Questõesde UESPI 2010

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Foram encontradas 174 questões
c4459697-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A qual poema abaixo podemos atribuir sua autoria ao poeta Salgado Maranhão?

A
Nem o acre sabor das uvas
nos aplaca. Nem a chuva

nos olhos incendiados
devolve o que é vivido.

O magma que nos evapora
tange o rascunho das horas

sob um raio de suspense.
Nem o que é nosso nos pertence.
B
Por onde quer que fordes de fugida
Vai o fero Itajuba perseguir-vos
Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
Tremei!...
C
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
D
Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
E
Gente, com quem anda a felicidade?
Com a bondade? O prazer? Com o sucesso?
Com a glória? A fome? Não o sei, confesso,
Se é amiga da riqueza ou da verdade.
c44948a1-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Há, na poesia de Salgado Maranhão, uma forte influência da poesia oriental. Essa influência vem não somente da literatura, mas também da sua prática profissional como terapeuta corporal, como mestre de Shiatsu, e como ex-professor de Tai Chi Chuan. Segundo suas próprias palavras, “para a filosofia ocidental, conhecer é refletir e conceituar; para a filosofia oriental é experimentar e transcender”. Partindo dessa premissa, que característica podemos encontrar em sua obra poética, particularmente Sol Sanguíneo?

A
Sua obra é construída como se o Eu lírico estivesse num ringue de boxe, lutando permanentemente com um inimigo concreto.
B
Sua poesia reflete a noção de equilíbrio no caos e de caos no equilíbrio, diferente da visão ocidental que dicotomiza corpo e mente.
C
Sendo Salgado Maranhão, também jornalista, observa-se que sua poesia se caracteriza por uma urgência intrínseca, que não deixa espaço à reflexão.
D
Pela influência oriental, seu livro de versos Sol Sanguíneo é predominantemente constituído de haicai.
E
É visível em Sol Sanguíneo uma sintaxe ora romântica, derramada, ora parnasiana, contida, da forma pela forma.
c44198ec-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Sol Sanguíneo, de Salgado Maranhão, é correto afirmar que:

A
Observa-se como um dos temas centrais da sua poesia a crítica ao consumismo e à desubjetivação das massas. 
B
Fortemente influenciado pela poesia barroca, seus poemas são compostos por imagens detalhadas e minúcias sensoriais. 
C
A obra busca revalorizar a possibilidade de múltiplas ressignificações de cada palavra. O poeta é preciso e econômico nos seus versos. 
D
A poesia de Salgado Maranhão reflete convicções muito bem definidas, certezas estabelecidas e princípios morais a serem seguidos. 
E

Poeta reflexivo, Salgado Maranhão oferece ao leitor a poesia como um recurso sólido, uma salvação para suas dúvidas e dilemas.  

c43dc4dd-b5
UESPI 2010 - Literatura - Quinhentismo, Escolas Literárias

Segundo o crítico Arnaldo Saraiva, Camões atinge no soneto uma rara e admirável variedade de temas e engenhos. Seus poemas retratam desde melancólicos desconsolos amorosos, como em Alma minha gentil, até narrativas aparentemente lineares, como em Sete anos de pastor Jacob servia. Assinale qual alternativa apresenta uma característica que não podemos encontrar no soneto abaixo:

Quando a suprema dor muito me aperta,
se digo que desejo esquecimento,
é força que se faz ao pensamento,
de que a vontade livre desconcerta.

Assim, de erro tão grave me desperta
a luz do bem regido entendimento,
que mostra ser engano ou fingimento
dizer que em tal descanso mais se acerta.

Porque essa própria imagem, que na mente
me representa o bem de que careço,
faz-mo de um certo modo ser presente.

Ditosa é logo a pena que padeço,
pois que da causa dela em mim se sente
um bem que, inda sem ver-vos, reconheço

A
Racionalização do sofrimento
B
Platonismo
C
Introspecção
D
Angústia reflexiva
E
Sensualidade
c43ac2f5-b5
UESPI 2010 - Literatura - Quinhentismo, Escolas Literárias

Grandes autores constroem obras que perpassam não apenas gerações, mas períodos históricos. Não são poucos os poemas de Camões, nos quais encontramos temáticas extremamente atuais e que falam de angústias vividas pelo homem contemporâneo. Leia o soneto abaixo e assinale a alternativa correta.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

muda-se o ser, muda-se a confiança;

todo o Mundo é composto de mudança,

tomando sempre novas qualidades.


Continuamente vemos novidades,

diferentes em tudo da esperança;

do mal ficam as mágoas na lembrança,

e do bem (se algum houve), as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,

que já coberto foi de neve fria,

e, enfim, converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,

outra mudança faz de mor espanto,

que não se muda já como soia

A
Encontramos no poema um retrato da desesperança e da incapacidade de um futuro melhor.
B
O poeta mostra uma crença em valores absolutos e numa concepção de homem cristalizado e imutável.
C
O poema reflete uma concepção de homem inserido na história e que convive harmonicamente com a mudança dos tempos, dos valores e dos sentimentos.
D
O poeta transmite um sentimento de hostilidade em relação às mudanças e uma sensação de que a passagem do tempo é capaz de agravar ainda mais os sofrimentos.
E
Trata-se de um poema pessimista, saudosista e que considera a morte como a única mudança desejada e necessária para o alívio dos sofrimentos.
c4379f5f-b5
UESPI 2010 - Literatura - Quinhentismo, Escolas Literárias

Um dos temas fundamentais de toda a lírica camoniana é o amor e, por consequência, a mulher. Sobre a representação feminina na poesia de Camões, assinale a alternativa correta.

1) A mulher, nos versos de Camões, toma feições claras, bem definidas e assume a condição de uma companheira humana.
2) Nos seus poemas, odes, canções e redondilhas, a mulher amada aparece como um ser angelical e iluminado por uma áurea sobrenatural que lhe transfigura as feições carnais.
3) A figura feminina é quase sempre representada como um ser pecador, à beira do abismo, tentado pelo pecado e clamando por socorro.

Está(ão) corretas apenas:

A
1
B
2
C
3
D
1 e 2
E
1 e 3
c43470c9-b5
UESPI 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Qual das características abaixo não pode ser encontrada em A Confissão de Lúcio?

A
Realismo
B
Sensualidade
C
Memorialismo
D
Decadentismo
E
Narcisismo
c430e672-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Ainda sobre A Confissão de Lúcio, assinale a alternativa correta.

1) Assim como o protagonista de seu romance, Mário de Sá-Carneiro também viveu na boêmia de Paris e Lisboa. Sua obra, de forma geral, apenas pode ser compreendida pelo leitor que previamente possui conhecimento acerca da sua biografia.
2) Apesar de A confissão de Lúcio se apresentar de forma aparentemente linear, o ordenamento dos fatos relatados está subordinado ao tempo interior e subjetivo do protagonista, que constroi seu relato na medida em que toma consciência e dá significado à sua própria história.
3) Ao criar um personagem como Lúcio, que desdobra seu EU em outros dois personagens inexistentes (Ricardo e Marta), o autor evidencia vestígios da influência que sofreu das ideias positivistas do final do século XIX. Isto porque, um dos temas centrais dessa novela é o retrato e a problematização das patologias psicológicas, mais particularmente a esquizofrenia.

Está(ão) correta(s):

A
1 e 2 apenas
B
1 e 3 apenas
C
2 e 3 apenas
D
2 apenas
E
1, 2 e 3
c42d1c2b-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Mário de Sá-Carneiro, ao lado de Fernando Pessoa, é considerado um dos autores mais importantes do modernismo português. Sua novela A Confissão de Lúcio aborda alguns dos temas mais importantes de toda a sua obra, o suicídio, a loucura, a perversão e o amor. Sobre A Confissão de Lúcio, assinale a alternativa correta.

1) Em A confissão de Lúcio, por se tratar de uma narrativa em primeira pessoa e de tom memorialista, todos os fatos transmitidos ao leitor são perpassados e “contaminados” pelo olhar desiludido do protagonista.
2) Apesar do protagonista alegar que pretende fazer uma confissão documental, toda a narrativa transcorre em tom confessional. O narrador empreende um ritmo lento, detalhista e a todos os fatos relatados atribui sentidos e significações.
3) Narrada em primeira pessoa, A confissão de Lúcio é marcada por um discurso descritivo e realista. O autor não apenas faz relatos em pormenores como também exatos, objetivos e que tendem à imparcialidade.

Está(ão) correta(s):

A
1 e 2 apenas
B
1 e 3 apenas
C
2 e 3 apenas
D
1, 2 e 3
E
2 apenas
c423c66d-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre São Bernardo, podemos afirmar o que segue.

A
Uma das principais e mais importantes características de São Bernardo é sua prosa eloquente, ornamentada e de tom levemente barroco.
B
Por apresentar como um dos aspectos centrais da sua narrativa, a vida e a paisagem nordestinas, São Bernardo mostra-se menos acessível e interessante aos leitores que não conhecem essa região e sua cultura. 
C
São Bernardo, considerado como fazendo parte do ‘romance regionalista de 30’, resgata do romance regionalista romântico o otimismo conciliador e sentimental. Este aspecto está particularmente evidenciado na relação entre Paulo Honório e Madalena.
D
Narrado em primeira pessoa, São Bernardo é um romance sobre um personagem que rememora sua vida com saudosismo e ternura. 
E
Apesar de sua prosa seca, sua paisagem agreste, seus personagens embrutecidos e o pano de fundo social, é evidente em São Bernardo grande densidade psicológica.
c427ba73-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre São Bernardo, analise as afirmações seguintes.

1) Paulo Honório e Madalena, personagens psicologica e socialmente opostos, se apaixonam e descobrem que suas diferenças são complementares e harmonizantes para o casamento.
2) Graciliano Ramos estabelece uma correspondência formal entre a brutalidade de Paulo Honório e a narrativa em primeira pessoa.
3) Representante máximo da adesão de Graciliano Ramos às ideias socialistas, São Bernardo oferece ao leitor alternativas concretas e politicamente viáveis e partidárias para o problema da seca no Nordeste.

Está(ão) correta(s):

A
1 e 2 apenas
B
2 e 3 apenas
C
1 e 3 apenas
D
2 apenas
E
1, 2 e 3
c4145964-b5
UESPI 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Após a independência econômica e política faltava ao Brasil a independência cultural. Foi com essa vontade de construir uma literatura autenticamente brasileira e absolutamente diversa da portuguesa e europeia, que o nosso Romantismo estabeleceu seus parâmetros estéticos e ideológicos. Sobre o romance Iracema, de José de Alencar, aponte a alternativa correta:

A
Em Iracema, já é possível perceber o destaque dado ao papel do negro na construção da identidade brasileira.
B
A fim de valorizar a figura do índio, Alencar não o idealiza e o retrata de forma minuciosamente descritiva e realista.
C
Em Iracema, os personagens se mostram psicologicamente densos e, por isso, oferecem ao leitor a possibilidade de todas as suas atitudes e escolhas serem problematizadas do ponto de vista psicológico e antropológico.
D
Ao invés de descrever as cenas de amor carnal entre Martim e Iracema, de forma explícita e sensual, José de Alencar prefere retratá-las romanticamente, através de um rico jogo de imagens, comparações, efeitos linguísticos e sobreposição de imagens.
E
A descrição da cor local brasileira (fauna e flora) são meros detalhes e não apresentam maior importância ou significado no projeto literário de José de Alencar.
c42049aa-b5
UESPI 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre São Bernardo, de Graciliano Ramos, assinale a alternativa correta.

A
Fiel aos princípios do movimento Regionalista, Graciliano Ramos, em São Bernardo, ignorou a análise psicológica e apenas problematizou as mazelas do Nordeste.
B
São Bernardo é um romance simultaneamente social e psicológico. Paulo Honório é a expressão de como um problema social, a vida árdua e seca, pode acarretar consequências psicológicas, embrutecimento, incapacidade de expressão e de generosidade.
C
Os personagens de Graciliano Ramos, estão plenamente integrados numa relação de harmonia e felicidade com o meio. 
D
Paulo Honório, de São Bernardo, é a expressão da capacidade de o homem superar as dificuldades do meio e não se embrutecer.
E
A gradativa incapacidade de Paulo Honório dialogar com Madalena representa uma retomada da ideologia positivista naturalista, que retrata o ser humano como um animal aprisionado aos seus instintos e reduzido ao meio.
c41c7c22-b5
UESPI 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Sobre Iracema, também se pode afirmar o seguinte.  

A
O romance entre Martim e Iracema se desenrola transgredindo os códigos literários do Romantismo. Isto é, não apenas quebra com a expectativa do leitor, como também não recorre ao sentimentalismo.
B
Iracema, a guardiã do “segredo da jurema”, deixa sua tribo para trás e escolhe seguir Martim, guerreiro branco por quem se apaixonara.
C
O próprio José de Alencar chamou seu Iracema, não de romance, mas de “lenda”. Isto porque encontramos ao longo do livro uma profícua discussão filosófica e psicológica acerca das consequências da colonização portuguesa.
D
Personagens machadianas, como Capitu, Virgília e Sofia, apresentam perfis que reproduzem um modelo literário que no Brasil teve como marco inicial Iracema. 
E
Em Iracema, diferentemente do que ocorre em quase toda sua produção, Alencar opta por abordar o tema da identidade nacional de uma perspectiva psicológica e não histórica. Justamente por isso, esse romance é considerado o ponto alto de sua prosa poetizada.
c4183c3d-b5
UESPI 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Ainda sobre Iracema, de José de Alencar, assinale a alternativa incorreta.

A
O culto ao índio em Iracema, assim como também em O Guarani, reflete a necessidade de “origem”, de mitologia local e da construção de uma história essencialmente Brasileira.
B
A ideologia e o projeto literário que subjazem à Iracema refletem a forte influência que Alencar sofreu da literatura romântica francesa, mais particularmente de Chateaubriand.
C
Iracema compõe, ao lado de O Guarani e Ubirajara, a fase indianista-nacionalita dos romances de José de Alencar.
D
Em Iracema, a forma como é representada a relação entre o índio e o branco tem como objetivo enaltecer o processo de colonização e os benefícios da introdução da cultura ocidental entre os indígenas.
E
Uma das maiores qualidades literárias de José de Alencar, e que está presente em Iracema, é a capacidade de entrelaçar a descrição poética, a narrativa e o tom épico.
c4104b9c-b5
UESPI 2010 - Português - Morfologia - Verbos, Problemas da língua culta, Locução Verbal, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Em: “as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências”, o uso do verbo ‘haver’:

1) está correto, pois, nesse caso, ‘haver’ é verbo auxiliar do verbo principal.
2) é facultativo: singular ou plural; trata-se de uma crônica literária.
3) deveria estar no singular: o verbo ‘haver’ é sempre impessoal.

Está(ão) correta(s):

TEXTO 2 

A revolução digital

Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.

Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.

Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.

O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.

Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.

A mudança conduz a veredas ainda não exploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.

Isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.

Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente, arriscar textos próprios.

Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia destes”.

Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.

O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.

Josias de Souza. A revolução digital. Folha de São Paulo. 6/05/96.

Caderno Brasil, p. 2). 

A

1, 2 e 3 apenas

B
1 apenas
C
2 apenas
D
3 apenas
E
1 e 2 apenas
c40cff27-b5
UESPI 2010 - Português - Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Analisando a concordância verbal no seguinte fragmento: “Saem as árvores”, pode-se afirmar que:

1) o verbo poderia estar no singular: o sujeito vem posposto ao verbo.
2) nesse caso, a concordância é facultativa: o período é simples.
3) o verbo está corretamente flexionado: trata-se de um sujeito plural.

Está(ão) correta(s):

TEXTO 2 

A revolução digital

Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.

Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.

Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.

O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.

Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.

A mudança conduz a veredas ainda não exploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.

Isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.

Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente, arriscar textos próprios.

Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia destes”.

Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.

O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.

Josias de Souza. A revolução digital. Folha de São Paulo. 6/05/96.

Caderno Brasil, p. 2). 

A
1, 2 e 3 apenas
B
1 apenas
C
2 apenas
D
3 apenas
E
1 e 2 apenas
c4096d74-b5
UESPI 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise o segmento: “O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro”. Nesse trecho, é evidente o propósito do autor de reforçar sua argumentação:

TEXTO 2 

A revolução digital

Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.

Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.

Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.

O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.

Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.

A mudança conduz a veredas ainda não exploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.

Isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.

Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente, arriscar textos próprios.

Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia destes”.

Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.

O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.

Josias de Souza. A revolução digital. Folha de São Paulo. 6/05/96.

Caderno Brasil, p. 2). 

A
fazendo uma comparação.
B
refutando os termos de uma ideia.
C
recorrendo a uma enumeração.
D
apresentando uma ressalva.
E
levantando uma dúvida.
c405dff3-b5
UESPI 2010 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe

Os dois segmentos a seguir formariam, coerentemente, um só segmento se fossem unidos pela seguinte expressão conectora:


1) A Internet é, por assim dizer, um livro interativo.

2) Plugados à rede, somos, autores e leitores.

TEXTO 2 

A revolução digital

Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.

Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.

Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.

O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.

Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.

A mudança conduz a veredas ainda não exploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.

Isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.

Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente, arriscar textos próprios.

Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia destes”.

Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.

O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.

Josias de Souza. A revolução digital. Folha de São Paulo. 6/05/96.

Caderno Brasil, p. 2). 

A
mesmo que
B
no entanto
C
para que
D
dado que
E
por outro lado
c402a1d3-b5
UESPI 2010 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Buscando o sentido do fragmento: “Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido”, podemos perceber um caso de:

TEXTO 2 

A revolução digital

Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.

Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.

Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.

O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.

Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.

A mudança conduz a veredas ainda não exploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.

Isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.

Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente, arriscar textos próprios.

Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia destes”.

Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.

O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.

Josias de Souza. A revolução digital. Folha de São Paulo. 6/05/96.

Caderno Brasil, p. 2). 

A
ambiguidade sintática: ‘quem descobriu o quê’?
B
polissemia: que sentido é atribuído à expressão ‘a palavra’?
C
antonímia entre os termos ‘palavra’ e ‘cristal líquido’.
D
associação semântica entre ‘súbito’ e ‘novo meio’.
E
inversão sintática: o sujeito vem depois do verbo.