Questõessobre Conceitos Filosóficos

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Foram encontradas 265 questões
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UFPR 2018 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Filosofia da Cultura

A estética corresponde ao ramo da filosofia que se ocupa das manifestações artísticas, buscando apontar, por exemplo, os diferentes critérios e modos como em diferentes momentos ou culturas se percebe e classifica algo como belo, sublime ou agradável. Trata-se, assim, de uma forma de conhecimento que não nega a razão, ao certo, mas que coloca em relevo a forma como ela se relaciona com a imaginação e com a sensibilidade.


A partir do exposto acima, é correto afirmar:

A
Juntamente com a razão, a imaginação e a sensibilidade são fatores indispensáveis para a nossa apreensão do mundo e das coisas.
B
A estética é o campo da filosofia que se ocupa da relação entre o pensamento e a religião.
C
Na estética, a razão predomina sobre a sensibilidade e a imaginação.
D
O sublime e o agradável devem ser apreendidos de forma objetiva pelo raciocínio lógico.
E
Na estética não há lugar para a razão, visto que ela se baseia na sensibilidade e na imaginação.
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UFPR 2018 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ontologia e a Natureza do ser

Em um texto chamado “Resposta à questão: o que é esclarecimento?”, Kant afirma que o “esclarecimento é a saída do homem da menoridade”. Afirma também que a “menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia” e que “o homem é o culpado por esta incapacidade, quando sua causa resulta na falta, não do entendimento, mas de resolução e coragem para fazer uso dele sem a direção de outra pessoa”.

(KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 407.)


Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo do poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam [...]”, referindo-se a um corpo (homem) que se torna ao mesmo tempo analisável e manipulável.

(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. Ligia M. Pondé Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 125.).


Com base nos dois textos e no pensamento desses filósofos, considere as afirmativas abaixo:


1. O Esclarecimento seria uma espécie de menoridade intelectual e corresponderia à afirmação da religião como ponto de partida para o homem tomar suas principais decisões.

2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto os indivíduos são responsáveis por se deixarem dirigir por outros, Foucault trata de mostrar os modos como a sociedade torna o homem manipulável.

3. Tanto Kant quanto Foucault se questionam pelo nível de autonomia do homem, ambos, porém, a partir de abordagens diferentes e chegando a conclusões diferentes.

4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássica favorece o autoconhecimento e a autonomia de pensamento.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
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UFGD 2017 - Filosofia - Ética e Liberdade, Conceitos Filosóficos

Ao afirmarmos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe, mas queremos dizer também que, escolhendo-se, ele escolhe todos os homens. De fato, não há um único de nossos atos que, criando o homem que queremos ser, não esteja criando, simultaneamente, uma imagem do homem tal como julgamos que ele deva ser.

SARTRE, J. P. O Existencialismo é um Humanismo. Edition Nagel, Paris, 1970.


Esse trecho se constitui como uma importante reflexão da ética existencialista, porque

A
traz a questão da escolha para o centro do agir ético, mostrando como nossas escolhas nos constituem e de como nossa responsabilidade sobre elas é maior do que comumente julgamos.
B
mostra como é importante saber o que desejamos e seguir nossos interesses de acordo com nossa individualidade, sem compromissos ou interferências externas.
C
aponta a importância da liberdade, pois o homem é condenado a ser livre, e, enquanto tal, nada pode restringir seu poder de escolha.
D
ao escolhermos a nós mesmos, não temos nenhuma responsabilidade para com as possíveis consequências de nossos atos em relação aos outros.
E
o filósofo avalia que o homem, ao enfatizar a escolha individual, torna-se individualista e incapaz de agir eticamente.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos

Leia a citação a seguir.

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles.

KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarüng). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.

A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia a ausência

A
do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
B
da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
C
da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
D
da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Mito e Filosofia, Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos, Filosofia e a Grécia Antiga

Nietzsche escreveu:

E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo!

NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38.

Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo.

A
O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial.
B
O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas.
C
O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa.
D
O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada.
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UFU-MG 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Razão: Inata ou Adquirida?

Leia o fragmento da obra Lógica para principiantes, de Pedro Abelardo.

Uma palavra universal, entretanto, é aquela que é apta pela sua descoberta para ser predicada singularmente de muitos seres, tal como este nome homem, que se pode ligar com os nomes particulares dos homens segundo a natureza das coisas sujeitas (substâncias) às quais foi imposto.

ABELARDO, P. Lógica para principiantes. Tradução de Ruy Afonso da Costa Nunes. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 230. Coleção “Os pensadores” – grifos do autor.

Para Abelardo, a palavra universal

A
sempre tem existência real e ela própria é a mais autêntica realidade, pois emana do mundo inteligível e contrasta com o mundo sensível.
B
é tão só uma emissão da voz humana, que designa unicamente a coleção dos seres criados por Deus e que estão dispostos na natureza.
C
é uma mera ideia abstrata, sem vínculo algum com a realidade corpórea das coisas existentes na natureza.
D
por si mesma, não existe, mas se refere a seres reais e designa uma pluralidade de indivíduos semelhantes, o que é constatado no nome homem.
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UFU-MG 2018, UFU-MG 2018 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ontologia e a Natureza do ser

    Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre (1889-1980).

    “O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a necessidade. Existir é simplesmente estar presente; os entes aparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio que há pessoas que compreenderam isso. Só que tentaram superar essa contingência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum ser necessário pode explicar a existência: a contingência não é uma ilusão, uma aparência que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade perfeita.”

SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. Tradução de Rita Braga, citado por: MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.

    Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma referência ao existencialismo sartriano que se apresenta como

A
recusa da noção de que tudo é contingente.
B
fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo é contingente.
C
denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser necessário para aplacar o sentimento de angústia.
D
crítica à metafísica essencialista.
56de27d8-a5
UFU-MG 2018, UFU-MG 2018 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos

“Pois pensar e ser é o mesmo”

Parmênides, Poema, fragmento 3, extraído de: Os filósofos pré-socráticos. Tradução de Gerd Bornheim. São Paulo: Cultrix, 1993.

A proposição acima é parte do poema de Parmênides, o fragmento 3. Considerando-se o que se sabe sobre esse filósofo, que viveu por volta do século VI a.C., assinale a afirmativa correta.

A
Para compreender a realidade, é preciso confiar inteiramente no que os nossos sentidos percebem.
B
O movimento é uma característica aparente das coisas, a verdadeira realidade está além dele.
C
O verdadeiro sentido da realidade só pode ser revelado pelos deuses para aqueles que eles escolhem.
D
Tudo o que pensamos deve existir em algum lugar do universo.
4b939d70-7a
ENEM 2010 - Filosofia - Ética e Liberdade, Conceitos Filosóficos, Formas de Governo: Democracia e Representatividade, A Política

A ética exige um governo que amplie a igualdade entre os cidadãos. Essa é a base da pátria. Sem ela, muitos indivíduos não se sentem “em casa”, experimentam-se como estrangeiros em seu próprio lugar de nascimento.

SILVA, R. R. Ética, defesa nacional, cooperação dos povos. OLIVEIRA, (. R (Org.) Segurança & Defesa Nacional: da competição à cooperação regional. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 2007 (adaptado).

Os pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e integração de indivíduos em uma sociedade. De acordo com o texto, a ética corresponde a

A
valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade.
B
preceitos normativos impostos pela coação das leis jurídicas.
C
normas determinadas pelo governo, diferentes das leis estrangeiras.
D
transferência dos valores praticados em casa para a esfera social.
E
proibição da interferência de estrangeiros em nossa pátria.
1c90411e-4c
ENEM 2011 - Filosofia - Ética e Liberdade, Conceitos Filosóficos

“Não à liberdade para os inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à tolerância para os intolerantes.

HÉRITIER, F. O eu, o outro e a tolerância. In: HÉRITIER, F; CHANGEUX, J. P (orgs.). Uma ética para quantos? São Paulo: EdUSC, 1999 (fragmento).


A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da sociedade contemporânea?

A
Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.
B
Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.
C
Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.
D
Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.
E
Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.
035f7d8e-48
UNB 2010 - Filosofia - Ética e Liberdade, Conceitos Filosóficos

Os países que adotam a pena de morte como solução para o problema da violência se baseiam não em uma ética de princípios que considere a vida humana como valor supremo, mas, sim, em uma ética de cunho utilitarista, fundamentada na noção de maior bem comum possível. Na perspectiva utilitarista, mas não, na da ética de princípios, a solução adotada por tais países está sujeita a críticas quanto à sua efetividade.

A sala estava ladrilhada, polida, desinfetada,
perfeitamente vedada. Mais do que uma cela, tratava-se de um
laboratório. Um homem, jovem, estava sentado, preso em uma
cadeira. Uma grande abertura envidraçada permitia ver tudo. Ao
meio-dia e doze, pequenas bolas de cianeto de potássio (KCN)
caíram em um recipiente sob o assento, onde havia uma mistura
de ácido sulfúrico e água. Imediatamente, o gás envenenado
(HCN) começou a espalhar-se pelo ambiente. O homem começou
a tossir, a sufocar. Em poucos minutos, sua cabeça pendeu.
Tossiu, novamente, mais forte, ergueu a cabeça pela última vez
e desabou. Ao meio-dia e trinta, os médicos que supervisionavam
os instrumentos de controle declararam que o condenado Walter
LaGrands estava clinicamente morto. Ele tinha trinta e sete anos.
Nascera em Augsbourg, na Alemanha, como seu irmão Karl. A
mãe deles casara-se com um soldado americano, destacado para
servir na Alemanha, e depois partiu para os EUA com seus dois
filhos. Em 1982, em uma tentativa de roubo a mão armada a um
banco no Arizona, os irmãos LaGrands mataram um funcionário
e feriram outro. Eles tinham, à época, vinte e dezoito anos.
Ambos foram condenados à pena capital. Passaram dezesseis
anos no corredor da morte. Depois de ter o último recurso
negado, Karl solicitou ser executado com uma injeção letal.
Walter recusou. Era sua última cartada: já que a justiça americana
decidira que ele deveria morrer, que ela, então, matasse esse
cidadão alemão na câmara de gás. Talvez Walter pensasse que a
governadora do Arizona, Jane Hall, ante a dimensão simbólica
desse ato, pudesse recuar. Enganou-se. No dia 3 de março, Walter
foi levado à câmara de gás.

Robert Badinter. Contre la peine de mort. Écrits 1970-2006.
Paris: Fayard, 2006, p. 249-50 (tradução com adaptações).

A partir do texto, considerando os diferentes aspectos que ele
suscita e sabendo que as massas atômicas do hidrogênio, enxofre
e oxigênio são iguais, respectivamente, a 1, 32,1 e 16, julgue os
itens

C
Certo
E
Errado
e8f7e88c-48
UNB 2010 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Razão: Inata ou Adquirida?

Para Sartre, os seres dividem-se em seres-em-si e seres-para- si. Os seres-em-si não possuem, segundo esse filósofo, consciência, ao passo que os seres-para-si são dotados de uma consciência que lhes possibilita constituírem-se sempre como projeto, pelo qual dirigem seu presente a partir de sua liberdade. Com base na divisão sartreana entre seres-em-si e seres-para-si e suas relações com a temporalidade, a vida e a morte, verifica-se, na passagem do texto de Proust apresentada, que

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Marcel Proust. Em busca do tempo perdido: o caminho de Guermantes. vol. 3, 3.a
ed. rev. Trad. Mario Quintana. São Paulo: Globo, 2006, p. 376-7 (com adaptações).

Com base no fragmento de texto acima, de Marcel Proust, julgue
os itens .

A
a personagem acamada, a despeito de ser, quando ainda viva, biologicamente um ser humano, não é mais um ser- para-si na situação narrada.
B
a transição do ser-para-si ao ser-em-si só ocorre, efetivamente, com a morte biológica da personagem acamada, uma vez que a temporalidade do ser-em-si é a de um eterno presente.
C
a noção de vida e a de morte que perpassam a descrição do estado da personagem acamada ocupam, respectivamente, os lugares semânticos de ser-para-si e ser-em-si.
D
a proposição de Sartre de que “o ser humano não pode não ser livre” estabelece uma relação de subordinação entre sua concepção do que é um ser humano e a concepção biológica desse conceito.
d6bc3d28-48
UNB 2010 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Considere a afirmativa do filósofo Nietzsche de que existe, em todas as coisas, uma Vontade de Potência, pela qual tudo no universo, animado ou não, se não freado por ações não autênticas, ou seja, por ações que não seguem uma tendência originária, procura expandir-se ao máximo, realizando tudo aquilo que for possível realizar. Com base nessas considerações, é correto inferir que a perspectiva de Nietzsche é compatível com as ideias de Cabrera.

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Julio Cabrera. Sentido da vida e valor da vida: uma diferença crucial.
In: Philosophos revista de filosofia, vol. 9, n.º 1/2004, p. 16-8 (com adaptações).

O autor desse texto defende a ideia de que a vida tem, em seu ser mesmo,
um valor profundamente negativo. As ideias expostas acima têm
consequências importantes na maneira pela qual se pode enxergar a vida
e contrastam fortemente com a maneira como a vida, tradicionalmente,
vem sendo percebida ao longo dos tempos. Considerando essas
informações e o texto acima, julgue os itens seguintes.

C
Certo
E
Errado
33bdd230-1b
UNESP 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Razão: Inata ou Adquirida?

Sou imperfeito, logo existo. Sustento que o ser ou é carência ou não é nada. Sustento que uma pessoa com deficiência intelectual é um ser com carências e imperfeições. Sustento que eu, você e ele somos seres com carências e imperfeições. Portanto, concluo que nós, os seres humanos, pelo fato de existir, somos – TODOS – incapazes e capazes intelectualmente. A diferença entre um autista severo e eu é o grau de carência, não a diferença entre o que somos. A “razão alterada” é um tipo de racionalidade diferenciada que considera as pessoas como seres únicos e não categorizados em padrões sociais que agrupam as pessoas por níveis, índices ou coeficientes.

(Chema Sánchez Alcón. “Crítica de la razón alterada”. http://losojosdehipatia.com.es, 30.10.2016. Adaptado.)


De acordo com o texto, “razão alterada” é

A
uma racionalidade tradicional voltada à pesquisa filosófica do ser como entidade metafísica.
B
um conceito científico empregado para legitimar padrões de normalidade com base na biologia.
C
um conceito filosófico destinado a criticar a valorização da diferença no campo intelectual.
D
uma metodologia científica que expressa a diferença entre seres humanos com base no coeficiente intelectual.
E
um tipo de racionalidade contestadora de padrões sociais e dotada de pretensões universalistas.
33c1153f-1b
UNESP 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

De um lado, dizem os materialistas, a mente é um processo material ou físico, um produto do funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo com as visões não materialistas, a mente é algo diferente do cérebro, podendo existir além dele. Ambas as posições estão enraizadas em uma longa tradição filosófica, que remonta pelo menos à Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito defendia a ideia de que tudo é composto de átomos e todo pensamento é causado por seus movimentos físicos, Platão insistia que o intelecto humano é imaterial e que a alma sobrevive à morte do corpo.

(Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”. www.archivespsy.com, 2015.)


A partir das informações e das relações presentes no texto, conclui-se que

A
a hipótese da independência da mente em relação ao cérebro teve origem no método científico.
B
a dualidade entre mente e cérebro foi conceituada por Descartes como separação entre pensamento e extensão.
C
o pensamento de Santo Agostinho se baseou em hipóteses empiristas análogas às do materialismo.
D
os argumentos materialistas resgatam a metafísica platônica, favorecendo hipóteses de natureza espiritualista.
E
o progresso da neurociência estabeleceu provas objetivas para resolver um debate originalmente filosófico.
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ENEM 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Razão: Inata ou Adquirida?

Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o lluminismo.

FORTES, L. R. S. O lluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).


Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a

A
modernização da educação escolar.
B
atualização da disciplina moral cristã.
C
divulgação de costumes aristocráticos.
D
socialização do conhecimento científico.
E
universalização do princípio da igualdade civil.
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ENEM 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos

A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados.

RACHELS, J. Os elementos dafilosofia moral. Barueri-SP: Manole, 2006.


Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma

A
fundamentação científica de viés positivista.
B
convenção social de orientação normativa.
C
transgressão comportamental religiosa.
D
racionalidade de caráter pragmático.
E
inclinação de natureza passional.
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UNESP 2015 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos

A fonte do conceito de autonomia da arte é o pensamento estético de Kant. Praticamente tudo o que fazemos na vida é o oposto da apreciação estética, pois praticamente tudo o que fazemos serve para alguma coisa, ainda que apenas para satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação estética, uma coisa não obedece a essa razão instrumental: enquanto tal, ela não serve para nada, ela vale por si. As hierarquias que entram em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é, nas coisas de que nos servimos, não entram em jogo nas obras de arte tomadas enquanto tais. Sendo assim, a luta contra a autonomia da arte tem por fim submeter também a arte à razão instrumental, isto é, tem por fim recusar também à arte a dimensão em virtude da qual, sem servir para nada, ela vale por si. Trata-se, em suma, da luta pelo empobrecimento do mundo.
(Antonio Cícero. “A autonomia da arte”. Folha de S.Paulo, 13.12.2008. Adaptado.)
De acordo com a análise do autor,

A
a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia de Kant, fornece os fundamentos para a apreciação estética.
B
um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre o esvaziamento do campo estético de suas qualidades intrínsecas.
C
a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural é um critério adequado para a avaliação de sua condição autônoma.
D
o critério mais adequado para a apreciação estética consiste em sua validação pelo gosto médio do público consumidor.
E
a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua valorização como produto no mercado.
c66feb68-3b
UNESP 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos

   Todas as vezes que mantenho minha vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de tal maneira que ela não formule juízo algum a não ser a respeito das coisas que lhe são claras e distintamente representadas pelo entendimento, não pode acontecer que eu me equivoque; pois toda concepção clara e distinta é, com certeza, alguma coisa de real e de positivo, e, assim, não pode se originar do nada, mas deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus que, sendo perfeito, não pode ser causa de equívoco algum; e, por conseguinte, é necessário concluir que uma tal concepção ou um tal juízo é verdadeiro.

                                              (René Descartes. “Vida e Obra”. Os pensadores, 2000.)

Sobre o racionalismo cartesiano, é correto afirmar que

A
sua concepção sobre a existência de Deus exerceu grande influência na renovação religiosa da época.
B
sua valorização da clareza e distinção do conhecimento científico baseou-se no irracionalismo.
C
desenvolveu as bases racionais para a crítica do mecanicismo como método de conhecimento.
D

formulou conceitos filosóficos fortemente contrários ao heliocentrismo defendido por Galileu.

E
se tratou de um pensamento responsável pela fundamentação do método científico moderno.
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UNESP 2017 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Filosofia da Cultura

      Concentração e controle, em nossa cultura, escondem-se em sua própria manifestação. Se não fossem camuflados, provocariam resistências. Por isso, precisa ser mantida a ilusão e, em certa medida, até a realidade de uma realização individual. Por pseudo-individuação entendemos o envolvimento da cultura de massas com uma aparência de livre-escolha. A padronização musical mantém os indivíduos enquadrados, por assim dizer, escutando por eles. A pseudo-individuação, por sua vez, os mantém enquadrados, fazendo-os esquecer que o que eles escutam já é sempre escutado por eles, “pré-digerido”.

(Theodor Adorno. “Sobre música popular”. In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado.)

Em termos filosóficos, a pseudo-individuação é um conceito

A
identificado com a autonomia do sujeito na relação com a indústria cultural.
B
que identifica o caráter aristocrático da cultura musical na sociedade de massas.
C
que expressa o controle disfarçado dos consumidores no campo da cultura.
D
aplicável somente a indivíduos governados por regimes políticos totalitários.
E
relacionado à autonomia estética dos produtores musicais na relação com o mercado.