Questõesde PUC - RS 2014 sobre Português

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Foram encontradas 31 questões
cf380363-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia a letra A mão da limpeza, de Gilberto Gil, também interpretada por Chico Buarque de Hollanda.


O branco inventou que o negro

Quando não suja na entrada

Vai sujar na saída, ê

Imagina só

Vai sujar na saída,

ê Imagina só

Que mentira danada, ê


Na verdade a mão escrava

Passava a vida limpando

O que o branco sujava, ê

Imagina só

O que o branco sujava, ê

Imagina só

O que o negro penava, ê


Mesmo depois de abolida a escravidão

Negra é a mão

De quem faz a limpeza

Lavando a roupa encardida, esfregando o chão

Negra é a mão

É a mão da pureza


Negra é a vida consumida ao pé do fogão

Negra é a mão

Nos preparando a mesa

Limpando as manchas do mundo com água e sabão

Negra é a mão

De imaculada nobreza


Na verdade a mão escrava

Passava a vida limpando

O que o branco sujava, ê

Imagina só

O que o branco sujava, ê

Imagina só

Eta branco sujão


Com base na letra de Gilberto Gil e na obra de Chico Buarque de Hollanda, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).


( ) A letra de Gil denuncia o trabalho pesado a que os negros são submetidos.


( ) Ao mencionar um estereótipo racial, a letra propõe uma inversão dos papéis sociais, pois quem suja é o branco e quem limpa, desde a escravidão, é o negro.


( ) A letra propõe um final racial conciliatório, no qual o branco ajudará o negro a limpar as roupas encardidas, o chão e as manchas do mundo.


( ) A peça Gota d´Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, também tematiza a questão do oprimido, ao adaptar a tragédia Medeia, de Eurípedes, para um morro carioca.


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
F – V – V – V
B
F – F – V – V
C
V – F – F – F
D
V – V – F – F
E
V – V – F – V
cf24cbf3-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , preencha as lacunas.


O autor gaúcho ________, no conto “Negro Bonifácio”, relata, por meio de uma linguagem ________, um confronto violento depois de uma ________

A
Cyro Martins – preciosista – carreira de cavalos
B
Simões Lopes Neto – regional – carreira de cavalos
C
Erico Verissimo – regional – cerimônia de casamento
D
Simões Lopes Neto – preciosista – dança folclórica
E
Cyro Martins – inovadora – cerimônia de casamento
cf1ea286-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do conto “Pai contra a mãe”, de Machado de Assis, e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).


Cândido Neves perdera já o ofício de entalhador, como abrira mão de outros muitos, melhores ou piores. Pegar escravos fugidos trouxe-lhe um encanto novo. Não obrigava a estar longas horas sentado. Só exigia força, olho vivo, paciência, coragem e um pedaço de corda. Cândido Neves lia os anúncios, copiava-os, metia-os no bolso e saía às pesquisas. Tinha boa memória. Fixados os sinais e os costumes de um escravo fugido, gastava pouco tempo em achá-lo, segurá-lo, amarrá-lo e levá-lo. A força era muita, a agilidade também. Mais de uma vez, a uma esquina, conversando de cousas remotas, via passar um escravo como os outros, e descobria logo que ia fugido, quem era, o nome, o dono, a casa deste e a gratificação; interrompia a conversa e ia atrás do vicioso. Não o apanhava logo, espreitava lugar azado, e de um salto tinha a gratificação nas mãos. Nem sempre saía sem sangue, as unhas e os dentes do outro trabalhavam, mas geralmente ele os vencia sem o menor arranhão. Um dia os lucros entraram a escassear. Os escravos fugidos não vinham já, como dantes, meter-se nas mãos de Cândido Neves. Havia mãos novas e hábeis. Como o negócio crescesse, mais de um desempregado pegou em si e numa corda, foi aos jornais, copiou anúncios e deitou-se à caçada. No próprio bairro havia mais de um competidor. Quer dizer que as dívidas de Cândido Neves começaram de subir, sem aqueles pagamentos prontos ou quase prontos dos primeiros tempos. A vida fez-se difícil e dura. Comia-se fiado e mal; comia-se tarde. O senhorio mandava pelos aluguéis.

Com base no texto literário e na obra de Machado de Assis, afirmar-se:


( ) No excerto do conto, o narrador-personagem evidencia um tipo de intromissão que coloca sob suspeita a sua descrição dos fatos.


( ) Apesar da crueldade da atividade, a profissão de caçador de escravos acabou se transformando numa possibilidade de sustento financeiro para uma série de pessoas que já não encontravam um ofício no cotidiano.


( ) O conto “O Caso da Vara” também tematiza a questão da escravidão ao retratar o castigo da jovem escrava Lucrécia.


( ) O tema do racismo não se mostra preponderante nas principais obras machadianas.


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – F – F
B
V – F – V – F
C
V – F – F – V
D
F – V – F – V
E
F – V – V – V
cf10e58f-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do texto dramático Os negros (esboço de uma peça?), de Lima Barreto, e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).


3º Negro – Os navios, que não nos vejam eles... Quando vim, da minha terra, dentro deles... Que coisa! Era escuro, molhado... Estava solto e parecia que vinha amarrado pelo pescoço. Melhor vale a fazenda...

2º Negro – É longe a tua terra? Lá só há negro?

3º Negro – Não sei... Não sei... Era pequeno. Andei uma porção de dias. As pernas doíam-me, os braços, o corpo, e carregavam muito peso. Se queria descanso, lá vinham uns homens com chicotes. Vínhamos muitos de vários lugares. Cada qual falava uma língua. Não nos entendíamos. Todo o dia, morriam dois, quatro; e os urubus acompanhavam-nos sempre.

– Minha terra... Não sei... Era perto de um rio, muito largo, como o mar, mas roncava mais... Sim! Tudo era negro lá... Um dia, houve um grande estrépito, barulho, tiros e quando dei acordo de mim estava atado, amarrado e... marchei... Não sei... Não sei...

Negra Velha – Eu não sei nada mais donde vim. Foi dos ares ou do inferno? Não me lembro...


Com base no texto selecionado e na obra de Lima Barreto, afirma-se:


( ) A fala dos escravos evidencia que, além da perda da liberdade, os negros tiveram suas raízes subtraídas pela escravidão.

( ) O emprego reiterado de recursos expressivos, como a antítese e a sinestesia, aproxima a linguagem do texto dramático à estética simbolista.

( ) Uma das principais obras de Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma, caracteriza-se por uma forte crítica às forças opressoras escravocratas durante o período colonial


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – F
B
V – F – F
C
V – F – V
D
F – F – V
E
F – F – V
679ef5e6-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere as sugestões de reescrita para o slogan da campanha.

1. Dar esmola? Não ajuda.

2. Dar esmola? Não. Ajuda.

3. Dar esmola não! Ajuda.

4. Dar esmola? Ajuda não?

5. Dar esmola ajuda, não?

O sentido da campanha e a correção gramatical seriam mantidos considerando-se apenas

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.


Disponível em: http://www.jornaldaregiaosudeste.com.br/noticias/intensifi cada-campanha--dar-esmolas-nao-ajuda.

Acesso em 29/8/2014.

A
1 e 3.
B
2 e 4.
C
1, 2 e 3.
D
3, 4 e 5.
E
1, 2, 3 e 5.
6799b2f4-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise as afirmações sobre o sentido e a formação das palavras no texto.

I. Há uma relação de sinonímia entre “ressignificam” (linha 02) e “constituem” (linha 35).

II. “calçadas” (linha 09) está para “ruas” (linha 08) assim como “cômodos” (linha 14) está para “casas” (linha 14).

III. A relação entre “Excluídos” (linha 01) e “inseridos” (linha 39) é a mesma que se estabelece entre “individualização” (linha 13) e “separação” (linha 14).

IV. As palavras “intimidade” (linha 13), “inabitável” (linha 17) e “invisíveis” (linha 32) têm o mesmo prefixo.27)

Estão corretas apenas as afirmativas

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto


               Entre o espaço público e o privado


01         Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03   ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14 está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17 lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                  A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25 passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26 senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32  e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34  existência à vista de outras pessoas”.

35         O modo como essas pessoas constituem o único

36  espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37  transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38  um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39  inseridos: o público e o privado.


RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono

(fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.

A
I e II.
B
I e III.
C
I e IV.
D
II e III.
E
II, III e IV.
6794d2cc-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

Considerando o uso das expressões no texto, a afi rmação correta é

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto


               Entre o espaço público e o privado


01         Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03   ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14 está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17 lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                  A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25 passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26 senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32  e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34  existência à vista de outras pessoas”.

35         O modo como essas pessoas constituem o único

36  espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37  transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38  um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39  inseridos: o público e o privado.


RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono

(fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.

A
“assim” (linha 07) e “Assim” (linha 13) expressam a ideia de consequência.
B
“aparentemente” (linha 17) modifica o sentido de “lugar” (linha 17).
C
“sempre” (linha 22) refere-se a “mudanças físicas de local” (linhas 22 e 23).
D
“mais que” (linha 23) e “mais” (linha 26) estabelecem comparações.
E
“senão” (linha 26) contrapõe uma ideia provável a uma certeza.
678e6dd8-36
PUC - RS 2014 - Português - Morfologia - Verbos, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Morfologia - Pronomes

Levando em conta o sentido original e a correção do texto, o trecho _________ pode ser substituído por _________.

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto


               Entre o espaço público e o privado


01         Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03   ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14 está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17 lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                  A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25 passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26 senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32  e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34  existência à vista de outras pessoas”.

35         O modo como essas pessoas constituem o único

36  espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37  transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38  um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39  inseridos: o público e o privado.


RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono

(fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.

A
“Excluídos da sociedade” (linha 01) – “Conquanto sejam excluídos da sociedade”
B
“que lhes foi permitido ocupar” (linhas 02 e 03) – “cuja ocupação lhes foi permitida”
C
“ganha outro sentido” (linha 16) – “ganham outro sentido”
D
“foram sempre precedidas de” (linha 22) – sempre precederam
E
“dois mundos nos quais estamos inseridos” (linhas 38 e 39) – “dois mundos aos quais estamos inseridos”
67875000-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Redação - Reescritura de texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise as possibilidades de reescrita do trecho das linhas 04 a 08.

I. Espalhados pelos ambientes coletivos da cidade, os moradores de rua vivem assim: fazem comida no asfalto, arrumam suas camas, limpam as calçadas, tal como dentro de uma casa.

I. Ao se espalharem pelos ambientes coletivos da cidade, como se estivessem dentro de uma casa os moradores de rua vivem assim: a fazerem comida no asfalto, arrumando suas camas e limpam as calçadas.

III. Os moradores de rua vivem assim: espalham-se pelos ambientes coletivos da cidade como dentro de uma casa, fazem comida no asfalto, arrumando suas camas e limpando as calçadas.

A(s) possibilidade(s) de reescrita que mantém/mantêm o sentido e a correção do texto é/são apenas

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto


               Entre o espaço público e o privado


01         Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03   ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14 está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17 lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                  A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25 passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26 senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32  e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34  existência à vista de outras pessoas”.

35         O modo como essas pessoas constituem o único

36  espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37  transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38  um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39  inseridos: o público e o privado.


RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono

(fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
678201ea-36
PUC - RS 2014 - Português - Morfologia - Verbos

Quanto ao emprego dos verbos no texto, NÃO é correto afirmar que

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto


               Entre o espaço público e o privado


01         Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03   ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14 está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17 lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                  A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25 passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26 senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32  e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34  existência à vista de outras pessoas”.

35         O modo como essas pessoas constituem o único

36  espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37  transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38  um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39  inseridos: o público e o privado.


RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono

(fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.

A
“fazer” tem sentido diferente nas linhas 05 e 12.
B
“dormindo” (linha 09), “passando” (linha 10) e “pe-dindo” (linha 10) indicam ações não concluídas no presente.
C
“viver” nas ocorrências das linhas 16 e 24 tem valor de substantivo.
D
“estabelece” (linha 19) expressa uma realidade permanente.
E
“é” (linha 27) e “adquire” (linha 28) pertencem a orações sintaticamente paralelas.
677d0d2b-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise as afirmações a seguir sobre a organização das ideias no texto, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) A sequência descritiva do primeiro parágrafo confere concretude às ideias apresentadas.

( ) Há uma relação de oposição entre as duas últimas frases do primeiro parágrafo.

( ) O segundo parágrafo discorre sobre as causas da situação, apresentando argumentos baseados em dados históricos.

( ) A última frase do texto reforça o ponto de vista do autor e propõe uma solução para o problema discutido.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto


               Entre o espaço público e o privado


01         Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03   ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14 está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17 lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                  A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25 passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26 senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32  e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34  existência à vista de outras pessoas”.

35         O modo como essas pessoas constituem o único

36  espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37  transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38  um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39  inseridos: o público e o privado.


RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono

(fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.

A
V – F – V – F
B
V – F – F – F
C
F – F – F – V
D
V – V – V – F
E
F – V – F – V
6777a12c-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Pela leitura do texto, é possível concluir que

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto


               Entre o espaço público e o privado


01         Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03   ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14 está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17 lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                  A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25 passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26 senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32  e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34  existência à vista de outras pessoas”.

35         O modo como essas pessoas constituem o único

36  espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37  transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38  um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39  inseridos: o público e o privado.


RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono

(fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.

A
os moradores de rua não têm preocupação com sua intimidade.
B
aqueles que fazem da rua sua casa dão um novo significado para seus objetos pessoais.
C
as ruas têm uma lógica própria de funcionamento, que inviabiliza a proteção do indivíduo.
D
os excluídos constroem nas ruas limites invisíveis para substituir o espaço que lhes é vedado.
E
os aspectos mais violentos da existência humana são expostos por aqueles que vivem na rua.
67a91083-36
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base nos textos 1 e 2.

Pela leitura dos textos, é possível chegar à seguinte conclusão:

                                   texto 1

          Entre o espaço público e o privado

01       Excluídos da sociedade, os moradores de rua

02  ressignificam o único espaço que lhes foi permitido

03  ocupar, o espaço público, transformando-o em

04  seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos

05  ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no

06  asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas

07  como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem

08  os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São

09  Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,

10  passando por situações constrangedoras, pedindo

11  esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das

12  pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem

13  sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que

14  está nas casas, na separação das coisas por cômodos

15  e quartos que servem para proteger a intimidade do

16  indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um

17  lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica

18  de funcionamento, que vai além das possibilidades.

19                   A relação que o homem estabelece com o

20  espaço que ocupa é uma das mais importantes para

21  sua sobrevivência. As mudanças de comportamento

22  social foram sempre precedidas de mudanças físicas

23  de local. Por mais que a rua não seja um local para

24  viver, já que se trata de um ambiente público, de

25  passagem e não de permanência, ela acaba sendo,

26  senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores

27  já apontam que a habitação é um ponto base e

28  adquire uma importância para harmonizar a vida.

29 O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto

30 de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas

31 e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis

32 e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,

33 ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa

34 existência à vista de outras pessoas”.

35    O modo como essas pessoas constituem o único

36 espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram

37 transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada

38 um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos

39 inseridos: o público e o privado.

RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono. (fragmento adaptado)In:http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/

ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp.

Acesso em 21/8/2014.


                                   TEXTO 2


Disponível em: http://www.jornaldaregiaosudeste.com.br/noticias/intensifi cada-campanha--dar-esmolas-nao-ajuda.

Acesso em 29/8/2014.

A
A linguagem do texto 1 é tão persuasiva quanto a do texto 2.
B
Ao contrário do texto 1, o texto 2 apresenta um ponto de vista único.
C
A presença de aspas no texto 1 marca a posição contraditória do autor.
D
Há uma passagem do texto 2 que faz uso de ambiguidade semântica intencional para provocar estranhamento.
E
Em ambos os textos, a variante linguística é a norma padrão.
67a3f222-36
PUC - RS 2014 - Português - Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

De acordo com a ideia veiculada pela campanha, o nexo que estabeleceria a correta relação entre as orações do cartaz mostrado pelo morador de rua, desconsiderando-se as modifi cações de pontuação, é

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.


Disponível em: http://www.jornaldaregiaosudeste.com.br/noticias/intensifi cada-campanha--dar-esmolas-nao-ajuda.

Acesso em 29/8/2014.

A
que.
B
mesmo que.
C
portanto.
D
contanto que.
E
enquanto.
671ddab3-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho do conto Trezentas onças e, considerando também o seu contexto, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

A estrada estendia-se deserta; à esquerda os campos desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da noite; à direita, o sol, muito baixo, vermelho-dourado, entrando em massa de nuvens de beiradas luminosas. Nos atoleiros, secos, nem um quero-quero: uma que outra perdiz, sorrateira, piava de manso por entre os pastos maduros; e longe, entre o resto da luz que fugia de um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava a brancura de um joão- grande, voando, sereno, quase sem mover as asas, como uma despedida triste, em que a gente também não sacode os braços... Foi caindo uma aragem fresca; e um silêncio grande, em tudo.

( ) O autor deste conto, que pertence à obra Contos gauchescos, é Simões Lopes Neto.
( ) O narrador utiliza-se de uma série de adjetivos em sua descrição para dar vida a uma cena que traz o amanhecer no campo.
( ) O trecho descreve o campo como um lugar em que a imensidão compactua com a solidão, sendo espaço também de melancolia.
( ) Outra obra do mesmo autor de Trezentas onças é Lendas do Sul.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – V – V
B
V – F – V – V
C
F – F – V – V
D
F – V – F – F
E
V – F – F – F
653648d3-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmações sobre os poemas das duas questões anteriores e numere os parênteses, de acordo com o seguinte código:

1. Caracteriza apenas o poema A Cavalgada.
2. Caracteriza apenas o poema Inefável.
3. Caracteriza os dois poemas.
4. Não caracteriza nenhum dos poemas.

( ) Soneto com versos livres.
( ) Apresentação de rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes.
( ) Apresentação de cena com forte caráter descritivo.
( ) Presença de uma série de figuras de linguagem, especialmente metáforas e comparações.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A cavalgada, de Raimundo Correia.

A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...

Inefável em

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
A
4 – 1 – 3 – 2
B
3 – 1 – 2 – 3
C
3 – 4 – 1 – 2
D
4 – 3 – 1 – 2
E
4 – 4 – 2 – 1
681171b3-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere o seguinte excerto do texto Silêncio, de Clarice Lispector, e as afirmativas que seguem.

É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. (...) Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece. O coração bate ao reconhecê-lo. Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. (...) Pode-se tentar enganá-lo também. Deixa-se como por acaso o livro de cabeceira cair no chão. Mas, horror – o livro cai dentro do silêncio e se perde na muda e parada voragem deste. E se um pássaro enlouquecido cantasse? Esperança inútil. O canto apenas atravessaria como uma leve flauta o silêncio. Que se espere. Não o fim do silêncio, mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora. Depois nunca mais se esquece. Inútil até fugir para outra cidade. Pois quando menos se espera pode-se reconhecê-lo – de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra. Os ouvidos se assombram, o olhar se esgazeia – ei-lo. E dessa vez ele é fantasma.

I. A autora sugere a dificuldade do homem de ficar em silêncio.
II. Alguns de nossos sentidos tornam-se mais aguçados em momentos de absoluto silêncio.
III. A autora aponta que a fuga para a cidade é a forma de, afinal, vencer o silêncio.
IV. Em determinada passagem, a narradora personifica o silêncio.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II e III, apenas.
C
III e IV, apenas.
D
I, II e IV, apenas.
E
I, II, III e IV.
62625c83-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho da obra de Eça de Queirós.

Daí a pouco as pessoas que estavam nas lojas viram atravessar a Praça, entre a corpulência vagarosa do cônego Dias e a figura esguia do coadjutor, um homem um pouco curvado, com um capote de padre. Soube- se que era o pároco novo; e disse-se logo na botica que era uma ‘boa figura de homem’. (...) Eram quase nove horas, a noite cerrara. Em redor da Praça as casas estavam já adormecidas: das lojas debaixo da arcada saía a luz triste dos candeeiros de petróleo, entreviam-se dentro figuras sonolentas, caturrando em cavaqueira, ao balcão. As ruas que vinham dar à Praça, tortuosas, tenebrosas, com um lampião mortiço, pareciam desabitadas. E no silêncio o sino da Sé dava vagarosamente o toque das almas.

Com base no trecho e em seu contexto, assinale a única afirmativa INCORRETA.

A
O trecho pertence à obra O crime do Padre Amaro, cujo enredo traz uma relação amorosa entre um padre e uma mulher.
B
Eça de Queirós, autor da obra Os Maias, pertenceu à escola realista do século XIX e é considerado um dos maiores escritores portugueses.
C
O excerto apresenta uma característica do estilo de Eça de Queirós: a capacidade descritiva, que se evidencia quando o autor procura fotografar a realidade.
D
O trecho apresenta uma primeira repercussão da chegada do novo pároco, já reforçando uma imagem mais ‘carnal’ do que ‘espiritual’.
E
A obra à qual este trecho pertence apresenta um olhar benevolente para a igreja católica.
61709902-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

Com relação às obras dos autores dos textos das questões anteriores, Lya Luft e Chico Buarque, assinale a única afirmativa INCORRETA:

A
Chico Buarque é também autor de textos dramáticos, como Gota d’água e Ópera do Malandro.
B
Lya Luft é autora de diversas obras, entre elas As parceiras, Reunião de família e Exílio.
C
Benjamim e Budapeste são alguns dos romances publicados por Chico Buarque.
D
Adepta de uma linguagem essencialmente realista e objetiva, as obras de Lya Luft são um retrato do mundo urbano e de suas mazelas sociais.
E
Chico Buarque, em seus romances, trabalha com questões caras à contemporaneidade, como a fragmentação do sujeito.
607ea9bd-2a
PUC - RS 2014 - Português - Interpretação de Textos

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho da canção de Chico Buarque e analise a obra de arte do artista chinês Wang Keping, Silêncio, levando em consideração que ambas foram proibidas em seus países nos anos 1970.

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa (...)

                        imagem-008.jpg

Por serem obras produzidas e proibidas em regimes autoritários, é possível associar a canção e a escultura à(s) seguinte(s) temática(s):

I. O silenciamento do indivíduo
II. A alienação do sujeito
III. A força da violência

Está/Estão correta(s) a(s) temática(s)

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.