O poema de Álvares de Azevedo, escrito em 1851,
incorpora marcas próprias da poesia romântica.
Considerando o contexto histórico e a produção
literária desse autor, analise as afirmativas a seguir.
1) Apesar de parecer distante e inalcançável, a
mulher amada surge como uma idealização
fortemente erótica, voltada tão somente para a
realização sexual do eu lírico.
2) O eu lírico fala da morte como algo positivo; mais
do que retórica, a atração pela morte é parte do
“mal do século”, traço comum à segunda geração
romântica.
3) Expressões como “pálida virgem”, “alma infantil”
e “um anjo” reforçam um ideal em que a mulher é
associada a algo etéreo e puro, distante,
portanto, do amor físico.
4) O eu lírico encara a realização amorosa não
como algo possível ou iminente, mas como algo
que permanece no plano do desejo e do sonho.
Estão corretas:
2) O eu lírico fala da morte como algo positivo; mais do que retórica, a atração pela morte é parte do “mal do século”, traço comum à segunda geração romântica.
3) Expressões como “pálida virgem”, “alma infantil” e “um anjo” reforçam um ideal em que a mulher é associada a algo etéreo e puro, distante, portanto, do amor físico.
4) O eu lírico encara a realização amorosa não como algo possível ou iminente, mas como algo que permanece no plano do desejo e do sonho.
TEXTO 5
Ah! vem, pálida virgem, se tens pena
De quem morre por ti, e morre amando,
Dá vida em teu alento à minha vida,
Une nos lábios meus minh’alma à tua!
Eu quero ao pé de ti sentir o mundo
Sentir as virações do paraíso;
E a teus pés, de joelhos, crer ainda
Que não mente o amor que um anjo inspira,
Que eu posso na tu’alma ser ditoso,
Beijar-te nos cabelos soluçando
E no teu seio ser feliz morrendo!
AZEVEDO, Álvares de. In. Noite na taverna e
Poemas escolhidos (de Lira dos vinte anos).
São Paulo: Moderna, 1994. p. 74.