Questão 6ce90a4c-eb
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Observe atentamente a imagem
ao lado e assinale
a alternativa que
apresenta correspondência de
sentido entre ela,
o texto “De volta
à condição proletária” e o episódio
do G-20.
Imagem de uma das manifestações ocorridas em Londres, durante a Cúpula de
Líderes do G-20 financeiro, em abril de 2009.
Observe atentamente a imagem
ao lado e assinale
a alternativa que
apresenta correspondência de
sentido entre ela,
o texto “De volta
à condição proletária” e o episódio
do G-20.
Imagem de uma das manifestações ocorridas em Londres, durante a Cúpula de
Líderes do G-20 financeiro, em abril de 2009.
A partir da leitura do texto “De volta à condição proletária”, de Ruy Braga e Marco
Aurélio Santana, responda à questão.
“Berço histórico do chamado ‘novo sindicalismo’ brasileiro, o Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC comemorou 50 anos de existência no último dia 12 de maio. É praticamente
impossível lembrar dessa efeméride sem associá-la àquele movimento grevista do ano de
1978 que renovou o cenário político brasileiro catalisando o fim da ditadura e impulsionando a luta pela redemocratização do país por meio, principalmente, da criação do Partido
dos Trabalhadores (PT) – e, posteriormente, da Central Única dos Trabalhadores (CUT). (…)
Amalgamada pelo desenvolvimento industrial acelerado, pelo despotismo fabril, por
condições de trabalho degradantes, pelo autoritarismo estatal e por intensos fluxos migratórios, essa ‘nova’ classe trabalhadora fordista, periférica, do ABC paulista não tardaria a
contradizer os prognósticos sociológicos do início dos anos 1970. Em vez de politicamente
‘passiva’, pois carente de ‘tradições’ organizativas, ela seria militante e rebelde. (…)
Contudo, como indicava a filósofa Simone Weil, ‘a condição operária muda continuamente’ (…)
As razões para o desmanche da classe mobilizada e o retorno a uma condição proletária
indiferenciada são conhecidas e enlaçam processos econômicos, políticos e simbólicos. Indo
do geral ao particular, parece-nos que a mundialização capitalista, tendo os mercados financeiros à frente, responde por parte substantiva dos motivos que geraram essa realidade.
Nos países capitalistas avançados, após a longa transição dos anos 1970, a entrada em
cena de quantidades desmedidas de capitais financeiros – na forma de fundos de pensão,
fundos mútuos, seguros e fundos hedge – reconfigurou o modelo de desenvolvimento
fordista que vigorava até então. Resultante da desregulamentação dos mercados de capitais e da contraonfesiva política neoliberal, somadas ao desenvolvimento das tecnologias
da informação, um novo regime de acumulação financeirizado emergiu para restabelecer a
lucratividade da empresas. (…)
No Brasil, a década de 1990 foi marcada por essas características. As transformações
produtivas incrementaram o desemprego e degradaram o ambiente laboral, desestruturando ainda mais nosso mercado de trabalho. O aumento da concorrência entre os trabalhadores foi acompanhado pela multiplicação das formas, até então atípicas, de contratação
de trabalho. (…)
Uma imagem capaz de ilustrar com nitidez o especial significado das transformações do
mundo do trabalho no Brasil contemporâneo talvez seja a da ocupação que mais cresceu
em termos numéricos nos anos recentes: os operários de telemarketing. Amalgamado
pelos investimentos no setor de serviços, pelas privatizações, pelas tercerizações, pela rotatividade, pela informatização e pela financeirização das empresas, esse ‘infoproletariado’,
carente de tradições organizativas e, portanto, despolitizado e com baixa aparição coletiva
na cena pública, é a verdadeira antítese da classe mobilizada das greves de 1978”.
“De volta à condição proletária”, Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, Revista Cult, ano 12, número
139. Texto adaptado.
A partir da leitura do texto “De volta à condição proletária”, de Ruy Braga e Marco
Aurélio Santana, responda à questão.
“Berço histórico do chamado ‘novo sindicalismo’ brasileiro, o Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC comemorou 50 anos de existência no último dia 12 de maio. É praticamente
impossível lembrar dessa efeméride sem associá-la àquele movimento grevista do ano de
1978 que renovou o cenário político brasileiro catalisando o fim da ditadura e impulsionando a luta pela redemocratização do país por meio, principalmente, da criação do Partido
dos Trabalhadores (PT) – e, posteriormente, da Central Única dos Trabalhadores (CUT). (…)
Amalgamada pelo desenvolvimento industrial acelerado, pelo despotismo fabril, por
condições de trabalho degradantes, pelo autoritarismo estatal e por intensos fluxos migratórios, essa ‘nova’ classe trabalhadora fordista, periférica, do ABC paulista não tardaria a
contradizer os prognósticos sociológicos do início dos anos 1970. Em vez de politicamente
‘passiva’, pois carente de ‘tradições’ organizativas, ela seria militante e rebelde. (…)
Contudo, como indicava a filósofa Simone Weil, ‘a condição operária muda continuamente’ (…)
As razões para o desmanche da classe mobilizada e o retorno a uma condição proletária
indiferenciada são conhecidas e enlaçam processos econômicos, políticos e simbólicos. Indo
do geral ao particular, parece-nos que a mundialização capitalista, tendo os mercados financeiros à frente, responde por parte substantiva dos motivos que geraram essa realidade.
Nos países capitalistas avançados, após a longa transição dos anos 1970, a entrada em
cena de quantidades desmedidas de capitais financeiros – na forma de fundos de pensão,
fundos mútuos, seguros e fundos hedge – reconfigurou o modelo de desenvolvimento
fordista que vigorava até então. Resultante da desregulamentação dos mercados de capitais e da contraonfesiva política neoliberal, somadas ao desenvolvimento das tecnologias
da informação, um novo regime de acumulação financeirizado emergiu para restabelecer a
lucratividade da empresas. (…)
No Brasil, a década de 1990 foi marcada por essas características. As transformações
produtivas incrementaram o desemprego e degradaram o ambiente laboral, desestruturando ainda mais nosso mercado de trabalho. O aumento da concorrência entre os trabalhadores foi acompanhado pela multiplicação das formas, até então atípicas, de contratação
de trabalho. (…)
Uma imagem capaz de ilustrar com nitidez o especial significado das transformações do
mundo do trabalho no Brasil contemporâneo talvez seja a da ocupação que mais cresceu
em termos numéricos nos anos recentes: os operários de telemarketing. Amalgamado
pelos investimentos no setor de serviços, pelas privatizações, pelas tercerizações, pela rotatividade, pela informatização e pela financeirização das empresas, esse ‘infoproletariado’,
carente de tradições organizativas e, portanto, despolitizado e com baixa aparição coletiva
na cena pública, é a verdadeira antítese da classe mobilizada das greves de 1978”.
“De volta à condição proletária”, Ruy Braga e Marco Aurélio Santana, Revista Cult, ano 12, número
139. Texto adaptado.
A
Estabelecido em
1999, justamente
para lidar com a crise da Ásia, o G-20, grupo dos países emergentes, credencia-se, mais que o G-8,
pela sua competência em temas do desenvolvimento e do desemprego, a centralizar as decisões
sobre a crise atual. Por isso, o G-20 contou com o apoio de diversos movimentos sociais, em Londres.
B
Uma vez que a preocupação central do G-20 era com o sistema financeiro internacional (e
não com a situação da classe trabalhadora e com o futuro do planeta), o encontro em Londres
foi alvo de intensos protestos, entre os quais uma marcha formada por diversas organizações
sociais, batizada de Put People First: for jobs, justice and climate (em tradução livre, “As
pessoas em primeiro lugar: por trabalho, justiça e boas condições climáticas”).
C
O G-20, formado em 2003, legitima o peso dos países emergentes, que, com a crise
econômica internacional e o recrudescimento do desemprego, têm lutado pela criação de
novos postos de trabalho com carteira assinada, obtendo, em Londres, o apoio de diversos
grupos ambientalistas.
D
O G-20, formado pelas principais economias do mundo (G-8, Brasil, Argentina, México,
China, Índia, África do Sul, Indonésia, Coreia, Turquia e Austrália, entre outros), busca
a segurança alimentar mundial como saída para a crise global, daí receber o apoio de
movimentações sociais distintas.
E
Estabelecido em 2003, na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC),
realizada em Cancún, no México, o G-20 vem lutando contra o protecionismo dos países
ricos e pela ampliação do emprego formal nos países em desenvolvimento. As organizações
sociais de apoio ao G-20, em Londres, foram fortemente reprimidas pela polícia londrina.