INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmações sobre os poemas das duas questões anteriores e numere os parênteses, de acordo com o seguinte código:
1. Caracteriza apenas o poema A Cavalgada.
2. Caracteriza apenas o poema Inefável.
3. Caracteriza os dois poemas.
4. Não caracteriza nenhum dos poemas.
( ) Soneto com versos livres.
( ) Apresentação de rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes.
( ) Apresentação de cena com forte caráter descritivo.
( ) Presença de uma série de figuras de linguagem, especialmente metáforas e comparações.
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
1. Caracteriza apenas o poema A Cavalgada.
2. Caracteriza apenas o poema Inefável.
3. Caracteriza os dois poemas.
4. Não caracteriza nenhum dos poemas.
( ) Soneto com versos livres.
( ) Apresentação de rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes.
( ) Apresentação de cena com forte caráter descritivo.
( ) Presença de uma série de figuras de linguagem, especialmente metáforas e comparações.
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
A cavalgada, de Raimundo Correia.
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
Inefável em
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
Inefável em
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa D
Tema central: Interpretação de texto com análise estrutural de poemas, rimas, métrica e identificação de figuras de linguagem, de acordo com a norma-padrão e conceitos clássicos da gramática normativa.
Comentário didático:
1 — Soneto com versos livres (4):
Ambos os poemas seguem a estrutura do soneto tradicional, composta por quatorze versos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos, com métrica regular. Não apresentam versos livres, ou seja, nenhum dos poemas se encaixa nesta afirmação.
Referência: Coelho, Nelly Novaes
2 — Rimas interpoladas (ABBA) (3):
Tanto “A Cavalgada” quanto “Inefável” apresentam rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes, caracterizando ambos.
Referência: Rocha Lima
3 — Cena descritiva (1):
Só “A Cavalgada” traz uma cena externa, noturna, com descrição sensorial da estrada e do cavalgamento. “Inefável” é introspectivo, não descritivo.
4 — Metáforas e comparações (2):
O emprego intenso de figuras de linguagem, como metáforas e comparações, ocorre significativamente em “Inefável”, centrado em emoções profundas.
Por que as alternativas incorretas estão erradas?
A (4–1–3–2): Erra ao marcar rimas como exclusivas de um, e cenas descritivas em ambos.
B (3–1–2–3): Equivoca o uso dos versos livres e a descritividade.
C (3–4–1–2): Atribui erroneamente rimas interpoladas somente a “Inefável”.
E (4–4–2–1): Confunde o uso de figuras de linguagem e identificação do soneto.
Dica importante para concursos: Leia atentamente cada característica e relacione-a ao texto — atente-se a palavras como “apenas”, “todos”, “nenhum”. Poemas clássicos respeitam estruturas, enquanto a análise das figuras de linguagem exige olhar atento ao sentido, não só à forma.
Segundo Cunha & Cintra, distinguir entre estrutura formal e conteúdo é fundamental para não errar questões de interpretação e análise literária.
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