Ao afirmarmos que o homem se escolhe a si
mesmo, queremos dizer que cada um de nós se
escolhe, mas queremos dizer também que,
escolhendo-se, ele escolhe todos os homens. De
fato, não há um único de nossos atos que, criando
o homem que queremos ser, não esteja criando,
simultaneamente, uma imagem do homem tal
como julgamos que ele deva ser.
SARTRE, J. P. O Existencialismo é um Humanismo. Edition Nagel, Paris, 1970.
Esse trecho se constitui como uma importante
reflexão da ética existencialista, porque
Ao afirmarmos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe, mas queremos dizer também que, escolhendo-se, ele escolhe todos os homens. De fato, não há um único de nossos atos que, criando o homem que queremos ser, não esteja criando, simultaneamente, uma imagem do homem tal como julgamos que ele deva ser.
SARTRE, J. P. O Existencialismo é um Humanismo. Edition Nagel, Paris, 1970.
Esse trecho se constitui como uma importante reflexão da ética existencialista, porque
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: trata-se da ética existencialista de Jean-Paul Sartre — particularmente a ideia de que nossas escolhas nos constituem e carregam responsabilidade não só por nós mesmos, mas pela imagem do homem que formulamos ao escolher.
Resumo teórico: Em "Existentialism is a Humanism" (Sartre, 1946), o autor afirma que não há essência humana prévia; somos seres que se fazem pelas escolhas (existência precede essência). Toda ação concreta expressa um projeto de homem — logo, ao escolher para si, escolhe-se um modelo de humanidade. Dessa forma surge uma responsabilidade ética universal: nossas decisões valem como proposta sobre o que o homem deve ser.
Justificativa da alternativa A: A alternativa A capta precisamente essa ideia: a escolha é central no agir ético e impõe uma responsabilidade ampla. O trecho citado afirma que, ao criar a si mesmo, o agente cria simultaneamente "uma imagem do homem", o que confirma que a responsabilidade é maior do que parece — corresponde ao sentido de A.
Análise das alternativas incorretas:
B — Incorreta: reduz Sartre a um hedonismo ou a um seguir de interesses individuais. Sartre não defende agir sem compromissos; defende responsabilidade radical.
C — Parcialmente verdadeira, mas enganosa aqui: embora Sartre diga que o homem é "condenado a ser livre", o trecho aborda a conseqüência ética da escolha (responsabilidade coletiva), não a inexistência de limites. Além disso, Sartre reconhece a facticidade (condições) que limitam escolhas.
D — Errada: contrapõe-se diretamente ao trecho; Sartre afirma justamente o contrário — há responsabilidade pelas consequências sobre os outros.
E — Incorreta: interpreta Sartre como promovendo individualismo antiético. Pelo contrário, ele mostra que a ênfase na escolha implica uma preocupação ética com todos.
Estratégia de prova: Busque expressões que indiquem universalização ("todos os homens", "imagem do homem") e responsabilidade; elimine alternativas que exagerem (absolutos) ou que interpretem como incentivo ao egoísmo.
Fontes úteis: Jean‑Paul Sartre, "Existentialism is a Humanism" (1946); Stanford Encyclopedia of Philosophy — entradas sobre Sartre e existencialismo.
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