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UNEB 2016 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

“A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia”, fato que pode ser observado na ação do Estado brasileiro em relação

Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é o que dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado.
A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realização das liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática.
São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).

*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito. 
A
à Revolta Farroupilha.
B
à Independência da Bahia.
C
ao Movimento Conselheirista de Canudos.
D
à Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
E
ao movimento pelas “Diretas Já”.
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UNEB 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

GLASBERGEN, Randy. Disponível em:<www.teaches.ab.ca./publications/ata0%20news-volume0%2046%2002011-12number-13/pages/cartoon.aspx> . Acesso em: 2 fev. 2016.


The boy in this cartoon

A
isn’t familiar with high-tech devices.
B
would rather not go regularly to school.
C
wants the teacher to follow him on Twitter.
D
would like to use his tablet in class.
E
refuses to leave his tablet outside the classroom.
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UNEB 2016 - Geografia - Geografia Física, Relevo

“Ambientes que são restos de relevo salientes, em meio a uma paisagem de planície semiárida, oriunda de longa história erosiva relacionada a processos secos”. (Ab´Saber)

A ilustração e a informação se referem a um tipo de relevo corretamente identificado e caracterizado na alternativa

A
Matacões, forma residuais que identificam a antiga posição de uma cuesta, antes do recuo de front.
B
Morros Testemunhos, que se originam a partir da esfoliação esferoidal que ocorre segundo as isotermas da rocha.
C
Coxilhas, resíduos de processos tectônicos antigos, que formam elevações descontínuas, localizadas em regiões de planícies.
D
Inselbergs, relevos considerados “testemunhos”, por resistirem aos processos de pediplanação e de pedogênese.
E
Pães de Açúcar, que são formados pela desagregação da rocha por termoclastia e crioclastia, apresentando encostas predominantemente côncavas e desnudadas.
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UNEB 2016 - História - História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

O debate sobre a “ética republicana” adquiriu grande importância na sociedade

Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é o que dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado.
A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realização das liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática.
São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).

*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito. 
A
grega antiga, quando os políticos eram eleitos pela população em geral e, como representantes do povo, buscavam defender os interesses da maioria, contribuindo para o surgimento da ética e da República.
B
romana antiga, momento em que a consolidação da República provocou intensos debates e críticas em relação à corrupção pública e ao conceito de bem público.
C
medieval, quando o poder do monarca era legitimado pela Igreja Católica a partir da submissão do Estado e da Igreja a uma Constituição pautada em princípios cristãos.
D
burguesa moderna, na medida em que os filósofos iluministas defendiam a ampla participação popular como mecanismo de limitação do poder real e de garantia da distribuição de renda.
E
capitalista contemporânea, em decorrência da necessidade de satisfação dos interesses do proletariado, através da limitação do lucro empresarial, como mecanismo de contenção do socialismo.
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UNEB 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

When the mudslide in Mariana took place,

TEXTO:




Disponível em: <www.folha.uol.com.br/internacional/embrazil/2016/01/1729842-thieves...mariana.shtml> . Acesso em: 2 fev. 2016.
A
thieves pretended to be volunteers.
B
government officials worked as volunteers.
C
local residents provided the equipment needed to clean the mud.
D
workers from Rio de Janeiro joined the volunteers.
E
the mayor took a long time to liberate the request for service.
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UNEB 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

The vehicles mentioned in the text couldn’t be found because

TEXTO:




Disponível em: <www.folha.uol.com.br/internacional/embrazil/2016/01/1729842-thieves...mariana.shtml> . Acesso em: 2 fev. 2016.
A
they were dismantled by the group.
B
they were taken to a neighboring town.
C
they were given a completely different appearance.
D
they were hidden by people at the service station.
E
their monitoring devices had been made ineffective.
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UNEB 2016 - Inglês - Caso genitivo | Genitive case

The ‘s in “Let’s” (l. 1) is the contraction of

TEXTO:

LET’S TAKE CARE

OF OUR PLANET TOGETHER


Let’s work together to save water.

Water is essential for life on earth,

so please help us to save it.

Your bedclothes are changed daily.

5 You can choose to keep them one more day by

reversing this card and putting it on your pillow.

A
is.
B
as.
C
us.
D
has.
E
was.
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UNEB 2016 - Inglês - Aspectos linguísticos | Linguistic aspects

Considering language use in the text, it’s correct to say:

TEXTO:

Disponível em: <www.pfsk.com/2016/01/new-balance-digital-sport-futuristic-tech-line-to-improve.athlete-performance.html>  . Acesso em: 2 fev. 2016. Adaptado 

A
The modal “can” (l. 3) expresses deduction.
B
The verb form “expected” (l. 11) is in the Past Participle.
C
The possessive adjective “their” (l. 13) refers to “watch” (l. 12).
D
The phrase “such as” (l. 17) is introducing a contrast.
E
The word “that” (l. 21) is functioning as a conjunction.
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UNEB 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

This message is commonly seen at

TEXTO:

LET’S TAKE CARE

OF OUR PLANET TOGETHER


Let’s work together to save water.

Water is essential for life on earth,

so please help us to save it.

Your bedclothes are changed daily.

5 You can choose to keep them one more day by

reversing this card and putting it on your pillow.

A
work.
B
clubs.
C
hotels.
D
schools.
E
home.
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UNEB 2016 - Inglês - Aspectos linguísticos | Linguistic aspects, Interpretação de texto | Reading comprehension

The author of this song says that his friend should call him when he or she ___________

he only alternative that does not complete this blank correctly is

TEXTO:

You’ve got a friend

        When you’re down and troubled
        And you need a helping hand
        And nothing, nothing is going right.
       Close your eyes and think of me
5      And soon I will be there
       To brighten up even your darkest nights

        You just call out my name
        And you know wherever I am
        I’ll come running
10   To see you again
       Winter, spring, summer or fall
        All you have to do is call
        And I’ll be there, yeah, yeah, yeah
         You’ve got a friend

Disponível em: <www.vagalume.com.br/james-taylor/you´ve-got-a-friend.html>  Acesso em: 2 fev. 2016.
A
is facing difficulties.
B
feeling depressed.
C
can’t fall asleep.
D
could do with some support.
E
is not pleased with his/her life.
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UNEB 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

The question to which there is no answer in this song is

TEXTO:

You’ve got a friend

        When you’re down and troubled
        And you need a helping hand
        And nothing, nothing is going right.
       Close your eyes and think of me
5      And soon I will be there
       To brighten up even your darkest nights

        You just call out my name
        And you know wherever I am
        I’ll come running
10   To see you again
       Winter, spring, summer or fall
        All you have to do is call
        And I’ll be there, yeah, yeah, yeah
         You’ve got a friend

Disponível em: <www.vagalume.com.br/james-taylor/you´ve-got-a-friend.html>  Acesso em: 2 fev. 2016.
A
How fast will he come to help his friend?
B
What’s the songwriter’s friend advised to do?
C
When will the songwriter be able to come and help?
D
Why is the songwriter unable to help throughout the year?
E
How can the songwriter make his friend’s life better?
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UNEB 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

One of the objectives of the New Balance new line of products is to

TEXTO:

Disponível em: <www.pfsk.com/2016/01/new-balance-digital-sport-futuristic-tech-line-to-improve.athlete-performance.html>  . Acesso em: 2 fev. 2016. Adaptado 

A
offer less expensive products.
B
give runners information about roads.
C
make them available all over the world.
D
provide feedback on the athlete’s performance.
E
do without the use of sophisticated technology.
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UNEB 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

Fill in the parentheses with T (True) or F (False).

About the New Balance new line of products, it’s correct to say:

( ) Fitness-related sensors are planned to be built into its clothes and footwear.
( ) Its smartwatch will be able to track routes without the aid of GPS.
( ) Its smartwatcher’s wearers won’t need to carry a smartphone so as to listen to music.
( ) The general public has not yet had access to the products of its Digital Sport line.

The correct sequence, from top to bottom, is

TEXTO:

Disponível em: <www.pfsk.com/2016/01/new-balance-digital-sport-futuristic-tech-line-to-improve.athlete-performance.html>  . Acesso em: 2 fev. 2016. Adaptado 

A
F T T F
B
F T F T
C
T F F F
D
T F T T
E
T T T T
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UNEB 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Texto A

O Cárcere das Almas

AH! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades.
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma, entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e funéreas
Nas prisões colossais e abandonadas
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo

Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do mistério?!

SOUSA, João Cruz e. Poesia por Tasso de Silva. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1960. p. 73.


Texto B

Corpo no cerco
os quatro pontos do globo
os quatro cantos do céu
as quatro esquinas do quarto
o corpo todo travado
no olhar cicatrizado

nas mãos as chaves
oxi(sol)dadas
onde as portas
(de sair aonde ?)
onde o norte
só desnorte
mais a leste, sem oeste

os meus membros quatro exatos
quatro minhas as paredes
cerco do corpo no quarto
meu corpo cortado em quatro

CUNHA, Helena Parente. Corpo no cerco. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978. p. 20-21.

Considerando-se os poemas em questão, a análise sem respaldo encontra-se em

A
A referência ao corpo se dá como algo que aprisiona, entrelaça e dificulta a liberdade.
B
O estilo de que se apropriam os poetas para a manifestação de sua criação faz uso de uma linguagem peculiar ao período literário de cada poeta, que os aproxima pela abordagem da temática.
C
A metáfora de “chaves” representa, simultaneamente, libertação e aprisionamento: no texto A, a libertação da alma, presa no corpo; no B, a transposição de uma realidade frustrante, presa na fragmentação de um “eu” fragilizado.
D
As personas poéticas dos poemas veem-se em uma situação de cárcere em que o padecimento é inevitável, quer pela condição física, como no poema de Cruz e Souza, ou pela psicológica, como no de Helena Cunha.
E
A inspiração que conduz os poetas à concretização de suas ideias em poesia se faz por meio de um olhar sobre si mesmo.
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UNEB 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


CANDIDO PORTINARI, Retirantes (Retirantes), 1944 Óleo s/ tela 190 x 180 cm. Col. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand São Paulo, Brasil. Disponível em: http://www.proa.org/exhibiciones/pasadas/portinari/salas/id_portinari_retirantes.html. Acesso em: 14 fev. 2016.


A imagem destacada, de Candido Portinari, dialoga com alguns romances da literatura regionalista, como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, O Quinze, de Rachel de Queiroz, e Essa Terra, de Antônio Torres.


Em relação a Essa Terra, de Antônio Torres, a alternativa que está inadequada ao contexto global da obra é a

A
A obra está dividida em quatro partes, que, por sua vez, está subdividida em capítulos, apresentando, inclusive, diferentes pontos de vista, em função da alternância de narradores.
B
A ida e o retorno de Nelo representam os dois lados de um Brasil que se completam: o sul é a redenção de um nordeste subdesenvolvido.
C
Nelo configura o desejo íntimo das demais habitantes de Junco: a saída de um ambiente inóspito e a expectativa de um retorno triunfal.
D
A narrativa consiste em um relato fragmentário e memorialístico das desventuras de uma família nordestina, entre as asperezas do sertão e a ilusão de uma metrópole.
E
A ausência de sentimento de pertencimento a que os nordestinos são submetidos resulta da dificuldade das relações que se estabelecem entre eles e a realidade socioeconômica dos lugares em que transitam.
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UNEB 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os homens da empresa funerária haviam feito um bom trabalho, eram competentes e treinados. Como disse o santeiro, ao passar um instante para ver como as coisas se apresentavam, “nem parecia o mesmo morto”. Penteado, barbeado, vestido de negro, camisa alta e gravata, sapatos lustrosos, era realmente Joaquim Soares da Cunha quem descansava no caixão funerário — um caixão régio (constatou satisfeita Vanda), de alças douradas, com uns babados nas bordas.
Vanda pensou que Otacília sentir-se-ia feliz no distante círculo do universo onde se encontrasse. Porque se impunha finalmente sua vontade, a filha devotada restaurara Joaquim Soares da Cunha, aquele bom, tímido e obediente esposo e pai...

AMADO, Jorge. A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água. 42. ed. Rio de Janeiro: Record. p. 45-47.

Considerando-se o trecho destacado no contexto da obra, a forma verbal “restaurara”, em “restaurara Joaquim Soares da Cunha”, pode ser entendida como

A
resgate da sua morte moral.
B
reparação da sua morte física.
C
restabelecimento da sua morte memorável.
D
restituição das três mortes, simultaneamente.
E
restauração das mortes física e moral, simultaneamente.
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UNEB 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Fragmento 1

O largo seria apenas isso não fosse a mulher que vem tropeçando muito, talvez bêbada ou uma epiléptica, quase a alcançar a escadaria do pátio da igreja. Cai, estremecendo, em silêncio.
— Misericórdia! Exclamo, já a correr, aproximando-me. E, mal me debruço para acudi-la, não tenho dúvida de que está morrendo. Dois ou três minutos de vida, no máximo.
[...]
Há a bolsa de couro, no chão, ao lado do corpo. Usada, gasta, suja. Aí, junto aos pés, é como uma parte do corpo que deve guardar os pertences da mulher. [...] a mulher no calçamento, morta, indiferente ao mundo.”

FILHO, Adonias. Um corpo sem nome. O Largo da Palma. Rio de Janeiro: Bertrand, Brasil, 2005. p. 73-74.


Fragmento 2

O que se espera, pelo mais certo das coisas, é que faleçam os avós antes dos netos, e que sejamos sepultados por nossos filhos. Do contrário, toda tristeza se multiplica pelo peso das nossas dores. Este sentimento me abrasava em gelo naquele exato instante, quando senti as palavras pontiagudas do médico, no momento da maior aflição:
— Sinto muito, acabamos de perdê-lo. Eu o havia perdido antes mesmo de sua morte. Isso era o doloroso: não poder confortá-lo e amparar-me em seus últimos hálitos. Mas como pôde meu pai morrer assim, longe de nossos olhos e palavras, atrelado ao mundo por tentáculos de monitores? Era um jeito completamente contrário aos nossos sentimentos. [...]
Era inglória a morte de meu pai, ele não a desejava assim. E isso era um peso, só agora eu o media. Ele sempre dizia não temer sua hora em sua justa vez, que se fosse dignamente ao lado dos seus, como parte de nossas vidas, como era o certo em seus bons tempos, sem as salvações por apenas uns dias e horas.

FONSECA, Aleilton. O desterro dos mortos: contos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. p. 91-92.

Considerando-se os fragmentos dos textos no contexto das obras O Largo da Palma e O desterro dos mortos, marque V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas, as afirmações sobre elas.

( ) Os fragmentos destacados apresentam identidade temática na medida em que abordam questões como abandono e solidão na momento da morte.
( ) A moça que morre no Largo da Palma ilustra bem um drama existencial: o anonimato de uma morte solitária.
( ) O filho que perde o pai se dá conta da solidão a que são condenados os doentes terminais em hospitais, sem a presença reconfortante de parentes e amigos.
( ) Tanto a moça que morre na Palma como o pai que morre deixando o filho saudoso representam o anonimato social, seres que morrem sem ter contribuído na construção do tecido social.
( ) As narrativas ilustram bem os problemas ligados à contemporaneidade que ocorrem como consequência dos avanços tecnológicos.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

A
V V V V V
B
V F F V F
C
V V V F F
D
F V V F F
E
F F F V V
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UNEB 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analisando-se a estrutura redacional em que a articulista se expressou, pode-se afirmar:

TEXTO:



CRITELLI, Dulce. Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/ artigo/somos-todos-testemunhas. Acesso em: 10 fev. 2106. Adaptado.

A
Para a manifestação de suas ideias, embora citem alguns intelectuais renomados, observa-se uma inadequação temática em relação às observações deles, que contribuem para a falta de coerência do texto.
B
A presença de diferentes vozes polifônicas, reconhecidas pelo mundo da intelectualidade, tem por objetivo dar a si alguma credibilidade, em virtude do seu anonimato neste meio.
C
O assunto a que se propõe tratar, por ser de pouco interesse coletivo, demanda de referências bibliográficas que sustentem sua argumentação.
D
O registro no texto de um sujeito coletivo, manifestado no uso de “nós”, confere ao assunto, além de uma contemporaneidade, uma preocupação humanista em relação às ferramentas tecnológicas impostas pela comunicação.
E
O uso da linguagem conotativa, expressa por meio de um discurso indireto, em que diferentes estudiosos do comportamento humano se manifestam, contribui para importância do tema.
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UNEB 2016 - Português - Uso dos conectivos, Regência, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Análise sintática, Sintaxe

A análise dos fragmentos retirados do texto está correta em

TEXTO:



CRITELLI, Dulce. Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/ artigo/somos-todos-testemunhas. Acesso em: 10 fev. 2106. Adaptado.

A
Nas passagens “E, como ele, muitos outros filósofos associam” (l. 2-3) e “Como os homens falam e agem, falar e agir estão sempre associados” (l. 10-11), a palavra “como” expressa ideia de conformidade nas duas situações.
B
A expressão “mas também” (l. 5), em relação à oração anterior, estabelece oposição.
C
A oração reduzida “Ao falar” (l. 8) apresenta um fato que sustenta as ideias do articulista, podendo ser desenvolvida, sem alterar o sentido de sua argumentação.
D
O conector “que” da passagem “que nos torna reais, e que efetiva tudo o que fizemos e dissemos.” (l. 23-24) exerce a mesma função morfossintática nas diferentes colocações.
E
Na passagem “leva as pessoas a se lançarem ávidas sobre qualquer oportunidade” (l. 30-31), as formas verbais “leva” e “lançarem” se apresentam com a mesma regência.
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UNEB 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nos fragmentos de Tenda dos Milagres, os personagens Arcanjo e Nilo são evidenciados. Considerando-se o romance em sua totalidade, eles representam parte da sociedade soteropolitana da época.

A alternativa em que essa representação está correta é a

Fragmento 1

    Quem foi esse tal de Archanjo? Alguma figura exponencial, um professor, um doutor, um luminar, um prócer político, ao menos um comerciante rico? Nada disso: um reles bedel da Faculdade de Medicina, pouco mais que um mendigo, praticamente um operário. Espumava o insigne cidadão e eu não lhe nego motivos para tamanha cólera. Dedicara sua existência a clamar contra o porneia, a dissolução dos costumes, os maiôs, Marx e Lênin, o abastardamento da língua portuguesa, “última flor do Lácio”, e que resultados obtivera? Nenhum: impera a pornografia nos livros, no teatro, no cinema e na vida; a dissolução dos costumes fez-se normalidade quotidiana, as moças conduzem a pílula junto ao terço, os maiôs viraram biquínis e olhe lá; como se não bastassem Marx e Lênin, aí estão Mao-Tse-Tung e Fidel Castro, sem falar nos padres, todos eles possuídos do demônio; quanto a livros e língua portuguesaos tomos do ilustre acadêmico, vazados no terso e castiço idioma de Camões e publicados por conta do autor, jazem nas prateleiras das livrarias, em eterna consignação, enquanto vendem-se aos milhares os livros daqueles escribas que desprezam as regras da gramática e reduzem a língua dos clássicos a um subdialeto africano.

AMADO, Jorge. Tenda dos Milagres. 5. ed. São Paulo: Martins, 1970. p. 66.


Fragmento 2

“Não há no mundo gente melhor do que vocês, povo mais civilizado do que o povo mulato da Bahia”, dissera a sueca ao despedir-se na Tenda dos Milagres, em conversa com Lídio, Budião e Aussá. Chegara de longe, vivera com eles, dizia por saber, um saber sem restrições ou dúvidas, de real conhecimento. Por que então o doutor Nilo Argolo – catedrático de Medicina Legal na Faculdade e mentor científico da congregação, com renome de sábio e descomunal biblioteca — escrevera sobre os mestiços da Bahia ... ?

AMADO, Jorge. Tenda dos Milagres. 5. ed. São Paulo: Martins, 1970. p. 119.
A
Archanjo incorpora a figura do boêmio marginal, que não se adapta aos códigos burgueses, por isso se torna um revolucionário; já Argolo afigura-se mais prudente na crítica do mundo burguês, sendo a parcimônia uma de suas marcas.
B
Archanjo representa a tentativa de afirmação de uma camada popular marginalizada e discriminada; Argolo faz oposição a isso, apropria-se de um discurso eivado de preconceitos.
C
Archanjo faz oposição política a Argolo na disputa pela liderança de grupos sociais bem definidos, porém dispersos pelos diversos espaços da cidade.
D
Archanjo representa a resistência negra e tenta derrubar tabus sociais como patriarcalismo e homofobia, enquanto Argolo luta para mantê-los vivos.
E
Tanto Archanjo como Argolo são arautos de um novo tempo, em que o preconceito e a tirania não encontram terreno fértil para surgir.