Questõessobre Figuras de Linguagem

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UEFS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nas linhas 10 e 11, a personagem expressa-se por meio de uma linguagem


A
irônica.
B
paradoxal.
C
metafórica.
D
hiperbólica.
E
eufemística.
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IF-BA 2014 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



Do ponto de vista composicional e semântico, a única afirmativa em desacordo com as características do texto “Exaltação ao Nordeste” é a explicitada na alternativa

A
O verso “Eita, Nordeste da peste” (v. 1) configura-se como uma metáfora, pela ideia que transmite
B
Os versos - “Mesmo com toda seca/ Abandono e solidão/Talvez pouca gente perceba (v. 2- 4) – refletem as adversidades sofridas pela região Nordeste, motivadas pelas condições climáticas e pela desassistência das autoridades.
C
Os versos “Cabra que acorda antes da aurora/ E da enxada lança mão” (v.15-16) fazem referência ao nordestino trabalhador.
D
Os versos “Procure mulher com dez filhos/ Que quando a palma não alimenta/ Bebem leite de jumenta” (v .17-19 ) exemplificam a linguagem figurativa utilizada pelo poeta com a intenção de fazer referência às lendas do Nordeste.
E
O texto tem características literárias, uma vez que utiliza a linguagem em seu sentido conotativo, explorando imagens e figuras de linguagem.
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IF-BA 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Do ponto de vista sintático-semântico, a única afirmativa que faz uma análise em desacordo com as relações estabelecidas entre as palavras e/ou expressões destacadas é a explicitada na alternativa


A
A ideia contida na expressão “profusão de textos” (l.49) é retomada pela expressão “torrente de informações” (l.55).
B
A ideia contida na expressão “profusão de textos” (l.49) é retomada pela expressão “torrente de informações” (l.55). B) “Há quem veja nessa torrente...um fator negativo...” (l.55-56). Aexpressão “um fator negativo” exerce a função de complementação de ideia da forma verbal veja.
C
“Em artigo controverso...(l.58) Nicholas Carr defende a tese...”(l.61-62). A expressão “Em artigo controverso” estabelece uma noção de espaço ou lugar em relação à ação “defende a tese”.
D
“Se antes, afirma Carr, ele se sentia um "mergulhador”... (l.64-65). A expressão “se sentia um mergulhador” representa uma figura de linguagem que estabelece uma relação de comparação, ainda que não explícita, entre o sujeito e a sua forma de sentir-se.
E
“oceano de palavras" (l.65) e "esquiando nesse oceano" (l.66) são recursos de linguagem que devem ser analisados como exemplos de hipérbole.
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Esamc 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Em “Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorciam-se, esfalfavam-se, brigavam”, é possível verificar o uso de:

Leia o texto abaixo para responder a questão:


Prrrii!!
-Aí, Heitor!
A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.
A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:
-Aaaah!
Miquelina cravava as unhas no braço gordo de Yolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mil pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorciam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um minuto, um segundo. Não parava.
-Neco, Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
-Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando. Achando aquilo um desaforo, um absurdo.
-Alegoá-goá-goá! Alegoá-goá-goá! Urrá-urrá! Coríntians!
Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam. Dançavam. E as mãos batendo nas bocas:
-Go-o-o-o-o-o-o-l!
Miquelina fechou os olhos de ódio.

(MACHADO, Antônio de Alcântara. (1926) “Corinthians (2) x Palestra (1)” In: . São Paulo: OESP/Klick, 1997. p. 49)
A
gradação, enfatizando a angústia psicológica dos personagens;
B
metonímia, enfatizando a individualidade de cada jogador;
C
aliteração, enfatizando a neutralidade da ação;
D
personificação, enfatizando a alienação causada pelo futebol;
E
paradoxo, enfatizando a rivalidade entre as duas torcidas.
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Esamc 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Em “Acho que é claramente esse o caso. Ou, pelo menos, é esse o claro enigma”, a expressão “claro enigma” é exemplo de:

Texto para a questão:


Complexo de d. Sebastião

Neymar expia a culpa pela derrota, mas as mudanças em

nosso futebol não podem mais esperar, diz autor

Entrevista de Ivan Marsiglia com José Miguel Wisnik



ESTADÃO - A palavra mais usada nas avaliações da derrota da seleção brasileira para a alemã, por 7 a 1, na Copa de 2014, foi “apagão”. Concorda com ela?


WISNIK - Prefiro “implosão”. “Apagão” sugere uma falha de energia, um acidente de percurso, um lapso momentâneo. A comissão técnica, que se especializou na negação da evidência e da amplitude dos fatos, apega-se a essa versão. Implosão, em vez disso, significa que uma estrutura cedeu a pressões que ela não pôde mais suportar. Acho que é claramente esse o caso. Ou, pelo menos, é esse o claro enigma.


ESTADÃO - Outra palavra muito repetida foi 'vexame', e de tal proporção que teria redimido a histórica derrota na final de 1950 para o Uruguai.

WISNIK - “Vexame” dá uma inflexão moral a essa catástrofe futebolística, e quem dirá que não se trata de uma tremenda humilhação esportiva? Mas martelar a palavra soa como uma atualização do gozo regressivo da eleição do bode expiatório. Não vejo mais essa necessidade de achar nos jogadores o novo Barbosa e o novo Bigode, [jogadores culpabilizados pela derrota da seleção na Copa de 1950] felizmente. O que não passou, no entanto, é a permanente espera mágica pela vitória por goleada, independente da existência do adversário, combinada com a precária análise dos dados de realidade. Esse desequilíbrio pesa sobre os jogadores. O grau da expectativa futebolístico-messiânica é altíssimo, e não é de se espantar que o time brasileiro entre em colapso em certas situações cruciais. Aliás, isso já aconceu pelo menos três vezes: lá no Maracanazo [Copa de 1950], agora no Mineiraço, e na final de 1998 na França, depois da convulsão de Ronaldo. Não me consta que outras seleções nacionais passem pela mesma síndrome. Uma vez é um acidente. Duas, uma coincidência. Mas três é uma estrutura.


ESTADÃO - E de onde vem essa estrutura?

WISNIK - Essas partidas fazem pensar na batalha de Alcácer Quibir, em 1578, durante a qual, segundo relatos, o jovem rei português d. Sebastião foi tomado por estranha catatonia, antes de desaparecer no deserto e ter a sua volta aguardada durante séculos pelos portugueses. [...] Em 1950, a equipe, encolhida na partida final ante a enormidade do sucesso ou do fracasso inéditos, esteve paralisada abaixo do seu tamanho. Em 2014, sucumbiu ante a expectativa maciça, projetada sobre ela, por algo maior do que seu tamanho. Nos dois casos, espelhados sintomaticamente em território brasileiro, há uma resistente dificuldade de dimensionar, isto é, de encarar o real, que se junta à euforização publicitária, à cobertura da Rede Globo, aos oportunismos políticos de todo tipo e ao baixo nível médio da cultura futebolística. Tudo continua muito parecido com o ambiente que cercou a final de 1950, embora sem a mesma inocência trágica.


ESTADÃO - Você escreveu que 'a glorificação frenética de Neymar, justificada pela excepcionalidade do jogador, disfarça uma ansiedade compensatória de fundo'. Por quê?

WISNIK - Sem querer me repetir, [a figura de Neymar] ferida encarnava d. Sebastião em batalha, desaparecido do campo, mas preservado misteriosamente da desgraça explícita e ocupando mais ainda o lugar mítico do Desejado.

(O Estado de S. Paulo, 12/07/2014. Disponível em http://m.estadao.com.br/ O Estado de S. Paulo noticias/ali%C3%A1s,complexo-de-d-sebastiao,1527395,0.htm, acesso em 01/09/2014)

A
metáfora;
B
aliteração;
C
paradoxo;
D
anáfora;
E
metonímia.
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Esamc 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Uma das características da poesia é o uso de imagens metafóricas. No excerto do poema de João Cabral transcrito acima, as imagens elaboradas representam:

Texto para a questão:


Tecendo a Manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
(João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra)
A
a descrição realista da meticulosa linguagem dos galos para se precaverem dos perigos que cercam o galinheiro.
B
a necessidade de trabalho em conjunto para que a união leve a uma atitude significativa.
C
o valor que a religião assume quando se discutem melhorias do mundo capitalista industrial.
D
o valor da luta por melhores condições sociais, o que deve ser elaborado a partir de protestos individuais.
E
a sugestão de que a manhã, ao contrário da noite, é o momento correto para as reivindicações dos mais pobres.
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IF-RR 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Em qual das opções há erro de identificação da figura de linguagem?

A
“O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava”. (Olavo Bilac) – Hipérbole
B
“Herdeiro já era muito; mas universal ... Esta palavra inchava as bochechas à herança. Herdeiro de tudo, nem uma colherinha menos. E quanto seria tudo? Ia ele pensando. Casas, apólices, ações, escravos, roupa, louça, alguns quadros, que ele teria na Corte, porque era homem de muito gosto, tratava de coisas de arte com grande saber. (Machado de Assis) – Gradação
C
Nosso céu tem mais estrelas, /Nossas várzeas têm mais flores,/ Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida mais amores.” (Gonçalves Dias) – Anáfora
D
“Meu Deus! Como é sublime um canto ardente. (Castro Alves) – Metonímia
E
E a névoa e flores e o doce ar cheiroso/ Do amanhecer na serra/ Do céu de minha terra, /E o céu azul e o manto nebuloso. (Álvares de Azevedo) – Polissíndeto.
921aa082-ea
IF Sul Rio-Grandense 2016 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Há o emprego de uma figura de linguagem denominada metonímia em

ACHADO NÃO É ROUBADO

Fabrício Carpinejar


        Não ganhava mesada, nem ajuda de custo na infância. Eu me virava como dava. Recebia casa, comida e roupa lavada e não havia como miar, latir e __________________ mais nada aos pais, só agradecer.
        As minhas fontes de renda eram praticamente duas: procurar dinheiro nas bolsas vazias da mãe, torcendo para que deixasse alguma nota na pressa da troca dos acessórios, ou catar moedas nas ruas e nos bueiros.
         A modalidade de caça a dinheiro perdido exigia disciplina e profissionalismo. Saía de casa pelas 13h e caminhava por duas horas, com a cabeça apontada ao meio-fio como pedra em estilingue. Varria a poeira com os pés e cortava o mato com canivete. Fui voluntário remoto do Departamento Municipal de Limpeza Urbana.
         Gastava o meu Kichute em vinte quadras, do bairro Petrópolis ao centro. Voltava quando atingia a entrada do viaduto da Conceição e reiniciava a minha arqueologia monetária no outro lado da rua.         Levava um saquinho para colher as moedas. Cada tarde rendia o equivalente a três reais. Encontrar correntinhas, colares e __________________ salvava o dia. Poderia revender no mercado paralelo da escola. As meninas pagavam em jujubas, bolo inglês e guaraná.
         Já o bueiro me socializava. Convidava com frequência o Liquinho, vulgo Ricardo. Mais forte do que eu, ajudava a levantar a pesada e lacrada tampa de metal. Eu ficava com a responsabilidade de descer_________ profundezas do lodo. Tirava toda a roupa – a mãe não perdoaria o petróleo do esgoto – e pulava de cueca, apalpando às cegas o fundo com as mãos. Esquecia a nojeira imaginando as recompensas. Repartia os lucros com os colegas que me acompanhavam nas expedições ao submundo de Porto Alegre. Lembro que compramos uma bola de futebol com a arrecadação de duas semanas.
         Espantoso o número de itens perdidos. Assim como os professores paravam no meu colégio, acreditava na greve dos objetos: moedas e anéis rolavam e cédulas voavam dos bolsos para protestar por melhores condições.
         Sofria para me manter estável, pois nunca pedia dinheiro a ninguém. Desde cedo, descobri que vadiar é também trabalhar duro.


Disponível em: < http://carpinejar.blogspot.com.br/2016/06/achado-nao-e-roubado.html > Acesso em: 22 jun. 2016.
A
Fui voluntário remoto do Departamento Municipal de Limpeza Urbana.
B
A mãe não perdoaria o petróleo do esgoto.
C
Gastava o meu Kichute em vinte quadras.
D
Acreditava na greve dos objetos.
c4704d3c-e3
FAG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

“O seu coração é uma casa de portas abertas, Amigo, você é o mais certo nas horas incertas.”
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Sobre o fragmento da letra da música acima, marque a alternativa que contém, na sequência, as duas figuras de linguagem presentes nele:

Texto 3


que da vida não se descreve...
Eu me recordo daquele dia. O professor de redação me desafiou a descrever o sabor da laranja. Era dia de prova e o desafio valeria como avaliação final. Eu fiquei paralisado por um bom tempo, sem que nada fosse registrado no papel. Tudo o que eu sabia sobre o gosto da laranja não podia ser traduzido para o universo das palavras. Era um sabor sem saber, como se o aprimorado do gosto não pertencesse ao tortuoso discurso da epistemologia e suas definições tão exatas. Diante da página em branco eu visitava minhas lembranças felizes, quando na mais tenra infância eu via meu pai chegar em sua bicicleta Monark, trazendo na garupa um imenso saco de laranjas. A cena era tão concreta dentro de mim, que eu podia sentir a felicidade em seu odor cítrico e nuanças alaranjadas. A vida feliz, parte miúda de um tempo imenso; alegrias alojadas em gomos caudalosos, abraçados como se fossem grandes amigos, filhos gerados em movimento único de nascer. Tudo era meu; tudo já era sabido, porque já sentido. Mas como transpor esta distância entre o que sei, porque senti, para o que ainda não sei dizer do que já senti? Como falar do sabor da laranja, mas sem com ele ser injusto, tornando-o menor, esmagando-o, reduzindo-o ao bagaço de minha parca literatura?
Não hesitei. Na imensa folha em branco registrei uma única frase. "Sobre o sabor eu não sei dizer. Eu só sei sentir!" Eu nunca mais pude esquecer aquele dia. A experiência foi reveladora. Eu gosto de laranja, mas até hoje ainda me sinto inapto para descrever o seu gosto. O que dele experimento pertence à ordem das coisas inatingíveis. Metafísica dos sabores? Pode ser...
O interessante é que a laranja se desdobra em inúmeras realidades. Vez em quando, eu me pego diante da vida sofrendo a mesma angústia daquele dia. O que posso falar sobre o que sinto? Qual é a palavra que pode alcançar, de maneira eficaz, a natureza metafísica dos meus afetos? O que posso responder ao terapeuta, no momento em que me pede para descrever o que estou sentindo? Há palavras que possam alcançar as raízes de nossas angústias?
Não sei. Prefiro permanecer no silêncio da contemplação. É sacral o que sinto, assim como também está revestido de sacralidade o sabor que experimento. Sabores e saberes são rimas preciosas, mas não são realidades que sobrevivem à superfície.
Querer a profundidade das coisas é um jeito sábio de resolver os conflitos. Muitos sofrimentos nascem e são alimentados a partir de perguntas idiotas.
Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero descobrir a graça de sorrir diante de tudo o que ainda não sei. Quero que a matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...
Extraído: http://pensador.uol.com.br/textos_reflexivos_para_o_professor/ 
A
pleonasmo / metonímia.
B
metáfora / elipse.
C
comparação / antítese.
D
metáfora / antítese.
E
catacrese / hipérbole.
09dc7cb4-eb
CÁSPER LÍBERO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Assinale a opção que identifica corretamente o paradoxo a que se refere o terceiro parágrafo do texto:

DA LÓGICA DA POLÍTICA À LÓGICA DA MÍDIA: ENTRE DEMOCRACIA E ENTRETENIMENTO
Luís Mauro Sá Martino


    As relações entre política e entretenimento vêm sendo um objeto privilegiado de investigação tanto no campo das Ciências Sociais como no da Comunicação. Dentre os vários focos, seria possível destacar a preocupação com as formas de concepções de política presentes na arte, questões de política cultural e o engajamento de artistas, canções e movimentos musicais em atividades de natureza política – a canção de protesto, nesse sentido, seria o caso mais explícito. Se a perspectiva crítica foi, em algum momento, dominante, proposições recentes vêm procurando contrabalançar essa questão
    O argumento deste ensaio é que a política está tomando a forma do entretenimento porque ela não seria entendida de outra maneira. Boa parte das referências coletivas contemporâneas estão articuladas com os ambientes da mídia e os discursos em circulação nesses espaços, fazendo parte de uma “cultura digital”, “cultura de massa”, “cultura da mídia” ou mesmo “popular culture”, como preferem os anglo-saxões, em uma acepção de “popular” que fica em diagonal com a dos discursos teóricos latino-americanos. O semiólogo francês Roland Barthes (1915-1980), em seu trabalho pioneiro de análise da mídia, sugeria que as “mitologias modernas” – tramas de novelas, trechos de filmes, episódios de séries, canções populares e rock’n’roll – estão muito mais presentes na memória, tanto individual como coletiva, do que outras formas de narrativa.
    O “mundo vivido”, no dizer do filósofo alemão Edmund Husserl (1859-1938), está permeado de elementos dos meios de comunicação; eles formam nossa memória e os discursos coletivos, permitem associações e identificações individuais e sociais, expressam sentimentos e aspirações. Estão vinculados às condições materiais de sua produção e às relações sociais, mas, ao mesmo tempo em que as expressam, também as transcendem – a dialética da produção cultural, em alguma medida, parece se direcionar para esse aparente paradoxo que, no entanto, se dissolve quando se lembra que essa, em alguma medida, é a própria dinâmica da sociedade.
    Isso não é superdimensionar o poder da mídia e sua articulação com a política da vida cotidiana. Se ela tem a série de prerrogativas, é porque está presente em algo mais amplo chamado “vida humana”, que certamente não depende apenas dos ambientes midiáticos, mas está em constante articulação com eles dentro de um processo de midiatização.
    O sentido das mensagens da mídia é negociado em seu uso pelos indivíduos, entendidos como sujeitos históricos e sociais, dotados de vínculos, sentimentos, afetos, razão. Sua presença inicialmente se deve muito mais à maneira como ela se articula e se relaciona com outras instâncias da vida social, articulando-se em termos de um “ambiente”.


    A realidade compartilhada
   O filósofo norte-americano William James (1842-1910) foi um dos primeiros a chamar a atenção para esse fenômeno: vivemos em múltiplas realidades, mas quase não nos damos conta disso e, na maior parte dos casos, essa pluralidade é deixada de lado e comprimida em uma entidade singular, a realidade. E, nesse sentido, boa parte de nossa experiência cotidiana está relacionada de alguma maneira com as interações mediadas.
    Em primeiro lugar, pela onipresença das redes de comunicação. As tecnologias de comunicação, transformadas em miniaturas e acopladas ao corpo humano, permitem uma interação mais rápida e ampla com outros seres humanos, mas também com outros canais de informações, como jamais foi experimentado na história. Se é possível dizer que a realidade é relacional, é possível argumentar também que essas relações são hoje mais mediadas do que em qualquer outra época. O acoplamento de dispositivos tecnoeletrônicos ao corpo humano – alguns autores chamariam de “pós-humano” – torna possível a criação e a experiência do “mundo real” em ambientes antes inimagináveis, múltiplos e simultâneos. Em qualquer lugar posso estar ligado simultaneamente a várias realidades, sobretudo quando se leva em conta a noção de “múltiplas realidades” mencionada por James.
    Mesmo em um plano mais amplo, é praticamente impossível escapar da presença da mídia em qualquer espaço, seja como o som ambiente de um supermercado, seja nas telas eletrônicas presentes nos lugares mais inesperados ou no toque do smartphone. A torrente de informações, inesgotável, não é apreendida em sua totalidade pelos cinco sentidos, e aí também encontra lugar um intenso processo de negociação na dinâmica entre emissor, mensagem e receptor – se essas categorias ainda têm alguma validade para definir os parâmetros da comunicação contemporânea. Essa torrente não é nova e, quando se leva em consideração o desenvolvimento de uma cultura vinculada à mídia desde o final do século XIX, seria possível dizer que, de alguma maneira, a história cultural dos séculos XX e XXI está ligada aos discursos produzidos nos e pelos meios de comunicação e à sua apropriação e ressignificação pelos indivíduos.
    Ao menos nas grandes cidades, seria difícil encontrar alguém nascido após 1950 que não tenha, em suas memórias pessoais, lembranças da televisão, do cinema e do rádio. O repertório das pessoas está povoado de personagens de filmes e novelas, cenas de cinema, música popular, MPB, rock’n’roll, citações de séries de televisão. (Texto adaptado).  
A
a própria dinâmica da sociedade.
B
se dissolve quando se lembra.
C
a dialética da produção cultural.
D
vinculados às condições materiais de sua produção e às relações sociais.
E
ao mesmo tempo em que as expressam, também as transcendem.
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Esamc 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que apresenta a relação correta entre o trecho do texto e a figura de linguagem correspondente:

Texto para a questão.


Moça linda bem tratada,

Três séculos de família,

Burra como uma porta:

Um amor.


Grã-fino do despudor,

Esporte, ignorância e sexo,

Burro como uma porta:

Um coió. 


Mulher gordaça, filó *,

De ouro por todos os poros

Burra como uma porta:

Paciência...


Plutocrata sem consciência,

Nada porta, terremoto

Que a porta do pobre arromba:

Uma bomba.

(ANDRADE, Mário de. Poesias Completas. São Paulo: Círculo do Livro. p. 304.)


*filóTecido fino e transparente, em forma de rede (www.aulete.com.br)

A
“Burra como uma porta: / Um amor” – ironia;
B
“Esporte, ignorância e sexo” – paradoxo;
C
“Mulher gordaça, filó*,/ De ouro por todos os poros” – eufemismo;
D
“Paciência... / Plutocrata sem consciência” – gradação;
E
“Que a porta do pobre arromba” – personificação.
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FAG 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa correta:

Para responder a questão, leia o texto abaixo:


Bombeiros resgatam paciente no Hospital da Restauração (HR).

    De acordo com a assessoria de comunicação da unidade de saúde, Amaro Edzio da Silva, de 47 anos, internado há cinco dias após sofrer uma queda no município de São Lourenço da Mata, estaria desorientado por conta de uma crise de abstinência alcoólica e, ao voltar do banheiro, teria entrado em uma porta utilizada apenas pelo pessoal da manutenção e que dá acesso ao forro do primeiro andar do prédio, onde funciona a emergência.
    O paciente continuou engatinhando entre o forro de gesso e a laje, sendo denunciado por outros pacientes. A equipe médica acionou o Corpo de Bombeiros que, após uma tentativa frustrada de negociação para que Amaro voltasse para a porta de acesso, resolveu abrir um buraco no gesso para fazer o resgate. O paciente caiu e sofreu um edema no rosto e passa por exames e continua em estado de observação.
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR.
A
Edema é o mesmo que inflamação.
B
Abstinência é o mesmo que vício.
C
Desorientado é antônimo de ‘sem rumo’.
D
‘edema no rosto’ é um caso de pleonasmo estilístico.
E
‘emergência’ figura no texto como uma metáfora.
29eaab0a-e0
FAG 2016 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que apresenta as informações em seu sentido literal, ou seja, que não apresenta figura de linguagem, sentido figurado, em suas expressões.

Texto 2


ACORDA, MENINO!


    O que diz o menino que dorme na praia? Talvez fale dos perigos do mar, da displicência dos pais. Ou de um assassinato a ser esclarecido.
    Mas é só um menino. Não deveria nos dar esta sensação de naufrágio da humanidade. Há dias, não adianta acusar governos, etnias, religiões, porque a falta de ar não cessa.
    É lágrima que não pinga, não seca nem escorre. É mais que um cadáver, é um assombro, uma dor insepulta de que tentamos nos livrar.
    E ainda suspeitamos de nós mesmos.
    Em nome dos deuses fazemos coisas que até o diabo duvida. Duvida e se defende, dizendo que não chegaria a tanto, embora comemore o resultado.
    Queríamos não ter visto nem sabido — maldito fotógrafo, maldita web e maldita imagem que, mesmo escorraçada da memória, dorme no tapete da sala e à noite repousa no nosso travesseiro, naquela pose mesmo que o mar beijava.
    Fica-nos a sensação de que Alá deu de ombros, Jeová lavou as mãos e, embriagados na bacanal do Olimpo, os outros também ignoraram o presente de grego numa praia do Mediterrâneo.
    Enquanto isso, no Hades, dançando e atualizando Castro Alves com outras infâmias no mar, ri-se Satanás.
http://www.cronicadodia.com.br/2015/09/acorda-menino-albir-jose-inacio-da-silva.html
A
“Queríamos não ter visto...”
B
“O que diz o menino que dorme na praia?”
C
“Não deveria nos dar esta sensação de naufrágio da humanidade.”
D
“...imagem que, mesmo escorraçada da memória, dorme no tapete da sala e à noite repousa no nosso travesseiro, naquela pose mesmo que o mar beijava.”
E
“Jeová lavou as mãos.”
21c16a10-df
UFVJM-MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

ASSOCIE corretamente a coluna das figuras de linguagem à coluna que contém trechos de canções que compõem o álbum Estudando o Samba, de Tom Zé.

1. Hipérbole – Ênfase em alguma ideia, juízo ou sentimento por meio do exagero.
2. Paranomásia – Utilização de palavras diferentes para compor sons semelhantes.
3. Paradoxo – Utilização simultânea de ideias opostas.
4. Antonomásia – Designação de algo ou alguém por alguma característica atribuída a si.

( )“Eu tô te explicando pra te confundir,
Eu tô te confundindo pra te esclarecer,
Tô iluminando pra poder cegar,
Tô ficando cego pra poder guiar.”
(Élton Medeiros; Tom Zé. Tô)

( )“Dorme dorme
Meu pecado
Minha culpa
Minha salvação”
(Élton Medeiros; Tom Zé. Mãe (mãe solteira)

( )”Ah! Se maldade vendesse na farmácia
Que bela fortuna você faria
Com esta cobaia
Que eu sempre fui nas tuas mãos”
(Tom Zé. Se)

( )“Só lhe chamando
Solicitando
Sólidão”
(Tom Zé. Só (Solidão)

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

A
3 – 2 – 1 – 4
B
1 – 3 – 2 – 4
C
3 – 4 – 1 – 2
D
2 – 3 – 1 – 4
7cd81f45-e3
UEM 2013, UEM 2013, UEM 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Assinale a alternativa correta sobre o texto.

A relação estabelecida entre as falas contidas nos quadros 1 e 2 permite-nos reconhecer a figura de linguagem eufemismo, na fala do quadro 2.

TEXTO
Shakespeariana

(Disponível em <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/tomate-o-campeaoda-piada-pronta>. Acesso em 12/06/2013.)
C
Certo
E
Errado
7c9a9ce8-e3
UEM 2013, UEM 2013, UEM 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Coesão e coerência, Vícios da linguagem

Assinale a alternativa correta, considerando o texto.

Em “No fim, o círculo virtuoso se transforma num círculo infernal” (linhas 24-25), há um pleonasmo.

TEXTO
A economia precisa parar de crescer

Serge Latouche


(Texto Adaptado. Revista Galileu. São Paulo: Globo, jun. 2013, p. 82.)

Vocabulário:
Desmesura
(linha 21): que não tem medida.
Frugal (linha 56): aquilo que é moderado, simples.
C
Certo
E
Errado
edad5401-df
UFRN 2009 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os fragmentos textuais abaixo foram extraídos de crônicas de Luis Fernando Veríssimo (2001). Aquele em que o termo sublinhado constitui uma onomatopéia é:

A
“Originalmente, portanto, ‘tintim por tintim’ indicava um pagamento feito minuciosamente, moeda por moeda.” (Tintim, p. 64)
B
Plúmbeo devia ser o barulho que um corpo faz ao cair na água.” (Defenestração, p. 60)
C
“Depois de dizer ‘quatrilhão’ você tem que pular para trás, senão ele esmaga os seus pés.” (Pudor, p. 70-71)
D
“É dizer ‘Sílfide’ e ficar vendo suas evoluções no ar, como as de uma borboleta.” (Pudor, p. 69)
66a18e89-e3
UEM 2013, UEM 2013, UEM 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

O sentido contido na metáfora “O filho vira passarinho e quer voar” (texto 3, linha 21) aproxima-se do sentido contido na sequência textual “o hábito de ‘bancar’ os filhos” (texto 1, linha 56).

TEXTO 1
Sair ou não sair, eis a questão!

Entrevista com Dr.ª Olga Inês Tessari



(Texto adaptado. Disponível em <http://olgatessari.com/id225.htm >. Acesso em 28/05/2013.)

TEXTO 2
Sair de casa requer planejamento e maturidade
Eduardo Gois
Dependência dos filhos revela pais despreparados para nova realidade 



(Texto adaptado. Disponível em <http://jornalsantuario.wordpress.com/2012/07/26/sair-de-casarequer-planejamento-e-maturidade/>. Acesso em 28/05/2013.)

TEXTO 3
No dia em que eu saí de casa
Intérpretes: Zezé Di Camargo e Luciano
      No dia em que eu saí de casa,
      Minha mãe me disse:
      – Filho, vem cá!

5    Passou a mão em meus cabelos,
      Olhou em meus olhos,
      Começou falar:

      – Por onde você for, eu sigo
10  Com meu pensamento,
      Sempre onde estiver.

      – Em minhas orações,
      Eu vou pedir a Deus
15  Que ilumine os passos seus.

      Eu sei que ela nunca compreendeu
      Os meus motivos de sair de lá.

20  Mas ela sabe que, depois que cresce,
      O filho vira passarinho e quer voar.

      Eu bem queria continuar ali,
      Mas o destino quis me contrariar.
25
      E o olhar de minha mãe na porta
      Eu deixei, chorando a me abençoar.

      A minha mãe, naquele dia,
30  Me falou do mundo como ele é.

      Parece que ela conhecia
      Cada pedra em que eu iria pôr o pé.

35  E sempre ao lado do meu pai,
      Da pequena cidade ela jamais saiu.

      Ela me disse assim:
      – Meu filho, vá com Deus,
40  Que este mundo inteiro é seu.
                                        (...)

(Texto adaptado. Disponível em <http://zeze-di-camargo-eluciano.musicas.mus.br/letras/85384>. Acesso em 28/05/2013.)

Assinale o que for correto, considerando a leitura dos textos 1, 2 e 3.
C
Certo
E
Errado
fc76e9ac-e8
UFRN 2007 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Constata-se uso de personificação no seguinte fragmento do Livro de poemas de Jorge Fernandes:

A
“O dia acorda bochecha água fina em [cima das árvores Que ficam pesadas e contentes...”
B
“E as cobras e os tejus, toda versidade [de bichos Se estorce correndo das locas”
C
“O mistério sombrio dos sítios cheios [de cajueiros Carregados de cajus todos virgulados [de castanhas”
D
“Té-téu – canela fina – Vive para despertar todos os bichos do [campo
2f42a842-e5
UFCG 2009, UFCG 2009 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Substantivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Julgue verdadeiras (V) ou falsas (F) as assertivas acerca da relação entre os aspectos expressivos, gramaticais e semânticos do fragmento do poema:


( ) Na expressão “prantos negros” (v.5), o poeta lança mão de uma figura de linguagem denominada sinestesia.

( ) O substantivo “céu”, na sexta estrofe, tem seu sentido modificado em função dos verbos que o acompanham.

( ) O substantivo próprio “Espaços”, na oitava estrofe, evoca um ser superior a quem se dirige a súplica justificada pelo título do poema.

( ) A unidade de sentido do poema é perturbada pelo fenômeno da elipse, cujo referente não é recuperado no próprio texto.


A sequência correta é:


A
V, V, F, F.
B
V, F, F, V.
C
F, V, F, V.
D
V, V, V, F.
E
V, F, V, V.