Questõesde UFGD sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 47 questões
ca8acb80-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Nos trechos “Meu coração tropical está coberto de neve” e “mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar” ocorrem duas figuras de linguagem. Elas são, respectivamente:

Leia a letra de Corsário para responder à questão.


Meu coração tropical está coberto de neve mas

Ferve em seu cofre gelado

E à voz vibra e a mão escreve mar


Bendita lâmina grave que fere a parede e traz

As febres loucas e breves

Que mancham o silêncio e o cais


Roserais Nova Granada de Espanha

Por você eu teu corsário preso

Vou partir na geleira azul da solidão

E buscar a mão do mar

Me arrastar até o mar procurar o mar


Mesmo que eu mande em garrafas

Mensagens por todo o mar


Meu coração tropical partirá esse gelo e irá

Com as garrafas de náufragos

E as rosas partindo o ar

Nova Granada de Espanha

E as rosas partindo o mar

A
prosopopeia e aliteração.
B
antítese e hipérbole.
C
antítese e prosopopéia.
D
catacrese e polissíndeto.
E
polissíndeto e hipérbato.
ca79951c-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Substantivos, Coesão e coerência, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Avalie as afirmações a seguir.

I. No contexto do diálogo de Alice, ''Vias e meios'' e ''Sentado sobre uma barreira‖ designam a mesma canção.
II. A expressão ''Sentado sobre uma barreira'' é ambígua, e pode-se referir a uma barreira física ou a um sentido figurado. Como neste caso, toda ambiguidade se deve à existência de substantivos polissêmicos.
III. A relação entre as expressões ''O Velho, o velho homem'' e ''Olhos Esbugalhados'' é similar à que ocorre entre as expressões ''Brasil'' e ''Terra em que tudo dá''.

Assinale a alternativa que apresenta afirmações corretas. 

Leia o texto a seguir para responder à questão.


    [...] Se concordamos em considerar a proposição como um nome, é evidente que todo nome que designa um objeto pode se tornar objeto de um novo nome que designa seu sentido: n1 sendo dado remete a n2 que designa o sentido de n1, n2 a n3 etc. para cada um de seus nomes, a linguagem deve conter um nome para o sentido deste nome. Esta proliferação infinita das entidades verbais é conhecida como paradoxo de Frege. Mas é também o paradoxo de Lewis Carroll. Ele aparece rigorosamente do outro lado do espelho, no encontro de Alice com o cavaleiro. O cavaleiro anuncia o título da canção que vai cantar ''O nome da canção é Olhos esbugalhados‖ – ''Oh, é o nome da canção?'', diz Alice – ''Não, você não compreendeu, diz o cavaleiro. É como o nome é chamado. O Verdadeiro nome é: O Velho, o velho homem‖ – ''Então eu deveria ter dito: é assim que a canção é chamada?'' corrigiu Alice, - ''Não, não deveria: trata-se de coisa bem diferente. A canção é chamada Vias e meios. Mas isto é somente como ela é chamada, compreendeu?'' – ''Mas então, o que é que ela é?'' – ''Já chego aí, diz o cavaleiro, a canção é na realidade Sentado sobre uma barreira''.

(DELEUZE, Gilles. Lógica do Sentido. Editora Perspectiva: São Paulo, 1974. P. 32).

A
I, apenas.
B
I e II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
I, II e III.
E
III, apenas.
ca71d3f7-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Levando em consideração a leitura do texto acima, selecione a alternativa correta.

Leia o texto a seguir para responder à questão.


    [...] Se concordamos em considerar a proposição como um nome, é evidente que todo nome que designa um objeto pode se tornar objeto de um novo nome que designa seu sentido: n1 sendo dado remete a n2 que designa o sentido de n1, n2 a n3 etc. para cada um de seus nomes, a linguagem deve conter um nome para o sentido deste nome. Esta proliferação infinita das entidades verbais é conhecida como paradoxo de Frege. Mas é também o paradoxo de Lewis Carroll. Ele aparece rigorosamente do outro lado do espelho, no encontro de Alice com o cavaleiro. O cavaleiro anuncia o título da canção que vai cantar ''O nome da canção é Olhos esbugalhados‖ – ''Oh, é o nome da canção?'', diz Alice – ''Não, você não compreendeu, diz o cavaleiro. É como o nome é chamado. O Verdadeiro nome é: O Velho, o velho homem‖ – ''Então eu deveria ter dito: é assim que a canção é chamada?'' corrigiu Alice, - ''Não, não deveria: trata-se de coisa bem diferente. A canção é chamada Vias e meios. Mas isto é somente como ela é chamada, compreendeu?'' – ''Mas então, o que é que ela é?'' – ''Já chego aí, diz o cavaleiro, a canção é na realidade Sentado sobre uma barreira''.

(DELEUZE, Gilles. Lógica do Sentido. Editora Perspectiva: São Paulo, 1974. P. 32).

A
''Paradoxo de Frege'' e ''Paradoxo de Lewis Carroll'' são nomes distintos que se referem a dois fenômenos complementares da linguagem.
B
''Paradoxo de Frege'' e ''Paradoxo de Lewis Carroll'' são o mesmo nome para o mesmo fenômeno linguístico.
C
''Paradoxo de Lewis Carroll'' é nome que se dá ao ''Paradoxo de Frege'' na literatura infantil.
D
''Paradoxo de Frege''é o nome que se dá ao ''Paradoxo de Lewis Carroll'' na linguística e na filosofia da linguagem.
E
''Paradoxo de Frege'' e ''Paradoxo de Lewis Carroll'' são dois nomes distintos para um mesmo tipo de fenômeno linguístico.
ca86a712-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os compositores dessa canção, Aldir Blanc e João Bosco, por meio de diversas figuras de linguagem, constroem a imagem de um eu-lírico

Leia a letra de Corsário para responder à questão.


Meu coração tropical está coberto de neve mas

Ferve em seu cofre gelado

E à voz vibra e a mão escreve mar


Bendita lâmina grave que fere a parede e traz

As febres loucas e breves

Que mancham o silêncio e o cais


Roserais Nova Granada de Espanha

Por você eu teu corsário preso

Vou partir na geleira azul da solidão

E buscar a mão do mar

Me arrastar até o mar procurar o mar


Mesmo que eu mande em garrafas

Mensagens por todo o mar


Meu coração tropical partirá esse gelo e irá

Com as garrafas de náufragos

E as rosas partindo o ar

Nova Granada de Espanha

E as rosas partindo o mar

A
frio e calculista, diante da amada que se encontra distante.
B
cujos sentimentos fervem e a própria voz suplica por paixões.
C
indiferente e paciente diante da amada.
D
indiferente aos apelos das mulheres espanholas.
E
atordoado pela imagem que o mar lhe provoca.
ca83a23f-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto a seguir, um gráfico publicado na Revista Nova Escola (Nº 231, Abril, 2010), interprete-o e responda à questão proposta.


Considerando os dados do gráfico, assinale a alternativa correta. 

A
São Luiz é a capital com maior número de alunos ativos ou pouco ativos.
B
Os alunos de Salvador, João Pessoa e Porto Alegre praticam pouco exercício físico.
C
Florianópolis e Curitiba são as capitais com menor número de alunos inativos ou pouco ativos.
D
São Luiz e Maceió são as capitais com maior número de alunos ativos ou pouco ativos.
E
Curitiba é a capital com maior número de alunos inativos.
ca684c4d-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Avalie as afirmativas seguintes.

I. Em ''Até depois de morto Michael Jackson continua a provocar escândalos'', a forma verbal em destaque instaura um pressuposto. 
II. Michael Jackson tem apenas dois filhos, Prince e Paris.
III. Conrad Murray foi responsável pela morte precoce do cantor.
IV. Debbie Rowe, Arnold Kelin e Conrad Murray teriam sido corrompidos pelo dinheiro de Jackson. 

Estão corretas apenas as afirmações em

Leia o texto “O espetáculo nunca para”, de Vilma Gryzinski, para responder à questão.

         Até depois de morto Michael Jackson continua a provocar a escândalos
   
    Todo mundo em Hollywood e adjacências sabe: quem tem dinheiro consegue qualquer coisa de médicos desvirtuados. Michael Jackson conseguiu até uma mãe para dois de seus filhos, Prince e Paris (a linhagem materna do menor continua misteriosa). Debbie Rowe era enfermeira do dermatologista Arnold Kelin, que tratava do vitiligo e do branqueamento do cantor, quando foi promovida a barriga de aluguel. Um julgamento momentoso agora tenta determinar quem foi o responsável pela morte precoce de Jackson, em junho de 2009. O acusado de homicídio culposo é o cardiologista Conrad Murray, contratado como médico particular para dopar o cantor com o anestésico propofol, de uso exclusivo em procedimentos hospitalares, mas informalmente receitado aos ricos e insones como último recurso. Murray alega que, sem seu conhecimento, o cantor continuava a receber do velho Klein doses viciantes de Demerol. Não conseguia dormir nem com anestesia na veia por causa desse acachapante analgésico similar à morfina. É possível que esteja com a razão – assim como é possível que sua própria e inaceitável conduta médica tenha condenado o cantor. Um segurança já testemunhou que Murray mandou tirar frascos de medicamento do quarto de Michael Jackson antes mesmo de ligar para a emergência. Naqueles momentos dramáticos, Prince e Paris chegaram a entrar no quarto – chorando, a menina gritou: ―Papai‖. Ele já estava com a morte estampada no rosto, exatamente como na chocante foto, reminiscente de quadros de grandes mestres mostrando o Cristo morto, divulgada pela promotoria para enfatizar a acusação contra Murray. Todo mundo em Hollywood e adjacências sabe que julgamento envolvendo celebridades pode significar fama e dinheiro para muita gente, inclusive promotores exibicionistas.

(GRYZINSKI, Vilma. In. Veja, Ed. 2237, p. 49, 5 de outubro de 2011. A imagem foi retirada)
A
I.
B
I e IV.
C
I e III.
D
II e IV
E
III e IV.
ca6d39dc-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A imagem a seguir reproduz um cartaz utilizado em campanhas contra a exploração sexual infantil no Brasil. Analise a imagem, considerando o texto verbal e o não-verbal, e avalie as afirmativas.


I. O principal recurso linguístico utilizado para a construção de sentido é o emprego de palavra polissêmica que provoca uma ambiguidade intencional.
II. A palavra''pena'' provoca ambiguidade nas duas vezes em que aparece no cartaz.
III. A tarja nos olhos do urso de pelúcia pode remeter à recomendação de se proteger a identidade de crianças e/ou adolescentes que estejam envolvidas em situações constrangedoras.
IV. A tarja nos olhos do urso de pelúcia remete ao universo policial e pode indicar que crianças e/ou adolescentes também estão sujeitas a cometer crimes.

Está correto apenas o que se afirma em

A
I e II.
B
I, II e III.
C
I e III.
D
I, III e IV.
E
II e IV.
ca6420a9-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Assinale a alternativa em que o termo destacado no trecho transcrito corresponde, quanto à significação, à explicação apresentada entre parênteses. 

Leia o texto “O espetáculo nunca para”, de Vilma Gryzinski, para responder à questão.

         Até depois de morto Michael Jackson continua a provocar a escândalos
   
    Todo mundo em Hollywood e adjacências sabe: quem tem dinheiro consegue qualquer coisa de médicos desvirtuados. Michael Jackson conseguiu até uma mãe para dois de seus filhos, Prince e Paris (a linhagem materna do menor continua misteriosa). Debbie Rowe era enfermeira do dermatologista Arnold Kelin, que tratava do vitiligo e do branqueamento do cantor, quando foi promovida a barriga de aluguel. Um julgamento momentoso agora tenta determinar quem foi o responsável pela morte precoce de Jackson, em junho de 2009. O acusado de homicídio culposo é o cardiologista Conrad Murray, contratado como médico particular para dopar o cantor com o anestésico propofol, de uso exclusivo em procedimentos hospitalares, mas informalmente receitado aos ricos e insones como último recurso. Murray alega que, sem seu conhecimento, o cantor continuava a receber do velho Klein doses viciantes de Demerol. Não conseguia dormir nem com anestesia na veia por causa desse acachapante analgésico similar à morfina. É possível que esteja com a razão – assim como é possível que sua própria e inaceitável conduta médica tenha condenado o cantor. Um segurança já testemunhou que Murray mandou tirar frascos de medicamento do quarto de Michael Jackson antes mesmo de ligar para a emergência. Naqueles momentos dramáticos, Prince e Paris chegaram a entrar no quarto – chorando, a menina gritou: ―Papai‖. Ele já estava com a morte estampada no rosto, exatamente como na chocante foto, reminiscente de quadros de grandes mestres mostrando o Cristo morto, divulgada pela promotoria para enfatizar a acusação contra Murray. Todo mundo em Hollywood e adjacências sabe que julgamento envolvendo celebridades pode significar fama e dinheiro para muita gente, inclusive promotores exibicionistas.

(GRYZINSKI, Vilma. In. Veja, Ed. 2237, p. 49, 5 de outubro de 2011. A imagem foi retirada)
A
''Todo mundo em Hollywood e adjacências sabe [...]'' (QUE SE ASSEMELHA).
B
''Um julgamento momentoso agora tenta determinar quem foi o responsável pela morte precoce de Jackson, em junho de 2009'' (QUE PASSA; TRANSITÓRIO).
C
''Não conseguia dormir nem com anestesia na veia por causa desse acachapante analgésico similar à morfina''(QUE TEM FAMA).
D
''[...] o anestésico propofol, de uso exclusivo em procedimentos hospitalares, mas informalmente receitado aos ricos e insones como último recurso (AQUELES QUE AGEM COM INSENTATEZ).
E
''Ele já estava com a morte estampada no rosto, exatamente como na chocante foto, reminiscente de quadros de grandes mestres mostrando o Cristo morto [...]'' (QUE LEMBRA).
ca5ffd09-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles, é composta por 

A
poemas destinados ao público infanto-juvenil. Possui linguagem simples e direta, dispensando o uso de figuras de sintaxe.
B
poemas destinados ao público infantil. Está repleta de figuras de linguagem, sobretudo aliteração e onomatopeia.
C
crônicas destinadas ao público adulto. Reflete sobre as principais técnicas de composição da prosa modernista.
D
poemas destinados ao público adulto. Utiliza diversas figuras de pensamento, tais como antítese, eufemismo e hipérbole.
E
poemas destinados ao público infantil. Faz uso esporádico de figuras de linguagem tais como anacoluto e hipérbato.
ca534591-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em Corpo Vivo, Adonias Filho constrói uma narrativa centrada no sul da Bahia, rica região produtora de Cacau. É nesse espaço regional que o autor faz eclodir uma das características mais universais do ser humano: o antagonismo entre o mal (guerra, ambição, crueldade, violência) e o bem (lealdade, perseverança, amor); dois lados que se entrecruzam ao longo da narrativa. Para torná-la certa “representação da vida”, no dizer do próprio autor, a obra foi estruturada em três grandes momentos, representando as travessias pelas quais passa Cajango. Isso considerando, assinale a alternativa que apresenta, pela ordem dos acontecimentos, as três etapas ou transformações vividas pelo protagonista de Corpo Vivo.

A
Assassinato de negro Setembro; chegada de Malva; perseguição a padrinho Abílio.
B
Massacre da família; iniciação na Selva, com Inuri; chegada de Malva.
C
Iniciação na Selva, com padrinho Abílio; massacre da família de Malva; fuga para a Selva de Camacã.
D
O assassinato da família; o assassinato de Inuri; vingança pelo assassinato de Malva.
E
Invasão da fazenda dos pais de Cajango pelos Bilá; Morte do pai, da mãe e do irmão menor; chegada de Malva.
ca5752ab-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia os fragmentos a seguir, selecionados do livro Silvino Jacques: O último dos bandoleiros, de Brígido Ibanhes.

    ''O cidadão Silvino Helmiro Jacques, também conhecido como Silvino Hermiro Jacques, Sylvino Jacques, nasceu em 17 de fevereiro de 1906, no Rincão de Santana, distrito de Camaquã, município de São Borja, na região das Missões do Estado do Rio Grande do Sul. Era um dos filhos de Leão Pedro Jacques e de Máxima Santa Ana Jacques e afilhado de Getúlio Dornelles Vargas. Seu pai trabalhava como carneador no sítio do eminente estadista quando do seu nascimento''.

     ''Nessa viagem iam o Aniceto, o Bernabé, o Chico Espinosa e outro porterenho num comboio de quatro carretas. Eles retornaram de Porto Murtinho, chegando ao anoitecer na região do Carandazinho. Na hora que desatrelavam as juntas de bois tambeiros, avistaram os cavaleiros que vinham pela trilha do lado de Porteiras.
     Foram se achegando devagar e apearam a alguma distância. Largaram os cavalos no pasto e se encaminharam em direção às carretas. Aniceto reconheceu o Silvino e o Pedro Cruz, equipados para viagem.
      - Vocês já tomaram mate? – perguntou o capitão.
     - Ainda não... – respondeu Bernabé, convidandoos a se ajeitarem que ele já ia servi-los. Por cortesia e hospitalidade o mascate atendia bem a todos e a qualquer viajante que poderia acabar lhe comprando alguma mercadoria''.

A partir dos trechos destacados, pode-se afirmar que essa obra é

A
um livro de História, sem estrutura narrativa, que documenta a vida do bandoleiro gaúcho Silvino Jacques no Rio Grande do Sul e no Sul do Mato Grosso.
B
um romance ficcional, com estrutura narrativa, que conta as aventuras do cangaceiro mato-grossense Silvino Jacques, personagem inspirado nas grandes figuras do cangaço brasileiro.
C
um romance histórico, que mescla documentação biográfica e elementos narrativos, tais como flashbacks, clímax e narrativa em 3ª pessoa, dentre outros.
D
) um livro de crônicas, que descreve a passagem do pistoleiro gaúcho Silvino Jacques pelo Sul do Mato Grosso na primeira metade do século XX.
E
um livro de memórias, composto por entrevistas, depoimentos e relatos históricos sobre Silvino Jacques, o maior bandoleiro de Mato Grosso no final da década de 1930.
ca5c8e03-b1
UFGD 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A respeito do enredo de Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, assinale a alternativa correta.

A
Dentro do manicômio, a rapariga de óculos escuros teme que os cegos possam se aproveitar do fato de ela não ter sido contaminada pela epidemia de cegueira.
B
A mulher do primeiro cego é prostituta, e torna-se cega em um hotel.
C
O primeiro cego morre por causa de infecção causada por uma ferida na perna.
D
Com o intuito de acompanhar o marido ao isolamento, a mulher do médico mente para os homens da ambulância que vieram buscá-lo, dizendo que também está cega.
E
Quando o médico e sua mulher chegam ao manicômio, o encontram lotado de cegos e suspeitos de contágio.
8b6413f4-b0
UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Redação - Reescritura de texto

A invenção do pau de selfie
O primeiro pau de selfie foi criado nos anos 1980 pelo japonês Hiroshi Ueda. Na época, ele trabalhava como engenheiro na fabricante de câmeras Minolta e tinha a fotografia como hobby. "Sempre que ia para o exterior, levava minha máquina e tirava um monte de fotos", diz ele. Quando estava na Europa, Ueda se deparou com um dilema: queria muito tirar fotos de si e de sua mulher, mas não confiava em dar o equipamento para qualquer pessoa que passasse na rua.
"Estava no museu do Louvre, em Paris, e pedi a uma criança para nos fotografar. Quando me afastei, ela saiu correndo com a câmera", relembra. Era um problema comum que precisava ser solucionado, e Ueda tinha o perfil certo para a tarefa.
Ele criou um "extensor" ─ uma vara que podia ser alongada e na qual podia ser acoplada uma câmera nova e menor do que as existentes até então. Ele acrescentou um espelho na frente da câmera para que o fotógrafo pudesse ver o que estava clicando.
O conceito enfrentou certa resistência. O departamento de testes da Minolta chegou à conclusão que mulheres tinham vergonha de fotografar a si mesmas. "A ideia do autorretrato era algo muito novo naquela época", diz Ueda.
O extensor foi patenteado em 1983, mas, para a decepção de Ueda, não foi um sucesso de vendas: "A qualidade da foto não era muito boa". Ele não perdeu a fé em sua invenção. "Uso o tempo todo. Mesmo há 30 anos, quando o produto parou de ser vendido, eu sempre levei uma câmera de bolso e um extensor comigo", ele diz. "Era como uma continuação do meu braço."
A patente de Ueda expirou em 2003, ao menos uma década antes da recente explosão de popularidade do pau de selfie.
Adaptado de Venema, Vibeke. A invenção (e a reinvenção) do 'pau de selfie'. BBC Brasil, 2015.

O trecho: “Ele criou um "extensor" ─ uma vara que podia ser alongada e na qual podia ser acoplada uma câmera nova e menor do que as existentes até então. Ele acrescentou um espelho na frente da câmera para que o fotógrafo pudesse ver o que estava clicando.” pode ser parafraseado da seguinte forma.

A
O inventor concebeu uma haste extensível na qual era possível encaixar uma câmera relativamente menor que as fabricadas na época. Um espelho frontal foi incluído, o que permitia ao fotógrafo visualizar seu tema enquanto fotografava.
B
Ueda criou um braço flexível em forma de vara que incluia uma câmera espelhada que permitia ao fotógrafo ver e tirar uma foto de si mesmo sem se preocupar em pedir ajuda a ninguém
C
Ao criar um bastão extêncil, Ueda previu uma espécie de tripé com uma câmera em miniatura na ponta, a qual, por sua vez, era acionada por meio de um reflexo que produzia a imagem do fotógrafo ao lado daquilo que pretendia registrar, tudo isso ao alcance de um clique.
D
O estertor de Ueda era uma pau intercambiável em que se acoplava uma máquina fotográfica de última geração, menor que as demais, capaz de reproduzir a imagem do fotógrafo utilizando um espelho.
E
Ao clicar em um botão na extremidade inferior da vara inventada por ele, Ueda podia produzir uma foto de si mesmo. O fenômeno se dava por intermédio de um aparelho fotográfico fixado no lado oposto do mecanismo. Para se assegurar da qualidade da foto, o autor recorria a um aparato reflexivo colocado em sua frente pelo inventor.
8b3d03bf-b0
UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe, Redação - Reescritura de texto

Ao final da peça “Quase ministro”, o personagem Silveira narra uma história que é uma espécie de alegoria de tudo o que aconteceu anteriormente na peça:

SILVEIRA Mas esperem: onde vão? Ouçam ao menos uma história. É pequena, mas conceituosa. Um dia anunciou-se um suplício. Toda gente correu a ver o espetáculo feroz. Ninguém ficou em casa: velhos, moços, homens, mulheres, crianças, tudo invadiu a praça destinada à execução. Mas, porque viesse o perdão à última hora, o espetáculo não se deu e a forca ficou vazia. Mais ainda: o enforcado, isto é, o condenado, foi em pessoa à praça pública dizer que estava salvo e confundir com o povo as lágrimas de satisfação. Houve um rumor geral, depois um grito, mais dez, mais cem, mais mil romperam de todos os ângulos da praça, e uma chuva de pedras deu ao condenado a morte de que o salvara a real clemência.
ASSIS, Machado de. Quase Ministro. In: Teatro de Machado de Assis. Org. João Roberto Faria. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 26.

O período “Mas, porque viesse o perdão à última hora, o espetáculo não se deu e a forca ficou vazia” pode ser mais adequadamente parafraseado, sem prejuízo das relações de causa e consequência originais, por:

A
Mas, como o perdão veio à última hora, o espetáculo não se deu e a forca ficou vazia.
B
Mas, embora o perdão viesse à última hora, o espetáculo não se deu e a forca ficou vazia.
C
Mas, se o perdão viesse à última hora, o espetáculo não se daria e a forca ficaria vazia.
D
Mas, quando o perdão veio à última hora, o espetáculo não se deu e a forca ficou vazia.
E
O perdão veio à última hora, mas o espetáculo não se deu e a forca ficou vazia.
8b3a0c63-b0
UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

No trecho “Em teatro, são criminosos os elencos cuja preocupação principal consiste em quitandeiramente ganhar alguns cobres servindo aos apetites mais rasteiros das plateias tranquilas (...)” o termo “quitandeiramente” se refere a:

Texto para a questão.

O Repertório e o Mercado 

O repertório de obras de arte atualmente servido ao público está deteriorado. Grande é o número de artistas que finge ignorar este fato: esta ignorância, verdadeira ou fingida, é crime. Em teatro, são criminosos os elencos cuja preocupação principal consiste em quitandeiramente ganhar alguns cobres servindo aos apetites mais rasteiros das plateias tranquilas; são criminosos todos aqueles que servilmente ficam atentos à última moda parisiense, ao último lançamento londrino, isto é, aqueles que renunciam à sua cidadania artística brasileira e se transformam em repetidores da arte alheia; são criminosos aqueles que apresentam sempre e apenas visões róseas do mundo através de universos feéricos das peças de boulevard, ou do psicologismo anglo-saxônico que tende a reduzir os mais graves problemas sociais e políticos a desajustes neuróticos de uns poucos cidadãos. 
São criminosos os fabricantes irresponsáveis de comedietas idiotas que, segundo a publicidade, “até parecem italianas." Estes são criminosos e não são artistas porque arte é sempre a manifestação sensorial da verdade e não estará dizendo a verdade o artista que constantemente ignore a guerra de genocídio do Vietnã, que ignore o lento assassinato pela fome de milhões de brasileiros no Norte, no Sul, no Centro, no Nordeste e no Centro-Oeste—estas são verdades nacionais e humanas que nenhuma mensagem presidencial, por mais esperta que seja, fará esquecer. Por que são tantos os grupos teatrais que se dedicam ao teatro apodrecido, ao teatro da mentira, corruptor? Tirante os pulhas por convicção, existem também os pulhas por comodismo. Os primeiros acreditam na conquista do mercado ainda que para isso seja necessário produzir "sob medida" para o rápido consumo. (...) O mercado é o demiurgo da arte—este lugar comum já foi destruído (...) entre o artista e o consumidor, numa sociedade capitalista, insere-se o mediador-capital, o mediado-patrocinador. O dinheiro, este sim, é o verdadeiro demiurgo do gosto artístico posto em prática.
O mercado consumidor de teatro é, em última análise, o fator determinante do conteúdo e da forma da obra de arte, da arte-mercadoria. E esse mercado, nos principais centros urbanos do país, é formado pela alta classe média, e daí para cima. O povo e a sua temática estão aprioristicamente excluídos. Este fato grave tem deformado a perspectiva criadora da maioria dos nossos artistas, que se atrelam aos desejos mais imediatos de "corte burguesa," da qual se tornam servis palhaços, praticando um teatro de classe, isto é, um teatro da classe proprietária, da classe opressora. A consequência lógica é uma arte de opressão.

Adaptado de BOAL, Augusto. “Que Pensa Você da Arte de Esquerda?”. Latin American Theatre Review. Primavera de 1970, p. 46-47.
A
Um estilo de vida preocupado com o consumo de alimentos orgânicos.
B
Um modo de agir de forma oportunista.
C
Um tempo em que os artistas sofriam menos com a censura de suas obras.
D
Uma nacionalidade específica.
E
Um delito caracterizado pelo código penal vigente na época.
8b3089b0-b0
UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia a seguinte tirinha do humorista/ cartunista Quino:


Assinale a alternativa que melhor discute o efeito de humor contido na tirinha:

A
Mafalda, criação do cartunista argentino Quino, é conhecida por suas opiniões ácidas e críticas sobre os mais variados assuntos. O efeito de humor da tirinha está todo centrado nos recursos linguísticos.
B
Na tirinha acima o efeito de sentido é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos.
C
A linguagem verbal não contribui para o melhor entendimento da tirinha, pois todo o efeito de humor está contido na linguagem não verbal por meio da expressão exibida por Mafalda no último quadrinho.
D
As alternativas ‘A’,’B’ e ‘C’ estão corretas.
E
As alternativas ‘A’,’B’ e ‘C’ não estão corretas.
8b42fc34-b0
UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao chegar pediu o coronel que lhe dessem água do Apa e, ou porque lhe vissem à mente vagas reminiscências históricas, a propósito de caudais célebres, ou porque, após tanto abalo de espírito, experimentasse como que uma agitação febril, disse sorrindo: “Notemos a que hora provamos a água deste rio.” Puxou o relógio, bebeu e acrescentou a gracejar: “Desejo que este incidente seja consignado na história desta expedição, se algum dia a escreverem.” Pareceu empenhado que se lhe fizesse uma promessa em tal sentido. Foi o autor desta narrativa quem, em nome de todos, a tanto se comprometeu, e hoje o cumpre com religiosa exação porque a morte, de que estava o nosso chefe tão próximo, sabe, pela própria natureza enigmática, tudo enobrecer, tudo absolver e consagrar. É neste ponto o Apa correntoso; mas as grandes lajes que lhe calçam o leito como que convidam a entrar em suas belas águas. Foi o que fizeram muitos soldados; passaram vários para a outra margem a dizer que iam conquistar o Paraguai (TAUNAY, 2006, p. 74-75).

Em relação ao trecho transcrito de Taunay, considerem-se as seguintes afirmações:
I – O coronel morreria pouco tempo depois do fato narrado no trecho.
II – Taunay se comprometeu perante o coronel a narrar esse incidente posteriormente.
III – O coronel se encontrava num ponto do rio em que a sua correnteza é caudalosa.

A
Apenas as afirmações I e II estão corretas
B
Apenas as afirmações II e III estão corretas
C
Apenas as afirmações I e III estão corretas
D
Todas as afirmações estão corretas.
E
Nenhuma afirmação está correta.
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UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa incorreta quanto à interpretação do texto acima:

Texto para a questão.

O Repertório e o Mercado 

O repertório de obras de arte atualmente servido ao público está deteriorado. Grande é o número de artistas que finge ignorar este fato: esta ignorância, verdadeira ou fingida, é crime. Em teatro, são criminosos os elencos cuja preocupação principal consiste em quitandeiramente ganhar alguns cobres servindo aos apetites mais rasteiros das plateias tranquilas; são criminosos todos aqueles que servilmente ficam atentos à última moda parisiense, ao último lançamento londrino, isto é, aqueles que renunciam à sua cidadania artística brasileira e se transformam em repetidores da arte alheia; são criminosos aqueles que apresentam sempre e apenas visões róseas do mundo através de universos feéricos das peças de boulevard, ou do psicologismo anglo-saxônico que tende a reduzir os mais graves problemas sociais e políticos a desajustes neuróticos de uns poucos cidadãos. 
São criminosos os fabricantes irresponsáveis de comedietas idiotas que, segundo a publicidade, “até parecem italianas." Estes são criminosos e não são artistas porque arte é sempre a manifestação sensorial da verdade e não estará dizendo a verdade o artista que constantemente ignore a guerra de genocídio do Vietnã, que ignore o lento assassinato pela fome de milhões de brasileiros no Norte, no Sul, no Centro, no Nordeste e no Centro-Oeste—estas são verdades nacionais e humanas que nenhuma mensagem presidencial, por mais esperta que seja, fará esquecer. Por que são tantos os grupos teatrais que se dedicam ao teatro apodrecido, ao teatro da mentira, corruptor? Tirante os pulhas por convicção, existem também os pulhas por comodismo. Os primeiros acreditam na conquista do mercado ainda que para isso seja necessário produzir "sob medida" para o rápido consumo. (...) O mercado é o demiurgo da arte—este lugar comum já foi destruído (...) entre o artista e o consumidor, numa sociedade capitalista, insere-se o mediador-capital, o mediado-patrocinador. O dinheiro, este sim, é o verdadeiro demiurgo do gosto artístico posto em prática.
O mercado consumidor de teatro é, em última análise, o fator determinante do conteúdo e da forma da obra de arte, da arte-mercadoria. E esse mercado, nos principais centros urbanos do país, é formado pela alta classe média, e daí para cima. O povo e a sua temática estão aprioristicamente excluídos. Este fato grave tem deformado a perspectiva criadora da maioria dos nossos artistas, que se atrelam aos desejos mais imediatos de "corte burguesa," da qual se tornam servis palhaços, praticando um teatro de classe, isto é, um teatro da classe proprietária, da classe opressora. A consequência lógica é uma arte de opressão.

Adaptado de BOAL, Augusto. “Que Pensa Você da Arte de Esquerda?”. Latin American Theatre Review. Primavera de 1970, p. 46-47.
A
O autor elabora um juízo de valor a respeito do teatro de sua época, atribuindo a razão de certa decadência estética à submissão dos grupos ao mercado.
B
O autor denuncia um determinado comportamento de alguns artistas e produtores de arte, os quais considera acomodados ou coniventes com um sistema elitista.
C
O mercado , segundo o autor, e o dinheiro em última análise, são os responsáveis por aquilo que é apresentado nos palcos, o que termina por moldar o gosto do público.
D
Para o autor, os crimes cometidos pelos artistas, no âmbito das companhias teatrais, devem ser punidos de forma exemplar para que não ocorram mais episódios de opressão, censura ou corrupção em todas as regiões do país. 
E
A tese defendida pelo autor é a de que a liberdade de criação em um sistema gerido por interesses burgueses é bastante limitada, oprimida.
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UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com relação a Laços de família, de Clarice Lispector, é correto afirmar:

I. Nesta coletânea de contos, as personagens - sejam adultos ou adolescentes - debatem-se nas cadeias de violência latente que podem emanar do círculo doméstico. Homens ou mulheres, os laços que os unem são, em sua maioria, elos familiares ao mesmo tempo de afeto e de aprisionamento.
II. E, como se pouco a pouco se desnudasse uma estratégia, o cotidiano dos personagens de Laços de família, cuja primeira edição data de 1960, vai-se desnudando como um ambiente falsamente estável, em que vidas aparentemente sólidas se desestabilizam de súbito, justo quando o dia-a-dia parecia estar sendo marcado pela ameaça de nada acontecer.
III. O texto de Clarice Lispector não costuma apresentar ilusória facilidade. Seu vocabulário não é simples, as imagens voltam-se para animais e plantas, quando não para objetos domésticos e situações da vida diária, com frequência numa voltagem de intenso lirismo.

Assinale a alternativa CORRETA:

A
As alternativas I e II estão corretas.
B
As alternativas II e III estão corretas.
C
Apenas a alternativa I está correta.
D
Apenas a alternativa II está correta.
E
Apenas a alternativa III está correta
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UFGD 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o Fragmento baixo:

Ao chegar pediu o coronel que lhe dessem água do Apa e, ou porque lhe viessem à mente vagas reminiscências históricas, a propósito de caudais célebres, ou porque, após tanto abalo de espírito, experimentasse como que uma agitação febril, disse sorrindo: “Notemos a que hora provamos a água deste rio.” Puxou o relógio, bebeu e acrescentou a gracejar: “Desejo que este incidente seja consignado na história desta expedição, se algum dia a escreverem.” Pareceu empenhado que se lhe fizesse uma promessa em tal sentido. Foi o autor desta narrativa quem, em nome de todos, a tanto se comprometeu, e hoje o cumpre com religiosa exação porque a morte, de que estava o nosso chefe tão próximo, sabe, pela própria natureza enigmática, tudo enobrecer, tudo absolver e consagrar. É neste ponto o Apa correntoso; mas as grandes lajes que lhe calçam o leito como que convidam a entrar em suas belas águas. Foi o que fizeram muitos soldados; passaram vários para a outra margem a dizer que iam conquistar o Paraguai (TAUNAY, 2006, p. 74- 75).
TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. A Retirada da Laguna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 2006 (Fragmento). 

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Taunay em A Retirada da Laguna. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque:
I. o narrador Taunay, embora não seguisse um roteiro organizado da viagem relata a realidade. Desta forma, constrói imagens fortes dos fatos vividos. Toda a imagem construída antes desse fato vivido por Taunay tem apenas a visão do Brasil litorâneo, caracterizado pela presença da Corte naquele local; através do relato ele consegue observar aspectos ainda não explorados e totalmente desconhecidos, usando da sua descrição com objetivo de informar.
II. Visconde de Taunay (1843-1899) narra um episódio da Guerra do Paraguai, considerada a mais sangrenta da América do Sul. Sua obra destaca o cenário por onde ocorreu um fato histórico (Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai) e é através desse sertão que Taunay mostra a possível busca pelo desconhecido, na qual o que se pode encontrar nem sempre é o que se imagina.
III. ao narrar num estilo singelo o fracasso dessa expedição militar, Taunay nos leva a refletir sobre questões como heroísmo, honra e dever. Dos 1680 homens que invadiram o Paraguai, apenas 500 voltaram vivos para o Brasil.

Assinale a alternativa CORRETA:

A
As alternativas I e II estão incorretas. 
B
As alternativas I e II estão corretas.
C
Apenas a alternativa I está correta.
D
Apenas a alternativa II está correta.
E
Apenas a alternativa III está correta.