Questõesde FATEC sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 89 questões
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FATEC 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando as informações presentes nesse texto, podemos afirmar que os Jogos Olímpicos de 1936

James Cleveland “Jesse” Owens nasceu em 1913, em Oakville, Alabama, nos Estados Unidos. Esse atleta negro tornou-se mundialmente conhecido ao ganhar quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim em 1936, desmentindo o discurso nazista da supremacia ariana.

      Os nazistas aproveitaram tal evento esportivo para fazer propaganda do regime de Hitler. O forte incentivo aos atletas germânicos levou a Alemanha a ficar no topo do ranking de medalhas, com 33 ouros contra 24 dos Estados Unidos. Mas, apesar da vitória, o discurso nazista caiu por terra diante dos feitos de Owens, que liderou a equipe estadunidense no atletismo ao conquistar as medalhas de ouro nos 100 m, 200 m, revezamento 4 x 100 m e salto em distância.

      Reza a lenda que Hitler se recusou a entregar as medalhas para Owens, o que não é verdade, segundo a diretora cultural do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Ela explica que o ditador deixou de entregar apenas uma das quatro láureas ao atleta estadunidense. Nas demais, Hitler, inclusive, cumprimentou o atleta.

      Em sua biografia, Owens afirma que o que o deixava mais magoado não eram as atitudes de Hitler, mas o fato de o presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, não ter mandado nem um telegrama felicitando-o pelas conquistas na Olimpíada. De fato esse atleta não sofreu racismo somente na Alemanha. Em seu país ele também enfrentou problemas. Em um evento na Casa Branca, enquanto todos os seus companheiros entraram pela porta da frente, ele foi obrigado a entrar pelos fundos.

      Em 2012, o atleta americano foi imortalizado no Hall da Fama do Atletismo, criado, no mesmo ano, como parte das celebrações pelo centenário da Federação Internacional de Atletismo.

<http://tinyurl.com/qgj7e4j>Acesso em: 15.09.2015. Adaptado.

A
marcaram o poderio estadunidense sobre os alemães em número de medalhas.
B
serviram de instrumento de propaganda política do governo do apartheid nos EUA.
C
foram utilizados pelo governo alemão como um instrumento de publicidade do regime nazista.
D
enfatizaram o preconceito religioso sofrido pelo atleta negro Jesse Owens durante a Olimpíada.
E
registraram o incidente diplomático gerado por Owens, que não cumprimentou Hitler ao receber as medalhas olímpicas.
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FATEC 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto às informações presentes nesse texto, é correto afirmar que Jesse Owens sentia-se

James Cleveland “Jesse” Owens nasceu em 1913, em Oakville, Alabama, nos Estados Unidos. Esse atleta negro tornou-se mundialmente conhecido ao ganhar quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim em 1936, desmentindo o discurso nazista da supremacia ariana.

      Os nazistas aproveitaram tal evento esportivo para fazer propaganda do regime de Hitler. O forte incentivo aos atletas germânicos levou a Alemanha a ficar no topo do ranking de medalhas, com 33 ouros contra 24 dos Estados Unidos. Mas, apesar da vitória, o discurso nazista caiu por terra diante dos feitos de Owens, que liderou a equipe estadunidense no atletismo ao conquistar as medalhas de ouro nos 100 m, 200 m, revezamento 4 x 100 m e salto em distância.

      Reza a lenda que Hitler se recusou a entregar as medalhas para Owens, o que não é verdade, segundo a diretora cultural do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Ela explica que o ditador deixou de entregar apenas uma das quatro láureas ao atleta estadunidense. Nas demais, Hitler, inclusive, cumprimentou o atleta.

      Em sua biografia, Owens afirma que o que o deixava mais magoado não eram as atitudes de Hitler, mas o fato de o presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, não ter mandado nem um telegrama felicitando-o pelas conquistas na Olimpíada. De fato esse atleta não sofreu racismo somente na Alemanha. Em seu país ele também enfrentou problemas. Em um evento na Casa Branca, enquanto todos os seus companheiros entraram pela porta da frente, ele foi obrigado a entrar pelos fundos.

      Em 2012, o atleta americano foi imortalizado no Hall da Fama do Atletismo, criado, no mesmo ano, como parte das celebrações pelo centenário da Federação Internacional de Atletismo.

<http://tinyurl.com/qgj7e4j>Acesso em: 15.09.2015. Adaptado.

A
orgulhoso por conquistar cinco medalhas olímpicas e ter sido imortalizado no Hall da Fama do Atletismo em 2012.
B
orgulhoso por ter sido recebido com pompas pelo governo alemão, em Berlim, após quebrar o recorde dos 100 m.
C
entristecido por não ter recebido nenhum incentivo do governo nazista para se preparar para a Olimpíada de 1936.
D
entristecido por não ter sido recebido pelo presidente dos Estados Unidos na Casa Branca, após vencer os alemães em 1936.
E
entristecido pela indiferença do presidente dos Estados Unidos diante das conquistas que ele obteve nas Olimpíadas de Berlim.
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Um dos esportes em que o Brasil tem chances de medalhas é a natação. Antes das competições, as piscinas precisam de um cuidado especial. Segundo especialistas da área, um dos tratamentos mais eficientes e ecologicamente corretos é com o ozônio, O3, também conhecido como Oxigênio Ativo.

O ozônio é um poderoso bactericida, algicida, fungicida e viricida, que destrói os micro-organismos presentes na água 3 120 vezes mais rápido que o cloro. Além disso, não irrita a pele, os olhos e as mucosas dos usuários.

Aplicado na desinfecção da água, o ozônio faz o papel de agente microbiológico e oxidante, eliminando as cloraminas, produto que resulta da reação do cloro, usado no tratamento de água, com as impurezas presentes na água. As cloraminas são as grandes vilãs das piscinas, pois agravam problemas alérgicos e respiratórios, causam ardência nos olhos, ressecamento na pele e nos cabelos, descamação do esmalte das unhas, além de deixar cheiro desagradável na água e no corpo.

Sem causar os desconfortos ocasionados pelas cloraminas, o uso de ozônio também reduz os casos de otite (inflamação dos ouvidos).

<http://tinyurl.com/qjcw646>Acesso em: 21.08.2015. Adaptado.


Sobre o texto e as substâncias nele mencionadas, é correto afirmar que

A
as cloraminas são mais indicadas no tratamento das piscinas.
B
as cloraminas liberam oxigênio ativo na água das piscinas.
C
o ozônio é isótopo radioativo do oxigênio.
D
o ozônio é o grande vilão das piscinas.
E
o ozônio é alótropo do oxigênio.
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FATEC 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O fragmento a seguir pertence à obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.


E vejam agora com que destreza; com que arte faço eu a maior transição deste livro. Vejam: o meu delírio começou em presença de Virgília; Virgília foi o meu grão pecado da juventude; não há juventude sem meninice; meninice supõe nascimento; e eis aqui como chegamos nós, sem esforço, ao dia 20 de outubro de 1805, em que nasci. Viram? Nenhuma juntura aparente, nada que divirta a atenção pausada do leitor: nada. De modo que o livro fica assim com todas as vantagens do método, sem a rigidez do método.

<http://tinyurl.com/lnpaee9>Acesso em: 09.04.2015. Adaptado.


Sobre esse escritor é correto afirmar que se trata de um autor

A
realista, cuja estética valoriza a arte pela arte, incorporando aos enredos a ideologia árcade, voltada aos padrões greco-latinos.
B
realista, cujos textos fazem críticas à sociedade e, por vezes, atribuem ao leitor o papel de interlocutor do narrador.
C
realista, pois se serve da linguagem popular e de personagens do povo para ocultar a realidade do país.
D
simbolista, cujos romances se caracterizam pela presença do onírico, da musicalidade e da análise psicológica das personagens.
E
simbolista, pois se expressa por meio de uma linguagem marcada, predominantemente, por sinestesias e metáforas.
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Segundo o texto, a empresa estava recrutando um funcionário para desenvolver

Nova geração

Ivan Angelo


      O rapaz chegou para a entrevista. O executivo de vendas on-line da grande empresa levantou-se para apertar sua mão (...) e aproveitou para dar uma geral no rapaz.

      Arrumado, mas nada formal, de sapato novo, jeans, camisa de manga comprida enrolada até a metade do antebraço. O detalhe que o incomodou um pouco foi um brinquinho prateado de argola mínima na orelha esquerda. “Nisso dá-se um jeito depois, se valer a pena”, pensou o executivo.

      Ele sabia que não estava fácil atrair novos talentos e reter os melhores. Empresas aparelhavam-se para o crescimento projetado do país, contratavam jovens promissores, mesmo os muito jovens, como era o caso do rapaz à sua frente, 21 anos. (...)

      Havia mais de duas horas que o rapaz estava em avaliação na empresa. Passara pela entrevista inicial com o chefe do setor, resolvera os probleminhas técnicos de internet e programação visual que lhe apresentaram, com rapidez e certa superioridade irônica, lera os princípios, valores e perfil da empresa (...). Alguns itens, como “comprometimento”, foram apresentados como pré-requisitos. Afinal o encaminharam para o diretor da área de e-comerce, vendas pela internet. O executivo tinha em mãos a avaliação do candidato: excelente.

      Descreveu o trabalho de que a empresa necessitava: desenvolvimento de um site interativo no qual o cliente internauta pudesse fazer simulações de medidas, cores, ajustes, acessórios, preços, formas de pagamento e programação de entrega de cerca de 200 produtos. Durante sua fala, o rapaz mexeu as pernas, levantou um pé, depois o outro, incomodado. O executivo perguntou se ele se sentia apto.

      — Dá para fazer — respondeu o rapaz, movendo a perna, como se buscasse alívio. 

      — Posso te ajudar em alguma coisa?

      — Vou te falar a verdade. Eu comprei este sapato para vir aqui e ele está me apertando e incomodando. Eu só uso tênis.

      O executivo sorriu e pensou: “Esses meninos...”.

      — Quem falou para eu vir fazer esta entrevista, e vir de sapato, foi minha namorada. Porque eu não vinha. Ela falou para eu comprar sapato, e o sapato está me apertando aqui, me atrapalhando.

      Nos últimos anos, o executivo vinha percebendo que os desafios pessoais para a novíssima geração eram diferentes, e que havia limites para o que eles estavam dispostos a ceder antes de se comprometer com um trabalho formal.

      — Não tem problema. Pode vir de tênis. O emprego é seu. 

      — Não, obrigado. Eu não quero emprego.

      O executivo parou estupefato. O menino continuou:

      — Todo mundo foi muito gentil, mas não vai dar. Esta camisa é do meu pai, eu tenho tatuagem, trabalho ouvindo música.

      — Então por que se candidatou, se não queria trabalhar?

      — Desculpe, eu não falei que não queria trabalhar.

      Novo espanto do executivo. Sentia nas falas dele e do rapaz uma dissintonia curiosa. Como ficou calado, esperando, o rapaz prosseguiu:

      — É muito arrumado aqui. E eu não quero ficar ouvindo falar de identidade corporativa, marco regulatório, desenvolvimento organizacional, demanda de mercado, sinergia, estratégia, parâmetros, metas, foco, valores... Desculpe, eu não sabia que era assim. Achava que era só fazer o trabalho direito e ver funcionar legal.

      O executivo ficou olhando a figura, contando até dez, olhos fixados naquele brinco. O garoto queria ter a liberdade dele, a camiseta colorida dele, o tênis furado dele, ouvir a música dele nos fones de ouvido, talvez trabalhar de madrugada e dormir de manhã. Não queria aquele mundo em que ele mesmo estava metido havia vinte anos. Conferiu de novo as qualificações do rapaz, aquele “excelente”. Ousou:

      — Trabalhar em casa você aceita?

      — Aceito.

      Queria o trabalho, não o emprego. Acertaram os detalhes. Assim caminha a humanidade.

<http://tinyurl.com/n66pnvs>Acesso em: 15.03.2015. Adaptado.

A
uma nova área de relacionamento pós-venda.
B
uma nova imagem no mercado imobiliário.
C
um novo modelo de venda presencial.
D
um site de serviço de ouvidoria aos clientes.
E
um site interativo para melhor atender os clientes.
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Considerando o texto, podemos afirmar que o candidato, no primeiro momento, recusou o emprego naquela empresa porque

Nova geração

Ivan Angelo


      O rapaz chegou para a entrevista. O executivo de vendas on-line da grande empresa levantou-se para apertar sua mão (...) e aproveitou para dar uma geral no rapaz.

      Arrumado, mas nada formal, de sapato novo, jeans, camisa de manga comprida enrolada até a metade do antebraço. O detalhe que o incomodou um pouco foi um brinquinho prateado de argola mínima na orelha esquerda. “Nisso dá-se um jeito depois, se valer a pena”, pensou o executivo.

      Ele sabia que não estava fácil atrair novos talentos e reter os melhores. Empresas aparelhavam-se para o crescimento projetado do país, contratavam jovens promissores, mesmo os muito jovens, como era o caso do rapaz à sua frente, 21 anos. (...)

      Havia mais de duas horas que o rapaz estava em avaliação na empresa. Passara pela entrevista inicial com o chefe do setor, resolvera os probleminhas técnicos de internet e programação visual que lhe apresentaram, com rapidez e certa superioridade irônica, lera os princípios, valores e perfil da empresa (...). Alguns itens, como “comprometimento”, foram apresentados como pré-requisitos. Afinal o encaminharam para o diretor da área de e-comerce, vendas pela internet. O executivo tinha em mãos a avaliação do candidato: excelente.

      Descreveu o trabalho de que a empresa necessitava: desenvolvimento de um site interativo no qual o cliente internauta pudesse fazer simulações de medidas, cores, ajustes, acessórios, preços, formas de pagamento e programação de entrega de cerca de 200 produtos. Durante sua fala, o rapaz mexeu as pernas, levantou um pé, depois o outro, incomodado. O executivo perguntou se ele se sentia apto.

      — Dá para fazer — respondeu o rapaz, movendo a perna, como se buscasse alívio. 

      — Posso te ajudar em alguma coisa?

      — Vou te falar a verdade. Eu comprei este sapato para vir aqui e ele está me apertando e incomodando. Eu só uso tênis.

      O executivo sorriu e pensou: “Esses meninos...”.

      — Quem falou para eu vir fazer esta entrevista, e vir de sapato, foi minha namorada. Porque eu não vinha. Ela falou para eu comprar sapato, e o sapato está me apertando aqui, me atrapalhando.

      Nos últimos anos, o executivo vinha percebendo que os desafios pessoais para a novíssima geração eram diferentes, e que havia limites para o que eles estavam dispostos a ceder antes de se comprometer com um trabalho formal.

      — Não tem problema. Pode vir de tênis. O emprego é seu. 

      — Não, obrigado. Eu não quero emprego.

      O executivo parou estupefato. O menino continuou:

      — Todo mundo foi muito gentil, mas não vai dar. Esta camisa é do meu pai, eu tenho tatuagem, trabalho ouvindo música.

      — Então por que se candidatou, se não queria trabalhar?

      — Desculpe, eu não falei que não queria trabalhar.

      Novo espanto do executivo. Sentia nas falas dele e do rapaz uma dissintonia curiosa. Como ficou calado, esperando, o rapaz prosseguiu:

      — É muito arrumado aqui. E eu não quero ficar ouvindo falar de identidade corporativa, marco regulatório, desenvolvimento organizacional, demanda de mercado, sinergia, estratégia, parâmetros, metas, foco, valores... Desculpe, eu não sabia que era assim. Achava que era só fazer o trabalho direito e ver funcionar legal.

      O executivo ficou olhando a figura, contando até dez, olhos fixados naquele brinco. O garoto queria ter a liberdade dele, a camiseta colorida dele, o tênis furado dele, ouvir a música dele nos fones de ouvido, talvez trabalhar de madrugada e dormir de manhã. Não queria aquele mundo em que ele mesmo estava metido havia vinte anos. Conferiu de novo as qualificações do rapaz, aquele “excelente”. Ousou:

      — Trabalhar em casa você aceita?

      — Aceito.

      Queria o trabalho, não o emprego. Acertaram os detalhes. Assim caminha a humanidade.

<http://tinyurl.com/n66pnvs>Acesso em: 15.03.2015. Adaptado.

A
ficou desapontado ao saber do salário, depois de passar por uma série de entrevistas e testes para o cargo.
B
não se sentia seguro para desempenhar as tarefas inerentes ao cargo ao qual se candidatou.
C
não desejava ficar preso a regras corporativas, que ditam estéticas e padrões de comportamento nas empresas.
D
desejava contrariar as pressões da namorada que insistia que ele trabalhasse naquela grande corporação.
E
desejava fazer pressão para poder negociar uma proposta salarial mais interessante do que a empresa lhe oferecia.
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FATEC 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que traz uma afirmação correta sobre o texto.

Nova geração

Ivan Angelo


      O rapaz chegou para a entrevista. O executivo de vendas on-line da grande empresa levantou-se para apertar sua mão (...) e aproveitou para dar uma geral no rapaz.

      Arrumado, mas nada formal, de sapato novo, jeans, camisa de manga comprida enrolada até a metade do antebraço. O detalhe que o incomodou um pouco foi um brinquinho prateado de argola mínima na orelha esquerda. “Nisso dá-se um jeito depois, se valer a pena”, pensou o executivo.

      Ele sabia que não estava fácil atrair novos talentos e reter os melhores. Empresas aparelhavam-se para o crescimento projetado do país, contratavam jovens promissores, mesmo os muito jovens, como era o caso do rapaz à sua frente, 21 anos. (...)

      Havia mais de duas horas que o rapaz estava em avaliação na empresa. Passara pela entrevista inicial com o chefe do setor, resolvera os probleminhas técnicos de internet e programação visual que lhe apresentaram, com rapidez e certa superioridade irônica, lera os princípios, valores e perfil da empresa (...). Alguns itens, como “comprometimento”, foram apresentados como pré-requisitos. Afinal o encaminharam para o diretor da área de e-comerce, vendas pela internet. O executivo tinha em mãos a avaliação do candidato: excelente.

      Descreveu o trabalho de que a empresa necessitava: desenvolvimento de um site interativo no qual o cliente internauta pudesse fazer simulações de medidas, cores, ajustes, acessórios, preços, formas de pagamento e programação de entrega de cerca de 200 produtos. Durante sua fala, o rapaz mexeu as pernas, levantou um pé, depois o outro, incomodado. O executivo perguntou se ele se sentia apto.

      — Dá para fazer — respondeu o rapaz, movendo a perna, como se buscasse alívio. 

      — Posso te ajudar em alguma coisa?

      — Vou te falar a verdade. Eu comprei este sapato para vir aqui e ele está me apertando e incomodando. Eu só uso tênis.

      O executivo sorriu e pensou: “Esses meninos...”.

      — Quem falou para eu vir fazer esta entrevista, e vir de sapato, foi minha namorada. Porque eu não vinha. Ela falou para eu comprar sapato, e o sapato está me apertando aqui, me atrapalhando.

      Nos últimos anos, o executivo vinha percebendo que os desafios pessoais para a novíssima geração eram diferentes, e que havia limites para o que eles estavam dispostos a ceder antes de se comprometer com um trabalho formal.

      — Não tem problema. Pode vir de tênis. O emprego é seu. 

      — Não, obrigado. Eu não quero emprego.

      O executivo parou estupefato. O menino continuou:

      — Todo mundo foi muito gentil, mas não vai dar. Esta camisa é do meu pai, eu tenho tatuagem, trabalho ouvindo música.

      — Então por que se candidatou, se não queria trabalhar?

      — Desculpe, eu não falei que não queria trabalhar.

      Novo espanto do executivo. Sentia nas falas dele e do rapaz uma dissintonia curiosa. Como ficou calado, esperando, o rapaz prosseguiu:

      — É muito arrumado aqui. E eu não quero ficar ouvindo falar de identidade corporativa, marco regulatório, desenvolvimento organizacional, demanda de mercado, sinergia, estratégia, parâmetros, metas, foco, valores... Desculpe, eu não sabia que era assim. Achava que era só fazer o trabalho direito e ver funcionar legal.

      O executivo ficou olhando a figura, contando até dez, olhos fixados naquele brinco. O garoto queria ter a liberdade dele, a camiseta colorida dele, o tênis furado dele, ouvir a música dele nos fones de ouvido, talvez trabalhar de madrugada e dormir de manhã. Não queria aquele mundo em que ele mesmo estava metido havia vinte anos. Conferiu de novo as qualificações do rapaz, aquele “excelente”. Ousou:

      — Trabalhar em casa você aceita?

      — Aceito.

      Queria o trabalho, não o emprego. Acertaram os detalhes. Assim caminha a humanidade.

<http://tinyurl.com/n66pnvs>Acesso em: 15.03.2015. Adaptado.

A
O rapaz foi orientado pelo executivo quanto ao traje adequado para a entrevista.
B
O rapaz sentiu-se muito confortável com a roupa que vestia durante a entrevista.
C
O rapaz ficou inseguro na entrevista, por estar mal trajado para o momento.
D
O executivo aprovou o traje do rapaz, exceto o adereço que ele usava na orelha.
E
O executivo disse para o gerente que depois daria um jeito no brinco usado pelo rapaz.
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FATEC 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Karoshi é uma palavra japonesa que significa morte por excesso de trabalho. O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão supervisionou 4 561 empresas em novembro de 2014 e descobriu que, em 2 300 delas, havia registros de horas extras ilegais. Desse total, 715 empresas tinham funcionários realizando individualmente mais de 100 horas extras por mês. Em 153 empresas, o número de horas extras realizado por alguns funcionários havia subido para 150 horas e, em 35, superou as 200 horas extras mensais por funcionário, trazendo, dessa forma, riscos à saúde e consequentemente à vida dos trabalhadores. Segundo dados oficiais, cerca de 200 japoneses morrem por ano por causa do excesso de horas de trabalho.  

O aumento do número de casos de karoshi verificados no Japão se deve, principalmente, 

A
ao atraso econômico do Japão, ainda decorrente da derrota desse país na Segunda Guerra Mundial.
B
aos baixos salários pagos a todos os trabalhadores japoneses, que se veem obrigados a trabalhar até o esgotamento.
C
à ausência de leis trabalhistas no Japão, como estratégia para aumentar a competitividade frente à concorrência internacional.
D
às péssimas condições de trabalho e higiene verificadas nas indústrias de ponta do Japão, em razão dos reduzidos polos fabris do país.
E
ao traço cultural do japonês que, para demonstrar lealdade e dedicação à empresa em que trabalha, realiza longas jornadas de trabalho.
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FATEC 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O escritor, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna morreu em 2014, aos 87 anos. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), esse autor traduziu em suas obras a tradição popular do Nordeste.


Assinale a alternativa que apresenta um trecho da obra Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

A

“ SEVERINO

Não pode ser, João. Eu matei o bispo, o padre, o sacristão, o padeiro e a mulher e eles morreram esperando por você. Se eu não o matar, vêm-me perseguir de noite, porque será uma injustiça com eles. (...)”

(http://tinyurl.com/lelivros Acesso em: 20.08.14. Adaptado)

B

“Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro. (...)”

(http://tinyurl.com/leitura-encantada Acesso em: 20.08.14. Adaptado)

C

“Havia muito que João Romão vivia exclusivamente para essa ideia; sonhava com ela todas as noites; comparecia a todos os leilões de materiais de construção; arrematava madeiramentos já servidos; comprava telha em segunda mão; fazia pechinchas de cal e tijolos; acumulados (...)”

(http://tinyurl.com/dominiopub-1 Acesso em: 20.08.14. Adaptado)

D

“Aplica esta prova a todos os órgãos e compreendes o meu princípio. Enquanto a inteligência e a felicidade que dela se tira pela incansável acumulação de noções, só te peço que compares Renan e o Grillo...”

(http://tinyurl.com/dominiopub-2 Acesso em: 20.08.14. Adaptado)

E

“Nhá Tolentina estava ficando rica de vender no arraial pastéis de carne mexida com ossos de mão de anjinho; dos vinténs enterrados juntamente com mechas de cabelo, em frente das casas; e do João Mangolô velho de guerra, voluntário do mato nos tempos do Paraguai (...)”

(http://tinyurl.com/literaturapoeta-1 Acesso em: 20.08.14. Adaptado)

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FATEC 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando as informações do texto, é correto afirmar que a narradora-personagem possuía

Felicidade Clandestina

Clarice Lispector

      Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. (...) Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. (...)

      Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

      Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

      Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. (...)

      No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

      Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. (...) E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. (...) Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. (...)

      Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!(...)

      Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

      Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. (...) Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. (...) Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. (...)

(http://tinyurl.com/veele-contos Acesso em: 27.08.14. Adaptado)

A
o desejo de ler, mas não tinha condições de comprar o livro de Monteiro Lobato.
B
o livro de Monteiro Lobato, mas não o emprestava para suas amigas de colégio
C
uma felicidade clandestina de emprestar os livros de Monteiro Lobato à amiga.
D
uma colega que gostava de emprestar os livros de Monteiro Lobato para ela.
E
uma livraria com obras de diversos autores, mas preferia ler as de Monteiro Lobato.
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FATEC 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que a narradora-personagem,

Felicidade Clandestina

Clarice Lispector

      Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. (...) Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. (...)

      Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

      Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

      Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. (...)

      No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

      Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. (...) E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. (...) Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. (...)

      Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!(...)

      Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

      Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. (...) Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. (...) Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. (...)

(http://tinyurl.com/veele-contos Acesso em: 27.08.14. Adaptado)

A
para conseguir um livro emprestado, mentia para a colega e fazia falsas promessas.
B
para conseguir um livro emprestado, ia à casa da colega a fim de humilhá-la.
C
para recuperar um livro emprestado, humilhava a colega, que não se importava.
D
para conseguir um livro emprestado, era humilhada pela colega, porém não desistia.
E
para recuperar um livro emprestado, procurou a mãe de uma colega, dona de livraria.
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FATEC 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando as informações do texto, é correto afirmar que o smartphone

Um dispositivo portátil mostrou-se eficaz em controlar o diabetes tipo 1 em adultos e jovens com a doença. Segundo os pesquisadores que desenvolveram a tecnologia, a técnica é mais prática e segura do que as disponíveis atualmente para tratar o problema. O equipamento é formado por um pequeno sensor inserido sob a pele de um lado do abdome do paciente. Esse sensor mede os níveis de glicose no sangue e envia essa informação a um smartphone adaptado. O smartphone, a partir desses dados, calcula a quantidade de insulina e glucagon que deve ser secretada. Os hormônios são administrados por duas pequenas bombas ligadas a tubos finos que são inseridos sob a pele do outro lado do abdome do paciente.

(http://tinyurl.com/veja-cientistas Acesso em: 28.08.14. Adaptado)

A
revelou-se ineficaz no auxílio ao dispositivo portátil que controla o diabetes.
B
é inserido sob a pele, auxiliando o dispositivo portátil no controle do diabetes.
C
calcula a quantidade de hormônios que são administrados ao paciente.
D
extrai o excesso de insulina injetada no abdome do paciente.
E
possui um pequeno sensor inserido sob a pele do paciente.
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FATEC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No poema, o eu-lírico demonstra que

Leia o poema de Camilo Pessanha para responder a questão.

INTERROGAÇÃO
Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar, 
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo; 
E apesar disso, crês? nunca pensei num lar 
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito. 
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos. 
Nem depois de acordar te procurei no leito, 
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio 
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca. 
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio 
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo.
Eu não sei que mudança a minha alma pressente... 
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço, 
Que adoecia talvez de te saber doente.
(PESSANHA, Camilo. Clepsidra. São Paulo: Núcleo, 1989.)
A
apresenta uma atração explicitamente física e carnal pela pessoa citada. 
B
possui plena antipatia por versos românticos, pois a razão realista é o que o move.
C
resiste à mudança que sua alma imagina, pois ele não dá espaço para sentimentos.
D
procura abrigo quando já está curado, pensando em não ser um devedor à pessoa amada.
E
possui várias dúvidas a respeito de seu sentimento, o qual apresenta uma série de contradições.
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FATEC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação

No texto, entende-se que

Leia o texto de Jacques Fux para responder a questão.

Literatura e Matemática

   Letras e números costumam ser vistos como símbolos opostos, correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens completamente diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis. Essa perspectiva, no entanto, foi muitas vezes recusada pela própria literatura, que em diversas ocasiões valeu-se de elementos e pensamentos matemáticos como forma de melhor explorar sua potencialidade e de amplificar suas possibilidades criativas.
    A utilização da matemática no campo literário se dá por meio das diversas estruturas e rigores, mas também através da apresentação, reflexão e transformação em matéria narrativa de problemas de ordem lógica. Nenhuma leitura é única: o texto, por si só, não diz nada; ele só vai produzir sentido no momento em que há a recepção por parte do leitor. A matemática pode, também, potencializar o texto, tornando ainda mais amplo o seu campo de leituras possíveis a partir de regras ou restrições.
     Muitas passagens de  Alice no País das Maravilhas  e  Alice através do espelho, de Lewis Carroll,  estão repletas de enigmas e problemas que até os dias de hoje permitem aos leitores múltiplas interpretações. Edgar Allan Poe é outro escritor a construir personagens que utilizam exaustivamente a lógica matemática como instrumento para a resolução dos enigmas propostos.
     Explorar as relações entre literatura e matemática é resgatar o romantismo grego da possibilidade do encontro de todas as ciências. É fazer uma viagem pelo mundo das letras e dos números, da literatura comparada e das ficções e romances de diversos autores que beberam (e continuarão bebendo) de diversas e potenciais fontes científicas, poéticas e matemáticas.
<http://tinyurl.com/h9z7jot > Acesso em: 17.08.2016. Adaptado.
A
o substantivo literatura, no primeiro parágrafo, está utilizado no sentido denotativo, pois se refere à produção escrita informal.
B
o verbo dizer, no segundo parágrafo, está utilizado no sentido denotativo, pois há um substantivo que possui voz ativa.
C
o substantivo matemática, no segundo parágrafo, está utilizado no sentido denotativo, pois as incógnitas são representadas por letras gregas.
D
o advérbio exaustivamente, no terceiro parágrafo, está utilizado no sentido conotativo, pois está relacionado ao cansaço dos escritores.
E
o verbo beber, no quarto parágrafo, está utilizado no sentido conotativo, pois remete ao sentido de absorver intelectualmente.
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FATEC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, pode-se afirmar que

Leia o texto de Jacques Fux para responder a questão.

Literatura e Matemática

   Letras e números costumam ser vistos como símbolos opostos, correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens completamente diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis. Essa perspectiva, no entanto, foi muitas vezes recusada pela própria literatura, que em diversas ocasiões valeu-se de elementos e pensamentos matemáticos como forma de melhor explorar sua potencialidade e de amplificar suas possibilidades criativas.
    A utilização da matemática no campo literário se dá por meio das diversas estruturas e rigores, mas também através da apresentação, reflexão e transformação em matéria narrativa de problemas de ordem lógica. Nenhuma leitura é única: o texto, por si só, não diz nada; ele só vai produzir sentido no momento em que há a recepção por parte do leitor. A matemática pode, também, potencializar o texto, tornando ainda mais amplo o seu campo de leituras possíveis a partir de regras ou restrições.
     Muitas passagens de  Alice no País das Maravilhas  e  Alice através do espelho, de Lewis Carroll,  estão repletas de enigmas e problemas que até os dias de hoje permitem aos leitores múltiplas interpretações. Edgar Allan Poe é outro escritor a construir personagens que utilizam exaustivamente a lógica matemática como instrumento para a resolução dos enigmas propostos.
     Explorar as relações entre literatura e matemática é resgatar o romantismo grego da possibilidade do encontro de todas as ciências. É fazer uma viagem pelo mundo das letras e dos números, da literatura comparada e das ficções e romances de diversos autores que beberam (e continuarão bebendo) de diversas e potenciais fontes científicas, poéticas e matemáticas.
<http://tinyurl.com/h9z7jot > Acesso em: 17.08.2016. Adaptado.
A
a separação entre Literatura e Matemática tem origem no romantismo grego.
B
a separação entre Literatura e Matemática é necessária, pois a lógica só está presente em uma delas.
C
a relação entre Literatura e Matemática prejudica os leitores, por apresentar problemas e enigmas.
D
a relação entre Literatura e Matemática só é possível quando as letras e os números são vistos como símbolos opostos.
E
a relação entre Literatura e Matemática faz com que as produções artísticas se apresentem de maneira integrada e produtiva.
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FATEC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O título do artigo – Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira – poderia ser substituído, sem causar prejuízo de sentido, por:

A
Mulheres, mais escolarizadas, porventura ganham mais, entretanto possuem empecilhos para subir na carreira.
B
Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham menos, bem como enfrentam obstáculos para subir na carreira.
C
Mulheres, mais escolarizadas, às vezes ganham menos, por conseguinte apresentam especificidades para se elevarem na carreira.
D
Mais escolarizadas, mulheres, ainda que enfrentem dificuldades para progredirem na carreira, ganham o mesmo ou mais.
E
Mais escolarizadas, mulheres apresentam particularidades para subir na carreira, porquanto já ganham mais.
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FATEC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia um trecho do poema A Flor e a Náusea.

Preso à minha classe e a algumas roupas,

vou de branco pela rua cinzenta.

Melancolias, mercadorias, espreitam-me.

Devo seguir até o enjoo?

Posso, sem armas, revoltar-me?


Olhos sujos no relógio da torre:

Não, o tempo não chegou de completa justiça.

O tempo é ainda de fezes, maus poemas,

alucinações e espera.

O tempo pobre, o poeta pobre

fundem-se no mesmo impasse.


[....]

Uma flor nasceu na rua!

Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.

Uma flor ainda desbotada

ilude a polícia, rompe o asfalto.

Façam completo silêncio, paralisem os negócios,

garanto que uma flor nasceu.


Sua cor não se percebe.

Suas pétalas não se abrem.

Seu nome não está nos livros.

É feia. Mas é realmente uma flor.


Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde

E lentamente passo a mão nessa forma insegura.

Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.

Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.

É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


ANDRADE, C. D. Antologia Poética. Rio de Janeiro. José Olympio, 1978




A partir da leitura do trecho de A Flor e a Náusea, poema do modernista Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa em que o conceito é adequado à temática apresentada nos versos.

A
Disciplina: obediência às regras, aos superiores, aos regulamentos, postura que é defendida pelo eu lírico.
B
Dissimulação: ocultação, por um indivíduo, de suas verdadeiras intenções, uma vez que o eu lírico tenta esconder sua reação diante do surgimento da flor.
C
Esperança: sentimento vivido pelo eu lírico, pois ele vê como possíveis a confiança em algo promissor e a realização de mudanças.
D
Nostalgia: melancolia profunda causada pelo distanciamento entre o eu lírico e sua terra natal.
E
Resignação: submissão à vontade do destino, postura adotada pelo eu lírico que se mostra alienado e indiferente.
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FATEC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Redação - Reescritura de texto

Assinale a alternativa em que o trecho do diário foi reescrito, mantendo-se as correlações semânticas originais e respeitando-se a variedade culta da língua portuguesa.

Leia o texto para responder à questão.

13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.

    ...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]

    Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.

    ..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:

    – Viva a mamãe!

    A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:

    – “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”

    ...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.

    E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

    29 de maio [....]

    ...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.

MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.

A
Hoje amanheceu chovendo por ser um dia simpático para mim, posto que é o dia da Abolição quando comemoramos a libertação dos escravos.
B
Eu tenho tanto dó dos meus filhos, pois, quando eles veem as coisas para comer, eles bradam: “Viva a mamãe”.
C
Como continua chovendo, eu só tenho feijão e sal. A chuva está forte, logo, mandei os meninos para a escola.
D
Estou escrevendo mesmo que passe a chuva, depois disso eu irei ao senhor Manuel vender ferros.
E
A manifestação me agrada, desde que eu já perdera o hábito de sorrir.
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FATEC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere a charge

Comparando a charge ao texto de Carolina Maria de Jesus, conclui-se corretamente que ambos se relacionam à temática

Leia o texto para responder à questão.

13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.

    ...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]

    Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.

    ..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:

    – Viva a mamãe!

    A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:

    – “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”

    ...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.

    E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

    29 de maio [....]

    ...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.

MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.

A
do subemprego, a exemplo das passagens “com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça” e “eu não pude ir catar papel”.
B
do racismo, a exemplo da passagem “Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros”
C
da solidariedade, a exemplo da passagem “eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida”.
D
da violência urbana, a exemplo da passagem “A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o hábito de sorrir”.
E
da adversidade climática, a exemplo da passagem “...Choveu, esfriou. É o inverno que chega”.
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FATEC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Assinale a alternativa que, de acordo com o contexto, apresenta a figura de linguagem metáfora.

Leia o texto para responder à questão.

13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.

    ...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]

    Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.

    ..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:

    – Viva a mamãe!

    A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:

    – “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”

    ...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.

    E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

    29 de maio [....]

    ...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.

MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.

A
Dona Ida peço-te se pode arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos.
B
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
C
Mesmo assim, mandei os meninos para a escola.
D
Dez minutos depois eles querem mais comida.
E
Hoje choveu e eu não pude ir catar papel.