Questõesde CESMAC sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 112 questões
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CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Variação Linguística, Gêneros Textuais

O Texto constitui uma ‘exposição’, de natureza acadêmico-científica. Considerando as especificidades que deve apresentar um texto desse tipo, podemos avaliá-lo como adequado, uma vez que:

1) recorre a uma terminologia especializada a fim de assegurar a clareza e a consistência necessárias ao entendimento dos conceitos abordados.

2) são indicados os ‘limites’ em que as ideias propostas são tidas como cabíveis: ‘Na tradição filosófica ocidental’; ‘Nessa perspectiva’; ‘Do ponto de vista cronológico’).

3) foge às marcas da oralidade convencional e prima pelo uso de uma linguagem erudita, apesar de metafórica e extremamente simbólica.

4) encaminha o leitor, em linguagem decisiva, para a formulação de conclusões gerais, como ocorreu no último parágrafo.

5) apresenta uma abordagem aberta, no sentido de que admite flexibilidade conceitual e faz avaliações considerando a questão integralmente.

Estão corretas as alternativas: 

Aspectos relevantes para a observação da relação fala e escrita


1. Na tradição filosófica ocidental, nos acostumamos a distinguir entre natureza e cultura, atribuindo à cultura tudo aquilo que não se dá naturalmente. No entanto, hoje, esta distinção está cada vez mais difícil de ser mantida, como, de resto, acontece em todas as dicotomias. O certo é que a cultura é um dado que torna o ser humano especial no contexto dos seres vivos. Mas, o que o torna ainda mais especial é o fato de ele dispor de uma linguagem simbólica articulada que é muito mais do que um sistema de classificação, pois é também uma prática que permite que estabeleçamos crenças e pontos de vista diversos ou coincidentes sobre as mesmas coisas. Daí ser a língua um ponto de apoio e de emergência de consenso e dissenso, de harmonia e luta. Não importa se na modalidade escrita ou falada.

2. Nessa perspectiva, seria útil ter presente que, assim como a fala não apresenta propriedades intrínsecas negativas, também a escrita não tem propriedades intrínsecas privilegiadas. São modos de representação cognitiva e social que se revelam em práticas específicas. Postular algum tipo de supremacia ou superioridade de alguma das duas modalidades seria uma visão equivocada, pois não se pode afirmar que a fala é superior à escrita ou vice-versa. Em primeiro lugar, deve-se considerar o aspecto que se está comparando e, em segundo, deve-se considerar que esta relação não é homogênea nem constante.

3. Do ponto de vista cronológico, a fala tem grande precedência sobre a escrita, mas do ponto de vista do prestígio social, a escrita é vista como mais prestigiada que a fala. Não se trata, porém, de algum critério intrínseco nem de parâmetros linguísticos e sim de postura ideológica. Por outro lado, há culturas em que a fala é mais prestigiada que a escrita.

4. Mesmo considerando a enorme e inegável importância que a escrita tem nos povos e nas civilizações letradas, continuamos povos orais. A oralidade jamais desaparecerá e sempre será, ao lado da escrita, o grande meio de expressão e de atividade comunicativa. A oralidade enquanto prática social é inerente ao ser humano e não será substituída por nenhuma tecnologia. Ela será sempre a porta de nossa iniciação à racionalidade e fator de identidade social, regional, grupal dos indivíduos.


                                     (Luís Antônio Marcuschi. Da fala para a escrita. São Paulo: Editora Contexto, 2001, p. 35-36)
A
1, 2, 4, e 5, apenas.
B
1, 2, 3 e 4, apenas.
C
2, 3 e 4, apenas
D
1 e 5, apenas.
E
1, 2, 3, 4 e 5.
983903b4-d5
CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Podemos constatar visível contiguidade semântica entre as palavras do Texto (linguagem-atividade comunicativa; escrita-oralidade; crenças-pontos de vista etc.). Essa afinidade de sentido tem como função textual: 

Aspectos relevantes para a observação da relação fala e escrita


1. Na tradição filosófica ocidental, nos acostumamos a distinguir entre natureza e cultura, atribuindo à cultura tudo aquilo que não se dá naturalmente. No entanto, hoje, esta distinção está cada vez mais difícil de ser mantida, como, de resto, acontece em todas as dicotomias. O certo é que a cultura é um dado que torna o ser humano especial no contexto dos seres vivos. Mas, o que o torna ainda mais especial é o fato de ele dispor de uma linguagem simbólica articulada que é muito mais do que um sistema de classificação, pois é também uma prática que permite que estabeleçamos crenças e pontos de vista diversos ou coincidentes sobre as mesmas coisas. Daí ser a língua um ponto de apoio e de emergência de consenso e dissenso, de harmonia e luta. Não importa se na modalidade escrita ou falada.

2. Nessa perspectiva, seria útil ter presente que, assim como a fala não apresenta propriedades intrínsecas negativas, também a escrita não tem propriedades intrínsecas privilegiadas. São modos de representação cognitiva e social que se revelam em práticas específicas. Postular algum tipo de supremacia ou superioridade de alguma das duas modalidades seria uma visão equivocada, pois não se pode afirmar que a fala é superior à escrita ou vice-versa. Em primeiro lugar, deve-se considerar o aspecto que se está comparando e, em segundo, deve-se considerar que esta relação não é homogênea nem constante.

3. Do ponto de vista cronológico, a fala tem grande precedência sobre a escrita, mas do ponto de vista do prestígio social, a escrita é vista como mais prestigiada que a fala. Não se trata, porém, de algum critério intrínseco nem de parâmetros linguísticos e sim de postura ideológica. Por outro lado, há culturas em que a fala é mais prestigiada que a escrita.

4. Mesmo considerando a enorme e inegável importância que a escrita tem nos povos e nas civilizações letradas, continuamos povos orais. A oralidade jamais desaparecerá e sempre será, ao lado da escrita, o grande meio de expressão e de atividade comunicativa. A oralidade enquanto prática social é inerente ao ser humano e não será substituída por nenhuma tecnologia. Ela será sempre a porta de nossa iniciação à racionalidade e fator de identidade social, regional, grupal dos indivíduos.


                                     (Luís Antônio Marcuschi. Da fala para a escrita. São Paulo: Editora Contexto, 2001, p. 35-36)
A
evitar que palavras sejam repetidas ao longo do texto, o que provocaria perda da qualidade e da relevância do texto.
B
articular diferentes segmentos do texto e, assim, criar e sinalizar a continuidade semântica requerida pela coesão textual.
C
envolver o leitor na interação em curso, uma vez que a variação lexical desperta mais interesse e é mais adequada a um texto de comentário.
D
deixar a comunicação mais correta e mais estilisticamente ajustada a um contexto de divulgação científica.
E
assegurar que não ocorram interpretações equivocadas, como acontece amiúde em situações de oralidade.
983d37ce-d5
CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Ortografia, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Parônimos e Homônimos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Avaliando as relações de sentido entre algumas palavras do Texto, podemos admitir que entre as palavras ou expressões:

Aspectos relevantes para a observação da relação fala e escrita


1. Na tradição filosófica ocidental, nos acostumamos a distinguir entre natureza e cultura, atribuindo à cultura tudo aquilo que não se dá naturalmente. No entanto, hoje, esta distinção está cada vez mais difícil de ser mantida, como, de resto, acontece em todas as dicotomias. O certo é que a cultura é um dado que torna o ser humano especial no contexto dos seres vivos. Mas, o que o torna ainda mais especial é o fato de ele dispor de uma linguagem simbólica articulada que é muito mais do que um sistema de classificação, pois é também uma prática que permite que estabeleçamos crenças e pontos de vista diversos ou coincidentes sobre as mesmas coisas. Daí ser a língua um ponto de apoio e de emergência de consenso e dissenso, de harmonia e luta. Não importa se na modalidade escrita ou falada.

2. Nessa perspectiva, seria útil ter presente que, assim como a fala não apresenta propriedades intrínsecas negativas, também a escrita não tem propriedades intrínsecas privilegiadas. São modos de representação cognitiva e social que se revelam em práticas específicas. Postular algum tipo de supremacia ou superioridade de alguma das duas modalidades seria uma visão equivocada, pois não se pode afirmar que a fala é superior à escrita ou vice-versa. Em primeiro lugar, deve-se considerar o aspecto que se está comparando e, em segundo, deve-se considerar que esta relação não é homogênea nem constante.

3. Do ponto de vista cronológico, a fala tem grande precedência sobre a escrita, mas do ponto de vista do prestígio social, a escrita é vista como mais prestigiada que a fala. Não se trata, porém, de algum critério intrínseco nem de parâmetros linguísticos e sim de postura ideológica. Por outro lado, há culturas em que a fala é mais prestigiada que a escrita.

4. Mesmo considerando a enorme e inegável importância que a escrita tem nos povos e nas civilizações letradas, continuamos povos orais. A oralidade jamais desaparecerá e sempre será, ao lado da escrita, o grande meio de expressão e de atividade comunicativa. A oralidade enquanto prática social é inerente ao ser humano e não será substituída por nenhuma tecnologia. Ela será sempre a porta de nossa iniciação à racionalidade e fator de identidade social, regional, grupal dos indivíduos.


                                     (Luís Antônio Marcuschi. Da fala para a escrita. São Paulo: Editora Contexto, 2001, p. 35-36)
A
‘seres vivos’ e ‘ser humano’, existe uma relação de sinonímia.
B
‘natureza’ e ‘cultura’, existe uma relação de hiperonímia.
C
‘consenso’ e ‘dissenso’; ‘harmonia’ e ‘luta’, existe uma relação de antonímia.
D
‘propriedades intrínsecas’ e ‘bens inerentes’, existem sentidos antagônicos.
E
meio de expressão’ e ‘atividade comunicativa’, existe uma relação de homonímia.
982c40b6-d5
CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na conclusão do Texto, pode-se ler: “Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade”. Analise a seguir alguns comentários acerca de fragmentos desse trecho.

1) Com a expressão ‘ao que tudo indica”, o autor pretendeu mostrar-se cauteloso na sua observação.

2) O uso da locução conjuntiva ‘ainda que’ expressa um sentido de causalidade.

3) Os termos ‘promissores’ e ‘não ilimitados’ remetem ao termo antecedente ‘conhecimentos’.

4) A expressão ‘conhecimentos promissores’, de certa forma, expressa um sentido de oposição marcado pelo conectivo ‘ainda que’.


Estão corretas as alternativas

Ciência e aquecimento global


1. O que até recentemente parecia ficção tomou forma na realidade como desafio que exige – se não solução imediata, algo bem provável – ao menos encaminhamento promissor.

2. O aquecimento global, como consequência da liberação crescente na atmosfera de gases de efeito estufa, é o maior impacto ambiental da história da civilização, o que não significa que aponte para o final dos tempos. (...)

3. O conhecimento científico tem participação ampla e profunda tanto no processo de aquecimento da Terra como nos encaminhamentos para evitar uma tragédia de proporções inéditas para a humanidade. Foram avanços de natureza científica – particularmente na termodinâmica, o estudo das transformações da energia – que permitiram a substituição de músculos humanos e animais pelas engrenagens das máquinas. Este mesmo conhecimento advertiu, já no século XIX, para o praticamente inevitável aquecimento futuro da atmosfera por elementos tão insuspeitos quanto vapor d’água e dióxido de carbono.

4. As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é.

5. Quais as possibilidades de o atual conhecimento científico permitir uma reversão deste processo, ainda que nem tudo volte a ser como antes?

6. A identificação do aquecimento global como de origem antrópica, devidamente separada de causas naturais que já foram responsáveis por esta ocorrência mais de uma vez na história da Terra, certamente não deve passar despercebida. Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade.


            (Ponto de Vista. Scientific American Brasil, São Paulo: Ed. Especial, dez. 2003, p. 7)

A
1, 2, 3 e 4.
B
1, 3 e 4, apenas
C
1, 2 e 4, apenas
D
2 e 3, apenas.
E
3 e 4, apenas.
982472dc-d5
CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

No segmento: “A identificação do aquecimento global como de origem antrópica”, a palavra em negrito significa que ‘este tipo de aquecimento’:

Ciência e aquecimento global


1. O que até recentemente parecia ficção tomou forma na realidade como desafio que exige – se não solução imediata, algo bem provável – ao menos encaminhamento promissor.

2. O aquecimento global, como consequência da liberação crescente na atmosfera de gases de efeito estufa, é o maior impacto ambiental da história da civilização, o que não significa que aponte para o final dos tempos. (...)

3. O conhecimento científico tem participação ampla e profunda tanto no processo de aquecimento da Terra como nos encaminhamentos para evitar uma tragédia de proporções inéditas para a humanidade. Foram avanços de natureza científica – particularmente na termodinâmica, o estudo das transformações da energia – que permitiram a substituição de músculos humanos e animais pelas engrenagens das máquinas. Este mesmo conhecimento advertiu, já no século XIX, para o praticamente inevitável aquecimento futuro da atmosfera por elementos tão insuspeitos quanto vapor d’água e dióxido de carbono.

4. As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é.

5. Quais as possibilidades de o atual conhecimento científico permitir uma reversão deste processo, ainda que nem tudo volte a ser como antes?

6. A identificação do aquecimento global como de origem antrópica, devidamente separada de causas naturais que já foram responsáveis por esta ocorrência mais de uma vez na história da Terra, certamente não deve passar despercebida. Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade.


            (Ponto de Vista. Scientific American Brasil, São Paulo: Ed. Especial, dez. 2003, p. 7)

A
não prevê, por enquanto, soluções fáceis.
B
provém de causas desconhecidas.
C
é anterior às descobertas modernas.
D
é resultado de atividades humanas.
E
supõe fases de desenvolvimento regular.
98286c2a-d5
CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise o quarto parágrafo do Texto: “As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é”. Nesse trecho, merece destacar:

Ciência e aquecimento global


1. O que até recentemente parecia ficção tomou forma na realidade como desafio que exige – se não solução imediata, algo bem provável – ao menos encaminhamento promissor.

2. O aquecimento global, como consequência da liberação crescente na atmosfera de gases de efeito estufa, é o maior impacto ambiental da história da civilização, o que não significa que aponte para o final dos tempos. (...)

3. O conhecimento científico tem participação ampla e profunda tanto no processo de aquecimento da Terra como nos encaminhamentos para evitar uma tragédia de proporções inéditas para a humanidade. Foram avanços de natureza científica – particularmente na termodinâmica, o estudo das transformações da energia – que permitiram a substituição de músculos humanos e animais pelas engrenagens das máquinas. Este mesmo conhecimento advertiu, já no século XIX, para o praticamente inevitável aquecimento futuro da atmosfera por elementos tão insuspeitos quanto vapor d’água e dióxido de carbono.

4. As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é.

5. Quais as possibilidades de o atual conhecimento científico permitir uma reversão deste processo, ainda que nem tudo volte a ser como antes?

6. A identificação do aquecimento global como de origem antrópica, devidamente separada de causas naturais que já foram responsáveis por esta ocorrência mais de uma vez na história da Terra, certamente não deve passar despercebida. Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade.


            (Ponto de Vista. Scientific American Brasil, São Paulo: Ed. Especial, dez. 2003, p. 7)

A
a menção ao dióxido de carbono, como um ‘vilão indispensável’ e, ao mesmo tempo, um ‘gás imprescindível’ à vida.
B
a inconsistência e a óbvia contradição de alguns pronunciamentos da imprensa escrita jornalística.
C
a caracterização do Planeta Terra como um espaço aconchegante, cuja manutenção depende de intervenções humanas.
D
o uso inadequado da cojunção ‘no entanto’, uma vez que não exitem sentidos de oposição entre partes do trecho.
E
o anúncio de que o aquecimento global tem-se exacerbado ao longo dos últimos meses, pondo em risco a função de certas atividades humanas.
98213a36-d5
CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em resumo, o autor do Texto defende, como solução para o problema levantado, a seguinte opção:

Ciência e aquecimento global


1. O que até recentemente parecia ficção tomou forma na realidade como desafio que exige – se não solução imediata, algo bem provável – ao menos encaminhamento promissor.

2. O aquecimento global, como consequência da liberação crescente na atmosfera de gases de efeito estufa, é o maior impacto ambiental da história da civilização, o que não significa que aponte para o final dos tempos. (...)

3. O conhecimento científico tem participação ampla e profunda tanto no processo de aquecimento da Terra como nos encaminhamentos para evitar uma tragédia de proporções inéditas para a humanidade. Foram avanços de natureza científica – particularmente na termodinâmica, o estudo das transformações da energia – que permitiram a substituição de músculos humanos e animais pelas engrenagens das máquinas. Este mesmo conhecimento advertiu, já no século XIX, para o praticamente inevitável aquecimento futuro da atmosfera por elementos tão insuspeitos quanto vapor d’água e dióxido de carbono.

4. As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é.

5. Quais as possibilidades de o atual conhecimento científico permitir uma reversão deste processo, ainda que nem tudo volte a ser como antes?

6. A identificação do aquecimento global como de origem antrópica, devidamente separada de causas naturais que já foram responsáveis por esta ocorrência mais de uma vez na história da Terra, certamente não deve passar despercebida. Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade.


            (Ponto de Vista. Scientific American Brasil, São Paulo: Ed. Especial, dez. 2003, p. 7)

A
reduzir o uso de artifícios e recursos mecânicos.
B
ampliar o repertório do conhecimento científico.
C
perceber o aquecimento como ocorrência natural.
D
fazer avançar os estudos da termodinâmica.
E
admitir, universalmente, novos hábitos de vida.
981c4289-d5
CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para captar a ideia global do Texto, convém que o entendamos como:

Ciência e aquecimento global


1. O que até recentemente parecia ficção tomou forma na realidade como desafio que exige – se não solução imediata, algo bem provável – ao menos encaminhamento promissor.

2. O aquecimento global, como consequência da liberação crescente na atmosfera de gases de efeito estufa, é o maior impacto ambiental da história da civilização, o que não significa que aponte para o final dos tempos. (...)

3. O conhecimento científico tem participação ampla e profunda tanto no processo de aquecimento da Terra como nos encaminhamentos para evitar uma tragédia de proporções inéditas para a humanidade. Foram avanços de natureza científica – particularmente na termodinâmica, o estudo das transformações da energia – que permitiram a substituição de músculos humanos e animais pelas engrenagens das máquinas. Este mesmo conhecimento advertiu, já no século XIX, para o praticamente inevitável aquecimento futuro da atmosfera por elementos tão insuspeitos quanto vapor d’água e dióxido de carbono.

4. As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é.

5. Quais as possibilidades de o atual conhecimento científico permitir uma reversão deste processo, ainda que nem tudo volte a ser como antes?

6. A identificação do aquecimento global como de origem antrópica, devidamente separada de causas naturais que já foram responsáveis por esta ocorrência mais de uma vez na história da Terra, certamente não deve passar despercebida. Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade.


            (Ponto de Vista. Scientific American Brasil, São Paulo: Ed. Especial, dez. 2003, p. 7)

A
uma advertência no sentido de que as consequências do aquecimento da Terra apontam para o inevitável final dos tempos.
B
um apelo para que vejamos o aquecimento global não como um caso de ficção científica mas como um risco que exige fim definitivo, imediato e inadiável.
C
uma proposta para identificar as causas naturais que estão na raiz dos impactos ambientais que põem a vida na Terra em risco.
D
uma exposição em que se faz uma relação de causa e efeito entre avanços do conhecimento científico e o processo de aquecimento da Terra.
E
uma declaração de como será impossível uma reversão do processo crescente de liberação, na atmosfera, de gases de efeito estufa.
96f51a07-d5
CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O Texto 2 atinge, preferencialmente, a área social própria:

TEXTO 2

Tempos ansiosos


(1) Saber lidar com as preocupações se tornou uma característica desejada, porque a ansiedade foi relegada ao posto de vilã do mundo moderno. Apesar de ser essencial para a sobrevivência, ela ganhou o estigma de atrapalhar as relações pessoais, a competência no trabalho e todo tipo de situação delicada.

“Se o candidato não consegue dominar a ansiedade na hora da seleção de emprego, já questionamos como ele agirá no ambiente de trabalho”, diz Adriana Vilela, analista de recursos humanos da RHBrasil, empesa que recruta candidatos para o mercado de trabalho. É muito comum, aliás, as pessoas reclamarem que são ansiosas demais e os especialistas chamarem os nossos tempos de “era da ansiedade”.

(2) Mas essa noção de que vivemos numa época especialmente estressante é coisa ultrapassada, na verdade. A ideia de “era da ansiedade” nasceu antes da internet e do computador. Apareceu pela primeira vez em 1947, num poema do inglês Hugh Auden, que, desiludido com a humanidade depois da 2ª. Guerra Mundial, criticou o homem e sua busca sem sentido por significado.

Desde então, há pelo menos uma obra por década que afirma que o ser humano está passando pelos tempos mais difíceis de sua história e que, coitados de nós, sofremos demais com a ansiedade.
(Hueck, Karin. Sobre a ansiedade. Revista Superinteressante. São Paulo: Abril, nov. 2008. Adaptado)
A
de historiadores e filosofos.
B
de escritores e jornalistas.
C
da publicação de obras médicas.
D
da definição da atualidade moderna.
E
das relações profissionais.
96f88f16-d5
CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe

Analisando os recursos da coesão textual no primeiro parágrafo do Texto 2, vemos que ocorreram conectivos que, respectivamente, expressam relações semânticas de:

TEXTO 2

Tempos ansiosos


(1) Saber lidar com as preocupações se tornou uma característica desejada, porque a ansiedade foi relegada ao posto de vilã do mundo moderno. Apesar de ser essencial para a sobrevivência, ela ganhou o estigma de atrapalhar as relações pessoais, a competência no trabalho e todo tipo de situação delicada.

“Se o candidato não consegue dominar a ansiedade na hora da seleção de emprego, já questionamos como ele agirá no ambiente de trabalho”, diz Adriana Vilela, analista de recursos humanos da RHBrasil, empesa que recruta candidatos para o mercado de trabalho. É muito comum, aliás, as pessoas reclamarem que são ansiosas demais e os especialistas chamarem os nossos tempos de “era da ansiedade”.

(2) Mas essa noção de que vivemos numa época especialmente estressante é coisa ultrapassada, na verdade. A ideia de “era da ansiedade” nasceu antes da internet e do computador. Apareceu pela primeira vez em 1947, num poema do inglês Hugh Auden, que, desiludido com a humanidade depois da 2ª. Guerra Mundial, criticou o homem e sua busca sem sentido por significado.

Desde então, há pelo menos uma obra por década que afirma que o ser humano está passando pelos tempos mais difíceis de sua história e que, coitados de nós, sofremos demais com a ansiedade.
(Hueck, Karin. Sobre a ansiedade. Revista Superinteressante. São Paulo: Abril, nov. 2008. Adaptado)
A
concessão, finalidade e adição.
B
temporalidade, oposição e finalidade.
C
oposição, adição e causalidade.
D
causalidade, concessão e adição.
E
adição, causalidade e concessão.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando o núcleo do tema desenvolvido no Texto 1, uma afirmação relevante consta na alternativa:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
“O mundo será melhor quando (...) transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade”.
B
“Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós”.
C
“Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados”.
D
“Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’”.
E
“A hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem”.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Analise a formulação do seguinte trecho: “Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo”. Pode-se perceber nesse trecho:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
o uso constante de sujeitos pospostos aos verbos principais, nos segmentos sublinhados.
B
a predominância da inclusão do autor na formulação do discurso, o que fica claro no uso de referências ao discurso direto
C
uma reiteração, na medida em que se reforça uma ideia com termos semanticamente bastante próximos.
D
a total omissão aos contextos e às circunstâncias que justificariam as afirmações feitas.
E
a falta de recursos coesivos, como conjunções e pronomes, dificultando-se o entendimento de sua coerência.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O paradoxo de que fala o Texto 1 se manifesta:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
nos sentidos expressos pelas palavras ‘fraternidade’ e ‘solidariedade’.
B
no nível de abstração de nossos discursos e no plano empírico de nossas opções.
C
na oposição semântica entre os conceitos de hipocrisia e cinismo.
D
na opção pela ética como simples resultado do temor à punição ou à censura.
E
na transmissão e preservação dos valores éticos a cargo do discurso pedagógico.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Globalmente, em relação à “valorização da ética”, o Texto 1 propõe que:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
seja entendida a diferença entre um princípio teórico e seus respectivos sensos contraditórios.
B
sejam nossos discursos o caminho mais fácil para se ter acesso aos valores da ética.
C
o cinismo e a alienação dos jovens podem retardar desempenhos civis de solidariedade.
D
haja coerência entre as argumentações teóricas e as manifestações de procedimentos concretos.
E
sentimentos incoerentes não subjazem e não se associam à experiência humana.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Analise os seguintes fragmentos do texto: “Mas isso é uma ilusão”. “Apesar dessa obviedade.” Uma propriedade sintático-semântica dos dois termos em negrito é que eles:

 

Como uma onda

1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.

2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.

3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?

7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!

(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola, 2007, p 163-164).

A
funcionam como pronomes de diferentes paradigmas e categorias e deixam o texto menos claro.
B
promovem a leitura menos crítica da sequência do texto e podem obscurecer os sentidos pretendidos ou simplesmente explícitos.
C
adotam regras de concordância diferenciadas obscurecendo os sentidos do parágrafo onde constam.
D
podem retomar fragmentos anteriormente referidos e, assim, promover a articulação entre partes diferentes do texto.
E
são palavras mais ligadas à gramática e, assim, carecem de significação que remeta ao mundo das coisas.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



 (O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 10/2002,).


É absolutamente atual o recurso a outras formas de linguagem, de suportes e de gêneros textuais, disponibilizados pelo aparato tecnológico aplicado à comunicação. No caso da tirinha de Calvin, mostrada acima, a ideia do garoto:


1) contraria a dinâmica dos processos implicados na interação verbal; daí, a sua complexidade e seus limites visivelmente insuperáveis.

2) fere as expectativas aceitáveis, pois o próprio intento regular para a interação verbal regula, para as palavras, certa estabilidade de sentido.

3) não é pertinente, pois cada língua é produto da intervenção de todos os falantes e subsiste, exatamente, pelo uso coletivo do grupo.

4) acarretaria, por suposto, uma imensa desordem na interlocução social, uma vez que se perderia a razão de ser de uma forma de linguagem.

Estão corretas: 

A
1, 2, 3 e 4.
B
2, 3 e 4, apenas.
C
1 e 3, apenas.
D
2 e 4, apenas.
E
1, 3 e 4, apenas.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação ao Texto, cabem, corretamente, algumas observações: 

1) a pretensão do autor é oferecer outra concepção da língua, objeto que está em discussão.
2) o tema tratado carece de relevância, pois aborda uma questão socialmente aceita e incontroversa.
3) a linguagem preferida pelo autor se afasta de certezas e definições categóricas.
4) o título do texto tem um sentido claramente metafórico.

Estão corretas:

 

Como uma onda

1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.

2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.

3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?

7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!

(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola, 2007, p 163-164).

A
1, 2, 3 e 4.
B
1, 2 e 3, apenas.
C
1, 3 e 4, apenas.
D
2 e 4, apenas.
E
1 e 4, apenas.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise o trecho seguinte: “as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo”. Considerando a relação do segmento destacado com o restante do texto, pode-se perceber a declaração de uma ‘mudança’, de caráter:

 

Como uma onda

1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.

2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.

3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?

7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!

(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola, 2007, p 163-164).

A
irregular.
B
proporcional.
C
variável.
D
esporádico.
E
eventual.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Considerando o núcleo da temática desenvolvida no Texto, foi decisiva para a coesão e a coerência do texto:

A arte de escrever

1. Há, portanto, uma arte de escrever, que é a produção de um texto escrito. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar adequada.

2. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte, em princípio. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade de uma boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensiva de ideias.

3. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem se não sabe bem sobre o que vai escrever. Justamente por causa disso, as condições para a escrita de um texto, no exercício da vida profissional ou no intercâmbio social amplo, são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram da redação escolar o caráter negativo de mero exercício formal.

4. Qualquer um de nós, senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um dom inato, especial, para escrever, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação especial, que o esforço e a prática continuada e persistente vencem.

5. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]

6. A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido. Depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros, com bons resultados, escreveram.

CAMARA, J. Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis, Vozes, 1983. Adaptado.
A
a eleição da norma padrão e da linguagem culta.
B
a escolha de um vocabulário fora do trivial.
C
a opção por palavras semanticamente afins.
D
a divisão do texto em sucessivos parágrafos.
E
a correção ortográfica à mostra no título do texto.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O autor do Texto 2 tenta desmistificar um mito que paira no cotidiano de algumas pessoas. A superação desse mito leva a admitir como inaceitável a crença de que

A arte de escrever

1. Há, portanto, uma arte de escrever, que é a produção de um texto escrito. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar adequada.

2. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte, em princípio. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade de uma boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensiva de ideias.

3. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem se não sabe bem sobre o que vai escrever. Justamente por causa disso, as condições para a escrita de um texto, no exercício da vida profissional ou no intercâmbio social amplo, são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram da redação escolar o caráter negativo de mero exercício formal.

4. Qualquer um de nós, senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um dom inato, especial, para escrever, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação especial, que o esforço e a prática continuada e persistente vencem.

5. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]

6. A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido. Depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros, com bons resultados, escreveram.

CAMARA, J. Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis, Vozes, 1983. Adaptado.
A
a oralidade e a escrita são processos totalmente antagônicos e distintos, sem mútua influência ou reciprocidade.
B
a capacidade para escrever, inclusivamente, peças literárias, constitui um dom inato e dispensa a prática cotidiana e persistente.
C
a fala é mais fácil que a escrita, porque dispensa o cuidado com o planejamento e a distribuição metódica das ideias.
D
a oralidade isenta quem está com a palavra de eleger um determinado objetivo para o que vai dizer em seu texto.
E
a produção de um texto escrito independe da prática da autocrítica e da observação cuidadosa do que outros, em outras épocas, escreveram.