Questõesde IFAL sobre Português

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16435e2d-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Qual das afirmações a seguir dialoga, em seu sentido, com a visão do eu-lírico do poema “Minha vida”?

Texto 3


Minha vida


Minha vida

não é tempo que corre

do meu natal

à minha morte


Minha vida é o meu dia de natal

- Dia da minha morte


In: COOPER, Jorge. Poesia Completa.

Maceió: Cepal, 2010, p. 41.

A
Nada na vida é por acaso; por isso, é necessário aproveitar as oportunidades que o destino nos proporciona.
B
É necessário fazer o tempo parar, a fim de preservarmos o quanto pudermos a nossa juventude.
C
O natal é uma data simbólica, porque representa o nascimento de Jesus, fonte de vida
D
É preciso viver cada dia como se ele fosse o primeiro e o último de nossas vidas.
E
O natal nos leva a refletir sobre a força inexorável do tempo, que reúne vida e morte.
164001fb-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em vista da intenção do autor – refletir sobre o uso da expressão “dito-cujo” –, o texto se organiza linguisticamente observando certas propriedades de estilo. Quanto a essas propriedades, apenas está correto o que se afirma em:

Texto 2


Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’?


Por Sérgio Rodrigues


Brasileirismo informal, termo não está proibido, mas deve ser usado de forma brincalhona


O registro num dicionário não dá certificado automático de adequação a expressão alguma: significa apenas que ela é usada com frequência suficiente para merecer a atenção dos lexicógrafos.

O substantivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi mencionada ou que por alguma razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial.

Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como anotam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-cujo” deixe claro que está se afastando conscientemente do registro culto.

Exemplo: “O leão procurou o gerente da Metro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas “Fábulas fabulosas”.  



(http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/consultorio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 

A
A linguagem é culta, com traços de erudição que restringem a abrangência de interlocutores do texto, conforme objetiva o autor.
B
O texto compõe-se em estilo formal, sem perder de vista a proximidade com o leitor, recurso que está adequado à finalidade didática da mensagem.
C
Desde o título, que vem em forma de pergunta, o texto busca o coloquialismo, em diálogo simples com o leitor.
D
O texto é formal e coloquial ao mesmo tempo, pois se vale de seriedade e de jocosidade para discutir o tema.
E
O uso exagerado de palavras próprias da linguagem oral deixa o texto leve e informal, garantindo a compreensão geral deste pelo leitor.
16366ccd-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Entre as alternativas abaixo, apenas uma não está de acordo com o que se expõe no texto. Marque-a.

Texto 2


Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’?


Por Sérgio Rodrigues


Brasileirismo informal, termo não está proibido, mas deve ser usado de forma brincalhona


O registro num dicionário não dá certificado automático de adequação a expressão alguma: significa apenas que ela é usada com frequência suficiente para merecer a atenção dos lexicógrafos.

O substantivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi mencionada ou que por alguma razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial.

Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como anotam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-cujo” deixe claro que está se afastando conscientemente do registro culto.

Exemplo: “O leão procurou o gerente da Metro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas “Fábulas fabulosas”.  



(http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/consultorio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 

A
O uso da expressão “dito-cujo” deve ser feito com parcimônia, pois não está adequado a qualquer situação de uso da língua.
B
A expressão “dito-cujo” funciona como referente, em alguns casos, e integra o vocabulário do português brasileiro.
C
Lexicógrafos como Houaiss e Francisco Borba ratificam o ponto de vista do autor do texto.
D
Na linguagem coloquial, o uso da língua é sempre jocoso, razão por que se pode usar, nesse nível de linguagem, o termo “dito-cujo”.
E
O dicionário, por si só, não constitui um instrumento capaz de chancelar a adequação das palavras e expressões que já são usadas na língua.
16338e4d-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Qual dos termos abaixo poderia substituir a palavra “alcunha”, sem alterar o sentido do texto?

Texto 1 


À beira da extinção, ave saíra apunhalada tem rara chance de se recuperar na natureza


       A saíra apunhalada (o nome faz referência à mancha vermelha no peito do pássaro, que se assemelha a uma "punhalada") é uma ave simpática de dez centímetros, com plumagem branca e cinza. A alcunha, que na origem só fazia referência ao visual da espécie, agora serve bem como indicação simbólica do perigo pelo qual passa a saíra: estimativas indicam que só existem 50 delas na natureza. Para protegê-la, ONGs e órgãos ambientalistas do governo lutam para que seja criada uma reserva florestal de 5 mil hectares na região serrana capixaba.

     A saíra apunhalada vive em bandos e se alimenta de pequenos insetos e frutos. Ela vive no alto de florestas da Mata Atlântica, e está aí a sua maior fraqueza, já que 90% dessa vegetação foi destruída pelo homem. A ave, que também era encontrada em Minas Gerais, hoje só pode ser vista no Espírito Santo.

     "A extinção está associada à destruição secular da Mata Atlântica, porque a espécie só sobrevive em florestas muito bem conservadas", diz o biólogo Edson Ribeiro Luiz, coordenador de projetos da SAVE Brasil, ONG ligada à Bird Life International, que tem como foco a proteção das aves brasileiras. "Em território capixaba, onde existe apenas um bloco de vegetação preservado, elas tendem a ficar ilhadas."

     A luta para proteger a ave ganhou força no mês passado, quando aconteceu no Estado o Avistar, principal evento de observação de pássaros do país. Tendo na saíra apunhalada o seu símbolo, a festa foi o incentivo que faltava para que o Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) estabelecesse o prazo de março de 2016 para a constituição da reserva. A decisão final, porém, continua nas mãos do governo. 



(Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ambientalistaspressionam-governo-capixaba-a-proteger-ave-sairaapunhalada>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado)

A
Apelido.
B
Topônimo.
C
Nome científico.
D
Sigla.
E
Codinome.
16308c4a-e6
IFAL 2015 - Português - Ortografia, Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos

Quanto à acentuação das palavras, assinale a afirmação verdadeira.

Texto 1 


À beira da extinção, ave saíra apunhalada tem rara chance de se recuperar na natureza


       A saíra apunhalada (o nome faz referência à mancha vermelha no peito do pássaro, que se assemelha a uma "punhalada") é uma ave simpática de dez centímetros, com plumagem branca e cinza. A alcunha, que na origem só fazia referência ao visual da espécie, agora serve bem como indicação simbólica do perigo pelo qual passa a saíra: estimativas indicam que só existem 50 delas na natureza. Para protegê-la, ONGs e órgãos ambientalistas do governo lutam para que seja criada uma reserva florestal de 5 mil hectares na região serrana capixaba.

     A saíra apunhalada vive em bandos e se alimenta de pequenos insetos e frutos. Ela vive no alto de florestas da Mata Atlântica, e está aí a sua maior fraqueza, já que 90% dessa vegetação foi destruída pelo homem. A ave, que também era encontrada em Minas Gerais, hoje só pode ser vista no Espírito Santo.

     "A extinção está associada à destruição secular da Mata Atlântica, porque a espécie só sobrevive em florestas muito bem conservadas", diz o biólogo Edson Ribeiro Luiz, coordenador de projetos da SAVE Brasil, ONG ligada à Bird Life International, que tem como foco a proteção das aves brasileiras. "Em território capixaba, onde existe apenas um bloco de vegetação preservado, elas tendem a ficar ilhadas."

     A luta para proteger a ave ganhou força no mês passado, quando aconteceu no Estado o Avistar, principal evento de observação de pássaros do país. Tendo na saíra apunhalada o seu símbolo, a festa foi o incentivo que faltava para que o Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) estabelecesse o prazo de março de 2016 para a constituição da reserva. A decisão final, porém, continua nas mãos do governo. 



(Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ambientalistaspressionam-governo-capixaba-a-proteger-ave-sairaapunhalada>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado)

A
Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituírem monossílabos tônicos fechados.
B
As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela mesma razão.
C
Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” porque todas as paroxítonas são acentuadas.
D
A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, como “também” e “porém”.
E
O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela mesma razão que a palavra “país”.
162c7ebf-e6
IFAL 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Das afirmações abaixo, apenas uma está de acordo com o que se expõe no texto. Indique-a.

Texto 1 


À beira da extinção, ave saíra apunhalada tem rara chance de se recuperar na natureza


       A saíra apunhalada (o nome faz referência à mancha vermelha no peito do pássaro, que se assemelha a uma "punhalada") é uma ave simpática de dez centímetros, com plumagem branca e cinza. A alcunha, que na origem só fazia referência ao visual da espécie, agora serve bem como indicação simbólica do perigo pelo qual passa a saíra: estimativas indicam que só existem 50 delas na natureza. Para protegê-la, ONGs e órgãos ambientalistas do governo lutam para que seja criada uma reserva florestal de 5 mil hectares na região serrana capixaba.

     A saíra apunhalada vive em bandos e se alimenta de pequenos insetos e frutos. Ela vive no alto de florestas da Mata Atlântica, e está aí a sua maior fraqueza, já que 90% dessa vegetação foi destruída pelo homem. A ave, que também era encontrada em Minas Gerais, hoje só pode ser vista no Espírito Santo.

     "A extinção está associada à destruição secular da Mata Atlântica, porque a espécie só sobrevive em florestas muito bem conservadas", diz o biólogo Edson Ribeiro Luiz, coordenador de projetos da SAVE Brasil, ONG ligada à Bird Life International, que tem como foco a proteção das aves brasileiras. "Em território capixaba, onde existe apenas um bloco de vegetação preservado, elas tendem a ficar ilhadas."

     A luta para proteger a ave ganhou força no mês passado, quando aconteceu no Estado o Avistar, principal evento de observação de pássaros do país. Tendo na saíra apunhalada o seu símbolo, a festa foi o incentivo que faltava para que o Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) estabelecesse o prazo de março de 2016 para a constituição da reserva. A decisão final, porém, continua nas mãos do governo. 



(Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ambientalistaspressionam-governo-capixaba-a-proteger-ave-sairaapunhalada>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado)

A
Há um risco iminente de extinção da ave saíra apunhalada, conquanto ainda haja chance de reverter esse quadro.
B
Sem as florestas de Mata Atlântica, a saíra não tem como se alimentar, o que provocará sua extinção.
C
O nome da ave deve-se, simbolicamente, ao perigo de extinção em que ela se encontra.
D
Embora a constituição de uma reserva florestal tenha sido indicada pelo governo, ela só será implantada em março de 2016.
E
O fato de a saíra viver apenas em lugares muito altos a torna uma espécie fraca, o que dificulta sua sobrevivência.
a38b58f3-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes demonstrativos, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Concordância verbal, Concordância nominal, Pontuação, Morfologia, Uso da Vírgula, Morfologia - Pronomes

Quanto às flexões das palavras no uso da língua, assinale a única alternativa correta.

A
O substantivo feminino “Cara”, no primeiro balão, funciona como vocativo, uma vez que expressa, na conversa, a interpelação de um menino ao outro, razão por que vem separado por vírgula.
B
O verbo “passa”, ainda no primeiro balão, deveria estar no plural concordando com a expressão numérica de porcentagem (93%), que funciona como sujeito.
C
Considerando a relação com as pessoas do discurso, o pronome “essa”, no segundo balão, está empregado corretamente pelo personagem, porque a notícia a que este se refere encontra-se no jornal em suas mãos.
D
A fala do segundo garoto, iniciada pela conjunção “mas”, configura uma circunstância adversativa ao ato de ler, se se tomar por base o conceito de que “ler” é, segundo o Dicionário Aurélio, “4. Decifrar ou interpretar o sentido de”.
E
A expressão “quase nada”, no terceiro balão, pode ser substituída por “coisa alguma”, sem comprometer o discurso do personagem.
a37a5f71-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa falsa quanto às relações de coerência textual estabelecidas no poema.

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
Os numerais “três” e “duas”, no primeiro verso, concordam, respectivamente, com os substantivos que acompanham, funcionando como quantificadores destes; entretanto, no que toca à flexão de gênero, apenas o segundo é variável.
B
No poema, a articulação entre as palavras, com predominância de substantivos, estabelece uma coerência que o torna inteligível e constrói um significado para o título “Família”, definindo- a em moldes patriarcais.
C
Considerando-se, não apenas a questão sintática, mas principalmente o contexto, a conjunção “e”, no último verso de cada estrofe, pode sugerir outras relações semânticas que não a de mera adição.
D
O adjetivo “contentes”, que modifica o substantivo “dentes”, na segunda estrofe, traduz a felicidade do homem, satisfeito em suas necessidades pessoais, como o descanso, o erotismo, o prazer do fumo, o trabalho, a religiosidade e o alimento.
E
A conjunção “mas”, na terceira estrofe, é um conectivo que estabelece uma oposição entre “o bilhete todas as semanas branco” e “a esperança sempre verde”, ligando os substantivos “bilhete” e “esperança”, que se opõem entre si.
a370e498-f2
IFAL 2016 - Português - Por que- porque/ porquê/ por quê, Interpretação de Textos, Ortografia, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Problemas da língua culta, Crase, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a única alternativa correta.


TEXTO 3


NADA COMO UMA BOA BRIGA

(Duda Teixeira)


COM TODO MUNDO lendo nas redes sociais somente as notícias que corroboram seus preconceitos, os debates entre políticos ganharam uma utilidade pública ainda maior. Ao confrontarem ideias opostas, eles revelam fragilidades e silenciam os radicalismos ancorados na internet. Na segunda-feira, 26, a refrega verbal entre Hillary Clinton e Donald Trump, candidatos à Presidência dos Estados Unidos, estendeu-se por noventa minutos. O republicano Trump escorregou ao dizer que não pode divulgar sua declaração de imposto de renda e ao negar ter sido a favor da Guerra do Iraque. A democrata Hillary não explicou por que passou a criticar os tratados de livre- comércio, os quais sempre defendeu. À vista de todos, nenhuma mentira ficou impune. As afirmações foram conferidas simultaneamente por equipes de jornalistas. Abastecido por eles, o moderador, Lester Holt, da NBC, interpelou várias vezes os dois rivais sobre as falsidades que tinham acabado de dizer. A transparência e a rapidez deixaram tudo mais empolgante e atraíram 84 milhões de espectadores nos Estados Unidos. Apesar do risco de corrigir algo que esteja certo, a checagem dos fatos em tempo real entusiasmou canais de televisão brasileiros, que pensam em reproduzir a iniciativa. Ficou a impressão de que, na era da polarização virtual, a democracia não perdeu vigor, como se especula aqui e ali. Está apenas sendo reinventada.

Veja. Ed. 2498, de 5 de outubro de 2016. p. 39.

A
O “a” em “candidatos à Presidência dos Estados Unidos” (l. 9) continuaria acentuado, se escrevêssemos “Presidente” em vez de “Presidência”.
B
Por estar explicando, a expressão “por que” (l. 13) deve ser grafada assim: “porque”.
C
Se substituíssemos a expressão “nenhuma mentira” (l. 15-16) por “mentira alguma”, a frase ficaria com o mesmo sentido.
D
Tanto faz escrever “espectadores” (l. 23) ou “expectadores”: as duas palavras são sinônimas.
E
Paralização” escreve-se com “z”, tal qual “polarização” (l. 28).
a375d901-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Do texto, só não se pode depreender que

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
a função de cuidar dos filhos, das empregadas e dos animais da casa, representada, em todas as estrofes, pela expressão “que trata de tudo”, sugere um servilismo da mulher ao homem, a qual limita sua esfera de atuação na sociedade ao campo doméstico e familiar.
B
os adjetivos “preta” e “mulata”, que caracterizam, respectivamente, a cozinheira e a copeira, inferem que a mulher negra continua escravizada, em subempregos nas casas de família, para garantirem o próprio sustento.
C
os substantivos que aparecem na segunda estrofe apontam para os privilégios de que só o homem pode gozar, considerando-se o seu papel de pai de família, mediante o qual tem poder absoluto sobre as mulheres da casa.
D
é geral, entre os membros da família, o sentimento de felicidade expresso no último verso, uma vez que os valores patriarcais são naturalmente aceitos por todos.
E
a mulher coisifica-se, na terceira estrofe, como mais um item na relação das despesas sob o gerenciamento do homem, único responsável pela administração financeira da casa.
a37f27bb-f2
IFAL 2016 - Português - Ortografia

As dúvidas sempre surgem ao se escreverem palavras como “agiota”, “leiteiro” e “bilhete”: é com “g” ou “j”? é com “i” ou sem “i” antes do “r”? é só com “l” ou com “lh”? Observe a grafia das palavras seguintes e assinale a alternativa em que todas estão corretas.

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
tigela - cabeleireiro - empecilho
B
tijela - cabeleireiro - empecilho
C
tijela - cabelereiro - empecílio
D
tijela - cabeleireiro - empecílio
E
tigela - cabelereiro - empecilho
a383aeee-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Redação - Reescritura de texto, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Dentre estas afirmações, há uma errada. Assinale-a.

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
Ainda que referente às crianças, a ordem numérica decrescente no primeiro verso do poema sugere uma relação familiar em que o homem é o único que exerce o poder.
B
O verso “a goiabada de domingo na sobremesa” tem o mesmo sentido do verso “a goiabada na sobremesa de domingo”.
C
O verso “o gramofone rouco toda noite” mantém o sentido se for reescrito da seguinte maneira: “o gramofone rouco todas as noites”.
D
O vocábulo “tudo”, em todos as estrofes, expressa uma contradição em relação ao plano secundário a que a mulher está relegada na família patriarcal; apesar da aparente sujeição, é ela quem está à frente de todas as coisas, inclusive da felicidade da qual o marido desfruta.
E
Na última estrofe, os dois primeiros versos insinuam causas para a ação sugerida no terceiro verso, a de comprar um bilhete lotérico semanalmente.
a3880acb-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A palavra “escolarização” significa, de acordo com o Dicionário Aurélio, “s.f. Ação ou efeito de escolarizar”, e esta, por sua vez, significa “v.t.d. Submeter ao ensino escolar”. Baseado nesses conceitos, assinale a única alternativa que não corresponde a uma leitura possível da charge.

A
A animação do primeiro garoto diante da manchete do periódico deve-se ao fato de que quase todos os brasileiros, entre 5 e 17 anos, são alfabetizados, porque se submeteram ao ensino escolar.
B
Porque compra e lê jornal, entendendo claramente o conteúdo das notícias nele contidas, o primeiro garoto é, necessariamente, um intelectual e tem padrão de vida melhor que o do amigo.
C
A informação do jornal na charge considera a escolarização apenas como um dado estatístico e não como um processo de produção de conhecimento aliado ao de transformação social dos indivíduos.
D
Pela fala do segundo garoto, que demonstra falta de capacidade efetiva de leitura, para além da decodificação, expõe-se a ideia de que a escolarização, considerada simplesmente como o acesso à escola formal, não diminui os antagonismos sociais.
E
O fato de ambos os garotos saberem ler sugere que eles têm ou tiveram acesso ao ensino escolar, mas que a aprendizagem se deu diferenciadamente entre os dois.
a36b30ab-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nas alternativas a seguir, a identificação dos referentes das palavras destacadas está correta, exceto em:


TEXTO 3


NADA COMO UMA BOA BRIGA

(Duda Teixeira)


COM TODO MUNDO lendo nas redes sociais somente as notícias que corroboram seus preconceitos, os debates entre políticos ganharam uma utilidade pública ainda maior. Ao confrontarem ideias opostas, eles revelam fragilidades e silenciam os radicalismos ancorados na internet. Na segunda-feira, 26, a refrega verbal entre Hillary Clinton e Donald Trump, candidatos à Presidência dos Estados Unidos, estendeu-se por noventa minutos. O republicano Trump escorregou ao dizer que não pode divulgar sua declaração de imposto de renda e ao negar ter sido a favor da Guerra do Iraque. A democrata Hillary não explicou por que passou a criticar os tratados de livre- comércio, os quais sempre defendeu. À vista de todos, nenhuma mentira ficou impune. As afirmações foram conferidas simultaneamente por equipes de jornalistas. Abastecido por eles, o moderador, Lester Holt, da NBC, interpelou várias vezes os dois rivais sobre as falsidades que tinham acabado de dizer. A transparência e a rapidez deixaram tudo mais empolgante e atraíram 84 milhões de espectadores nos Estados Unidos. Apesar do risco de corrigir algo que esteja certo, a checagem dos fatos em tempo real entusiasmou canais de televisão brasileiros, que pensam em reproduzir a iniciativa. Ficou a impressão de que, na era da polarização virtual, a democracia não perdeu vigor, como se especula aqui e ali. Está apenas sendo reinventada.

Veja. Ed. 2498, de 5 de outubro de 2016. p. 39.

A
eles revelam fragilidades” (l. 5) - os debates entre políticos
B
os quais sempre defendeu” (l. 15.) - os tratados de livre-comércio
C
“Abastecido por eles” (l. 18) - jornalistas
D
“que pensam em reproduzir a iniciativa” (l. 26- 27) - os brasileiros
E
“Está apenas sendo reinventada.” (l. 29-30) - a democracia
a3662e80-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, é incorreto afirmar que


TEXTO 3


NADA COMO UMA BOA BRIGA

(Duda Teixeira)


COM TODO MUNDO lendo nas redes sociais somente as notícias que corroboram seus preconceitos, os debates entre políticos ganharam uma utilidade pública ainda maior. Ao confrontarem ideias opostas, eles revelam fragilidades e silenciam os radicalismos ancorados na internet. Na segunda-feira, 26, a refrega verbal entre Hillary Clinton e Donald Trump, candidatos à Presidência dos Estados Unidos, estendeu-se por noventa minutos. O republicano Trump escorregou ao dizer que não pode divulgar sua declaração de imposto de renda e ao negar ter sido a favor da Guerra do Iraque. A democrata Hillary não explicou por que passou a criticar os tratados de livre- comércio, os quais sempre defendeu. À vista de todos, nenhuma mentira ficou impune. As afirmações foram conferidas simultaneamente por equipes de jornalistas. Abastecido por eles, o moderador, Lester Holt, da NBC, interpelou várias vezes os dois rivais sobre as falsidades que tinham acabado de dizer. A transparência e a rapidez deixaram tudo mais empolgante e atraíram 84 milhões de espectadores nos Estados Unidos. Apesar do risco de corrigir algo que esteja certo, a checagem dos fatos em tempo real entusiasmou canais de televisão brasileiros, que pensam em reproduzir a iniciativa. Ficou a impressão de que, na era da polarização virtual, a democracia não perdeu vigor, como se especula aqui e ali. Está apenas sendo reinventada.

Veja. Ed. 2498, de 5 de outubro de 2016. p. 39.

A
as pessoas costumam ler apenas as notícias que ratificam as suas concepções.
B
a internet é um canal que pode contribuir para disseminar as intransigências humanas.
C
os debates políticos robustecem os preconceitos dos internautas.
D
a reprodução televisiva em tempo real dos debates entre os candidatos dá transparência aos seus posicionamentos políticos.
E
os candidatos expõem as suas fragilidades políticas diante uns dos outros, ao vivo na televisão, na contenda pelos votos dos eleitores.
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IFAL 2016 - Português - Ortografia, Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos

Quanto à acentuação gráfica das palavras em português padrão, marque a alternativa que traz uma informação errada.

A
Se assumir a forma substantiva, o adjetivo “compatível” deixa de ser uma paroxítona e perde o acento gráfico.
B
Os vocábulos “” e “é” acentuam-se por serem monossílabos tônicos em a e e, respectivamente.
C
As palavras “crespo”, “zero” e “cabelos” não são acentuadas graficamente pela mesma razão.
D
Caso a palavra “poderosa” estivesse no grau superlativo absoluto do adjetivo, perderia o acento tônico de paroxítona e ganharia o acento gráfico que a identificaria como proparoxítona.
E
O til, em “atenção” e “volumão”, não é, a rigor, um acento gráfico, mas um sinal indicador de que a letra sobre a qual se põe tem som nasal.
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IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Ortografia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para efeito de marketing, a empresa que vende o produto que se apresenta nesse rótulo infringe, propositadamente, a ortografia do português padrão. Em que palavra isso ocorre?

A
oleoso
B
poderosa
C
mixturinha
D
cachos
E
arrasar
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IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No processo de interação linguística, estabelece-se um diálogo entre o autor e seu(s) interlocutor(es). No texto acima, a autoria, que pode ser compreendida como a empresa que vende o produto, fala a um público-alvo específico, cujas características se apreendem da seleção operada nas linguagens verbal e não verbal dispostas no enunciado. Quanto à visão que se cria dos possíveis destinatários desse texto, o que não é correto afirmar?

A
Assume-se uma visão de que, ao não alisar seu cabelo, mantendo-o com o aspecto natural – ondulado, cacheado ou crespo –, o interlocutor deseja impactar as pessoas ao seu redor.
B
Identifica-se o interlocutor como alguém próximo, familiar, que não se prende a maneiras formais de interação e que adota, em sua linguagem, gírias que circulam na sociedade nos tempos atuais.
C
Mulheres afrodescendentes são o público-alvo privilegiado desse texto, para quem seu interlocutor cultiva valores como beleza exterior, orgulho e poder.
D
O interlocutor é alguém que deseja um tratamento individualizado para seus cabelos, para os quais o cuidado dispensado supõe procedimentos específicos que se assemelham, metaforicamente, a um ritual.
E
Vê-se o interlocutor exclusivamente como alguém que se identifica com ritmos como funk e axé, e que tem, como valores fundamentais, a força coletiva, a ideia de raça e de respeito às diferenças.
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IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

“Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei.” A frase manter-se-ia com sentido equivalente se, em vez da palavra grifada, se utilizasse um vocábulo que lhe fosse sinônimo, tal qual

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
desvalorizado
B
mulato
C
excluído
D
mestiço
E
pobre
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IFAL 2016 - Português - Ortografia, Parônimos e Homônimos

Ao dizer que alcançou o “banco de uma universidade reconhecida, a PUC-SP”, o autor vale-se de uma linguagem figurada, em que, por meio de uma metonímia, utiliza a parte como equivalente do todo. De maneira conotativa, ele afirma, nesse trecho, que conquistou “uma vaga na universidade”. No dicionário, a palavra “banco” (móvel em que as pessoas sentam) é homônima do vocábulo “banco” (lugar onde se fazem transações monetárias). Considerando os pares de palavras abaixo, em qual deles também se verifica relação de homonímia?

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
eminência / iminência
B
assento / acento
C
fragrante / flagrante
D
deferir / diferir
E
ratificar / retificar