Questõesde CÁSPER LÍBERO 2013

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cfc789de-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a opção que identifica corretamente o argumento central do texto:

Leia o texto a seguir e responda à questão:


Muitas regras, poucos direitos

Há um princípio político que nos leva a acreditar que as lutas políticas caminham necessariamente para a institucionalização de direitos adquiridos. Assim, lutamos para ter direitos reconhecidos pelo ordenamento jurídico. Como resultado desse princípio, cada vez mais a vida social fica institucionalizada e regulada por cláusulas que visam dar voz ao direito dos grupos, até então, profundamente vulneráveis.
Esse princípio funcionou para a ampliação de direitos em relação às minorias étnicas, religiosas e sexuais. Ou seja, nestes casos, eram demandas direcionadas ao Estado como ator capaz de garantir a universalização real das condições de liberdade exigidas por seus cidadãos. É inegável que tal processo foi e ainda é importante, mas ele poderia ser radicalizado. No entanto, tal radicalização não passa por um aprofundamento dos mecanismos de institucionalização. Ela passa, ao contrário, por uma profunda desinstitucionalização.
Quando alguém levanta tal ideia, alguns acabam por ver nela uma forma insidiosa de liberalismo. Ou seja, tudo se passa como se estivéssemos diante de uma aplicação do velho mantra: quanto menos Estado melhor. Nesse sentido, desinstitucionalizar significaria deixar a sociedade livre para criar formas de vida, fechando os olhos para experiências de opressão e de vulnerabilidade. Dessa forma, liberais radicais defendem, por exemplo, o direito de uma mulher alugar seu útero, procedimento conhecido como “barriga de aluguel”. Eles afirmam que o Estado não deveria intervir no conteúdo do que sujeitos decidem colocar em relações de contrato, especialmente se ele passa pelo corpo próprio.
Um contraargumento lembraria que a experiência concreta de alugar o útero é feita, normalmente, por mulheres em extrema pobreza e que praticamente ninguém passa por tal experiência se não estiver em grande vulnerabilidade econômica. Desinstitucionalizar tal “possibilidade de escolha” seria permitir e legitimar a pior de todas as espoliações econômicas.
O argumento é válido. Por isso, poderíamos pensar uma versão de políticas de desinstitucionalização distinta de sua versão liberal. Ela passa pelo retraimento das legislações sobre costumes, família e autodeterminação, e pelo fortalecimento da sensibilidade jurídica contra processos de espoliação. Em outras ocasiões, sugeri dois exemplos. Um ligado à desinstitucionalização do casamento.
Processo no interior do qual o Estado deixa de legislar sobre a forma do matrimônio, guardando-se para legislar única e exclusivamente sobre as relações econômicas entre casais ou outras formas de “agrupamentos afetivos”. Esta seria uma maneira de radicalizar o princípio de abertura do casamento a modelos não ligados à família heterossexual burguesa. Em vez de ampliar a lei para casos que ela não contemplava (como os homossexuais), deveríamos simplesmente eliminar a lei, conservando apenas os dispositivos ligados a problemas econômicos (pensão, obrigações financeiras) e guarda de filhos.
Outro exemplo concerne às legislações sobre porte de signos religiosos, como burcas e véus. Em vez de entrar no guarda-roupa de seus cidadãos e decidir o que eles não devem vestir, o Estado deveria simplesmente garantir a liberdade de ninguém, a partir de certa idade, portar o que não quer (o que leva em conta até mesmo uniformes escolares impostos a adolescentes). Ou seja, no lugar de institucionalizar hábitos, como as vestimentas, por meio do discurso de que há roupas mais opressivas que outras, o Estado simplesmente sai, por exemplo, das discussões surreais sobre o significado de uma burca e contenta-se em garantir um quadro formal de liberdade.
Esses processos de desinstitucionalização permitem às sociedades caminharem paulatinamente para um estado de indiferença em relação a questões culturais e de costumes. Pois questões culturais sempre serão espaços de afirmação da multiplicidade de identidades. Mas a política deve, no horizonte, se descolar dessa afirmação. Por mais que isso possa parecer contraintuitivo, a verdadeira política está sempre para além da afirmação das identidades. O que pode soar estranho para alguns, mas parece-me uma proposição necessária. (Vladimir Safatle, Carta Capital n. 768, ano XIX, 2/10/2013, p. 39).  
A
Desinstitucionalizar os direitos significa permitir à sociedade combater experiências de opressão e de vulnerabilidade.
B
O processo de garantia da universalização dos direitos poderia ser radicalizado pela via da desinstitucionalização, já que a verdadeira política está sempre para além da afirmação das identidades.
C
A luta pelo ordenamento jurídico institucionalizou e regulou direitos de grupos profundamente vulneráveis.
D
Somente o Estado é capaz de garantir a universalização real das condições de liberdade exigidas por cidadãos vulneráveis.
E
As minorias nem sempre precisam de tutelas legais, já que, se o Estado não regula o matrimônio, por exemplo, não é preciso então que ele legisle sobre uniões gays.
cfceec1a-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Quanto ao gênero do texto, trata-se de:

Leia o texto a seguir e responda à questão:


Muitas regras, poucos direitos

Há um princípio político que nos leva a acreditar que as lutas políticas caminham necessariamente para a institucionalização de direitos adquiridos. Assim, lutamos para ter direitos reconhecidos pelo ordenamento jurídico. Como resultado desse princípio, cada vez mais a vida social fica institucionalizada e regulada por cláusulas que visam dar voz ao direito dos grupos, até então, profundamente vulneráveis.
Esse princípio funcionou para a ampliação de direitos em relação às minorias étnicas, religiosas e sexuais. Ou seja, nestes casos, eram demandas direcionadas ao Estado como ator capaz de garantir a universalização real das condições de liberdade exigidas por seus cidadãos. É inegável que tal processo foi e ainda é importante, mas ele poderia ser radicalizado. No entanto, tal radicalização não passa por um aprofundamento dos mecanismos de institucionalização. Ela passa, ao contrário, por uma profunda desinstitucionalização.
Quando alguém levanta tal ideia, alguns acabam por ver nela uma forma insidiosa de liberalismo. Ou seja, tudo se passa como se estivéssemos diante de uma aplicação do velho mantra: quanto menos Estado melhor. Nesse sentido, desinstitucionalizar significaria deixar a sociedade livre para criar formas de vida, fechando os olhos para experiências de opressão e de vulnerabilidade. Dessa forma, liberais radicais defendem, por exemplo, o direito de uma mulher alugar seu útero, procedimento conhecido como “barriga de aluguel”. Eles afirmam que o Estado não deveria intervir no conteúdo do que sujeitos decidem colocar em relações de contrato, especialmente se ele passa pelo corpo próprio.
Um contraargumento lembraria que a experiência concreta de alugar o útero é feita, normalmente, por mulheres em extrema pobreza e que praticamente ninguém passa por tal experiência se não estiver em grande vulnerabilidade econômica. Desinstitucionalizar tal “possibilidade de escolha” seria permitir e legitimar a pior de todas as espoliações econômicas.
O argumento é válido. Por isso, poderíamos pensar uma versão de políticas de desinstitucionalização distinta de sua versão liberal. Ela passa pelo retraimento das legislações sobre costumes, família e autodeterminação, e pelo fortalecimento da sensibilidade jurídica contra processos de espoliação. Em outras ocasiões, sugeri dois exemplos. Um ligado à desinstitucionalização do casamento.
Processo no interior do qual o Estado deixa de legislar sobre a forma do matrimônio, guardando-se para legislar única e exclusivamente sobre as relações econômicas entre casais ou outras formas de “agrupamentos afetivos”. Esta seria uma maneira de radicalizar o princípio de abertura do casamento a modelos não ligados à família heterossexual burguesa. Em vez de ampliar a lei para casos que ela não contemplava (como os homossexuais), deveríamos simplesmente eliminar a lei, conservando apenas os dispositivos ligados a problemas econômicos (pensão, obrigações financeiras) e guarda de filhos.
Outro exemplo concerne às legislações sobre porte de signos religiosos, como burcas e véus. Em vez de entrar no guarda-roupa de seus cidadãos e decidir o que eles não devem vestir, o Estado deveria simplesmente garantir a liberdade de ninguém, a partir de certa idade, portar o que não quer (o que leva em conta até mesmo uniformes escolares impostos a adolescentes). Ou seja, no lugar de institucionalizar hábitos, como as vestimentas, por meio do discurso de que há roupas mais opressivas que outras, o Estado simplesmente sai, por exemplo, das discussões surreais sobre o significado de uma burca e contenta-se em garantir um quadro formal de liberdade.
Esses processos de desinstitucionalização permitem às sociedades caminharem paulatinamente para um estado de indiferença em relação a questões culturais e de costumes. Pois questões culturais sempre serão espaços de afirmação da multiplicidade de identidades. Mas a política deve, no horizonte, se descolar dessa afirmação. Por mais que isso possa parecer contraintuitivo, a verdadeira política está sempre para além da afirmação das identidades. O que pode soar estranho para alguns, mas parece-me uma proposição necessária. (Vladimir Safatle, Carta Capital n. 768, ano XIX, 2/10/2013, p. 39).  
A
Um artigo argumentativo no qual o autor constrói seu raciocínio a partir de conhecimentos extraídos da Política, da Filosofia e do Direito.
B
Uma resenha de cunho jurídico na qual o autor explana um assunto da história das mentalidades, sob perspectiva notadamente acadêmica.
C
Um ensaio filosófico no qual o autor exercita uma atividade crítica, repudiando o autoritarismo do pensamento do Direito.
D
Uma crítica reflexiva cujo objetivo é guiar o leitor à melhor compreensão e avaliação do que seja a Filosofia do Direito.
E
Uma crônica filosófica na qual prevalece o poder de recriação da realidade (por parte do autor) sobre o de mera transcrição.
cfd24ed3-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Assinale a opção que apresenta corretamente o significado da palavra “insidiosa”, conforme ela é empregada na frase: “Quando alguém levanta tal ideia, alguns acabam por ver nela uma forma insidiosa de liberalismo.”:

Leia o texto a seguir e responda à questão:


Muitas regras, poucos direitos

Há um princípio político que nos leva a acreditar que as lutas políticas caminham necessariamente para a institucionalização de direitos adquiridos. Assim, lutamos para ter direitos reconhecidos pelo ordenamento jurídico. Como resultado desse princípio, cada vez mais a vida social fica institucionalizada e regulada por cláusulas que visam dar voz ao direito dos grupos, até então, profundamente vulneráveis.
Esse princípio funcionou para a ampliação de direitos em relação às minorias étnicas, religiosas e sexuais. Ou seja, nestes casos, eram demandas direcionadas ao Estado como ator capaz de garantir a universalização real das condições de liberdade exigidas por seus cidadãos. É inegável que tal processo foi e ainda é importante, mas ele poderia ser radicalizado. No entanto, tal radicalização não passa por um aprofundamento dos mecanismos de institucionalização. Ela passa, ao contrário, por uma profunda desinstitucionalização.
Quando alguém levanta tal ideia, alguns acabam por ver nela uma forma insidiosa de liberalismo. Ou seja, tudo se passa como se estivéssemos diante de uma aplicação do velho mantra: quanto menos Estado melhor. Nesse sentido, desinstitucionalizar significaria deixar a sociedade livre para criar formas de vida, fechando os olhos para experiências de opressão e de vulnerabilidade. Dessa forma, liberais radicais defendem, por exemplo, o direito de uma mulher alugar seu útero, procedimento conhecido como “barriga de aluguel”. Eles afirmam que o Estado não deveria intervir no conteúdo do que sujeitos decidem colocar em relações de contrato, especialmente se ele passa pelo corpo próprio.
Um contraargumento lembraria que a experiência concreta de alugar o útero é feita, normalmente, por mulheres em extrema pobreza e que praticamente ninguém passa por tal experiência se não estiver em grande vulnerabilidade econômica. Desinstitucionalizar tal “possibilidade de escolha” seria permitir e legitimar a pior de todas as espoliações econômicas.
O argumento é válido. Por isso, poderíamos pensar uma versão de políticas de desinstitucionalização distinta de sua versão liberal. Ela passa pelo retraimento das legislações sobre costumes, família e autodeterminação, e pelo fortalecimento da sensibilidade jurídica contra processos de espoliação. Em outras ocasiões, sugeri dois exemplos. Um ligado à desinstitucionalização do casamento.
Processo no interior do qual o Estado deixa de legislar sobre a forma do matrimônio, guardando-se para legislar única e exclusivamente sobre as relações econômicas entre casais ou outras formas de “agrupamentos afetivos”. Esta seria uma maneira de radicalizar o princípio de abertura do casamento a modelos não ligados à família heterossexual burguesa. Em vez de ampliar a lei para casos que ela não contemplava (como os homossexuais), deveríamos simplesmente eliminar a lei, conservando apenas os dispositivos ligados a problemas econômicos (pensão, obrigações financeiras) e guarda de filhos.
Outro exemplo concerne às legislações sobre porte de signos religiosos, como burcas e véus. Em vez de entrar no guarda-roupa de seus cidadãos e decidir o que eles não devem vestir, o Estado deveria simplesmente garantir a liberdade de ninguém, a partir de certa idade, portar o que não quer (o que leva em conta até mesmo uniformes escolares impostos a adolescentes). Ou seja, no lugar de institucionalizar hábitos, como as vestimentas, por meio do discurso de que há roupas mais opressivas que outras, o Estado simplesmente sai, por exemplo, das discussões surreais sobre o significado de uma burca e contenta-se em garantir um quadro formal de liberdade.
Esses processos de desinstitucionalização permitem às sociedades caminharem paulatinamente para um estado de indiferença em relação a questões culturais e de costumes. Pois questões culturais sempre serão espaços de afirmação da multiplicidade de identidades. Mas a política deve, no horizonte, se descolar dessa afirmação. Por mais que isso possa parecer contraintuitivo, a verdadeira política está sempre para além da afirmação das identidades. O que pode soar estranho para alguns, mas parece-me uma proposição necessária. (Vladimir Safatle, Carta Capital n. 768, ano XIX, 2/10/2013, p. 39).  
A
Desrespeitosa.
B
Agressiva.
C
Ardilosa.
D
Que não se pode resolver.
E
Desdenhosa para com as regras.
cfc4a157-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A imagem a seguir, de autoria do pintor italiano Raphael, integra o período denominado de Alto Renascimento e possibilita identificar características estéticas desse período artístico, como
Fonte: https://images.nga.gov/en/set/show_content_page.html?category=16&set=11 Acessado em 14-09-2013




A
o desequilíbrio nos traços das figuras em favor de um viés religioso.
B
o tema religioso, próprio do século XII, em uma perspectiva dogmática.
C
a ausência de dinamismo e movimento dos personagens retratados.
D
a ausência de equilíbrio da imagem, como também a falta de perspectiva.
E
a valorização de elementos clássicos expressa nas vestes da Madona.
cfbd6261-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“O Brasil Império foi marcado por forte influência europeia, em boa parte causada pela vinda de ingleses, franceses e alemães. A publicidade produzida na época refletia, sobretudo, a presença francesa. Eram comuns os anúncios – e até mesmo jornais inteiros, como a Gazeta Francesa e o Le Messager – escritos em francês. Por outro lado, os anúncios do início do século XIX refletiam, de certo modo, a busca de sofisticação e requinte, inspirando-se em países como a França. No entanto, eram bem ‘pouco sofisticadas’ as mensagens veiculadas pelos anúncios de venda e compra de negros (...)”
Fonte: Sequência Didática Anúncio Publicitário, de autoria de Artigo de Opinião. PEIXOTO BARBOSA, Jacqueline e outros. Material didático para o Projeto Ensino Médio em Rede – SEE/SP. Adaptado.


O texto (a respeito da propaganda no Brasil do século XIX) permite compreender que a sociedade da época

A
era plena de contrastes, mesclando estruturas modernas e arcaicas.
B
abandonava o escravismo em busca de um padrão europeizado de ser.
C
utilizava a propaganda como forma de uniformizar os padrões sociais.
D
valorizava as estruturas rurais em detrimento da modernidade europeia.
E
adotava padrões sociais ingleses expressos no uso da língua britânica.
cfb8da5e-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“A recusa de grandes empresas globais do setor de petróleo e gás de participar do primeiro leilão do pré-sal segue uma lógica de mercado, na qual o modelo oferecido pelo governo brasileiro atende mais aos interesses de grandes petroleiras estatais. Pelo modelo de partilha adotado no País, todo campo do pré-sal deve ter a Petrobras como operadora. Além disso, a estatal fica com 30% de cada consórcio explorador.”
Fonte: NEDER, Vinicius. Estadão. Publicado em 19-09-2013. http://br.noticias.yahoo.com/partilha-tupiniquim-afasta-grandes-pr%C3%A9-sal-diz-pires-190400492--finance.html Acessado 21-09-2013


O modelo adotado pelo governo brasileiro para a exploração do pré-sal

A
favorece o capital estrangeiro, garantindo-lhe maior porcentagem.
B
privilegia a estatal Petrobras na gestão e na lucratividade da atividade exploratória.
C
está desvinculado do pouco interesse das empresas globais.
D
determina que a exclusividade exploratória seja nacional.
E
estabelece igualdade entre o capital nacional e o internacional.
cfc07c8a-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Há 30 anos, surgia o tabloide que iria influenciar o imaginário político-cultural das décadas de 1970 e 1980 — O Pasquim. Chegou às bancas em 26 de junho de 1969. A frase que constava do cabeçalho equivalia a uma declaração de princípios: ‘Aos amigos, tudo; aos inimigos, a Justiça.’ O Pasquim impôs-se pela imaginação incontrolável e pela quebra de formalidades. Com alvos claros: a ditadura, a classe média moralista, a grande imprensa, os coniventes de plantão“.
Fonte: MORAES, Denis. Humor de combate. Henfil e os 30 anos do Pasquim. Adaptado.
http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/ article/view/244/136 Acessado em 25-09-2013


A publicação de O Pasquim foi um marco editorial brasileiro, em uma época de progressiva redução da liberdade de expressão. Sobre o impacto provocado por sua publicação, conclui-se que O Pasquim

A
exercia perseguição política contra aqueles que combatiam a ditadura militar.
B
foi rejeitado pela maioria da população por exercer forte crítica social.
C
teve importante papel de resistência política pelo viés do humor e da crítica.
D
passou despercebido no Rio de Janeiro, cidade onde era publicado.
E
foi reprimido pela ditadura militar em razão de cuja censura parou de circular.
cfa0698d-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“É claro que a juventude de classe média brasileira não acordou sozinha. E não acordou de repente. A internet tornou o despertar mais rápido, sem dúvida. Mas existe uma esquerda resistente, que está representada nos pequenos partidos, que empunha a bandeira da ética e da transparência e que há muito tempo vem conquistando a juventude, usando a mesma linguagem e os mesmos meios que ela: a internet. Dar asas à sociedade civil para que ela assuma seu papel transformador, a partir do ressurgimento do sentimento de brasilidade, da certeza de que os verdadeiros donos do país somos nós. Utópico, porém alcançável, principalmente em tempos de internet.”
FONTE: Observatório da Imprensa. RIBEIRO, Mehane Albuquerque. Publicado em 25-06-2013. Adaptado. http:// www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed752_sobre_os_recentes_movimentos_sociais_urbanos_no_ brasil Acessado em 16-09-2013


A respeito do texto é possível afirmar que:

A
Os movimentos sociais urbanos da atualidade reproduzem, sem inovações, movimentos do passado.
B
A sociedade civil demonstra seu despreparo político ao apoiar sua mobilização organizada com recursos das tecnologias de informação.
C
A articulação política, por meio do uso das tecnologias de informação, em nada interfere nos movimentos sociais.
D
O uso das tecnologias de informação está desvinculado da atuação política da juventude brasileira atual.
E
As tecnologias de informação têm sido uma importante ferramenta política nos movimentos sociais urbanos.
cf9716a9-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Leite derramado, de Chico Buarque:

A
“Toda a narração lembra uma câmera que narra, que vai flagrando nacos da vida nacional, como a história de Castana Beatriz, que teria morrido numa emboscada durante um período de repressão, e a história de Alyandro Sgaratti, menino pobre, que roubava pão doce na padaria, que, depois, passa a puxar automóveis e se torna o rei do mercado de peças de carros.” (Heitor Ferraz Mello).
B
“Na obra os tempos encontram-se também tensionados, o presente derruído em oposição ao passado faustoso. E é dessa oposição que ressai uma dimensão importante no livro e sem precedentes, ao menos com essa insistência e intensidade, na obra literária de Chico Buarque (…). Leite derramado é o tempo perdido e irrecuperável da vida do narrador.” (Francisco Bosco).
C
“A alguns dos textos dos últimos anos que trabalham com uma lógica coral talvez se pudesse associar a expressão ‘objetos verbais não identificados’, empregada por Christophe Hanna ao tratar dos processos, dos contextos e do funcionamento crítico de certos experimentos literários de difícil classificação.” (Flora Süssekind).
D
“Um escritor profundamente marcado pela experiência como cronista, atividade em que a interlocução é fundamental; mas que ao longo da vida se tornou cada vez mais consciente da distância que havia entre ele e seus leitores. Daí a falta e a precariedade da comunicação se tornarem assuntos que tanto o fascinaram, manifestando-se também na tensão crescente e estrutural da sua relação com o leitor ficcional.” (Hélio de Seixas Guimarães).
E
“O outro local importante de ‘Leite derramado’ é o velho sítio da família. Com espaço da infância, da gente simples e da natureza, parecia um refúgio, o remédio para os desajustamentos do narrador. Ao chegar lá, entretanto, este encontra um povo – crianças inclusive – organizado e escravizado para a contravenção, siderado por videogames, motocicletas, blusões e tintura para cabelos, além de preparado para negociar com as autoridades.” (Roberto Schwarz).
cf9b5515-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A Política da Boa Vizinhança foi uma estratégia norte-americana desenvolvida entre as duas grandes guerras mundiais. Essa política tinha por objetivo ampliar a influência dos EUA na América Latina, por meio de estratégias de imperialismo cultural. Considerando esse contexto e a análise da charge concluiu-se que



Fonte: http://www.cartoonmovement.com/ cartoon/351?fq=theme.culture_n_identity Acessado em 14-09-2013

A
a intenção dos EUA foi ensinar os latinoamericanos a se alimentarem de forma saudável, adotando novos hábitos.
B
a sociedade norte-americana ampliou seus mercados engordando a sua economia e a dos países dominados.
C
a obesidade, hoje uma epidemia, relaciona-se à adoção de hábitos alimentares baseados em fast-food.
D
os norte-americanos promoveram transformações positivas no modo de vida dos latino-americanos.
E
a obesidade é um problema de saúde e sua ocorrência está desvinculada de interesses políticos e culturais.
cfb3d97f-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Mia Couto, escritor moçambicano, em entrevista ao Jornal Folha de SPaulo declarou: “O Brasil tem uma ideia muito mistificada da África. A gente imagina que, por ser negro, um brasileiro teria mais intimidade com a África, mas isso é uma bobagem. Essa visão reducionista e simplificada também é uma coisa que os próprios africanos adotaram. Muitos deles traduziram uma África que os próprios europeus criaram. Não houve a África do bom selvagem, em que todos viviam em harmonia até a chegada dos colonizadores. Houve uma mão de dentro até na escravatura, cumplicidades entre africanos e europeus”.
Fonte: Folha Ilustrada. Publicado em 27-08-2013. Acessado em 21-09-2013


Segundo as ideias de Mia Couto,

A
o Brasil é uma extensão da África, já que a presença de africanos influenciou nossa formação cultural.
B
a ideia de que nativos viviam em harmonia antes da colonização é uma visão idealizada.
C
a escravidão, uma violência imposta pelos europeus, era desconhecida na África.
D
os colonizados rejeitam padrões culturais impostos pelos colonizadores.
E
os processos de colonização destruíram a vida harmoniosa que existia na África e no Brasil.
cfadc49e-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De um lado, ocorre que, hoje, cada vez mais intensamente, cresce o número de pessoas que, embora procurando trabalhar, não conseguem colocação e não contam com qualquer outra forma de sobrevivência. Assim, ainda que, objetivamente, haja condições para que disponham de mais tempo livre e possam preenchê-lo de forma mais independente, aumenta o número daqueles que, ao invés de tempo livre, vivem um tempo sem ocupação, sentem-se pressionados pela condição de nãotrabalho e, portanto, impedidos de crescerem enquanto indivíduos.”
Fonte: Oliva-Augusto, Maria Helena. Tempo, indivíduo e vida social. Cienc. Cult. Out/dez 2002, vol 54, nº2, p.30-33.


As ideias do texto se mostram coerentes com a

A
ocorrência do desemprego como fenômeno social que atinge os trabalhadores que não se dedicam com afinco ao trabalho.
B
necessidade do indivíduo de ampliar o tempo disponível para o lazer – mérito daqueles que trabalham.
C
ideia de que o capitalismo é a sociedade das oportunidades, portanto, somente não trabalham indivíduos sem iniciativa.
D
noção, na sociedade capitalista, de que o tempo não pertence ao indivíduo, mesmo não formalmente ocupado.
E
concepção de ócio como merecimento advindo do trabalho exaustivo e como meta a ser alcançada por todos.
cfa64428-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“A batalha das autoridades paulistanas contra a poluição visual está entrelaçada a um conflito social profundo cuja forma de expressão não é vista em outras cidades – a pichação. O jornal americano, ‘New York Times’ diz que, mesmo com o reconhecimento do grafite paulistano em galerias internacionais, a pichação permanece como uma expressão marginal, com sua grafia muitas vezes incompreensível para quem não é do meio. Os integrantes das gangues de pichadores inclusive não se consideram grafiteiros, e veem o grafite como uma arte frequentemente cooptada comercialmente”, afirma o texto.
Fonte: Folha de SP, publicado em29-01-2012. Adaptado. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1041022-sp-viveconflito-entre-cidade-limpa-e-pichacao-protesto-diz-nyt.shtml Acessado em 15-09-2013


O conflito explicitado pela matéria jornalística pode ser assim compreendido:

A
Grafite e pichação estão desvinculados do universo artístico em razão de seu caráter de expressão marginal.
B
O grafite parte de um engajamento político e social, enquanto a pichação visa ao embelezamento da cidade.
C
A pichação, em sua finalidade, destoa do grafite, já que seu compromisso é meramente estético.
D
Grafite e pichação são criações com propostas estéticas diferentes, sendo que os pichadores criticam a cooptação comercial dos grafiteiros.
E
A ação do poder público retrata a sintonia política e social em relação às motivações dos pichadores.
cf84761e-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre a poesia de Carlos Drummond de Andrade, autor de Sentimento do mundo, é correto afirmar que:

A
A sua poesia verdadeira, a que lhe deu glória e popularidade porque constituía, realmente, a expressão de sua alma, o grito das suas artérias, a voz do seu temperamento, era aquela que alguém chamou, uma vez, o seu “erotismo dourado”. Drummond sem beijos, sem a ronda voluptuosa dos corpos sensuais e fugitivos, das bocas súplices e dos braços estendidos como tentáculos do pecado, não seria Drummond.
B
Na poesia de Drummond, as palavras atuam no sentido de iluminar ou isolar para os olhos um sinal da esparsa beleza geral. Fruto da circunstância, o poema é por vezes pequena joia faiscante e secreta extraída do instante consumido. Em cada poema um convite à perene virgindade do primeiro olhar, um retorno às fontes de energia de quem observa as coisas como se as visse pela primeira vez.
C
O caráter pessimista da poesia de Drummond quanto ao pretenso poder da ciência contra o mistério do universo, essa falta de crença na eficácia de todo o esforço humano, é uma das suas características que mais o aproximam de nós, exilados há muito do ingênuo ufanismo cientificista do século passado. Drummond é o poeta do fracasso do enfrentamento do mistério, da impotência perante o incognoscível.
D
Nos poemas, os grandes acontecimentos públicos do século são expressos através de uma atormentada, galhofeira ou benévola autoanálise. A esta se acopla uma reflexão poética sobre a vivência do cidadão brasileiro, e o intelectual cosmopolita em tempos que podem ser trágicos, dramáticos, nostálgicos, pessimistas ou alegres. Experiência privada e fatos públicos nacionais e estrangeiros, em correlação e sistema de troca entranháveis, compõem a textura das sucessivas coletâneas de poemas.
E
O poeta dá geralmente à imaginação as prerrogativas de um poder absoluto e, portanto, quem deseja compreendê-lo e, em consequência, assimilar as suas criações, terá que reconhecer, previamente, esse primado. A imaginação criadora de Drummond corresponde ao que a crítica qualifica de plástica, imaginação exterior, na qual costumam prevalecer as associações de caráter objetivo, tornando-se por isso mesmo mais atenta às coisas do espaço visível.
cf93e1d6-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta um conteúdo incoerente com Leite derramado, de Chico Buarque:

A
Narrado em primeira pessoa, combinando alta densidade narrativa com um senso de humor muito particular, o livro é a história de um homem exaurido por seu próprio talento, que se vê emparedado entre duas cidades, duas mulheres, dois filhos e uma série de outros pares simétricos que conferem ao texto o caráter de espelhamento que permeia todo o romance.
B
A fala desarticulada do ancião cria dúvidas e suspenses que prendem o leitor. O discurso do personagem parece espontâneo, mas o escritor domina com mão firme as associações livres, as falsidades e os não-ditos, de modo que o leitor pode ler nas entrelinhas, partilhando a ironia do autor, verdades que a personagem não consegue enfrentar.
C
Em suas leves variantes, as lembranças obsessivas revelam sutilezas ideológicas e psíquicas. E, como essas lembranças têm forte componente plástico, criam imagens fascinantes. É o caso do “vestido azul” comprado pelo pai para a amante, objeto de alta concentração de significados.
D
Há também um jogo com os espaços onde ocorrem os acontecimentos narrados. As várias casas em que o narrador morou, como as décadas acumuladas em suas lembranças, sobrepõem-se e revezam-se. Recolocá-las em ordem cronológica é assistir a uma derrocada pessoal e coletiva.
E
Um homem muito velho está num leito de hospital. Membro de uma tradicional família brasileira, ele desfia, num monólogo dirigido à filha, às enfermeiras e a quem quiser ouvir, a história de sua linhagem desde os ancestrais portugueses, passando por um barão do Império, um senador da Primeira República, até o tataraneto, garotão do Rio de Janeiro atual.
cf908a97-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Sobre O fio das missangas, de Mia Couto, é correto afirmar:

A
Predomina um tom épico que dá conta da relação entre o indivíduo, a família, o grupo e a terra como uma inspiração vizinha da lenda popular (da criação do mundo), configurando a votação do(s) herói(s) ao sacrifício e uma espécie de redenção final operada pela ação dos tempos na terra, isto é, pela ação do trabalho presente sobre o futuro.
B
São histórias colhidas no turbilhão de um cotidiano extremamente complexo, não raras vezes violento – física ou psicologicamente; histórias que vão sendo adensadas e condensadas pela leveza da linguagem de uma prosa poética, marca estilística do seu autor; histórias “arredondadas” (diferentes no tom, mas não tão diferentes na forma) que, juntas, dão conta de silêncios e recompõem silêncios – de mulheres, de homens e de toda sorte daqueles à margem (o mendigo, a criança, o velho, o poeta).
C
Trata-se de um livro polifônico que, ao mergulhar no universo simbólico da figura dos desterrados ou marginalizados em sua própria terra, firma-se como um feixe de histórias cuja relação esquizofrênica entre sujeito e espaço se dá na linha principal da viagem empreendida rumo a uma “Moçambique profunda”.
D
No contexto do qual emergem as histórias, nota-se a tentativa muito bem-sucedida do narrador de amenizar o conflito entre os laivos da tradição moçambicana e o vento avassalador do modus vivendi ocidental, que por anos transformou o território africano em uma espécie de tabuleiro de xadrez.
E
As histórias tratam dos problemas sociais de Moçambique sob a metáfora de um colar de missangas que une todos os personagens. Os narradores, por sua vez, exploram a relação sujeito-espaço e logo a coletânea figura como um retrato realista do espaço físico de um país caleidoscópico, uma espacialidade eufórica, que reitera o frenesi da recente libertação conquistada com o fim do colonialismo português.
cf8b4435-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Sobre as características da literatura africana, presentes em O fio das missangas, de Mia Couto, é correto afirmar:

A
A literatura moçambicana buscou meios de conseguir conviver com os conflitos póscoloniais, explorando narrativas orais de padrão culto, diluindo as marcas culturais híbridas dentro de uma mesma cultura e criando pontos de contato entre a língua europeia trazida pelos colonizadores e as línguas locais.
B
A literatura de Mia Couto irá refletir de modo direto a situação cultural de seu país. O fio das missangas tematiza o universo intelectual de Moçambique, atentando para questões concernentes à construção das identidades literárias cujas referências foram dilaceradas e desvalorizadas pela colonização europeia.
C
O principal problema da literatura pós-colonial moçambicana relaciona-se ao fato de ela fazer interagir uma tradição cultural africana (fortemente enraizada na oralidade) com outra, europeia, resguardada pela autoridade da escrita.
D
A literatura pós-colonial, embora profundamente crítica, não consegue retratar as marcas profundas da exclusão e da dicotomia cultural durante o domínio imperial, as transformações operadas pelo domínio cultural europeu e os conflitos decorrentes.
E
Os escritores moçambicanos passaram a incorporar as estratégias colonialistas existentes na literatura, recusando os mecanismos de subversão experimentados pela imaginação poética, preferindo, em contrapartida, abordar questões relacionadas à tradição da literatura europeia.
cf87e934-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade:

A
“Sua poesia tem a frescura das fontes e das flores úmidas de orvalho e o calor dos ninhos e leitos amorosos. Nela, vida e arte poética se fundem e se transfundem, num enlace entranhado e duradouro. Armada de uma proteção estética e de uma aura humana capazes de evitar ou minimizar o processo danificador da posteridade, essa poesia apurada e madura ostenta, na mesa do leitor, a sua matéria nutriente como um pão.” (Lêdo Ivo).
B
“Lúcida, ao grau extremo, sua poesia opera muita vez um agônico e lancinante movimento no sentido de substituir a religião perdida pelo prazer estético que lhe proporciona a consciência de seu altíssimo valor. O culto da beleza deveria assim atender às suas ávidas exigências religiosas, pois o poeta, que vivera todas as dúvidas do século, já não mais poderia crer em dogmas e tradições.” (Ivan Junqueira).
C
“Poesia dos sentimentos abissais, da perda, da desilusão amorosa, do enfrentamento da loucura e da morte, narrados pelo poeta de voz cosmopolita radicado no Rio de Janeiro. Mas poesia, também, de esperança e de alegria: plena de vento, luz e sol contra o sombrio império do niilismo pós-moderno.” (Antonio Carlos Secchin).
D
“Sua obra apresenta, no Brasil (e, sobretudo, realizada, como foi, no interior), estranha unidade e regularidade do fluxo criador. Continuada confissão, ela é entretanto de ressonância restrita e velada, animada dum sentimento místico sem arroubos nem iluminações fulgurantes. Quando, porém, o poeta dominava a obsessão funérea, que lhe tinge grande parte da obra, é que vislumbramos a qualidade da sua alma, tão afim com a daquele Aleijadinho das igrejas da sua terra.” (Andrade Murici).
E
“As palavras enunciadas pelo poema drummondiano podem passar como palavras de leitor porque todos os seres humanos são reiteradamente dados como irmãos na sua poesia. Tal como desenhada pela poesia de Drummond, a fraternidade universal não pode nem deve ser encarada de maneira leviana e ser conceituada às pressas. (...) Os obstáculos que surgem entre o poeta e o seu possível leitor, impedindo o companheirismo, escapam ao que podemos chamar de a condição humana, já que são construções do colonialismo ocidental ou da historia do capitalismo.” (Silviano Santiago).
cf7f6dfb-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta uma informação incoerente com os fatos narrados em O cortiço, de Aluísio Azevedo:

A
João Romão, ladrão como rato, foi surrupiando materiais de obra a desoras e conseguiu levantar, casinha a casinha, o cortiço dos Carapicus.
B
Rita Baiana, no delírio, chama como a Sulamita pelo seu amado, e a boca cheirosa da mulata repete as palavras líricas da moça de Salomão, pensando no carinho do beijo da outra boca perfumada a rosa.
C
A senhora Piedade foi notando a frieza do marido, tanto mais quanto uma bruxa que havia no cortiço, consultando as cartas de um baralho, declarou-lhe: “Ele tem a cabeça virada por uma mulher trigueira”.
D
O capoeira Firmo, ralado de ciúmes, aboletou-se na estalagem fronteira, a Cabeça de Gato, e tornou-se logo chefe dessa gentalha. Desde logo surgiu uma rivalidade sanguínea entre os dois cortiços. Quem fosse “cabeça de gato” era inimigo dos Carapicus.
E
O Jerônimo entrou logo para o cortiço mais a mulher, senhora Piedade; e lá, todas as noites na guitarra, matavam as saudades da terra, ela e o seu rico homem.
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CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Sobre as características do Romantismo, escola literária à qual pertence o romance Til, de José de Alencar, é correto afirmar que:

A
A obsessão do novo a qualquer preço é contraponto de uma retórica já repetida à saciedade. Valoriza-se naturalmente o que não se tem: é mister procurar coisas novas para que o mundo resulte mais rico e mais glorioso. 
B
O momento literário nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem, refletidos através da tradição clássica e de formas bem definidas, julgadas dignas de imitação.
C
A natureza é expressiva. Ela significa e revela. Prefere-se a noite ao dia, pois à luz crua do sol o real impõe-se ao indivíduo, mas é na treva que latejam as forças inconscientes da alma: o sonho, a imaginação. O mundo natural encarna as pressões anímicas.
D
Socialismo, freudismo, catolicismo existencial: eis as chaves que serviram para a decifração do homem em sociedade e sustentariam ideologicamente o romance empenhado desses anos fecundos para a prosa narrativa.
E
Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais (raça, clima, temperamento) ou culturais (meio, educação) que lhe reduzem muito a área de liberdade.