Questão 5601ad04-bb
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Texto A
O Cárcere das Almas
AH! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades.
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma, entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e funéreas
Nas prisões colossais e abandonadas
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do mistério?!
SOUSA, João Cruz e. Poesia por Tasso de Silva. 2. ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1960. p. 73.
Texto B
Corpo no cerco
os quatro pontos do globo
os quatro cantos do céu
as quatro esquinas do quarto
o corpo todo travado
no olhar cicatrizado
nas mãos as chaves
oxi(sol)dadas
onde as portas
(de sair aonde ?)
onde o norte
só desnorte
mais a leste, sem oeste
os meus membros quatro exatos
quatro minhas as paredes
cerco do corpo no quarto
meu corpo cortado em quatro
CUNHA, Helena Parente. Corpo no cerco. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1978. p. 20-21.
Considerando-se os poemas em questão, a análise sem respaldo encontra-se em
Texto A
O Cárcere das Almas
AH! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades.
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma, entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e funéreas
Nas prisões colossais e abandonadas
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do mistério?!
SOUSA, João Cruz e. Poesia por Tasso de Silva. 2. ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1960. p. 73.
Texto B
Corpo no cerco
os quatro pontos do globo
os quatro cantos do céu
as quatro esquinas do quarto
o corpo todo travado
no olhar cicatrizado
nas mãos as chaves
oxi(sol)dadas
onde as portas
(de sair aonde ?)
onde o norte
só desnorte
mais a leste, sem oeste
os meus membros quatro exatos
quatro minhas as paredes
cerco do corpo no quarto
meu corpo cortado em quatro
CUNHA, Helena Parente. Corpo no cerco. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1978. p. 20-21.
Considerando-se os poemas em questão, a análise sem respaldo encontra-se em
A
A referência ao corpo se dá como algo que aprisiona, entrelaça e dificulta a liberdade.
B
O estilo de que se apropriam os poetas para a manifestação de sua criação faz uso de uma linguagem peculiar ao período
literário de cada poeta, que os aproxima pela abordagem da temática.
C
A metáfora de “chaves” representa, simultaneamente, libertação e aprisionamento: no texto A, a libertação da alma, presa
no corpo; no B, a transposição de uma realidade frustrante, presa na fragmentação de um “eu” fragilizado.
D
As personas poéticas dos poemas veem-se em uma situação de cárcere em que o padecimento é inevitável, quer pela condição
física, como no poema de Cruz e Souza, ou pela psicológica, como no de Helena Cunha.
E
A inspiração que conduz os poetas à concretização de suas ideias em poesia se faz por meio de um olhar sobre si mesmo.