Questõesde ENEM 2016 sobre Filosofia

1
1
1
Foram encontradas 20 questões
9577c986-31
ENEM 2016 - Filosofia - Os Pré-Socráticos, Filosofia e a Grécia Antiga

Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo — terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo —, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa.

DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.


O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a principal preocupação filosófica era de ordem

A
cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da natureza.
B
política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
C
ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
D
estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis.
E
hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade.
95749f5a-31
ENEM 2016 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

O aparecimento da pólis, situado entre os séculos VIII e VII a.C., constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma nova, cuja originalidade foi plenamente sentida pelos gregos, manifestando-se no surgimento da filosofia.

VERNANT, J.-P As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004 (adaptado).


Segundo Vernant, a filosofia na antiga Grécia foi resultado do(a)

A
constituição do regime democrático.
B
contato dos gregos com outros povos.
C
desenvolvimento no campo das navegações.
D
aparecimento de novas instituições religiosas.
E
surgimento da cidade como organização social.
95220db9-31
ENEM 2016 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história dafilosofia política. São Paulo:WMF, 2012 (adaptado).


O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como

A
alienação ideológica.
B
microfísica do poder.
C
estado de natureza.
D
contrato social.
E
vontade geral.
951ec2ed-31
ENEM 2016 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de uma filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles — até então vista sob suspeita pela Igreja —, mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da obra aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período.

MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.


A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a obra aristotélica

A
valorizar a investigação científica, contrariando certos dogmas religiosos.
B
declarara inexistência de Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.
C
criticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras instituições religiosas.
D
evocar pensamentos de religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.
E
contribuir para o desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.
950efd8e-31
ENEM 2016 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: “Este objeto que estou vendo agora tem tendência para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior”. Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.

PLATÃO. Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.


Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica

A
estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.
B
comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
C
descrever corretamente as características do objeto observado.
D
fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
E
identificar outro exemplar idêntico ao observado.
41744da2-be
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Fundamos, como afirmam alguns cientistas, o antropoceno: uma nova era geológica com altíssimo poder de destruição, fruto dos últimos séculos que significaram um transtorno perverso do equilíbrio do sistema-Terra. Como enfrentar esta nova situação nunca ocorrida antes de forma globalizada e profunda? Temos pessoalmente trabalhado os paradigmas da sustentabilidade e do cuidado como relação amigável e cooperativa para com a natureza. Queremos, agora, agregar a ética da responsabilidade.

BOFF, L. Responsabilidade coletiva. Disponível em: http://leonardoboff.wordpress.com. Acesso em: 14 maio 2013.

A ética da responsabilidade protagonizada pelo filósofo alemão Hans Jonas e reinvindicada no texto é expressa pela máxima:

A
"A tua ação possa valer como norma para todos os homens."
B
"A norma aceita por todos advenha da ação comunicativa e do discurso."
C
"A tua ação possa produzir a máxima felicidade para a maioria das pessoas."
D
"O teu agir almeje alcançar determinados fins que possam justificar os meios."
E
"O efeito de tuas ações não destrua a possibilidade futura da vida das novas gerações."
41627e80-be
ENEM 2016 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro modo, nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento científico envolve demonstração, mas não há demonstração de coisas cujos primeiros princípios são variáveis (pois todas elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível deliberar sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem arte: nem ciência, porque aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem arte, porque o agir e o produzir são duas espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a alternativa de ser ela uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas ou más para o homem.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela difere-se dos outros saberes porque é caracterizada como

A
conduta definida pela capacidade racional de escolha.
B
capacidade de escolher de acordo com padrões científicos.
C
conhecimento das coisas importantes para a vida do homem.
D
técnica que tem como resultado a produção de boas ações.
E
política estabelecida de acordo com padrões democráticos de deliberação.
414bd3f5-be
ENEM 2016 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

TEXTO I

Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar.

HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

TEXTO II

Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil . Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)

A
condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.
B
organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.
C
capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.
D
situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.
E
estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.
4148741c-be
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

                                    

O texto compara hipoteticamente dois padrões morais que divergem por se basearem respectivamente em 

A
satisfação pessoal e valores tradicionais.
B
relativismo cultural e postura ecumênica.
C
tranquilidade espiritual e costumes liberais.
D
realização profissional e culto à personalidade .
E
engajamento político e princípios nacionalistas.
412ec2c3-be
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Pode-se admitir que a experiência passada dá somente uma informação direta e segura sobre determinados objetos em determinados períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, é esta a principal questão sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. O pão que outrora comi alimentou-me, isto é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue-se daí que este outro pão deve também alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequência não parece de nenhum modo necessária.

HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.

O problema descrito no texto tem como consequência a

A
universabilidade do conjunto das proposições de observação.
B
normatividade das teorias científicas que se valem da experiência.
C
dificuldade de se fundamentar as leis científicas em bases empíricas.
D
inviabilidade de se considerar a experiência na construção da ciência.
E
correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais.
41218710-be
ENEM 2016 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Os andróginos tentaram escalar o céu para combater os deuses. No entanto, os deuses em um primeiro momento pensam em matá-los de forma sumária. Depois decidem puni-los da forma mais cruel: dividem-nos em dois. Por exemplo, é como se pegássemos um ovo cozido e, com uma linha, dividíssemos ao meio. Desta forma, até hoje as metades separadas buscam reunir-se. Cada um com saudade de sua metade, tenta juntar-se novamente a ela, abraçando-se, enlaçando-se um ao outro, desejando formar um único ser.

PLATÃO. O banquete. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

No trecho da obra O banquete, Platão explicita, por meio de uma alegoria, o

A
bem supremo como fim do homem.
B
prazer perene como fundamento da felicidade.
C
ideal inteligível como transcendência desejada.
D
amor como falta constituinte do ser humano.
E
autoconhecimento como caminho da verdade.
41099750-be
ENEM 2016 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça.

LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado).

De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção

A
identifica indivíduos despreparados para a vida em comum.
B
contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social.
C
estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade.
D

determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes.


E
representa os interesses da coletividade, expressos pela vontade da maioria.
40f2ebaf-be
ENEM 2016 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

O trecho da obra de Sófocles, que expressa o núcleo da tragédia grega, revela o(a)

[...] O SERVIDOR — Diziam se filho do rei...

ÉDIPO — Foi ela quem te entregou a criança?

O SERVIDOR — Foi ela, Senhor.

ÉDIPO — Com que intenção?

O SERVIDOR — Para que eu a matasse.

ÉDIPO — Uma mãe! Mulher desgraçada!

O SERVIDOR — Ela tinha medo de um oráculo dos deuses.

ÉDIPO — O que ele anunciava?

O SERVIDOR — Que essa criança um dia mataria seu pai.

ÉDIPO — Mas por que tu a entregaste a este homem?

O SERVIDOR — Tive piedade dela, mestre. Acreditei que ele a levaria ao país de onde vinha. Ele te salvou a vida, mas para os piores males! Se és realmente aquele de quem ele fala, saibas que nasceste marcado pela infelicidade.

ÉDIPO —Oh! Ai de mim! Então no final tudo seria verdade! Ah! Luz do dia, que eu te veja aqui pela última vez, já que hoje me revelo o filho de quem não devia nascer, o esposo de quem não devia ser, o assassino de quem não deveria matar!

                                                           SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L&PM, 2011. 

A
condenação eterna dos homens pela prática injustificada do incesto.
B
legalismo estatal ao punir com a prisão perpétua o crime de parricídio.
C
busca pela explicação racional sobre os fatos até então desconhecidos.
D
caráter antropomórfico dos deuses na medida em que imitavam os homens.
E
impossibilidade de o homem fugir do destino predeterminado pelos deuses.
d86da23d-a6
ENEM 2016 - Filosofia

Não estou mais pensando como costumava pensar. Percebo isso de modo mais acentuado quando estou lendo. Mergulhar num livro, ou num longo artigo, costumava ser fácil. Isso raramente ocorre atualmente. Agora minha atenção começa a divagar depois de duas ou três páginas. Creio que sei o que está acontecendo. Por mais de uma década venho passando mais tempo on-line, procurando e surfando e algumas vezes acrescentando informação à grande biblioteca da internet. A internet tem sido uma dádiva para um escritor como eu. Pesquisas que antes exigiam dias de procura em jornais ou na biblioteca agora podem ser feitas em minutos. Como disse o teórico da comunicação Marshall McLuhan nos anos 60, a mídia não é apenas um canal passivo para o tráfego de informação. Ela fornece a matéria, mas também molda o processo de pensamento. E o que a net parece fazer é pulverizar minha capacidade de concentração e contemplação.

CARR, N. Is Google making us stupid? Disponível em: www.theatlantic.com. Acesso em: 17 fev. 2013 (adaptado).

Em relação à internet, a perspectiva defendida pelo autor ressalta um paradoxo que se caracteriza por

A
associar uma experiência superficial à abundância de informações.
B
condicionar uma capacidade individual à desorganização da rede.
C
agregar uma tendência contemporânea à aceleração do tempo.
D
aproximar uma mídia inovadora à passividade da recepção.
E
equiparar uma ferramenta digital à tecnologia analógica.
d85cb704-a6
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Filosofia da Cultura

Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar!

NIETZSCHE, F Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro, 1977.

O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que

A
reforça a liberdade do cidadão.
B
desvela os valores do cotidiano.
C
exorta as relações de produção.
D
destaca a decadência da cultura.
E
amplifica o sentimento de ansiedade.
d83f04c3-a6
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto; e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos.

LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988.

O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por:

A
Desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade.
B
Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da vida feliz.
C
Defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza.
D
Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança transcendente.
E
Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem bom e belo.
d82e12a9-a6
ENEM 2016 - Filosofia - Os Pré-Socráticos, Filosofia e a Grécia Antiga

Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das

TEXTO I

      Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne.

 HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado).


TEXTO II

      Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se?

                                        PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).

A
investigações do pensamento sistemático.
B
preocupações do período mitológico.
C
discussões de base ontológica.
D
habilidades da retórica sofística.
E
verdades do mundo sensível.
d823321d-a6
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias.

DESCARTES, R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da

A
investigação de natureza empírica.
B
retomada da tradição intelectual.
C
imposição de valores ortodoxos.
D
autonomia do sujeito pensante.
E
liberdade do agente moral.
d7f56708-a6
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Ser ou não ser — eis a questão.

Morrer — dormir — Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!

Os sonhos que hão de vir no sono da morte

Quando tivermos escapado ao tumulto vital

Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão

Que dá à desventura uma vida tão longa.

SHAKESPEARE, W Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007.

Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfatizar a tensão entre

A
consciência de si e angústia humana.
B
inevitabilidade do destino e incerteza moral.
C
tragicidade da personagem e ordem do mundo.
D
racionalidade argumentativa e loucura iminente.
E
dependência paterna e impossibilidade de ação.
d7e4dd9a-a6
ENEM 2016 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

      Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.

SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à

A
consagração de relacionamentos afetivos.
B
administração da independência interior.
C
fugacidade do conhecimento empírico.
D
liberdade de expressão religiosa.
E
busca de prazeres efêmeros.