Questão 41218710-be
Prova:ENEM 2016
Disciplina:Filosofia
Assunto:Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Os andróginos tentaram escalar o céu para combater os deuses. No entanto, os deuses em um primeiro momento pensam em matá-los de forma sumária. Depois decidem puni-los da forma mais cruel: dividem-nos em dois. Por exemplo, é como se pegássemos um ovo cozido e, com uma linha, dividíssemos ao meio. Desta forma, até hoje as metades separadas buscam reunir-se. Cada um com saudade de sua metade, tenta juntar-se novamente a ela, abraçando-se, enlaçando-se um ao outro, desejando formar um único ser.

PLATÃO. O banquete. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

No trecho da obra O banquete, Platão explicita, por meio de uma alegoria, o

A
bem supremo como fim do homem.
B
prazer perene como fundamento da felicidade.
C
ideal inteligível como transcendência desejada.
D
amor como falta constituinte do ser humano.
E
autoconhecimento como caminho da verdade.

Gabarito comentado

Athos VieiraHistoriador, Mestre em Ciência Política pelo IESP/UERJ e Doutorando em Ciência Política pelo IESP/UERJ
O Banquete é uma das grandes obras platônicas na qual mais uma vez encontramos Sócrates em um debate. Neste caso, o tema que conduz as conversas é o amor. Junto com Sócrates também estão Fedro, Aristófanes e outros convidados que expõem o que acreditam ser o amor e as razões para tal. A descrição citada na questão cabe a Aristófanes para quem o desejo de tornar-se uno novamente, a busca por uma outra parte perdida, como explicada pelo mito citado, caracterizaria esse sentimento. A resposta, portanto, é letra D.

A letra A está equivocada pois o bem supremo para Platão significava a contemplação das coisas como são, capacidade que nossas almas possuem, mas que esquecem no momento da reencarnação, como narrado no Mito de Er em A República.

A letra B está errada, pois Platão discute em Górgias e A República o prazer como uma busca, como insaciedade e não perene.

A letra C está equivocada, pois a teoria do ideal inteligível discorre sobre a dialética platônica que nos conduziria à perfeição através da razão. Aparece com maior detalhes em A República.

A letra E está errada, pois o autoconhecimento caracterizava um modo de se indagar e fazia parte do imaginário grego da época. O Oráculo de Delfos, o mais famoso da região grega, ostentava em seu batente "Conheça-te a ti mesmo" e considerava Sócrates, mestre de Platão, o mais sábio entre os homens.

Gabarito: Letra D.


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