desregulamentação dos mercados de capitais e da contraonfesiva política neoliberal, somadas ao desenvolvimento das tecnologias da informação, um novo regime de acumulação financeirizado emergiu para restabelecer a lucratividade da empresas. (…)
No Brasil, a década de 1990 foi marcada por essas características. As transformações produtivas incrementaram o desemprego e degradaram o ambiente laboral, desestruturando ainda mais nosso mercado de trabalho. O aumento da concorrência entre os trabalhadores foi acompanhado pela multiplicação das formas, até então atípicas, de contratação de trabalho. (…)
Uma imagem capaz de ilustrar com nitidez o especial significado das transformações do mundo do trabalho no Brasil contemporâneo talvez seja a da ocupação que mais cresceu em termos numéricos nos anos recentes: os operários de telemarketing. Amalgamado pelos investimentos no setor de serviços, pelas privatizações, pelas tercerizações, pela rotatividade, pela informatização e pela financeirização das empresas, esse ‘infoproletariado’, carente de tradições organizativas e, portanto, despolitizado e com baixa aparição coletiva na cena pública, é a verdadeira antítese da classe mobilizada das greves de 1978”.
“De volta à condição proletária”, Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, Revista Cult, ano 12, número 139. Texto adaptado.
A
Trata-se da intensificação do processo de globalização do capital, facilitado pela queda do chamado socialismo real, que, por sua vez, marca o fim da bipolaridade mundial.
B
Trata-se de um mundo multipolar, expresso pela Guerra Fria e pela democracia no Cone Sul da América do Sul, sob a liderança dos Estados Unidos.
C
Trata-se da transição de um mundo bipolar, marcado pela Guerra Fria, para um mundo multipolar, no qual predomina a chamada organização fordista do trabalho.
D
Trata-se de um espaço mundial hegemonizado por duas potências com distintas orientações ideológicas que garantem a democracia e a estabilidade política nos países aliados.
E
Trata-se de um mundo bipolar pautado na relação Norte/Sul, sob hegemonia dos EUA e da China, que se beneficiam da mão-de-obra barata.
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CÁSPER LÍBERO 2009 - Geografia - Industrialização, Indústria mundial contemporânea

Assinale a alternativa correta sobre a cidade de Detroit, ex-símbolo da indústria automobilística mundial.

A partir da leitura do texto “De volta à condição proletária”, de Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, responda à questão.


“Berço histórico do chamado ‘novo sindicalismo’ brasileiro, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemorou 50 anos de existência no último dia 12 de maio. É praticamente impossível lembrar dessa efeméride sem associá-la àquele movimento grevista do ano de 1978 que renovou o cenário político brasileiro catalisando o fim da ditadura e impulsionando a luta pela redemocratização do país por meio, principalmente, da criação do Partido dos Trabalhadores (PT) – e, posteriormente, da Central Única dos Trabalhadores (CUT). (…) Amalgamada pelo desenvolvimento industrial acelerado, pelo despotismo fabril, por condições de trabalho degradantes, pelo autoritarismo estatal e por intensos fluxos migratórios, essa ‘nova’ classe trabalhadora fordista, periférica, do ABC paulista não tardaria a contradizer os prognósticos sociológicos do início dos anos 1970. Em vez de politicamente ‘passiva’, pois carente de ‘tradições’ organizativas, ela seria militante e rebelde. (…) Contudo, como indicava a filósofa Simone Weil, ‘a condição operária muda continuamente’ (…)
As razões para o desmanche da classe mobilizada e o retorno a uma condição proletária indiferenciada são conhecidas e enlaçam processos econômicos, políticos e simbólicos. Indo do geral ao particular, parece-nos que a mundialização capitalista, tendo os mercados financeiros à frente, responde por parte substantiva dos motivos que geraram essa realidade. Nos países capitalistas avançados, após a longa transição dos anos 1970, a entrada em cena de quantidades desmedidas de capitais financeiros – na forma de fundos de pensão, fundos mútuos, seguros e fundos hedge – reconfigurou o modelo de desenvolvimento fordista que vigorava até então. Resultante da desregulamentação dos mercados de capitais e da contraonfesiva política neoliberal, somadas ao desenvolvimento das tecnologias da informação, um novo regime de acumulação financeirizado emergiu para restabelecer a lucratividade da empresas. (…)
No Brasil, a década de 1990 foi marcada por essas características. As transformações produtivas incrementaram o desemprego e degradaram o ambiente laboral, desestruturando ainda mais nosso mercado de trabalho. O aumento da concorrência entre os trabalhadores foi acompanhado pela multiplicação das formas, até então atípicas, de contratação de trabalho. (…)
Uma imagem capaz de ilustrar com nitidez o especial significado das transformações do mundo do trabalho no Brasil contemporâneo talvez seja a da ocupação que mais cresceu em termos numéricos nos anos recentes: os operários de telemarketing. Amalgamado pelos investimentos no setor de serviços, pelas privatizações, pelas tercerizações, pela rotatividade, pela informatização e pela financeirização das empresas, esse ‘infoproletariado’, carente de tradições organizativas e, portanto, despolitizado e com baixa aparição coletiva na cena pública, é a verdadeira antítese da classe mobilizada das greves de 1978”.
“De volta à condição proletária”, Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, Revista Cult, ano 12, número 139. Texto adaptado.
A
O auge da cidade de Detroit ocorreu na década de 50, com quase dois milhões de habitantes. Mas o fenômeno Katrina, que varreu a cidade, e a crise imobiliária desencadearam altos índices de inadimplência e de criminalidade, com muitas casas abandonadas e/ou ocupadas por viciados em crack.
B
A decadência da cidade de Detroit decorre da emergência de áreas “high-tech”, pósserviço, como Filadélfia e Durham, que estão perdendo usinas siderúrgicas e fábricas têxteis, forçando milhares de trabalhadores para as filas do auxílio-desemprego.
C
Desde o pioneirismo da linha de produção de Henry Ford, que fundou o império automobilístico americano, é a primeira vez que o american way of life da cidade de Detroit é questionado.
D
Com um custo de mão-de-obra de 70 dólares por hora, planos de saúde integrais e vitalícios e sindicatos combativos, a cidade de Detroit acabou afugentando, na década de 80, as montadoras General Motors, Ford e Chrysler, que se transferiram para a China, a Índia e o Brasil.
E
A próspera Detroit, que outrora foi palco da pujança da indústria automobilística, da produção dos tanques e veículos que abasteciam os aliados durante a Segunda Guerra, momento no qual foi denominada de “arsenal da democracia”, exibe hoje uma atmosfera desoladora: desemprego em massa, criminalidade e degradação da vida urbana.
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CÁSPER LÍBERO 2009 - Geografia - Industrialização, Histórico

“Nos anos 20, Henry Ford fabricava mais de dois milhões de automóveis por ano, cada um idêntico nos mínimos detalhes ao anterior e ao próximo da linha de montagem. Certa vez, Ford comentou ironicamente que seus clientes podiam escolher qualquer cor que quisessem para seu modelo T, contanto que fosse preto. Este princípio de produtos padronizados fabricados em massa definiu a regra para a industrialização, por mais de meio século” (Jeremy Rifkin, O fim dos empregos: o declínio dos níveis dos empregos e a redução da força global de trabalho). Sobre o conceito de fordismo, é correto afirmar:

A partir da leitura do texto “De volta à condição proletária”, de Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, responda à questão.


“Berço histórico do chamado ‘novo sindicalismo’ brasileiro, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemorou 50 anos de existência no último dia 12 de maio. É praticamente impossível lembrar dessa efeméride sem associá-la àquele movimento grevista do ano de 1978 que renovou o cenário político brasileiro catalisando o fim da ditadura e impulsionando a luta pela redemocratização do país por meio, principalmente, da criação do Partido dos Trabalhadores (PT) – e, posteriormente, da Central Única dos Trabalhadores (CUT). (…) Amalgamada pelo desenvolvimento industrial acelerado, pelo despotismo fabril, por condições de trabalho degradantes, pelo autoritarismo estatal e por intensos fluxos migratórios, essa ‘nova’ classe trabalhadora fordista, periférica, do ABC paulista não tardaria a contradizer os prognósticos sociológicos do início dos anos 1970. Em vez de politicamente ‘passiva’, pois carente de ‘tradições’ organizativas, ela seria militante e rebelde. (…) Contudo, como indicava a filósofa Simone Weil, ‘a condição operária muda continuamente’ (…)
As razões para o desmanche da classe mobilizada e o retorno a uma condição proletária indiferenciada são conhecidas e enlaçam processos econômicos, políticos e simbólicos. Indo do geral ao particular, parece-nos que a mundialização capitalista, tendo os mercados financeiros à frente, responde por parte substantiva dos motivos que geraram essa realidade. Nos países capitalistas avançados, após a longa transição dos anos 1970, a entrada em cena de quantidades desmedidas de capitais financeiros – na forma de fundos de pensão, fundos mútuos, seguros e fundos hedge – reconfigurou o modelo de desenvolvimento fordista que vigorava até então. Resultante da desregulamentação dos mercados de capitais e da contraonfesiva política neoliberal, somadas ao desenvolvimento das tecnologias da informação, um novo regime de acumulação financeirizado emergiu para restabelecer a lucratividade da empresas. (…)
No Brasil, a década de 1990 foi marcada por essas características. As transformações produtivas incrementaram o desemprego e degradaram o ambiente laboral, desestruturando ainda mais nosso mercado de trabalho. O aumento da concorrência entre os trabalhadores foi acompanhado pela multiplicação das formas, até então atípicas, de contratação de trabalho. (…)
Uma imagem capaz de ilustrar com nitidez o especial significado das transformações do mundo do trabalho no Brasil contemporâneo talvez seja a da ocupação que mais cresceu em termos numéricos nos anos recentes: os operários de telemarketing. Amalgamado pelos investimentos no setor de serviços, pelas privatizações, pelas tercerizações, pela rotatividade, pela informatização e pela financeirização das empresas, esse ‘infoproletariado’, carente de tradições organizativas e, portanto, despolitizado e com baixa aparição coletiva na cena pública, é a verdadeira antítese da classe mobilizada das greves de 1978”.
“De volta à condição proletária”, Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, Revista Cult, ano 12, número 139. Texto adaptado.
A
Trata-se de um modelo de produção que, comparado à produção em massa, combina novas técnicas gerenciais e utiliza metade dos recursos humanos e materiais, com base no princípio justin-time.
B
Trata-se de uma forma específica de organização do processo de trabalho industrial que aprimorou os princípios tayloristas e introduziu novos, segundo o qual a concepção e o ritmo de produção escapam ao controle do trabalhador, que executa tarefas pré-definidas de modo repetitivo.
C
Trata-se de um modelo de produção apoiado no trabalho de equipe polivalente e concebido para extrair o máximo da capacidade elaborativa de todas as pessoas envolvidas no processo de produção do automóvel.
D
Trata-se de um modelo de engenharia cooperativa baseado na ideia de que a projeção de uma nova mercadoria depende do trabalho conjunto, sintonizado e articulado de todos os trabalhadores, durante todas as etapas: projeto, produção, distribuição, marketing e vendas.
E
Trata-se de um modelo apoiado no princípio clássico taylorista de administração científica que suprime a tradicional hierarquia gerencial pelo trabalho em equipes polivalentes, situadas diretamente na produção.
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CÁSPER LÍBERO 2009 - Geografia - Geografia Econômica

Observe atentamente a imagem ao lado e assinale a alternativa que apresenta correspondência de sentido entre ela, o texto “De volta à condição proletária” e o episódio do G-20.



Imagem de uma das manifestações ocorridas em Londres, durante a Cúpula de Líderes do G-20 financeiro, em abril de 2009.

A partir da leitura do texto “De volta à condição proletária”, de Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, responda à questão.


“Berço histórico do chamado ‘novo sindicalismo’ brasileiro, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemorou 50 anos de existência no último dia 12 de maio. É praticamente impossível lembrar dessa efeméride sem associá-la àquele movimento grevista do ano de 1978 que renovou o cenário político brasileiro catalisando o fim da ditadura e impulsionando a luta pela redemocratização do país por meio, principalmente, da criação do Partido dos Trabalhadores (PT) – e, posteriormente, da Central Única dos Trabalhadores (CUT). (…) Amalgamada pelo desenvolvimento industrial acelerado, pelo despotismo fabril, por condições de trabalho degradantes, pelo autoritarismo estatal e por intensos fluxos migratórios, essa ‘nova’ classe trabalhadora fordista, periférica, do ABC paulista não tardaria a contradizer os prognósticos sociológicos do início dos anos 1970. Em vez de politicamente ‘passiva’, pois carente de ‘tradições’ organizativas, ela seria militante e rebelde. (…) Contudo, como indicava a filósofa Simone Weil, ‘a condição operária muda continuamente’ (…)
As razões para o desmanche da classe mobilizada e o retorno a uma condição proletária indiferenciada são conhecidas e enlaçam processos econômicos, políticos e simbólicos. Indo do geral ao particular, parece-nos que a mundialização capitalista, tendo os mercados financeiros à frente, responde por parte substantiva dos motivos que geraram essa realidade. Nos países capitalistas avançados, após a longa transição dos anos 1970, a entrada em cena de quantidades desmedidas de capitais financeiros – na forma de fundos de pensão, fundos mútuos, seguros e fundos hedge – reconfigurou o modelo de desenvolvimento fordista que vigorava até então. Resultante da desregulamentação dos mercados de capitais e da contraonfesiva política neoliberal, somadas ao desenvolvimento das tecnologias da informação, um novo regime de acumulação financeirizado emergiu para restabelecer a lucratividade da empresas. (…)
No Brasil, a década de 1990 foi marcada por essas características. As transformações produtivas incrementaram o desemprego e degradaram o ambiente laboral, desestruturando ainda mais nosso mercado de trabalho. O aumento da concorrência entre os trabalhadores foi acompanhado pela multiplicação das formas, até então atípicas, de contratação de trabalho. (…)
Uma imagem capaz de ilustrar com nitidez o especial significado das transformações do mundo do trabalho no Brasil contemporâneo talvez seja a da ocupação que mais cresceu em termos numéricos nos anos recentes: os operários de telemarketing. Amalgamado pelos investimentos no setor de serviços, pelas privatizações, pelas tercerizações, pela rotatividade, pela informatização e pela financeirização das empresas, esse ‘infoproletariado’, carente de tradições organizativas e, portanto, despolitizado e com baixa aparição coletiva na cena pública, é a verdadeira antítese da classe mobilizada das greves de 1978”.
“De volta à condição proletária”, Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, Revista Cult, ano 12, número 139. Texto adaptado.
A
Estabelecido em 1999, justamente para lidar com a crise da Ásia, o G-20, grupo dos países emergentes, credencia-se, mais que o G-8, pela sua competência em temas do desenvolvimento e do desemprego, a centralizar as decisões sobre a crise atual. Por isso, o G-20 contou com o apoio de diversos movimentos sociais, em Londres.
B
Uma vez que a preocupação central do G-20 era com o sistema financeiro internacional (e não com a situação da classe trabalhadora e com o futuro do planeta), o encontro em Londres foi alvo de intensos protestos, entre os quais uma marcha formada por diversas organizações sociais, batizada de Put People First: for jobs, justice and climate (em tradução livre, “As pessoas em primeiro lugar: por trabalho, justiça e boas condições climáticas”).
C
O G-20, formado em 2003, legitima o peso dos países emergentes, que, com a crise econômica internacional e o recrudescimento do desemprego, têm lutado pela criação de novos postos de trabalho com carteira assinada, obtendo, em Londres, o apoio de diversos grupos ambientalistas.
D
O G-20, formado pelas principais economias do mundo (G-8, Brasil, Argentina, México, China, Índia, África do Sul, Indonésia, Coreia, Turquia e Austrália, entre outros), busca a segurança alimentar mundial como saída para a crise global, daí receber o apoio de movimentações sociais distintas.
E
Estabelecido em 2003, na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Cancún, no México, o G-20 vem lutando contra o protecionismo dos países ricos e pela ampliação do emprego formal nos países em desenvolvimento. As organizações sociais de apoio ao G-20, em Londres, foram fortemente reprimidas pela polícia londrina.