Questão 16366ccd-e6
Prova:IFAL 2015
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Entre as alternativas abaixo, apenas uma não está de acordo com o que se expõe no texto. Marque-a.

Texto 2


Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’?


Por Sérgio Rodrigues


Brasileirismo informal, termo não está proibido, mas deve ser usado de forma brincalhona


O registro num dicionário não dá certificado automático de adequação a expressão alguma: significa apenas que ela é usada com frequência suficiente para merecer a atenção dos lexicógrafos.

O substantivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi mencionada ou que por alguma razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial.

Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como anotam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-cujo” deixe claro que está se afastando conscientemente do registro culto.

Exemplo: “O leão procurou o gerente da Metro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas “Fábulas fabulosas”.  



(http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/consultorio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 

A
O uso da expressão “dito-cujo” deve ser feito com parcimônia, pois não está adequado a qualquer situação de uso da língua.
B
A expressão “dito-cujo” funciona como referente, em alguns casos, e integra o vocabulário do português brasileiro.
C
Lexicógrafos como Houaiss e Francisco Borba ratificam o ponto de vista do autor do texto.
D
Na linguagem coloquial, o uso da língua é sempre jocoso, razão por que se pode usar, nesse nível de linguagem, o termo “dito-cujo”.
E
O dicionário, por si só, não constitui um instrumento capaz de chancelar a adequação das palavras e expressões que já são usadas na língua.

Gabarito comentado

L
Leonardo Lima Monitor do Qconcursos

TEMA CENTRAL DA QUESTÃO:
A questão aborda interpretação de texto com ênfase em variação linguística, especialmente quanto ao uso da expressão “dito-cujo” e os níveis de linguagem (coloquial e jocosa). O aluno deve identificar o que está correto conforme o texto apresentado, analisando a precisão e a coerência das afirmações.

ALTERNATIVA INCORRETA (GABARITO): D
A alternativa D está incorreta porque generaliza de forma equivocada: afirmar que “na linguagem coloquial, o uso da língua é sempre jocoso” não está de acordo com a realidade linguística e nem com o texto-base. Linguagem coloquial significa apenas o uso informal, cotidiano, e nem sempre contém tom brincalhão. Segundo gramáticas de referência (Bechara; Cunha & Cintra), linguagem coloquial abarca espontaneidade, não necessariamente humor ou brincadeira.

O texto afirma: “Mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre ‘jocoso’”, ou seja, “dito-cujo” só pode ser usado de maneira brincalhona, mas o mesmo não se aplica a todas as outras expressões coloquiais.

ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS CORRETAS:

A) Correta. O texto recomenda parcimônia e ressalta que “dito-cujo” não é adequado a qualquer situação — só contextos informais e jocosos.
B) Correta. “Dito-cujo” é um brasileirismo que funciona como termo referencial e está presente no vocabulário do português brasileiro.
C) Correta. Lexicógrafos como Houaiss e Francisco Borba reforçam a ideia do uso jocoso exposta no texto.
E) Correta. O texto é claro ao afirmar que o registro em dicionário não garante a adequação da expressão à norma culta, apenas atesta seu uso recorrente.

COMO RESOLVER QUESTÕES SEMELHANTES:
Leia o texto base focando em: limites, restrições e generalizações.
Evite marcar alternativas que universalizam conceitos (ex: “sempre”, “nunca”). Atente para as palavras-chave do texto e relacione-as critérios da norma-padrão (conforme gramática normativa), especialmente quando as opções trazem afirmações absolutas ou distorcidas.

Referência: Bechara, Evanildo – Moderna Gramática Portuguesa; Cunha & Cintra – Nova Gramática do Português Contemporâneo.

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