Questõesde IF Sul - MG sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 43 questões
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IF Sul - MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Conforme o ponto de vista do entrevistado, a compreensão do termo “liberdade”, abarca:

As questão se refere ao texto II

Texto II

Leia o trecho da entrevista ao Le Diplomatique, concedida pelo rapper brasileiro Emicida, quando questionado sobre o seu papel como artista: 

EMICIDA - Talvez minha cruz seja a liberdade. Tenho um bagulho selvagem. Livre e selvagem, e não estou contando com a compreensão dos outros. No momento que precisávamos romper com a tradição, rompemos, sem medo de ser feliz ou triste.
[...]
Não chamo a liberdade de cruz por ser ruim, mas a atmosfera do nosso país faz com que a liberdade seja uma parada amaldiçoada quando um preto é livre. Quando você é preto, precisa cumprir com alguns requisitos básicos para ser interpretado como ser humano. As pessoas têm um estereótipo, e se você quebra isso, elas se julgam no direito de colocar o dedo na sua cara.
[...]
A vida inteira estamos cantando sobre ascensão, quebrar as barreiras e mostrar como a vitória também pode ser possível. Corta para 2017. Um bando de cabaço do MBL (Movimento Brasil Livre) pega uma foto minha em um evento de gala e coloca: “usa um terno de R$ 15 mil e isso é uma grande contradição no discurso dele”. No imaginário dessas e de várias pessoas que corroboram com essa palhaçada, o lugar do preto está definido. Eles nunca se incomodam ao ver um preto na calçada, jogado no lixo, andando pelado, louco na rua ou amontoado em cadeia. Mas quando vê um preto ganhando troféu de “Homem do ano”, com um terno foda, nesse momento consigo ler claramente que a liberdade ofende. Quando damos um passo rumo ao SP Fashion Week, com pretos em toda cadeia de produção, da costureira da Vila Brasilândia a modelo que desfilou, move toda estrutura, e no momento que colocamos esses pretos vivos na capa de todos os jornais do Brasil, as pessoas falam que estamos cobrando caro nas roupas da Laboratório Fantasma… É gente que não faz a menor ideia do que é a nossa história, do que nós falamos, da cadeia que movemos. Na cabeça delas, nosso destino é ser miserável. Não temos o direito de cobrar o que achamos que nosso trabalho vale. Mas aí eu me apego à minha liberdade. Eu quero é que se foda.
Disponível em: https://diplomatique.org.br/me-preocupa-o-fato-de-a-poesia-precisar-ser-obvia-pra-caralho-emicida/
A
a busca pelo reconhecimento público por meio das redes sociais.
B
a valorização da cultura produzida pelos negros no contexto nacional.
C
a busca de um viés artístico pautado na continuidade dos artistas que o precederam.
D
a necessidade de se fazer aceito e compreendido pelo público a quem suas canções se destinam.
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IF Sul - MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Adjetivos, Análise sintática, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



Sobre a campanha publicitária produzida pela Federação Nacional de Educação e Inclusão dos Surdos (FENEIS) são feitas as seguintes afirmações:

I- O uso do adjetivo "total" produz o sentido de que a inclusão ainda é incompleta.
II – A expressão “com a língua de sinais” indica o modo como “uma inclusão total” será conquistada.
III – O uso do termo “quando” indica uma condição para que uma “inclusão total com a língua de sinais” seja possível.

São corretas as afirmações feitas em:

A
Todas
B
I e II
C
I e III
D
II e III
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IF Sul - MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Disponível em: http://cdn.atividadesparaprofessores.com.br/uploads/preconceito.jpeg Acesso em: 30.10.18

Para a produção de sua crítica, o cartunista faz uso de diferentes recursos, EXCETO o(a):

A
analogia estabelecida entre preconceito e doença.
B
uso de palavras de um mesmo campo semântico.
C
disposição das falas ao longo dos quadrinhos.
D
ausência de identificação dos personagens.
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IF Sul - MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Releia o primeiro parágrafo do texto, reproduzido abaixo:

"Ludwig Wittgenstein, gênio da filosofia, começou a falar só aos 4 anos. Estudou com tutores particulares em sua casa, em Viena, até os 14 anos. Sem conseguir passar no vestibulinho do colegial, foi parar em 1903 na escola técnica de Linz (a mesma de Adolf Hitler, de quem não foi colega, pois o futuro ditador estava dois anos atrasado nos estudos). Mas ele simplesmente não se interessava pelos colegas. A solidão e a dislexia fizeram dele um perfeito alvo de bullying. “Nunca consegui expressar metade do que queria. Na verdade, não mais que um décimo”, contou em suas memórias."

Nesse trecho, os termos em destaque constituem recursos anafóricos, utilizados para retomar palavras ou expressões anteriores. Assinale a alternativa que NÃO indica um recurso anafórico utilizado para fazer referência a Ludwig Wittgenstein:

A questão se refere ao texto I.

Texto I
Autismo

Ludwig Wittgenstein, gênio da filosofia, começou a falar só aos 4 anos. Estudou com tutores particulares em sua casa, em Viena, até os 14 anos. Sem conseguir passar no vestibulinho do colegial, foi parar em 1903 na escola técnica de Linz (a mesma de Adolf Hitler, de quem não foi colega, pois o futuro ditador estava dois anos atrasado nos estudos). Mas ele simplesmente não se interessava pelos colegas. A solidão e a dislexia fizeram dele um perfeito alvo de bullying. “Nunca consegui expressar metade do que queria. Na verdade, não mais que um décimo”, contou em suas memórias.

Assim foi o jovem Wittgenstein. Mas sua excentricidade e o fato de ter revolucionado a filosofia no século 20 não são uma contradição, segundo o professor Michael Fitzgerald, do Trinity College, em Dublin. O psiquiatra vê em sua biografia sintomas que caracterizam a síndrome de Asperger – um tipo de autismo que, aliado a um intelecto avantajado, pode ser a base da genialidade.

Todo autista se foca obsessivamente em interesses muito específicos, tem comportamentos repetitivos e não se interessa em interagir com outras pessoas. Mas, enquanto a imagem mais comum é a da criança ensimesmada balançando para a frente e para trás, o espectro do autismo vai desde o atraso mental até o desenvolvimento linguístico e cognitivo completo – caso da síndrome de Asperger. Quem tem essa síndrome não se interessa em dividir experiências e emoções, tem padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento e de interesses e não abre mão de sua rotina. Isso torna o convívio difícil – mas pode ter um efeito colateral inesperado.

“Muitas características da síndrome de Asperger aumentam a criatividade”, escreve Fitzgerald em Autism and Creativity (Autismo e Criatividade). “Pessoas assim têm uma capacidade extraordinária para focar-se em um tópico por um longo período – dias, sem interrupção nem mesmo para as refeições. Não desistem diante de obstáculos.” E não é apenas a concentração. A forma como entendem o mundo é diferente. Quando veem uma coisa, apreendem o detalhe para então sistematizar como funciona o geral – enquanto a maioria das pessoas apreende o geral para depois se afunilar em detalhes. Isso é um enorme ponto positivo para engenheiros, físicos, matemáticos, músicos.

Não que não haja um lado negativo. Portadores da síndrome de Asperger também têm dificuldade em aceitar e adotar regras sociais. Por isso, muitas vezes parecem ter personalidade infantil. Quando entrou para a faculdade de engenharia, Wittgenstein se fascinou pela obra Os Princípios da Matemática, de Bertrand Russell. Em 1911, mudou-se para a Universidade de Cambridge para estudar com Russell. Nos primeiros dias, chegava à sala do mestre à noite e seguia até a manhãzinha desdobrando suas ideias como que em um monólogo. Em 1926, quando terminou a defesa oral de sua tese de doutorado, deu um tapinha nos ombros dos examinadores. “Não se preocupem. Eu sei que vocês nunca conseguirão entender”, disse. Wittgenstein começou então a dar aulas. Em seus seminários, era como se não houvesse uma audiência. Lutava com seus pensamentos e volta e meia caía em silêncios que nenhum estudante ousava interromper. Qualquer comentário que considerasse estúpido era retrucado brutalmente.

Para escrever Investigações Filosóficas, sua maior obra, ficou isolado numa cabana na Irlanda. Certa vez, o caseiro, que o havia visto conversando, perguntou-lhe se tivera uma boa companhia. A resposta foi: “Sim, falei muito com um ótimo amigo – eu mesmo”. Numa carta a Bertrand Russell, escreveu: “Estar sozinho me faz um bem infinito, e não acho que agora poderia suportar a vida entre pessoas”. O único grande prazer social do filósofo era discutir seus interesses – lógica, linguística e música. O mundo real pouco lhe importava.

HORTA, Maurício. “O lado bom das coisas ruins”, Superinteressante, São Paulo, nº 302, março 2012. Disponível em: https:// super.abril.com.br/comportamento/o-lado-bom-das-coisas-ruins/. Acesso em: 23 set.2018.
A
de quem
B
ele
C
dele
D
suas
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IF Sul - MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto Autismo faz parte da matéria “O lado bom das coisas ruins”, a qual apresenta aspectos positivos relacionados a síndromes, doenças e comportamentos considerados negativos. No texto em questão, Marcos Horta, retoma certos aspectos da vida de Wittgenstein para defender esse posicionamento. Assinale a alternativa na qual há um argumento presente no texto para sustentar o ponto de vista defendido pelo autor:

A questão se refere ao texto I.

Texto I
Autismo

Ludwig Wittgenstein, gênio da filosofia, começou a falar só aos 4 anos. Estudou com tutores particulares em sua casa, em Viena, até os 14 anos. Sem conseguir passar no vestibulinho do colegial, foi parar em 1903 na escola técnica de Linz (a mesma de Adolf Hitler, de quem não foi colega, pois o futuro ditador estava dois anos atrasado nos estudos). Mas ele simplesmente não se interessava pelos colegas. A solidão e a dislexia fizeram dele um perfeito alvo de bullying. “Nunca consegui expressar metade do que queria. Na verdade, não mais que um décimo”, contou em suas memórias.

Assim foi o jovem Wittgenstein. Mas sua excentricidade e o fato de ter revolucionado a filosofia no século 20 não são uma contradição, segundo o professor Michael Fitzgerald, do Trinity College, em Dublin. O psiquiatra vê em sua biografia sintomas que caracterizam a síndrome de Asperger – um tipo de autismo que, aliado a um intelecto avantajado, pode ser a base da genialidade.

Todo autista se foca obsessivamente em interesses muito específicos, tem comportamentos repetitivos e não se interessa em interagir com outras pessoas. Mas, enquanto a imagem mais comum é a da criança ensimesmada balançando para a frente e para trás, o espectro do autismo vai desde o atraso mental até o desenvolvimento linguístico e cognitivo completo – caso da síndrome de Asperger. Quem tem essa síndrome não se interessa em dividir experiências e emoções, tem padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento e de interesses e não abre mão de sua rotina. Isso torna o convívio difícil – mas pode ter um efeito colateral inesperado.

“Muitas características da síndrome de Asperger aumentam a criatividade”, escreve Fitzgerald em Autism and Creativity (Autismo e Criatividade). “Pessoas assim têm uma capacidade extraordinária para focar-se em um tópico por um longo período – dias, sem interrupção nem mesmo para as refeições. Não desistem diante de obstáculos.” E não é apenas a concentração. A forma como entendem o mundo é diferente. Quando veem uma coisa, apreendem o detalhe para então sistematizar como funciona o geral – enquanto a maioria das pessoas apreende o geral para depois se afunilar em detalhes. Isso é um enorme ponto positivo para engenheiros, físicos, matemáticos, músicos.

Não que não haja um lado negativo. Portadores da síndrome de Asperger também têm dificuldade em aceitar e adotar regras sociais. Por isso, muitas vezes parecem ter personalidade infantil. Quando entrou para a faculdade de engenharia, Wittgenstein se fascinou pela obra Os Princípios da Matemática, de Bertrand Russell. Em 1911, mudou-se para a Universidade de Cambridge para estudar com Russell. Nos primeiros dias, chegava à sala do mestre à noite e seguia até a manhãzinha desdobrando suas ideias como que em um monólogo. Em 1926, quando terminou a defesa oral de sua tese de doutorado, deu um tapinha nos ombros dos examinadores. “Não se preocupem. Eu sei que vocês nunca conseguirão entender”, disse. Wittgenstein começou então a dar aulas. Em seus seminários, era como se não houvesse uma audiência. Lutava com seus pensamentos e volta e meia caía em silêncios que nenhum estudante ousava interromper. Qualquer comentário que considerasse estúpido era retrucado brutalmente.

Para escrever Investigações Filosóficas, sua maior obra, ficou isolado numa cabana na Irlanda. Certa vez, o caseiro, que o havia visto conversando, perguntou-lhe se tivera uma boa companhia. A resposta foi: “Sim, falei muito com um ótimo amigo – eu mesmo”. Numa carta a Bertrand Russell, escreveu: “Estar sozinho me faz um bem infinito, e não acho que agora poderia suportar a vida entre pessoas”. O único grande prazer social do filósofo era discutir seus interesses – lógica, linguística e música. O mundo real pouco lhe importava.

HORTA, Maurício. “O lado bom das coisas ruins”, Superinteressante, São Paulo, nº 302, março 2012. Disponível em: https:// super.abril.com.br/comportamento/o-lado-bom-das-coisas-ruins/. Acesso em: 23 set.2018.
A
“Estudou com tutores particulares em sua casa, em Viena, até os 14 anos.”
B
“Quando veem uma coisa, apreendem o detalhe para então sistematizar como funciona o geral.”
C
“Portadores da síndrome de Asperger também têm dificuldade em aceitar e adotar regras sociais.”
D
“Lutava com seus pensamentos e volta e meia caía em silêncios que nenhum estudante ousava interromper.
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IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O trecho lido apresenta a figura feminina sob o olhar do narrador, segundo ele a personagem:

Tendo como referência a leitura da obra Iracema, de José de Alencar, leia o trecho que segue e responda a questão:

CAPÍTULO II

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu onde campeava sua guerreira tribo da grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.
Iracema saiu do banho; o aljôfar d'água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada, mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d'alma que da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.
A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.
O guerreiro falou:
—Quebras comigo a flecha da paz?
—Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu ?
—Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.
—Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.

ALENCAR, José de. “Iracema”. In: ALENCAR, José de.Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959a, vol. III.
A
é vista como um ser desejado pela beleza do seu corpo e cujos atributos superam tudo quanto a natureza pode oferecer de belo; apesar disso salientam-se algumas imperfeições e defeitos físicos e alguns vícios repulsivos.
B
é uma figura totalmente idealizada e distante; ao passo que o homem se coloca como um escravo fiel a serviço de sua senhora.
C
é vista como ser distante da realidade; idealizado e até mesmo elevado à perfeição.
D
transpira sensualidade, apresenta um instinto animal, selvagem, livre, animalesco; supera e se liberta, por vezes, da dominação masculina.
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IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em diversas passagens da obra, o narrador menciona os olhos de Capitu como sendo “olhos de ressaca”, sendo isso uma referência clara:

Tendo como referência a obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, responda a questão.

CAPÍTULO CXXIII – OLHOS DE RESSACA

No enterro de Escobar, seu melhor amigo, Bentinho pensa ver nos olhos de Capitu as marcas da traição de que acredita ter sido vítima.
…..........................................................

Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...

As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora como se quisesse tragar também o nadador da manhã.

Assis, Machado de. Dom Casmurro. 32. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 160-161. (Fragmento).
A
aos hábitos da esposa que, sendo uma mulher atormentada pelo sentimento de culpa causado pelo adultério, teria se entregado ao vício da bebida.
B
à ação do mar que, em período de ressaca, assim como o olhar de Capitu, atraía para si tudo e todos que com ela mantinham contato visual.
C
à tentativa de Capitu de esconder seus instintos lascivos em relação aos homens que dela se aproximavam.
D
à fragilidade de Capitu e à sua submissão ao marido, características muito comuns às mulheres do século XIX.
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IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nesse trecho, apesar da grande amizade que nutria por Escobar, Bento Santiago tenta disfarçar a sua dor pela perda do amigo porque:

Tendo como referência a obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, responda a questão.

CAPÍTULO CXXIII – OLHOS DE RESSACA

No enterro de Escobar, seu melhor amigo, Bentinho pensa ver nos olhos de Capitu as marcas da traição de que acredita ter sido vítima.
…..........................................................

Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...

As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora como se quisesse tragar também o nadador da manhã.

Assis, Machado de. Dom Casmurro. 32. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 160-161. (Fragmento).
A
como homem, preso a uma série de convenções sociais da época, demonstrar a sua dor naquele momento poderia significar fraqueza;
B
sentia-se furioso com as circunstâncias que levaram seu amigo à morte e seu principal objetivo era identificar os culpados e infligir-lhes severo castigo;
C
sua grande preocupação naquele momento era encontrar no comportamento da esposa traços de comportamento que denunciassem seu envolvimento amoroso com o amigo morto.
D
por causa de seu temperamento austero, o narrador oculta sentimentos que pudessem denotar características de um comportamento homossexual.
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IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A frase “[...] a cidade era um espaço proibido [...]”, retirada do texto, revela a presença de uma figura de linguagem. Assinale a alternativa que indica, respectivamente, esse recurso expressivo e o seu efeito de sentido.

• A questão se refere ao Texto I

Texto I

Indígenas na cidade: pobreza e preconceito marcam condições de vida

Há muito tempo, a floresta amazônica deixou de ser o lar de milhares de indígenas. A escassez de alimentos, o desmatamento e o avanço das cidades sobre as matas são alguns fatores que motivaram povos tradicionais a migrar para áreas urbanas. Em Manaus, no Amazonas, eles podem ser encontrados em todas as regiões da cidade. A Fundação Estadual do Índio estima que de 15 a 20 mil indígenas de diversas etnias vivam em áreas urbanas amazonenses, como os sateré-mawé, apurinã, kokama, miraña, dessana, tukano e piratapuia. “Acredito que 90% dos bairros de Manaus tenham indígenas morando”, informou o presidente da Fundação Estadual do Índio, Raimundo Atroari.


Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato. “Geralmente, as comunidades estão localizadas em área de risco. Nunca é numa área boa. A gente sente muita essa dificuldade de viver na cidade. A maioria dos Sateré daqui da aldeia está no trabalho informal, sem carteira assinada. A maior parte fica dentro da aldeia trabalhando com artesanato. A gente consegue gerar uma renda mais no mês de abril quando o público procura. Fora isso a gente fica dependendo de doações”, contou o tuxaua ou cacique Moisés Sateré, líder de uma comunidade no bairro da Paz, zona oeste de Manaus, onde vivem 14 famílias.


A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, confirma que é comum os indígenas, mesmo em áreas urbanas, viverem em comunidade. “Conforme vai passando o tempo, vem um, vem outro e mais outros, as famílias acabam se juntando em determinado bairro, ou em uma periferia que ninguém morava, e os indígenas foram morar. Você vai ver que nas grandes cidades como Manaus, Campo Grande, Porto Alegre têm bairros eminentemente indígenas, ou segmentos de bairros, ressaltou a antropóloga.”


[...]

Morar em centros urbanos sem ocultar a ancestralidade e as próprias referências é ainda uma luta para mais de 315 mil indígenas, segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 49% do total da população indígena do país.


“Há ainda forte preconceito e discriminação. E os indígenas que moram nas cidades são realmente os que enfrentam a situação assim no dia a dia, constantemente”, conta o presidente da Organização dos Índios da Cidade, de Boa Vista, Eliandro Pedro de Sousa, do povo Wapixana.


Em todo o Brasil, São Paulo é a cidade com maior população indígena, com cerca de 12 mil habitantes; seguida de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com pouco mais de 11 mil e Salvador, com mais de 7,5 mil índios.


A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, destaca que desde a colonização, a presença indígena nas cidades é constante, mas, em décadas passadas, a cidade era um espaço proibido.


“Eles iam pras cidades e não diziam que eram indígenas. Ocultavam a origem e também ocultavam as referências culturais, digamos assim”, explica. De acordo com ela, o medo da discriminação e de represálias do antigo Serviço de Proteção ao Índio impedia os indígenas de se apresentarem como tal.


Foi na década de 50, com o desenvolvimento industrial, que o processo de migração para as cidades se intensificou. Moradores do campo seguiam em busca de emprego nas fábricas e, com os indígenas, não foi diferente, conta a professora.


A própria Fundação Nacional do Índio (Funai), que tem como missão promover os direitos dos povos indígenas no Brasil, sofre o preconceito e percebe a situação dos indígenas que moram nas cidades. “Essa questão do preconceito é até com os servidores [da Funai]. Se é com o servidor, imagine para o próprio indígena”, indaga o coordenador regional da Funai em Roraima, Riley Mendes.

Bianca Paiva, Maíra Heinen – repórteres do radiojornalismo – EBC – Agência Brasil, 19/04/2017.

Fonte: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-04/indigenas-na-cidade-pobreza-e-preconceito-marcam-condicao-de-vida>. Acesso em: 10 set. 2017.

A
Metonímia; intensificar o fato de os indígenas terem substituído um espaço (as aldeias) por outro (as grandes cidades) em busca de melhores condições de vida;
B
Metáfora; comparar implicitamente a mudança de comportamento dos indígenas quando inseridos ao novo espaço, visto que ocultam suas referências culturais e suas origens, o que acarreta o preconceito.
C
Alegoria; questionar o motivo pelo qual os moradores das grandes cidades não acolhem os indígenas de forma respeitosa.
D
Antítese; opor as poucas oportunidades de trabalho às quais eles têm acesso nas aldeias às boas oportunidades encontradas nas cidades grandes, fatores esses que os motivam a deslocar-se.
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IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A caracterização da personagem Iracema, no trecho citado, é feita através do uso de elementos da natureza que a circundam. Nesse processo, evidencia-se que a personagem possui, em relação à natureza, um posicionamento:

Tendo como referência a leitura da obra Iracema, de José de Alencar, leia o trecho que segue e responda a questão:

CAPÍTULO II

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu onde campeava sua guerreira tribo da grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.
Iracema saiu do banho; o aljôfar d'água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada, mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d'alma que da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.
A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.
O guerreiro falou:
—Quebras comigo a flecha da paz?
—Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu ?
—Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.
—Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.

ALENCAR, José de. “Iracema”. In: ALENCAR, José de.Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959a, vol. III.
A
equilibrado
B
vantajoso
C
complementar
D
auspicioso
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Minha língua, minha pátria

Estudante de Letras da UFSCar, o indígena Luciano Ariabo Quezo, decidiu escrever um livro didático para evitar o desaparecimento da língua que era falada em sua aldeia, o umutina-balatiponé.

A cada dia, o estudante Luciano Ariabo Quezo, 25, percebia que a língua portuguesa ocupava mais espaço na aldeia indígena onde nasceu e “engolia” sua língua materna, o umutina-balatiponé.

Preocupado com a situação, especialmente após a morte de um ancião – um dos poucos que só falava o idioma nativo –, ele resolveu escrever um livro bilíngue para tentar evitar o desaparecimento da língua de sua família.

Quezo é natural de uma reserva indígena de Barra do Bugres (MT), onde cerca de 600 pessoas falam o idioma.

Aluno do último ano do curso de Letras da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em São Carlos, no interior paulista, ele trabalha no tema desde 2012, quando obteve uma bolsa da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para sua pesquisa.

Só existem duas escolas indígenas no território umutina e, segundo ele, aprender a língua dependia do interesse individual. Após a morte do ancião, diz, não há mais idosos que dominem completamente a língua e nem todos os jovens a conhecem.

Um esboço do projeto foi lançado em 2013, com 40 páginas e 180 exemplares, para ser testado e aprovado pela comunidade.

“Língua e Cultura Indígena Umutina no Ensino Fundamental” é destinado a alunos das séries iniciais das escolas de sua aldeia. Um irmão de Quezo trabalha em uma delas e utiliza o material com os estudantes.

TOLEDO, Marcelo. “Minha língua, minha pátria”. Folha de São Paulo, 15 abr. 2015. Cotidiano.

Pode-se depreender, a partir da leitura do texto acima, que sua intencionalidade discursiva é:

A
analisar o posicionamento de um indígena ante as circunstâncias sociais e históricas que afetam sua origem.
B
confrontar aspectos culturais – de povos indígenas com os de não indígenas – a fim de ressaltar a importância de uma cultura sobre a outra.
C
justificar a perda de espaço linguístico e cultural pelos indígenas no atual cenário brasileiro.
D
evidenciar a ação feita por um nativo da língua umutina-balatiponé a fim de preservar sua história e sua língua.
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Sinovaldo, Correio Gravataí, 19/04/2016. Disponível em: <http://www.correiogravatai.com.br/_conteudo/2016/04/noticias/regiao/315696-dia-do-ndio-e-brasilia-nas-charges-dos-jornais-desta-quarta.html> . Acesso em: 10 set. 2017.


“Geralmente, as comunidades estão localizadas em área de risco. Nunca é numa área boa. A gente sente muita essa dificuldade de viver na cidade. A maioria dos Sateré daqui da aldeia está no trabalho informal, sem carteira assinada. A maior parte fica dentro da aldeia trabalhando com artesanato. A gente consegue gerar uma renda mais no mês de abril quando o público procura. Fora isso a gente fica dependendo de doações”


A relação entre a charge e o excerto do texto I, reproduzido acima, se dá, principalmente, porque ambos:

• A questão se refere ao Texto I

Texto I

Indígenas na cidade: pobreza e preconceito marcam condições de vida

Há muito tempo, a floresta amazônica deixou de ser o lar de milhares de indígenas. A escassez de alimentos, o desmatamento e o avanço das cidades sobre as matas são alguns fatores que motivaram povos tradicionais a migrar para áreas urbanas. Em Manaus, no Amazonas, eles podem ser encontrados em todas as regiões da cidade. A Fundação Estadual do Índio estima que de 15 a 20 mil indígenas de diversas etnias vivam em áreas urbanas amazonenses, como os sateré-mawé, apurinã, kokama, miraña, dessana, tukano e piratapuia. “Acredito que 90% dos bairros de Manaus tenham indígenas morando”, informou o presidente da Fundação Estadual do Índio, Raimundo Atroari.


Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato. “Geralmente, as comunidades estão localizadas em área de risco. Nunca é numa área boa. A gente sente muita essa dificuldade de viver na cidade. A maioria dos Sateré daqui da aldeia está no trabalho informal, sem carteira assinada. A maior parte fica dentro da aldeia trabalhando com artesanato. A gente consegue gerar uma renda mais no mês de abril quando o público procura. Fora isso a gente fica dependendo de doações”, contou o tuxaua ou cacique Moisés Sateré, líder de uma comunidade no bairro da Paz, zona oeste de Manaus, onde vivem 14 famílias.


A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, confirma que é comum os indígenas, mesmo em áreas urbanas, viverem em comunidade. “Conforme vai passando o tempo, vem um, vem outro e mais outros, as famílias acabam se juntando em determinado bairro, ou em uma periferia que ninguém morava, e os indígenas foram morar. Você vai ver que nas grandes cidades como Manaus, Campo Grande, Porto Alegre têm bairros eminentemente indígenas, ou segmentos de bairros, ressaltou a antropóloga.”


[...]

Morar em centros urbanos sem ocultar a ancestralidade e as próprias referências é ainda uma luta para mais de 315 mil indígenas, segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 49% do total da população indígena do país.


“Há ainda forte preconceito e discriminação. E os indígenas que moram nas cidades são realmente os que enfrentam a situação assim no dia a dia, constantemente”, conta o presidente da Organização dos Índios da Cidade, de Boa Vista, Eliandro Pedro de Sousa, do povo Wapixana.


Em todo o Brasil, São Paulo é a cidade com maior população indígena, com cerca de 12 mil habitantes; seguida de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com pouco mais de 11 mil e Salvador, com mais de 7,5 mil índios.


A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, destaca que desde a colonização, a presença indígena nas cidades é constante, mas, em décadas passadas, a cidade era um espaço proibido.


“Eles iam pras cidades e não diziam que eram indígenas. Ocultavam a origem e também ocultavam as referências culturais, digamos assim”, explica. De acordo com ela, o medo da discriminação e de represálias do antigo Serviço de Proteção ao Índio impedia os indígenas de se apresentarem como tal.


Foi na década de 50, com o desenvolvimento industrial, que o processo de migração para as cidades se intensificou. Moradores do campo seguiam em busca de emprego nas fábricas e, com os indígenas, não foi diferente, conta a professora.


A própria Fundação Nacional do Índio (Funai), que tem como missão promover os direitos dos povos indígenas no Brasil, sofre o preconceito e percebe a situação dos indígenas que moram nas cidades. “Essa questão do preconceito é até com os servidores [da Funai]. Se é com o servidor, imagine para o próprio indígena”, indaga o coordenador regional da Funai em Roraima, Riley Mendes.

Bianca Paiva, Maíra Heinen – repórteres do radiojornalismo – EBC – Agência Brasil, 19/04/2017.

Fonte: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-04/indigenas-na-cidade-pobreza-e-preconceito-marcam-condicao-de-vida>. Acesso em: 10 set. 2017.

A
Indicam o desmatamento como causa da expulsão dos índios das matas brasileiras.
B
Apontam a intervenção do homem branco no cotidiano indígena como fator de exploração.
C
Abordam a dificuldade de manutenção das tradições indígenas mesmo em território próprio.
D
Ilustram a restrição do reconhecimento do indígena como cidadão a um evento do calendário nacional.
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De acordo com o texto, a presença dos índios nos centros urbanos NÃO se encontra marcada pela:

• A questão se refere ao Texto I

Texto I

Indígenas na cidade: pobreza e preconceito marcam condições de vida

Há muito tempo, a floresta amazônica deixou de ser o lar de milhares de indígenas. A escassez de alimentos, o desmatamento e o avanço das cidades sobre as matas são alguns fatores que motivaram povos tradicionais a migrar para áreas urbanas. Em Manaus, no Amazonas, eles podem ser encontrados em todas as regiões da cidade. A Fundação Estadual do Índio estima que de 15 a 20 mil indígenas de diversas etnias vivam em áreas urbanas amazonenses, como os sateré-mawé, apurinã, kokama, miraña, dessana, tukano e piratapuia. “Acredito que 90% dos bairros de Manaus tenham indígenas morando”, informou o presidente da Fundação Estadual do Índio, Raimundo Atroari.


Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato. “Geralmente, as comunidades estão localizadas em área de risco. Nunca é numa área boa. A gente sente muita essa dificuldade de viver na cidade. A maioria dos Sateré daqui da aldeia está no trabalho informal, sem carteira assinada. A maior parte fica dentro da aldeia trabalhando com artesanato. A gente consegue gerar uma renda mais no mês de abril quando o público procura. Fora isso a gente fica dependendo de doações”, contou o tuxaua ou cacique Moisés Sateré, líder de uma comunidade no bairro da Paz, zona oeste de Manaus, onde vivem 14 famílias.


A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, confirma que é comum os indígenas, mesmo em áreas urbanas, viverem em comunidade. “Conforme vai passando o tempo, vem um, vem outro e mais outros, as famílias acabam se juntando em determinado bairro, ou em uma periferia que ninguém morava, e os indígenas foram morar. Você vai ver que nas grandes cidades como Manaus, Campo Grande, Porto Alegre têm bairros eminentemente indígenas, ou segmentos de bairros, ressaltou a antropóloga.”


[...]

Morar em centros urbanos sem ocultar a ancestralidade e as próprias referências é ainda uma luta para mais de 315 mil indígenas, segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 49% do total da população indígena do país.


“Há ainda forte preconceito e discriminação. E os indígenas que moram nas cidades são realmente os que enfrentam a situação assim no dia a dia, constantemente”, conta o presidente da Organização dos Índios da Cidade, de Boa Vista, Eliandro Pedro de Sousa, do povo Wapixana.


Em todo o Brasil, São Paulo é a cidade com maior população indígena, com cerca de 12 mil habitantes; seguida de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com pouco mais de 11 mil e Salvador, com mais de 7,5 mil índios.


A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, destaca que desde a colonização, a presença indígena nas cidades é constante, mas, em décadas passadas, a cidade era um espaço proibido.


“Eles iam pras cidades e não diziam que eram indígenas. Ocultavam a origem e também ocultavam as referências culturais, digamos assim”, explica. De acordo com ela, o medo da discriminação e de represálias do antigo Serviço de Proteção ao Índio impedia os indígenas de se apresentarem como tal.


Foi na década de 50, com o desenvolvimento industrial, que o processo de migração para as cidades se intensificou. Moradores do campo seguiam em busca de emprego nas fábricas e, com os indígenas, não foi diferente, conta a professora.


A própria Fundação Nacional do Índio (Funai), que tem como missão promover os direitos dos povos indígenas no Brasil, sofre o preconceito e percebe a situação dos indígenas que moram nas cidades. “Essa questão do preconceito é até com os servidores [da Funai]. Se é com o servidor, imagine para o próprio indígena”, indaga o coordenador regional da Funai em Roraima, Riley Mendes.

Bianca Paiva, Maíra Heinen – repórteres do radiojornalismo – EBC – Agência Brasil, 19/04/2017.

Fonte: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-04/indigenas-na-cidade-pobreza-e-preconceito-marcam-condicao-de-vida>. Acesso em: 10 set. 2017.

A
dispersão urbana, notadamente nas regiões periféricas das cidades.
B
precariedade financeira, derivada da execução de trabalhos informais.
C
anulação identitária, uma vez que as tradições culturais são esquecidas.
D
resistência ao preconceito, direcionado a eles e àqueles que os protegiam.
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No conto de Clarice Lispector, o aspecto exótico, demarcado pela “raridade” da descoberta da “menor mulher do mundo”, é relativizado, principalmente, porque:

A
A personagem estava grávida, o que a aproximava de outras mulheres.
B
A protagonista e sua tribo utilizam uma linguagem similar à do pesquisador.
C
A pequena mulher compreendia o amor de maneira idêntica a dos demais seres humanos.
D
A menor mulher do mundo deixou clara a sua satisfação em “possuir”, enfatizada na narrativa.
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O conto “A menor mulher do mundo”, de Clarice Lispector, tem como tema a alteridade, ou seja, a relação Eu/Outro, marcada pelo tratamento da personagem feminina, Pequena Flor, como um objeto de curiosidade. Essa coisificação NÃO se concretiza na:

A
comparação entre ela e o macaco, depois entre ela e o cachorro.
B
recolha de dados relativos ao modo de vida da tribo a que a personagem pertencia.
C
reação da protagonista diante do olhar concentrado, determinado e examinador de Marcel Petre.
D
atitude dos leitores ante a publicação no jornal da foto seguida da matéria sobre a “menor mulher do mundo” .
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A ilustração abaixo faz parte do projeto “Coisa de Mulher”. Segundo Raquel Vitorelo, artista que criou o projeto em 2015, a proposta “consiste na criação de ilustrações que buscam resgatar e homenagear mulheres históricas, mostrando que ‘coisa de mulher’ é muito mais do que somos levados a acreditar, trazendo assim evidência de que a história é construída por mulheres de todos os tipos, em todas as áreas do conhecimento, do esporte e das artes”


                 


Considerando as possíveis relações entre a campanha “Coisa de Mulher” e o texto I, avalie as afirmações abaixo.


I- A ilustração, ao utilizar como slogan a expressão “coisa de mulher”, opõe-se à noção de gênero apresentada no texto I, pois reafirma que existem papéis exclusivamente femininos.

II- Assim como no texto I, a referência a Simone de Beauvoir na ilustração problematiza a noção naturalizada acerca do que é ser mulher, mostrando que essa é uma construção histórica e social.

III- A campanha “Coisa de mulher” estabelece uma relação de confronto com o mito da Mulher, trazendo, por meio de suas ilustrações, a “existência múltipla das mulheres” em oposição ao “Eterno Feminino único e cristalizado”.


Julga-se como correto o que se apresenta em: 

A
Todas.
B
Apenas I.
C
I e II.
D
II e III.
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Após a sua leitura da obra de Mário de Andrade, “Amar, verbo intransitivo”, assinale a alternativa que está de acordo com o seu enredo:

A
No desenvolvimento da narrativa, percebe-se que as ações desenvolvidas pelas personagens revelam que a paixão se sobrepõe à razão.
B
Frustrando os sonhos do pai, que contratara para o filho uma “professora de amor”, Carlos acaba se envolvendo com prostitutas, algo muito comum aos rapazes da São Paulo do início do século XX.
C
Contratada para iniciar sexualmente um jovem paulistano burguês do início do século XX, a jovem Elza (no livro tratada como Fräulein) acaba se envolvendo afetivamente com o rapaz, o que lhe causa um certo sofrimento.
D
Desiludida com o fracasso de sua missão: iniciar sexualmente o jovem Carlos, a protagonista decide retornar à Alemanha e realizar o seu sonho de se casar com o “alemão alvo e alto”, esquecendo-se do amor que deixara em terras brasileiras.
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Entretanto, estamos aqui nos não tão distantes anos 1960, em uma Virgínia segregada e com poucos afro-americanos exercendo profissões que exigem um perfil lógico. Por isso mesmo, as vidas de Katherine, Dorothy e Mary foram triplamente difíceis justamente pela raça e gênero a que pertencem.”


No trecho acima, os termos grifados indicam relações semânticas de:

Texto II


                               Estrelas além do tempo

                                                                                                    Alex Gonçalves


      Após todas as discussões sobre representatividade que permearam o último ano hollywoodiano, “Estrelas Além do Tempo” [2016] se apresenta para o público com um timing perfeito. Há tempos não nos víamos inseridos em um cenário no qual as ideologias reacionárias estão tão evidentes, assim como os protestos em busca pela igualdade. Portanto, nada melhor do que a ficção para nos relembrar de outros períodos também nefastos que não calaram a atuação de heróis anônimos.

      No caso de “Estrelas Além do Tempo”, temos uma história que enaltece três figuras reais da NASA até então mantidas anônimas. Tratam-se de Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), três mulheres negras essenciais para o sucesso da missão do astronauta John Glenn (Glen Powell) em alcançar a lua.

      Entretanto, estamos aqui nos não tão distantes anos 1960, em uma Virgínia segregada e com poucos afroamericanos exercendo profissões que exigem um perfil lógico. Por isso mesmo, as vidas de Katherine, Dorothy e Mary foram triplamente difíceis justamente pela raça e gênero a que pertencem.

      Sempre unidas antes e após o expediente de trabalho, essas mulheres enfrentam sozinhas em suas competências os preconceitos que impedem as suas evoluções. Solicitada pelo departamento comandado por Al Harrison (Kevin Costner) para fazer os cálculos que devem assegurar o sucesso da decolagem do foguete que lançará John Glenn às alturas, Katherine é diariamente hostilizada pelos colegas, todos homens e brancos. Já em seu setor, Dorothy tem todos os seus pedidos de promoção sabotados pelo intermédio de Vivian (Kirsten Dunst), enquanto Mary não consegue desempenhar a função de engenheira por ser impedida de ingressar em uma universidade.

      Mesmo com todas essas circunstâncias, elas não desistirão de provar as singularidades que possuem, visualizando os obstáculos não como limites, mas como incentivos para continuarem perseverando. Temos com isso aquele modelo de narrativa cinematográfica que encanta desde os tempos do tramp de Charlie Chaplin, no qual a vontade para ganhar um lugar ao sol é maior do que as adversidades.

      Diretor de “Um Santo Vizinho”, Theodore Melfi se apropria do texto de Allison Schroeder compreendendo muito bem as características desse cinema inspirado e inspirador, contornando com traços ficcionais uma história real para ser efetivo principalmente em seus gritos de protesto. É especialmente arrebatadora a explosão de Katherine ao finalmente externar a sua humilhação ao precisar se prestar a um trajeto de mais de um quilômetro para ir ao banheiro exclusivo para negros. Não ficam muito atrás o fervor de Dorothy e Mary em se provarem extremamente capazes de enfrentar novos desafios.

      Além do mais, Melfi conduz com uma fluidez invejável algo que, em teoria, não tem qualquer encanto. Mesmo o mais avesso aos raciocínios de exatas se verão imediatamente hipnotizados com números e fórmulas que se revelam não somente como uma ciência complexa, como também como instrumentos sociais que só engrenam quando os seus operadores se reconhecem como semelhantes.

                                                                                  Publicado em 09/02/2017.

Disponível em:<http://cineresenhas.com.br/2017/02/09/resenha-critica-estrelas-alem-do-tempo-2016/>. Acesso em: 30/03/2018.

A
oposição e adição.
B
causa e consequência.
C
adição e causa.
D
oposição e consequência.
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De acordo com o autor, “Estrelas além do tempo” apresenta um “timing perfeito” porque:

Texto II


                               Estrelas além do tempo

                                                                                                    Alex Gonçalves


      Após todas as discussões sobre representatividade que permearam o último ano hollywoodiano, “Estrelas Além do Tempo” [2016] se apresenta para o público com um timing perfeito. Há tempos não nos víamos inseridos em um cenário no qual as ideologias reacionárias estão tão evidentes, assim como os protestos em busca pela igualdade. Portanto, nada melhor do que a ficção para nos relembrar de outros períodos também nefastos que não calaram a atuação de heróis anônimos.

      No caso de “Estrelas Além do Tempo”, temos uma história que enaltece três figuras reais da NASA até então mantidas anônimas. Tratam-se de Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), três mulheres negras essenciais para o sucesso da missão do astronauta John Glenn (Glen Powell) em alcançar a lua.

      Entretanto, estamos aqui nos não tão distantes anos 1960, em uma Virgínia segregada e com poucos afroamericanos exercendo profissões que exigem um perfil lógico. Por isso mesmo, as vidas de Katherine, Dorothy e Mary foram triplamente difíceis justamente pela raça e gênero a que pertencem.

      Sempre unidas antes e após o expediente de trabalho, essas mulheres enfrentam sozinhas em suas competências os preconceitos que impedem as suas evoluções. Solicitada pelo departamento comandado por Al Harrison (Kevin Costner) para fazer os cálculos que devem assegurar o sucesso da decolagem do foguete que lançará John Glenn às alturas, Katherine é diariamente hostilizada pelos colegas, todos homens e brancos. Já em seu setor, Dorothy tem todos os seus pedidos de promoção sabotados pelo intermédio de Vivian (Kirsten Dunst), enquanto Mary não consegue desempenhar a função de engenheira por ser impedida de ingressar em uma universidade.

      Mesmo com todas essas circunstâncias, elas não desistirão de provar as singularidades que possuem, visualizando os obstáculos não como limites, mas como incentivos para continuarem perseverando. Temos com isso aquele modelo de narrativa cinematográfica que encanta desde os tempos do tramp de Charlie Chaplin, no qual a vontade para ganhar um lugar ao sol é maior do que as adversidades.

      Diretor de “Um Santo Vizinho”, Theodore Melfi se apropria do texto de Allison Schroeder compreendendo muito bem as características desse cinema inspirado e inspirador, contornando com traços ficcionais uma história real para ser efetivo principalmente em seus gritos de protesto. É especialmente arrebatadora a explosão de Katherine ao finalmente externar a sua humilhação ao precisar se prestar a um trajeto de mais de um quilômetro para ir ao banheiro exclusivo para negros. Não ficam muito atrás o fervor de Dorothy e Mary em se provarem extremamente capazes de enfrentar novos desafios.

      Além do mais, Melfi conduz com uma fluidez invejável algo que, em teoria, não tem qualquer encanto. Mesmo o mais avesso aos raciocínios de exatas se verão imediatamente hipnotizados com números e fórmulas que se revelam não somente como uma ciência complexa, como também como instrumentos sociais que só engrenam quando os seus operadores se reconhecem como semelhantes.

                                                                                  Publicado em 09/02/2017.

Disponível em:<http://cineresenhas.com.br/2017/02/09/resenha-critica-estrelas-alem-do-tempo-2016/>. Acesso em: 30/03/2018.

A
aborda a importância do combate a posicionamentos antidemocráticos na sociedade americana nos anos sessenta do século XX.
B
retrata um período sombrio da história, localizado no passado, em que se percebia claramente o preconceito contra a população negra estadunidense.
C
evidencia o empenho de três mulheres negras a fim de ter suas competências profissionais reconhecidas, em um contexto exclusivamente masculino.
D
tira do anonimato da história americana três mulheres negras impedidas de exercer uma profissão num órgão governamental de prestígio, a NASA.
b1140a50-ce
IF Sul - MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Em relação à tirinha acima, NÃO está correto o que se afirma em:

A
A expressão “ama as cores da seleção” tanto indica o patriotismo quanto ressalta a valorização da moda pela mulher.
B
O uso do termo “esperneia” enfatiza o aspecto emotivo das reações femininas em detrimento ao uso da razão.
C
As ações “descabelar” e “suar” aproximam a mulher do universo masculino do futebol.
D
A expressão “que torce” reforça a delimitação do universo feminino às atividades domésticas.