Questõesde UFT 2013

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UFT 2013 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Leia o fragmento do poema a seguir para responder a questão

BANDIDO NEGRO
(...)
E o senhor que na festa descanta
Pare o braço que a taça alevanta,
Coroada de flores azuis.
E murmure, julgando-se em sonhos:
"Que demônios são estes medonhos.
Que lá passam famintos e nus?

Cai, orvalho de sangue do escravo,
Cai, orvalho, na face do algoz.
Cresce, cresce, seara vermelha,
Cresce, cresce, vingança feroz.
Somos nós, meu senhor, mas não tremas,
Nós quebramos as nossas algemas
P'ra pedir-te as esposas ou mães.
Este é o filho do ancião que mataste.
Este- irmão da mulher que manchaste...
Oh, não tremas, senhor, são teus cães.

Cai, orvalho de sangue do escravo,
Cai, orvalho, na face do algoz.
Cresce, cresce, seara vermelha,
Cresce, cresce, vingança feroz.

São teus cães, que têm frio e têm fome,
Que há dez séc'los a sede consome...
Quero um vasto banquete feroz...
Venha o manto que os ombros nos cubra.
Para vós fez-se a púrpura rubra,
Fez-se o manto de sangue p'ra nós.
(...)

ALVES, Castro. Os escravos. São Paulo: Galex, s/d, p.50-51.

A poesia social de Castro Alves caracteriza-se por seu discurso antiescravagista. Nesse fragmento, é CORRETO afirmar.

A
O eu-lírico, ao chamar os escravos de cães, ressalta a lealdade e a capacidade destes em defender e proteger o senhor.
B
O eu-lírico denuncia os séculos de violência, miséria e exploração pelos quais passaram gerações de escravos, cujos descendentes se rebelam com sede de justiça e de vingança.
C
O eu-lírico, ao mostrar o senhor em meio ao luxo e surpreso com a visão fantasmagórica de homens famintos e nus, expõe a vulnerabilidade de uma sociedade contrária à escravidão.
D
O eu- lírico coloca escravos e senhor em situação social de enfrentamento das leis escravagistas; essa situação é representada pela quebra das algemas feita pelos próprios escravos.
E
O eu-lírico assume um discurso de incentivo à violência, exaltando o ódio dos escravos contra seus senhores.
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UFT 2013 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

A questão é referente ao fragmento de texto a seguir.

Esqueci-me de dizer que a ópera começara; as nossas observações podiam fazer-se então em céu desnublado. Vi Lúcia sentada na frente do seu camarote, vestida com certa galantaria, mas sem a profusão de adornos e a exuberância de luxo que ostentam de ordinário as cortesãs, ou porque acreditam que a sua beleza, como as caixinhas de amêndoas, cota-se pelo invólucro dourado, ou porque, no seu orgulho de anjos decaídos desejem esmagar a casta simplicidade da mulher honesta, quantas vezes defraudada nessa prodigalidade.
Não me posso agora recordar das minúcias do traje de Lúcia naquela noite. O que ainda vejo neste momento, se fecho os olhos, são as nuvens brancas e nítidas, que se frocavam graciosamente, aflando com o lento movimento de seu leque; o mesmo leque de penas que eu apanhara e, que de longe parecia uma grande borboleta rubra pairando no cálice das magnólias. O rosto suave e harmonioso, o colo e as espáduas nuas, nadavam como cisnes naquele mar de leite, que ondeavam sobre formas divinas.
A expressão angélica de sua fisionomia naquele instante, a atitude modesta e quase tímida, e a singeleza das vestes níveas e transparentes, davam-lhe frescor e viço de infância, que devia influir pensamentos calmos, se não puros. Entretanto o meu olhar ávido e acelerado rasgava os véus ligeiro e desnudava as formas deliciosas que ainda sentia latejar sob meus lábios.

ALENCAR, José, Lucíola. São Paulo: Ática, 1994, p. 28.

O romance "Lucíola", de José de Alencar foi publicado por volta de 1861, época em que a mulher era vista, de acordo com o olhar Romântico, como casta ou como dama impura. No fragmento, é CORRETO afirmar.

A
O narrador, embora esteja descrevendo uma cortesã, a diferencia das demais. A singeleza, a cor das roupas, a expressão angelical da personagem Lúcia são elementos comuns à casta heroína Romântica.
B
O narrador tem um olhar peculiar ao Romantismo, no que se refere à mulher. A personagem Lúcia é vista como imagem de pureza que inibe o desejo de posse masculino.
C
O narrador vivencia conflitos comuns ao herói romântico, e se contradiz na descrição da personagem Lúcia: a descreve como angelical e como mulher que deixa, propositalmente, partes do corpo à mostra, como forma de sedução.
D
O narrador fala de uma cena antiga, acontecida no teatro, em que ele observava uma mulher. A recorrência de lembranças de fatos acontecidos no passado é característica da narrativa romântica, como forma de evasão do presente.
E
O narrador, ao falar da personagem Lúcia como cortesã, antecipa o movimento Realista, visto que as personagens femininas do Romantismo eram tratadas somente como seres diáfanos e puros.
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Cada escritor procura estratégias (especificidades linguísticas e estilísticas, etc) na hora de escrever um texto. Nos três excertos, identificamos uma característica comum entre eles:

Leia os excertos as seguir e responda as questão.

Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação criativa para a realização de um bom texto.

Texto 1
Eliane Brum

  "Começo a escrever dentro de mim. Vou ao computador com o texto já em mim. Resolvo os meus conflitos pela escrita"
   Tanto na reportagem como na ficção começo a escrever dentro de mim. Sou intuitiva na minha escrita. Dificilmente tenho bloqueios, porque quando vou para o computador a história já está dentro de mim.
   O processo é como uma gestação. A reportagem começa em um movimento interno de esvaziamento - da visão de mundo, dos preconceitos, dos julgamentos. Sei que nunca vou me esvaziar por completo - não podemos esquecer que somos seres históricos. Volto preenchida pela voz que é do outro, pela história do outro. [...]
   Na ficção é outro processo: o de ser possuído pela própria voz, pelas vozes do seu subterrâneo que você nem sabia que tinha. Também é uma apuração - dos seus interiores. Ela também começa dentro de mim. É um processo totalmente solitário. É preciso aguentar a angústia.
[…]

Texto 2 
Stella Florence

   "Escrever é cortar o ego do escritor. A técnica deve misturar-se à criação sem que percebamos".
    Há uma frase atribuída ao Rubem Fonseca que considero perfeita: "Escrever é um labirinto cuja dificuldade não é encontrar a saída, mas a entrada".
   Quando se encontra a entrada do texto, tem-se tudo - e não há como forçar esse encontro.
   Eu costumava organizar notas, blocos, cadernos, até perceber que eu jamais esquecia o que realmente iria virar texto. Agora eu deixo que a memória funcione como um filtro. [...]
  Não tenho manias ou necessidades externas. Preciso apenas de concentração (isso pode acontecer em casa, num aeroporto, num bar, desde que não falem comigo).
[...]

Texto 3
Xico Sá
    Nessa correria de hoje está todo mundo com déficit de atenção. Uma boa abertura é fundamental para abrir a porta ao leitor. Sem um bom começo há mais dificuldade na leitura. Penso numa frase de maior impacto para prender o leitor.
   A linguagem com termos pouco usuais funciona, chama a atenção. No texto de internet, que é para o povo mais apressado ainda, jogo adiante dois ou três significados do termo, até brincando com ele. Para livros não tenho essa preocupação, pois imagino um leitor com mais reflexão, que possa ter o entendimento por ele mesmo. São expressões às vezes regionais, que eram usuais no português em desuso. [...]
  Inspiro-me tanto em Graciliano Ramos, pela secura do texto, como em Nelson Rodrigues, pelo contrário: por adjetivar, não ter medo do derramamento. [...]
   Há também a preocupação de fechar com boas frases. Não deixo o leitor sem uma satisfação final.
[...]

Disponível em: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10533. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado).  
A
a concentração no ato de escrita e reescrita do texto
B
o estilo, que é pessoal e intransferível no ato de escrita
C
a criatividade, como elemento importante no processo de escrita
D
o tempo, cujo trabalho é solitário e cheio de manias no processo de escrita
E
a técnica, que diferencia a elaboração de um texto comum do da escrita criativa
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Leia os excertos a seguir e assinale a alternativa CORRETA.

Texto 1
Manifesto Antropofágico
Oswald de Andrade (Revista de Antropofagia, 1928) Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.
[...]
Disponível em: http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado)

Texto 2
#ColunadaGi: 5 blogs de moda favoritos!
Categorias: #ColunadaGi - Por Giovanna Ferrarezi, em 30/04/2013 às 12:31
Dessa vez, vim contar quais são meus 5 blogs de moda favoritos. Sempre que não sei o que vestir, vou consultar os famosos “looks do dia” das meninas. [...]
2. Fashion Coolcure
A Flávia Desgranges Van der Linden tem cara de gringa, nome de gringa, jeito de gringa, mas é brasileira! Muitas de vocês já devem conhecer o Fashion Coolture, já que a Flávia tá sempre bombando no site Lookbook.nu. [...]
Disponível em: http://capricho.abril.com.br/blogs/itgirls/colunadagi-5-blogs-de-moda-favoritos/. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado)

Texto 3
JORNAL DA MANHÃ \ Editorial
Publicada em 05/04/2013.
O Hospital de Caridade de Ijuí, mais uma vez, assume uma postura definitiva com relação ao bom andamento da saúde pública na região. Postura, aliás, que falta a muitos políticos e ao próprio poder público.
Mesmo com a possibilidade de transferir a UTI Pediátrica para Santa Rosa, em função de uma regulação extremamente burocrática da Secretaria Estadual, o HCI decidiu manter o atendimento em todos os leitos: neonatais e pediátricos.
[...]
Disponível em: http://jmijui.com.br/publicacao-10581-Exemplo.fire.Acesso em agosto de 2013. (Adaptado)

Texto 4
Lesados pelas empresas de Mudança brasileiras no envio de caixas para o Brasil:
Destinatário: Gabinete do Presidente da República
Em virtude do grande número de brasileiros que foram lesados por Empresas Brasileiras de Mudança, estabelecidas nos EUA, e prestando serviços exclusivamente para brasileiros, vimos, pelo presente abaixo-assinado, solicitar ao Governo Federal uma solução para todos os brasileiros que foram lesados pela oferta de um serviço ilegal.[...]
Disponível em: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/5162. Acesso em agosto de 2013.(adaptado)

A
O editorial é um gênero textual descritivo produzido com o objetivo de chamar a atenção de um determinado grupo ou da comunidade em geral, com a finalidade de resolver questões de cunho social, político e cultural, entre outros, como exemplificado no texto 3.
B
O manifesto é um gênero textual descritivo-narrativo que intenciona informar o leitor a opinião e os interesses de determinado grupo, como exemplificado no Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade.
C
A carta ao leitor é um gênero textual que pode ser confundido com o editorial, pois ambos têm linguagem argumentativa e devem expressar a manifestação do leitor sobre os assuntos veiculados nos meios de comunicação.
D
O abaixo-assinado é um gênero textual, de cunho descritivo-argumentativo, em que determinado grupo se mobiliza com o objetivo de exigir suas reivindicações. O texto final tem poder decisório e é soberano para atingir a reivindicação.
E
O blog é um gênero digital interativo, veiculado na web, que intenciona informar e entreter. A postagem de textos segue uma ordem cronológica e pode contar com a participação e interação de outros, como exemplificado no texto 2.
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética.

A linguagem tem objetivos a alcançar: informar, exprimir emoções, interagir, convencer, entre outros. Assinale a alternativa CORRETA quanto à função da linguagem, utilizada pelos autores dos textos.

Leia os excertos as seguir e responda as questão.

Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação criativa para a realização de um bom texto.

Texto 1
Eliane Brum

  "Começo a escrever dentro de mim. Vou ao computador com o texto já em mim. Resolvo os meus conflitos pela escrita"
   Tanto na reportagem como na ficção começo a escrever dentro de mim. Sou intuitiva na minha escrita. Dificilmente tenho bloqueios, porque quando vou para o computador a história já está dentro de mim.
   O processo é como uma gestação. A reportagem começa em um movimento interno de esvaziamento - da visão de mundo, dos preconceitos, dos julgamentos. Sei que nunca vou me esvaziar por completo - não podemos esquecer que somos seres históricos. Volto preenchida pela voz que é do outro, pela história do outro. [...]
   Na ficção é outro processo: o de ser possuído pela própria voz, pelas vozes do seu subterrâneo que você nem sabia que tinha. Também é uma apuração - dos seus interiores. Ela também começa dentro de mim. É um processo totalmente solitário. É preciso aguentar a angústia.
[…]

Texto 2 
Stella Florence

   "Escrever é cortar o ego do escritor. A técnica deve misturar-se à criação sem que percebamos".
    Há uma frase atribuída ao Rubem Fonseca que considero perfeita: "Escrever é um labirinto cuja dificuldade não é encontrar a saída, mas a entrada".
   Quando se encontra a entrada do texto, tem-se tudo - e não há como forçar esse encontro.
   Eu costumava organizar notas, blocos, cadernos, até perceber que eu jamais esquecia o que realmente iria virar texto. Agora eu deixo que a memória funcione como um filtro. [...]
  Não tenho manias ou necessidades externas. Preciso apenas de concentração (isso pode acontecer em casa, num aeroporto, num bar, desde que não falem comigo).
[...]

Texto 3
Xico Sá
    Nessa correria de hoje está todo mundo com déficit de atenção. Uma boa abertura é fundamental para abrir a porta ao leitor. Sem um bom começo há mais dificuldade na leitura. Penso numa frase de maior impacto para prender o leitor.
   A linguagem com termos pouco usuais funciona, chama a atenção. No texto de internet, que é para o povo mais apressado ainda, jogo adiante dois ou três significados do termo, até brincando com ele. Para livros não tenho essa preocupação, pois imagino um leitor com mais reflexão, que possa ter o entendimento por ele mesmo. São expressões às vezes regionais, que eram usuais no português em desuso. [...]
  Inspiro-me tanto em Graciliano Ramos, pela secura do texto, como em Nelson Rodrigues, pelo contrário: por adjetivar, não ter medo do derramamento. [...]
   Há também a preocupação de fechar com boas frases. Não deixo o leitor sem uma satisfação final.
[...]

Disponível em: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10533. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado).  
A
O primeiro autor apresenta uma linguagem centrada no emissor e tem como objetivo explicar e persuadir o leitor de suas impressões pessoais a respeito do ato de escrever um bom texto.
B
O segundo autor apresenta uma linguagem centrada na primeira pessoa. É apelativa e intenciona influenciar o leitor nos hábitos de escrita com o objetivo de comovê-lo para uma mudança.
C
O terceiro texto evidencia a subjetividade na forma de interagir com o leitor, ao recorrer a conceitos gerais sobre a composição de estratégias para atrair o leitor.
D
O primeiro e o segundo texto estão centrados na primeira pessoa. Têm como característica o uso de recursos expressivos para dar mais força e intensidade ao que se diz.
E
O segundo e terceiro texto estabelecem uma relação de contato com o leitor, procurando persuadi-lo de que hábitos e estratégias de leitura são necessários para um bom escritor.
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os autores citados apontam o tempo, a paciência e a técnica como elementos necessários no processo de criação de um texto. Assinale a alternativa CORRETA.

Leia os excertos as seguir e responda as questão.

Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação criativa para a realização de um bom texto.

Texto 1
Eliane Brum

  "Começo a escrever dentro de mim. Vou ao computador com o texto já em mim. Resolvo os meus conflitos pela escrita"
   Tanto na reportagem como na ficção começo a escrever dentro de mim. Sou intuitiva na minha escrita. Dificilmente tenho bloqueios, porque quando vou para o computador a história já está dentro de mim.
   O processo é como uma gestação. A reportagem começa em um movimento interno de esvaziamento - da visão de mundo, dos preconceitos, dos julgamentos. Sei que nunca vou me esvaziar por completo - não podemos esquecer que somos seres históricos. Volto preenchida pela voz que é do outro, pela história do outro. [...]
   Na ficção é outro processo: o de ser possuído pela própria voz, pelas vozes do seu subterrâneo que você nem sabia que tinha. Também é uma apuração - dos seus interiores. Ela também começa dentro de mim. É um processo totalmente solitário. É preciso aguentar a angústia.
[…]

Texto 2 
Stella Florence

   "Escrever é cortar o ego do escritor. A técnica deve misturar-se à criação sem que percebamos".
    Há uma frase atribuída ao Rubem Fonseca que considero perfeita: "Escrever é um labirinto cuja dificuldade não é encontrar a saída, mas a entrada".
   Quando se encontra a entrada do texto, tem-se tudo - e não há como forçar esse encontro.
   Eu costumava organizar notas, blocos, cadernos, até perceber que eu jamais esquecia o que realmente iria virar texto. Agora eu deixo que a memória funcione como um filtro. [...]
  Não tenho manias ou necessidades externas. Preciso apenas de concentração (isso pode acontecer em casa, num aeroporto, num bar, desde que não falem comigo).
[...]

Texto 3
Xico Sá
    Nessa correria de hoje está todo mundo com déficit de atenção. Uma boa abertura é fundamental para abrir a porta ao leitor. Sem um bom começo há mais dificuldade na leitura. Penso numa frase de maior impacto para prender o leitor.
   A linguagem com termos pouco usuais funciona, chama a atenção. No texto de internet, que é para o povo mais apressado ainda, jogo adiante dois ou três significados do termo, até brincando com ele. Para livros não tenho essa preocupação, pois imagino um leitor com mais reflexão, que possa ter o entendimento por ele mesmo. São expressões às vezes regionais, que eram usuais no português em desuso. [...]
  Inspiro-me tanto em Graciliano Ramos, pela secura do texto, como em Nelson Rodrigues, pelo contrário: por adjetivar, não ter medo do derramamento. [...]
   Há também a preocupação de fechar com boas frases. Não deixo o leitor sem uma satisfação final.
[...]

Disponível em: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10533. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado).  
A
Eliane Brum tem uma preparação emocional e afetiva anterior ao processo de escrita. Na produção de ficção, ela procura se envolver em questões que abarcam juízos de valores para, em seguida, empreender-se no processo solitário de escrita do texto.
B
Stella Florence diz que o mais difícil na escritura de um texto não é a sua finalização, mas o início. Sistematizar os passos que antecedem o momento inicial é pré-requisito para que a memória funcione.
C
Xico Sá utiliza como estratégias para atrair a atenção do leitor frases boas e de impacto. Acredita que para cada tipo de texto, considerando sua circulação (internet, impresso, etc), é preciso atenção nas estratégias que deverá utilizar para prender o leitor.
D
Eliane Brum e Stella Florence apresentam pontos convergentes quando citam que o ofício da escrita deve se juntar à sua criação. Ademais, asseguram que a escrita é um ato de organização do raciocínio lógico.
E
Xico Sá e Stella Florence apresentam características semelhantes quanto à técnica de preparação de um bom texto e às estratégias para chamar a atenção do leitor.
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

De acordo com o tipo de discurso, predominantemente, utilizado pelo autor do texto, é CORRETO afirmar que

Leia o texto para responder a questão.

Slogans de protesto

   Samantha Pearson, colunista do prestigioso Financial Times, escreveu um artigo sobre a adoção de slogans publicitários pelos manifestantes que tomaram as ruas de diversas cidades brasileiras nos últimos meses. Segundo ela, a utilização dos temas "O gigante acordou", extraída da campanha do uísque Johnnie Walker, e do "Vem pra rua", retirado dos anúncios da Fiat, revelam sinais de consumismo excessivo e alienação política.
     Entendo a surpresa da moça. Relacionamos protestos com palavras de ordem contra o establishment e não a favor dele. No entanto, como um dos mais antigos historiadores da humanidade e, porque não dizer, na qualidade de o “pai da história”, devo esclarecer que a utilização de slogans de anunciantes em protestos e revoluções não é algo novo.
[...]
    O lema “paz, pão e terra”, usado por Lenin para promover a primeira fase da revolução soviética, expressou com perfeição três demandas da época: a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, comida para todos e a necessidade de uma reforma agrária radical. Esse simples e brilhante slogan não saiu da cabeça de nenhum propagandista marxista. Os bolcheviques o tomaram de uma campanha de um condomínio fechado que prometia paz, pão e terra aos compradores, pois, os imensos lotes oferecidos aos burgueses se encontravam longe do centro de Moscou e ao lado de um campo de trigo.
    O caso de Maio de 68 é o mais exemplar. Esse movimento talvez seja o mais profícuo em slogans. Centenas de frases de efeito foram gritadas e estampadas em muros e cartazes pelos manifestantes. Algumas delas seguem ainda hoje animando as mentes inquietas. O que pouca gente sabe é que muitos dos ditos da época foram sacados de campanhas publicitárias de produtos dos mais diversos setores da economia. "Decretado o estado de felicidade permanente." (Cerveja). “A Poesia está na rua.” (Perfume). “O sonho é realidade.” (Previdência privada). "Não mudem de empregadores, mudem o emprego da vida." (Trabalho autônomo). "A imaginação toma o poder." (Carro).
     Ao historiador, cabe analisar o passado e não fazer previsões, mas me arrisco a dizer que, num futuro próximo, manifestantes poderão se apropriar também das frases promocionais usadas pelo varejo. Já vejo cartazes estampando dizeres como “imperdível, redução de tarifa já”, “pelo fim da corrupção, nem que seja em 10x sem juros”, “queima total de estoque de parlamentares”. O ambiente é propício.

KNIJNIK, Vitor. Blog do Heródoto. Carta Capital. São Paulo: Confiança, Ano XVIII, Nº 757, jul. 2013, p.19. (adaptado)
A
o primeiro parágrafo apresenta discurso indireto, caracterizado pela reprodução da opinião de Samantha Pearson a respeito da utilização de slogans publicitários em protestos nas cidades brasileiras.
B
o segundo parágrafo apresenta o discurso indireto livre, uma vez que o autor mescla a opinião de Samantha Pearson com a sua própria fala em relação às palavras de ordem utilizadas nos protestos.
C
o terceiro parágrafo apresenta o discurso direto, corroborado pela utilização das aspas no trecho “paz, pão e terra”, e pelo o uso dos verbos ‘saiu’, ‘prometia’ e ‘encontravam’.
D
o quarto parágrafo apresenta o discurso direto, abordando juízo de valores por parte de Samantha Pearson, quando emprega os exemplos utilizados em slogans publicitários.
E
o quinto parágrafo apresenta o discurso indireto livre, uma vez que o autor retoma a opinião de Samantha Pearson quanto à apropriação de slogans publicitários para os futuros protestos.
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto a seguir para responder a questão.

O Ferrador de Cavalos

Em que língua falarei ao ferrador de cavalos?
Por que, na minha língua de assombros e vogal,
só falo a mim mesmo
__ ao meu nada e ao meu tudo__
e nem sequer disponho do gesto dos mudos?
Se as palavras morrem à míngua como os homens
e se o silêncio fala
seu próprio idioma,
em que língua direi
ao homem diferente
que ele é meu semelhante
quando o vejo ferrar
o casco do cavalo?
Empunhando o martelo
ele me conta histórias
de cravos perdidos e cavalos mancos.
Palavras que se perdem
como ferraduras
no caminho do pasto
IVO, Lêdo. Noite Misteriosa. Os melhores poemas de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983, (adaptado)

O poema de Lêdo Ivo discute, entre outros tópicos, o tema língua e cultura. A esse respeito, pode se afirmar que

A
o eu lírico descreve dúvidas em que língua utilizar com o ferreiro, uma vez que seu universo cultural é distante e superior ao dele.
B
o poema apresenta uma diferença entre a forma de se comunicar do eu lírico e a do ferreiro.
C
o eu lírico enobrece a cultura sertaneja e rústica do ferreiro como um grande contador de histórias.
D
o eu lírico acredita que fala uma língua superior culturalmente a do ferreiro.
E
o poema relata as diferenças culturais presentes em diversas regiões do país.
deb1eb0a-b0
UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A partir dos argumentos defendidos pelo autor do texto, assinale a alternativa CORRETA. Os slogans, descritos no texto, utilizados em protestos e movimentos políticos estão relacionados

Leia o texto para responder a questão.

Slogans de protesto

   Samantha Pearson, colunista do prestigioso Financial Times, escreveu um artigo sobre a adoção de slogans publicitários pelos manifestantes que tomaram as ruas de diversas cidades brasileiras nos últimos meses. Segundo ela, a utilização dos temas "O gigante acordou", extraída da campanha do uísque Johnnie Walker, e do "Vem pra rua", retirado dos anúncios da Fiat, revelam sinais de consumismo excessivo e alienação política.
     Entendo a surpresa da moça. Relacionamos protestos com palavras de ordem contra o establishment e não a favor dele. No entanto, como um dos mais antigos historiadores da humanidade e, porque não dizer, na qualidade de o “pai da história”, devo esclarecer que a utilização de slogans de anunciantes em protestos e revoluções não é algo novo.
[...]
    O lema “paz, pão e terra”, usado por Lenin para promover a primeira fase da revolução soviética, expressou com perfeição três demandas da época: a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, comida para todos e a necessidade de uma reforma agrária radical. Esse simples e brilhante slogan não saiu da cabeça de nenhum propagandista marxista. Os bolcheviques o tomaram de uma campanha de um condomínio fechado que prometia paz, pão e terra aos compradores, pois, os imensos lotes oferecidos aos burgueses se encontravam longe do centro de Moscou e ao lado de um campo de trigo.
    O caso de Maio de 68 é o mais exemplar. Esse movimento talvez seja o mais profícuo em slogans. Centenas de frases de efeito foram gritadas e estampadas em muros e cartazes pelos manifestantes. Algumas delas seguem ainda hoje animando as mentes inquietas. O que pouca gente sabe é que muitos dos ditos da época foram sacados de campanhas publicitárias de produtos dos mais diversos setores da economia. "Decretado o estado de felicidade permanente." (Cerveja). “A Poesia está na rua.” (Perfume). “O sonho é realidade.” (Previdência privada). "Não mudem de empregadores, mudem o emprego da vida." (Trabalho autônomo). "A imaginação toma o poder." (Carro).
     Ao historiador, cabe analisar o passado e não fazer previsões, mas me arrisco a dizer que, num futuro próximo, manifestantes poderão se apropriar também das frases promocionais usadas pelo varejo. Já vejo cartazes estampando dizeres como “imperdível, redução de tarifa já”, “pelo fim da corrupção, nem que seja em 10x sem juros”, “queima total de estoque de parlamentares”. O ambiente é propício.

KNIJNIK, Vitor. Blog do Heródoto. Carta Capital. São Paulo: Confiança, Ano XVIII, Nº 757, jul. 2013, p.19. (adaptado)
A
ao consumismo exagerado e à forte alienação política dos participantes.
B
às massas consumistas, cujo objetivo é lutar contra o poder autoritário dos governantes.
C
às campanhas publicitárias veiculadas anteriormente com outros propósitos e conhecidas pelo público.
D
a fatores históricos e sociais de cada país, uma vez que o propósito das campanhas é gerar revoluções.
E
às mentes inquietantes dos revoltosos, corroborado pelo trecho: “Centenas de frases de efeito foram gritadas e estampadas em muros e cartazes pelos manifestantes.”
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os excertos, no 5° parágrafo, “pelo fim da corrupção, nem que seja em 10x sem juros”, “queima total de estoque de parlamentares” estão empregados no sentido de

Leia o texto para responder a questão.

Slogans de protesto

   Samantha Pearson, colunista do prestigioso Financial Times, escreveu um artigo sobre a adoção de slogans publicitários pelos manifestantes que tomaram as ruas de diversas cidades brasileiras nos últimos meses. Segundo ela, a utilização dos temas "O gigante acordou", extraída da campanha do uísque Johnnie Walker, e do "Vem pra rua", retirado dos anúncios da Fiat, revelam sinais de consumismo excessivo e alienação política.
     Entendo a surpresa da moça. Relacionamos protestos com palavras de ordem contra o establishment e não a favor dele. No entanto, como um dos mais antigos historiadores da humanidade e, porque não dizer, na qualidade de o “pai da história”, devo esclarecer que a utilização de slogans de anunciantes em protestos e revoluções não é algo novo.
[...]
    O lema “paz, pão e terra”, usado por Lenin para promover a primeira fase da revolução soviética, expressou com perfeição três demandas da época: a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, comida para todos e a necessidade de uma reforma agrária radical. Esse simples e brilhante slogan não saiu da cabeça de nenhum propagandista marxista. Os bolcheviques o tomaram de uma campanha de um condomínio fechado que prometia paz, pão e terra aos compradores, pois, os imensos lotes oferecidos aos burgueses se encontravam longe do centro de Moscou e ao lado de um campo de trigo.
    O caso de Maio de 68 é o mais exemplar. Esse movimento talvez seja o mais profícuo em slogans. Centenas de frases de efeito foram gritadas e estampadas em muros e cartazes pelos manifestantes. Algumas delas seguem ainda hoje animando as mentes inquietas. O que pouca gente sabe é que muitos dos ditos da época foram sacados de campanhas publicitárias de produtos dos mais diversos setores da economia. "Decretado o estado de felicidade permanente." (Cerveja). “A Poesia está na rua.” (Perfume). “O sonho é realidade.” (Previdência privada). "Não mudem de empregadores, mudem o emprego da vida." (Trabalho autônomo). "A imaginação toma o poder." (Carro).
     Ao historiador, cabe analisar o passado e não fazer previsões, mas me arrisco a dizer que, num futuro próximo, manifestantes poderão se apropriar também das frases promocionais usadas pelo varejo. Já vejo cartazes estampando dizeres como “imperdível, redução de tarifa já”, “pelo fim da corrupção, nem que seja em 10x sem juros”, “queima total de estoque de parlamentares”. O ambiente é propício.

KNIJNIK, Vitor. Blog do Heródoto. Carta Capital. São Paulo: Confiança, Ano XVIII, Nº 757, jul. 2013, p.19. (adaptado)
A
expressar imprecisão entre dois termos.
B
estender a significação de uma palavra, expressão ou oração.
C
aproximar palavras ou expressões de significados opostos.
D
omitir uma palavra ou oração que se pode subentender no contexto.
E
expor a discrepância sintática entre as palavras e expressões, promovendo novos usos sociais.