Questõesde URCA sobre Português

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Foram encontradas 58 questões
4142e17a-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe a imagem abaixo e assinale a alternativa que expressa uma afirmativa INCORRETA:


(@JosuePatriota, Instagram)

A
O emprego de letras maiúsculas remete, ironicamente, a um traço de estilo comum em notícias falsas (fake news), o que põe em dúvida a credibilidade da mensagem.
B
A personagem fictícia endereça sua mensagem em solidariedade a um interlocutor real, mas busca a atenção de outros usuários da rede social, que desaprovam o teor literal da mensagem.
C
O usuário da rede social não domina a norma padrão escrita e isto, em conjunto com outros elementos de estilo, compromete a credibilidade da mensagem.
D
Os desvios ortográficos, como aparecem no texto, bastam para, isoladamente, identificar a ironia como fator predominante no texto.
E
Apesar de consagrada pelo uso, a palavra “postagem” é um neologismo e poderia ser substituída por “publicação”.
4132b18e-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

letra: Na frase inicial do famoso conto de Monteiro Lobato, “Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta?? Não. Fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados”, a palavra ruços poderia ser substituída por:

A
ruivos.
B
negros.
C
castanhos.
D
quebradiços.
E
brancos.
4104dc4b-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Adjetivos, Gêneros Textuais, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa que contém uma assertiva ERRADA sobre o texto:

“O prédio de onde Miguel caiu é uma das “torres gêmeas”, encravadas em local de patrimônio histórico, entre diversas construções tombadas, e que foram levantadas debaixo de disputa judicial. Os dois espigões de alto luxo de 41 andares foram alvo de protesto e apagados do filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, que tinha como um de seus temas justamente a especulação imobiliária promovida pela elite. 
A historiadora Larissa Ibúmi, mestranda em história social da diáspora centro-africana, usou seu Instagram para chamar a atenção do componente racista da trágica morte de Miguel. “A história desse país de herança escravista (e esta história) mostra que, para essa patroa branca, uma criança negra não vale mais que seus cachorros. Hoje eu novamente tenho dificuldade de respirar pensando na mãe de Miguel e em todas as mães de crianças pretas nesse país”, escreveu.” (VASCONCELLOS, Caê. EL PAIS, “Enquanto as redes falavam ‘blacklivesmatter’, perdemos outra criança negra para o racismo”, 04 Jun. 2020.
Disponível em < https://brasil.elpais.com/brasil/2020-06- 05/enquanto-as-redes-falavam-blacklivesmatter-perdemos- outra-crianca-negra-para-o-racismo-enraizado.html>)

A
É característico do gênero discursivo “notícia de jornal” o recurso a informações que permitem ao leitor contextualizar aspectos da notícia. A referência ao prédio de “alto luxo” funciona segundo este princípio, sublinhando a riqueza dos moradores.
B
A citação da manifestação da historiadora Larissa Ibúmi ajuda o texto a defender uma linha argumentativa que associa o racismo ao problema da desigualdade econômica.
C
A descrição da qualificação da pesquisadora citada no texto confere ao trecho citado um reforço de autoridade, por se tratar de uma declaração proferida por uma estudiosa que desenvolve pesquisa aprofundada sobre um tema.
D
A referência ao filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, evidencia que o texto busca expressar pontos de vista divergentes, o que se compreende pelo fato de o gênero “notícia de jornal” pautar-se pela imparcialidade.
E
A ocorrência dos termos “criança negra” e “crianças pretas” demonstra que o emprego dos dois adjetivos é legítimo, sendo errôneo deduzir que todo emprego do adjetivo preto/preta implica uma conotação racista.
410bf192-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe a imagem a seguir e assinale a alternativa que contém uma assertiva CORRETA sobre o quadrinho:


(@leandro_assis_ilustra, Instagram)

A
A ausência de personagens negras na cena fortalece a tese defendida pela personagem mais jovem.
B
O contexto permite afirmar que a expressão “Um absurdo!” revela divergência entre as personagens que se expressam.
C
O discurso imagético, que indica um ambiente requintado, sugere que o privilégio social de que desfrutam as pessoas brancas dificulta a interpretação do racismo que afeta pessoas negras.
D
As personagens que estão cabisbaixas expressam constrangimento diante do diálogo das duas mulheres.
E
A paisagem entrevista pela janela é um recurso meramente visual e não desempenha função na construção do argumento do quadrinho.
41143485-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na formação de nossa identidade nacional, a literatura desempenhou um papel de extrema importância, determinando temas e modos de expressão que, ainda hoje, são muito presentes em nossa maneira de ver o mundo e falar sobre ele. Leia atentamente o trecho a seguir e assinale o que que se pede:

“Os outros dois, que o Capitão teve nas naus, a que deu o que já disse, nunca mais aqui apareceram – do que tiro ser gente bestial, de pouco saber e por isso tão esquiva. Porém e com tudo isso andam muito bem curados e muito limpos. E naquilo me parece ainda mais que são como aves ou alimárias monteses, às quais faz o ar melhor pena e melhor cabelo que às mansas, porque os corpos seus são tão limpos, tão gordos e tão formosos, que não pode mais ser.

Isto me faz presumir que não têm casas nem moradas a que se acolham, e o ar, a que se criam, os faz tais. Nem nós ainda até agora vimos nenhuma casa ou maneira delas.” CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível
em <http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronic os/carta.pdf>)

No trecho citado, a atitude de Caminha revela PRINCIPALMENTE:

A
racismo, pelo emprego da palavra “bestial”, que denota o desejo de escravizar os índios, por serem como animais.
B
tolerância, pelo esforço de compreender as diferenças culturais e defendê-las diante do Rei, destinatário da Carta.
C
etnocentrismo, por apreciar negativamente a diversidade da cultura do Outro, por meio de critérios baseados no modo de viver europeu.
D
xenofobia, pois a desqualificação do índio se dá em todos os aspectos, pelo fato de eles não serem portugueses.
E
autoritarismo, pois está implícito que os portugueses tem o direito de impor aos índios a adoção de seus costumes e crenças.
411bccf3-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o fragmento abaixo e assinale a resposta CORRETA:


“Existe um povo que a bandeira empresta

P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...

E deixa-a transformar-se nessa festa

Em manto impuro de bacante fria!...

Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,

Que impudente na gávea tripudia?

Silêncio. Musa... chora, e chora tanto

Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança,

Estandarte que a luz do sol encerra

E as promessas divinas da esperança...

Tu que, da liberdade após a guerra,

Foste hasteado dos heróis na lança

Antes te houvessem roto na batalha,

Que servires a um povo de mortalha!...

(ALVES, Castro.[Trecho de] O navio negreiro.

Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv 000068.pdf>.)

A
A expressão “manto impuro” é uma metonímia, empregada para expressar a vergonha de ver a bandeira nacional sendo usada por pessoas que desprezam a liberdade e os direitos humanos.
B
O processo que aproxima e torna equivalente o valor semântico das palavras bandeira, pavilhão, estandarte e pendão é chamado de sinonímia.
C
“Impudente”, no contexto em que a palavra é empregada, é antônimo de “desavergonhado”.
D
A expressão “luz do sol” constitui uma metáfora do desejo do poeta, que queria que a bandeira do Brasil fosse vermelha.
E
Em “Que a brisa do Brasil beija e balança”, os termos destacados são, respectivamente, hipônimo e hiperônimo.
40fd8998-6a
URCA 2021 - Português - Interpretação de Textos, Colocação Pronominal, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa que contém uma assertiva ERRADA sobre o texto: “Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido.” (ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 10).

A
O emprego de vocábulos como “vige”, “mercê” e as inversões sintáticas nos autorizam a afirmar que o texto é marcado por um certo arcaísmo.
B
Somente o contexto da situação comunicativa permite que classifiquemos “cidadão” como aposto ou vocativo.
C
A próclise em “Me declare tudo” confere ao texto marcas de oralidade e deve ser entendida como um fenômeno do estilo e não como desvio sintático.
D
A palavra “crespos” retoma a ideia de interioridade contida em “dentro”, acrescentando à ideia de interioridade o contexto semântico de malignidade, contido em diabo.
E
O emprego do verbo ter, em lugar de haver, é uma marca da rigorosa atenção que o autor dedica ao respeito das convenções da norma escrita padrão.
e7e553fd-ca
URCA 2019 - Português - Crase

De origem na Grécia, a palavra crase significa mistura ou fusão. Na língua portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais idênticas, mais precisamente, a fusão da preposição a com o artigo feminino a e com o a do início de pronomes. Sempre que houver a fusão desses elementos, o fenômeno será indicado por intermédio da presença do acento grave, também chamado de acento indicador de crase.

Para usar corretamente o acento indicador de crase, é necessário compreender as situações de uso nas quais o fenômeno está envolvido. Aprender a colocar o acento depende, sobretudo, da verificação da ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
(https://portugues.uol.com.br/gramatica/cinco-dicassimples-sobre-uso-crase.html)

Observe o excerto retirado do fragmento anterior: A criança. à medida que se desenvolve, deve aprender passo a passo a se entender melhor.

Compreende a mesma regra do acento grave:

A
Refiro-me à aluna que estava presente na hora do incidente na sala de aula;
B
Os participantes do campeonato saíram à procura de melhor estratégia de jogo;
C
A sala estava repleta de móveis à Luís XV;
D
Todos compareceram à confraternização de fim de ano;
E
Todos se encontravam assistindo à palestra do possível coordenador dos esportes.
e7cc7c31-ca
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes demonstrativos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

O relatório da CPI da Previdência apontou que o sistema não tem défice e destacou que a Reforma e análise no Congresso é desnecessária. O resultado dos trabalhos da comissão deve ser analisado até o dia 06 de novembro. Com 253 páginas, o relatório final dos trabalhos da CPI da Previdência apresentado ao Senado faz um histórico do sistema da Previdência Social do Brasil, desde a sua criação, em 1923, e aponta perspectivas para assegurar o pagamento dos benefícios no futuro. Depois de seis meses de trabalho e trinta e uma reuniões, o texto assegura que não há défice na Previdência e explica que o orçamento da seguridade social também engloba os recursos da Saúde e de Assistência Social, além das aposentadorias e pensões. Isso quer dizer que não há necessidade de aprovar a Reforma da Previdência. (A voz do Brasil – 30/10/2018; adaptado). O termo em destaque é um pronome demonstrativo em relação ao espaço:

A
Não se refere a nenhum elemento em particular;
B
Faz referência ao que vai ser dito;
C
Refere-se a dois elementos anteriormente expressos;
D
Refere-se ao elemento mais próximo;
E
Faz referência ao elemento mais distante.
e7b7bd47-ca
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe o poema a seguir e marque a opção correta:

“Portugal colonial”
Nada te devo
nem o sítio
onde nasci

nem a morte
que depois comi
nem a vida

repartida
p'los cães
nem a notícia

curta
a dizer-te
que morri

nada te devo
Portugal
Colonial

cicatriz
doutra pele
apertada

(David Mestre, poeta angolano. In: DÁSKALOS, M. A.; APA, L.; BARBEITOS, A. Poesia africana de língua portuguesa: antologia. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2003, p. 104.)

A
O texto deixa transparecer a saudade da infância, período de alegria e despreocupação;
B
Há, no texto, uma fusão do sujeito no objeto quando apresenta uma nostalgia dos tempos áureos;
C
O texto se caracteriza por apresentar um distanciamento dos problemas sociais;
D
O texto se resume a fazer uma crítica ao preconceito racial sofrido pelos africanos;
E
Há um forte engajamento retratado por um discurso de resistência e de combate à opressão.
e7bb235c-ca
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Identidade nacional representa um conjunto de sentimentos que fazem com que um indivíduo se sinta parte de uma sociedade ou nação. A língua é um importante elemento na constituição da identidade de um povo. Ela permite reconhecer membros da comunidade, diferenciar estrangeiros e transmitir tradições”. Das proposições a seguir, marque a que não aparece o sentimento de não pertencimento:

Venenos de Deus, remédios do diabo: as
      incuráveis vidas de Vila Cacimba

– Noutro dia, você zangou-se comigo porque eu não o chamava pelo seu nome inteiro. Mas eu conheço o seu segredo.
– Não tenho segredos. Quem tem segredos são as mulheres.
– O seu nome é Tsotsi. Bartolomeu Tsotsi.
– Quem lhe contou isso? De certeza que foi o cabrão do Administrador. 
Acabrunhado, Bartolomeu aceitou. Primeiro, foram os outros que lhe mudaram o nome, no baptismo. Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original. Ele se colonizara a si mesmo. E Tsotsi dera origem a Sozinho [Bartolomeu Sozinho].
– Eu sonhava ser mecânico, para consertar o mundo. Mas aqui para nós que ninguém nos ouve: um mecânico pode chamar-se Tsotsi?
– Ini nkabe dziua.
– Ah, o Doutor já anda a aprender a língua deles?
– Deles? Afinal, já não é a sua língua?
– Não sei, eu já nem sei...
O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente. 
– A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.
E exibe a língua, olhos cerrados, boca escancarada. O médico franze o sobrolho, confrangido: a mucosa está coberta de fungos, formando uma placa esbranquiçada.
– Quais fungos? – reage Bartolomeu. – Eu estou é a ficar branco de língua, deve ser porque só falo português...
O riso degenera em tosse e o português se afasta, cauteloso, daquele foco contaminoso. [...]
O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.
– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?
– Depende – responde o português.
– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?
– Sim.
– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.
O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos. 
– Me receite um remédio para eu desmaiar.
O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre. Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso. [...]

(COUTO, Mia. Venenos de Deus, remédios do diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, pp. 110-113)
A
Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
B
Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.
C
A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.
D
Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original.
E
O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente.
2781f8fb-c9
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

O termo nepotismo (verso 5) pode ser substituído por:

Na minha Terra 


Na minha terra ninguém morre de amor

De fome, de esperança, sim senhor

Desculpe essas palavras assim mais duras.

Mas cadê a compostura de quem tinha exemplo

dar

É nepotismo, prepotência, disparate

Paraíso dos contrastes

De injustiça pra danar

Se tem um cara que deseja uma terrinha

De cuidar dela, de dar gosto a gente oiá

Logo se escuta a voz do dono da terrinha

Não é lugar de vagabundo vir plantar

Na minha terra ninguém morre de amor

De fome, de esperança, sim senhor

Desculpe essa verdade nua e crua

Mas é tanta falcatrua que o País se acostumou

Agora é ágio, é pedágio, é propina

Já faz parte da rotina

É a lei com seu rigor

É uma força bem mais forte que se pensa

É uma teia onde aranha nunca está

Que suborna, que alicia, que compensa

Mas só pra aqueles que deixaram de sonhar....

(Ivan Lins e Victor Martins) 

A
Prejuízo;
B
Favoritismo;
C
Desvio;
D
Autoritarismo;
E
Perseguição.
27882b77-c9
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O sentimento expresso nos últimos dois versos do fragmento acima transcrito remete a uma ideia de:

Texto (fragmento) pra questão.


Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio

E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro

E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida

Olhando para trás de si e tendo pena... 

A
Temporalidade estática;
B
Submissão do pensar;
C
Metafísica;
D
Abolir a subjetividade;
E
Sentimento de auto piedade.
278e7a58-c9
URCA 2019 - Português - Crase

De origem na Grécia, a palavra crase significa mistura ou fusão. Na língua portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais idênticas, mais precisamente, a fusão da preposição a com o artigo feminino a e com o a do início de pronomes. Sempre que houver a fusão desses elementos, o fenômeno será indicado por intermédio da presença do acento grave, também chamado de acento indicador de crase.

Para usar corretamente o acento indicador de crase, é necessário compreender as situações de uso nas quais o fenômeno está envolvido. Aprender a colocar o acento depende, sobretudo, da verificação da ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.

(https://portugues.uol.com.br/gramatica/cinco-dicassimples-sobre-uso-crase.html)


Observe o excerto retirado do fragmento anterior: A criança. à medida que se desenvolve, deve aprender passo a passo a se entender melhor.


Compreende a mesma regra do acento grave:

A
Refiro-me à aluna que estava presente na hora do incidente na sala de aula;
B
Os participantes do campeonato saíram à procura de melhor estratégia de jogo;
C
A sala estava repleta de móveis à Luís XV;
D
Todos compareceram à confraternização de fim de ano;
E
Todos se encontravam assistindo à palestra do possível coordenador dos esportes.
2785355e-c9
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O fragmento acima é parte da Obra do heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro. São características de Caeiro e que estão presentes no texto, exceto:

Texto (fragmento) pra questão.


Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio

E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro

E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida

Olhando para trás de si e tendo pena... 

A
Ligação com a Natureza e desejo de integrar-se a ela;
B
Valorização das sensações em detrimento a grandes reflexões;
C
Subjetividade visual filosófica profunda pautada na clareza e confiança;
D
Simplicidade do tão somente existir;
E
Preferência pelo verso livre e pela linguagem simples.
277ea7cb-c9
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre as ideias contidas no texto, é correto afirmar:

Na minha Terra 


Na minha terra ninguém morre de amor

De fome, de esperança, sim senhor

Desculpe essas palavras assim mais duras.

Mas cadê a compostura de quem tinha exemplo

dar

É nepotismo, prepotência, disparate

Paraíso dos contrastes

De injustiça pra danar

Se tem um cara que deseja uma terrinha

De cuidar dela, de dar gosto a gente oiá

Logo se escuta a voz do dono da terrinha

Não é lugar de vagabundo vir plantar

Na minha terra ninguém morre de amor

De fome, de esperança, sim senhor

Desculpe essa verdade nua e crua

Mas é tanta falcatrua que o País se acostumou

Agora é ágio, é pedágio, é propina

Já faz parte da rotina

É a lei com seu rigor

É uma força bem mais forte que se pensa

É uma teia onde aranha nunca está

Que suborna, que alicia, que compensa

Mas só pra aqueles que deixaram de sonhar....

(Ivan Lins e Victor Martins) 

A
A palavra terrinha presente nos versos 8 e 10 possuem o mesmo valor expressivo;
B
O texto é todo no sentido metafórico e pouco representa a nossa realidade;
C
Ao afirmar que ninguém morre de amor, há a intenção de romper com os ideais românticos e subjetivos;
D
O sonho opõe-se às desigualdades, às injustiças e aos desmandos;
E
Há uma busca por um representante que realmente queira o melhor para o país.
277a7df7-c9
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Comunicar é a principal função de todo e qualquer ato de fala, não importa se na linguagem escrita ou na linguagem oral. Para se estabelecer a comunicação, o enunciador deve conhecer recursos linguísticos essenciais para o desenvolvimento de um discurso que interaja de maneira satisfatória com o(s) seu(s) interlocutor(es). Conhecer elementos como a coesão e a sua aplicabilidade é uma das garantias de que seu discurso efetivamente alcance o seu interlucutor. No diálogo a seguir, entre Mafalda e Manolito, aparece na segunda inquirição de Mafalda a coesão:



A
Por referência;
B
Por anáfora;
C
Por elipse;
D
Por conectivos;
E
Lexical.
27696d6f-c9
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe o poema a seguir e marque a opção correta:


“Portugal colonial”


Nada te devo

nem o sítio

onde nasci


nem a morte

que depois comi

nem a vida


repartida

p'los cães

nem a notícia


curta

a dizer-te

que morri


nada te devo

Portugal

Colonial

cicatriz

doutra pele

apertada

(David Mestre, poeta angolano. In: DÁSKALOS, M. A.; APA, L.; BARBEITOS, A. Poesia africana de língua portuguesa: antologia. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2003, p. 104.)

A
O texto deixa transparecer a saudade da infância, período de alegria e despreocupação;
B
Há, no texto, uma fusão do sujeito no objeto quando apresenta uma nostalgia dos tempos áureos;
C
O texto se caracteriza por apresentar um distanciamento dos problemas sociais;
D
O texto se resume a fazer uma crítica ao preconceito racial sofrido pelos africanos;
E
Há um forte engajamento retratado por um discurso de resistência e de combate à opressão.
276c5fdf-c9
URCA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Identidade nacional representa um conjunto de sentimentos que fazem com que um indivíduo se sinta parte de uma sociedade ou nação. A língua é um importante elemento na constituição da identidade de um povo. Ela permite reconhecer membros da comunidade, diferenciar estrangeiros e transmitir tradições”. Das proposições a seguir, marque a que não aparece o sentimento de não pertencimento:

Venenos de Deus, remédios do diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba

– Noutro dia, você zangou-se comigo porque eu não o chamava pelo seu nome inteiro. Mas eu conheço o seu segredo.

– Não tenho segredos. Quem tem segredos são as mulheres.

– O seu nome é Tsotsi. Bartolomeu Tsotsi.

– Quem lhe contou isso? De certeza que foi o cabrão do Administrador.

Acabrunhado, Bartolomeu aceitou. Primeiro, foram os outros que lhe mudaram o nome, no baptismo. Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original. Ele se colonizara a si mesmo. E Tsotsi dera origem a Sozinho [Bartolomeu Sozinho].

– Eu sonhava ser mecânico, para consertar o mundo. Mas aqui para nós que ninguém nos ouve: um mecânico pode chamar-se Tsotsi?

– Ini nkabe dziua.

– Ah, o Doutor já anda a aprender a língua deles?

– Deles? Afinal, já não é a sua língua?

– Não sei, eu já nem sei...

O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.

– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?

– Depende – responde o português.

– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?

– Sim.

– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.

O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos.

– Me receite um remédio para eu desmaiar.

O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.

– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre.

Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente.

– A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.

E exibe a língua, olhos cerrados, boca escancarada. O médico franze o sobrolho, confrangido: a mucosa está coberta de fungos, formando uma placa esbranquiçada.

– Quais fungos? – reage Bartolomeu. – Eu estou é a ficar branco de língua, deve ser porque só falo português...

O riso degenera em tosse e o português se afasta, cauteloso, daquele foco contaminoso.

[...] 

O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.

– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?

– Depende – responde o português.

– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?

– Sim.

– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.

O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos.

– Me receite um remédio para eu desmaiar.

O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.

– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre.

Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso. [...]

(COUTO, Mia. Venenos de Deus, remédios do diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, pp. 110-113)

A
Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
B
Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.
C
A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.
D
Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original.
E
O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente.
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URCA 2019 - Português - Sintaxe, Orações subordinadas substantivas: Subjetivas, Objetivas diretas, Objetivas indiretas...

No fragmento: O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. O termo em destaque é sintaticamente classificado como:

Venenos de Deus, remédios do diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba

– Noutro dia, você zangou-se comigo porque eu não o chamava pelo seu nome inteiro. Mas eu conheço o seu segredo.

– Não tenho segredos. Quem tem segredos são as mulheres.

– O seu nome é Tsotsi. Bartolomeu Tsotsi.

– Quem lhe contou isso? De certeza que foi o cabrão do Administrador.

Acabrunhado, Bartolomeu aceitou. Primeiro, foram os outros que lhe mudaram o nome, no baptismo. Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original. Ele se colonizara a si mesmo. E Tsotsi dera origem a Sozinho [Bartolomeu Sozinho].

– Eu sonhava ser mecânico, para consertar o mundo. Mas aqui para nós que ninguém nos ouve: um mecânico pode chamar-se Tsotsi?

– Ini nkabe dziua.

– Ah, o Doutor já anda a aprender a língua deles?

– Deles? Afinal, já não é a sua língua?

– Não sei, eu já nem sei...

O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.

– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?

– Depende – responde o português.

– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?

– Sim.

– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.

O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos.

– Me receite um remédio para eu desmaiar.

O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.

– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre.

Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente.

– A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.

E exibe a língua, olhos cerrados, boca escancarada. O médico franze o sobrolho, confrangido: a mucosa está coberta de fungos, formando uma placa esbranquiçada.

– Quais fungos? – reage Bartolomeu. – Eu estou é a ficar branco de língua, deve ser porque só falo português...

O riso degenera em tosse e o português se afasta, cauteloso, daquele foco contaminoso.

[...] 

O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.

– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?

– Depende – responde o português.

– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?

– Sim.

– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.

O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos.

– Me receite um remédio para eu desmaiar.

O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.

– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre.

Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso. [...]

(COUTO, Mia. Venenos de Deus, remédios do diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, pp. 110-113)

A
Oração subordinada substantiva objetiva direta;
B
Oração subordinada substantiva objetiva indireta;
C
Oração subordinada substantiva completiva nominal;
D
Oração subordinada substantiva apositiva;
E
Oração subordinada substantiva subjetiva.