Questõesde FGV sobre Coesão e coerência

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Foram encontradas 23 questões
660f606c-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe

Considere os versos:

"Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio."
"E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse"

No contexto, os termos sublinhados podem ser corretamente substituídos por:

Leia o poema de Alberto Caeiro para responder à questão.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave1 .
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

(Obra poética, 1992.)

1cave: pavimento de uma construção que fica abaixo do nível do solo.
A
"afim de" e "quando".
B
"a fim de" e "caso".
C
"afim de" e "caso".
D
"a fim de" e "conforme".
E
"a fim de" e "quando".
4e39c448-fd
FGV 2015 - Português - Interpretação de Textos, Preposições, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Problemas da língua culta, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Morfologia

Tendo em vista o tom de crônica que a colunista imprime a seu artigo, ela se sente livre para utilizar elementos linguísticos que não se enquadram nas normas da língua escrita padrão.
Dos elementos citados abaixo, o único que NÃO tem essa característica, isto é, o único que preserva a norma-padrão é o emprego

Para responder à questão, leia o seguinte texto, em que a autora, colunista de gastronomia, recorda cenas de sua infância: 


Uma tia-avó 


    Fico abismada de ver de quanta coisa não me lembro. Aliás, não me lembro de nada.
    Por exemplo, as férias em que eu ia para uma cidade do interior de Minas, acho que nem cidade era, era uma rua, e passava por Belo Horizonte, onde tinha uma tia-avó. 
    Não poderia repetir o rosto dela, sei que muito magra, vestido até o chão, fantasma em cinzentos, levemente muda, deslizando por corredores de portas muito altas. 
    O clima da casa era de passado embrulhado em papel de seda amarfanhado, e posto no canto para que não se atrevesse a voltar à tona. Nem um riso, um barulho de copos tinindo. Quem estava ali sabia que quanto menos se mexesse menor o perigo de sofrer. Afinal o mundo era um vale de lágrimas. 
    A casa dava para a rua, não tinha jardim, a não ser que você se aventurasse a subir uma escada de cimento, lateral, que te levava aos jardins suspensos da Babilônia. 
    Nem precisava ser sensível para sentir a secura, a geometria esturricada dos canteiros sob o céu de anil de Minas. Nada, nem uma flor, só coisas que espetavam e buxinhos com formatos rígidos e duras palmas e os urubus rodando alto, em cima, esperando… O quê? Segredos enterrados, medo, sentia eu destrambelhando escada abaixo. 
    Na sala, uma cristaleira antiga com um cacho enorme de uvas enroladas em papel brilhante azul. 
    Para mim, pareciam uvas de chocolate, recheadas de bebida, mas não tinha coragem de pedir, estavam lá ano após ano, intocadas. A avó, baixinho, permitia, “Quer, pode pegar”, com voz neutra, mas eu declinava, doida de desejo. 
    Das comidas comuns da casa, não me lembro de uma couvinha que fosse, não me lembro de empregadas, cozinheiras, sala de jantar, nada. 
    Enfim, Belo Horizonte para mim era uma terra triste, de mulheres desesperadas e mudas enterradas no tempo, chocolates sedutores e proibidos. Só valia como passagem para a roça brilhante de sol que me esperava. 

Nina Horta, Folha de S. Paulo, 17/07/2013. Adaptado.
A
da preposição “em”, no trecho “as férias em que eu ia para uma cidade do interior de Minas”.
B
do verbo “tinha” em lugar de “havia”, no trecho “onde tinha uma tia-avó”.
C
dos pronomes “você e “te” na mesma frase, tal como ocorre no 5º parágrafo.
D
da palavra “destrambelhado” (6º parágrafo).
E
de uma frase nominal (sem verbo) para constituir o 7º parágrafo.
3e83bf94-fc
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Dentre os pronomes sublinhados nos seguintes trechos do texto, o único que substitui uma frase e não apenas uma palavra anterior é:

Texto para a pergunta 

    Entretanto, a luta mais árdua do negro africano e de seus descendentes brasileiros foi, ainda é, a conquista de um lugar e de um papel de participante legítimo na sociedade nacional. Nela se viu incorporado à força. Ajudou a construí-la e, nesse esforço, se anulou, mas, ao fim, só nela sabia viver, em razão de sua total desafricanização.

    A primeira tarefa cultural do negro brasileiro foi a de aprender a falar o português que ouvia nos berros do capataz. Teve de fazê-lo para comunicarse com seus companheiros de desterro, oriundos de diferentes povos. Fazendoo, se reumanizou, começando a sair da condição de bem semovente, mero animal ou força energética para o trabalho. Conseguindo miraculosamente dominar a nova língua, não só a refez, emprestando singularidade ao português do Brasil, mas também possibilitou sua difusão por todo o território, uma vez que nas outras áreas se falava principalmente a língua dos índios, o tupi-guarani.


Darcy Ribeiro, O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. Adaptado

A
que ouvia nos berros do capataz”.
B
“foi a de aprender a falar o português”.
C
“só nela sabia viver”.
D
“Ajudou a construí-la”.
E
"Teve de fazê-lo para comunicar-se”.
3e7aff0e-fc
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Estrutura das Palavras: Radical, Desinência, Prefixo e Sufixo, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as seguintes afirmações sobre diferentes trechos do texto: 
I “Esse é o benefício da vez”: A expressão “da vez” dá ideia de precedência.
II “A resposta também passa pela saúde” / “Um deles é oferecer mais do que apenas acesso a uma academia de ginástica”: As palavras sublinhadas introduzem no texto ideia, respectivamente, de inclusão e exclusão.
III “em consequência da inatividade física” / “Uma quantia nada desprezível”: Os prefixos que entram na formação das palavras sublinhadas podem ser considerados sinônimos.

Está correto o que se afirma em 

Texto para a pergunta

É TRABALHO OU MALHAÇÃO?

Uma academia dentro do escritório. Esse é o benefício da vez em empresas que levam a sério a saúde (e a produtividade) dos funcionários. 

    O que uma empresa pode oferecer para fazer os olhos do funcionário brilharem? A lista tem crescido nos últimos anos: horário flexível, sala de descompressão, propósito... A resposta também passa pela saúde. É na área do bem-estar que parecem estar os novos e desejáveis benefícios. Um deles é oferecer mais do que apenas acesso a uma academia de ginástica – e, sim, uma academia dentro do próprio escritório

(...) 

    A tendência é impulsionada por algo mais do que altruísmo: cuidar da saúde dos funcionários é bom, também, para a companhia. No mundo, segundo levantamentos da Organização Mundial da Saúde, os gastos anuais em consequência da inatividade física chegam a 67,5 bilhões de dólares, entre perda de produtividade e cuidados médicos. No Brasil, são 3,6 bilhões de dólares por ano. Uma quantia nada desprezível.

(...) 

Natália Leão, Exame, No . 1202, 5/2/2020.  

A
I, II e III. 
B
III, apenas.
C
II, apenas.
D
I e II, apenas.
E
I, apenas.
1da0a34f-de
FGV 2013 - Português - Interpretação de Textos, Colocação Pronominal, Problemas da língua culta, Coesão e coerência, Pontuação, Redação - Reescritura de texto, Uso da Vírgula, Morfologia - Pronomes

Propõem-se, nas alternativas abaixo, reformulações para diferentes frases do texto. A única correta, do ponto de vista da norma-padrão, é:

Texto para a questão 


Capítulo um


        Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho.

         Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa.

São Bernardo, Graciliano Ramos. 

A
“Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho”: Imaginei construir este livro pela divisão do trabalho, antes de iniciar-lhe.
B
“e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais”: e quase todos de boa vontade, aceitaram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais.
C
“Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas”: Ao Padre Silvestre caberia as citações latinas e a parte moral.
D
“introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária”: por mim, seria introduzido na história, rudimentos de agricultura e pecuária.
E
“e poria o meu nome na capa”: e meu nome, pô-lo-ia na capa.
1d744ee1-de
FGV 2013 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

O pronome sublinhado no trecho “e o era em princípio” (último parágrafo) tem como referente o termo

texto para a questão.




J. Mattoso Câmara Jr., A língua literária. In: A. Coutinho (org.), A literatura no Brasil, 1968. 

A
anterior “Portugal”.
B
anterior “aspecto”.
C
posterior “abstração”.
D
posterior “prolongamento”.
E
posterior “ambiente”.
2e134287-d8
FGV 2014 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Coesão e coerência, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as seguintes afirmações sobre o texto:

I A expressão “num passe” (verso 2) exprime noção de tempo.
II Segundo o poeta, “na hora formidável do almoço”, ocorrem os movimentos de fluxo e refluxo, expressos, respectivamente, por “esvaziam-se” e “se recuperam”.
III O último verso contém dois verbos no imperativo (“toma” e “extrai”), por meio dos quais o poeta se dirige ao leitor.

Está correto apenas o que se afirma em 

NOSSO TEMPO


(...)
                                 V
Escuta a hora formidável do almoço
na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se. 
As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas. 
Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos! 
Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa, 
olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso. 
Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida, 
mais tarde será o de amor. 
Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios, forma indecisa, evoluem. 


O esplêndido negócio insinua-se no tráfego. 
Multidões que o cruzam não veem. É sem cor e sem cheiro. 
Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul, 
vem na areia, no telefone, na batalha de aviões, 
toma conta de tua alma e dela extrai uma porcentagem. 
(...) 

                                                 Carlos Drummond de Andrade, Poesia completa.

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
I e III.
4c4afeca-d7
FGV 2013 - Português - Interpretação de Textos, Problemas da língua culta, Coesão e coerência, Redação - Reescritura de texto

Propõem-se, nas alternativas abaixo, reformulações para diferentes frases do texto. A única correta, do ponto de vista da norma-padrão, é:

Capítulo um

     Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho.
    Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa.

                                                São Bernardo, Graciliano Ramos. 
A
“Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho”: Imaginei construir este livro pela divisão do trabalho, antes de iniciar-lhe.
B
“e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais”: e quase todos de boa vontade, aceitaram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais.
C
“Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas”: Ao Padre Silvestre caberia as citações latinas e a parte moral.
D
“introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária”: por mim, seria introduzido na história, rudimentos de agricultura e pecuária.
E
“e poria o meu nome na capa”: e meu nome, pô-lo-ia na capa.
4c2ba2ca-d7
FGV 2013 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O pronome sublinhado no trecho “e o era em princípio” (último parágrafo) tem como referente o termo

A
anterior “Portugal”.
B
anterior “aspecto”.
C
posterior “abstração”.
D
posterior “prolongamento”.
E
posterior “ambiente”.
7122b594-b6
FGV 2016 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe, Redação - Reescritura de texto

Considerando-se o contexto em que está empregado o período “O restaurante, ao que se disse no jornal, levantou-se como uma só pessoa.” (7o parágrafo), a oração em destaque pode ser substituída, sem prejuízo de sentido ao enunciado, por:

Leia o texto para responder a questão.

Foi exatamente durante o almoço que se deu o fato.
Almira continuava a querer saber por que Alice viera atrasada e de olhos vermelhos. Abatida, Alice mal respondia. Almira comia com avidez e insistia com os olhos cheios de lágrimas.
– Sua gorda! disse Alice de repente, branca de raiva. Você não pode me deixar em paz?!
Almira engasgou-se com a comida, quis falar, começou a gaguejar. Dos lábios macios de Alice haviam saído palavras que não conseguiam descer com a comida pela garganta de Almira G. de Almeida.
– Você é uma chata e uma intrometida, rebentou de novo Alice. Quer saber o que houve, não é? Pois vou lhe contar, sua chata: é que Zequinha foi embora para Porto Alegre e não vai mais voltar! Agora está contente, sua gorda?
Na verdade Almira parecia ter engordado mais nos últimos momentos, e com comida ainda parada na boca.
Foi então que Almira começou a despertar. E, como se fosse uma magra, pegou o garfo e enfiou-o no pescoço de Alice. O restaurante, ao que se disse no jornal, levantou-se como uma só pessoa. Mas a gorda, mesmo depois de ter feito o gesto, continuou sentada olhando para o chão, sem ao menos olhar o sangue da outra.
Alice foi ao pronto-socorro, de onde saiu com curativos e os olhos ainda regalados de espanto. Almira foi presa em flagrante.
Na prisão, Almira comportou-se com delicadeza e alegria, talvez melancólica, mas alegria mesmo. Fazia graças para as companheiras. Finalmente tinha companheiras. Ficou encarregada da roupa suja, e dava-se muito bem com as guardiãs, que vez por outra lhe arranjavam uma barra de chocolate.

(Clarice Lispector. A Legião Estrangeira, 1964. Adaptado)
A
quando disseram algo no jornal.
B
conforme o que se disse no jornal.
C
caso se tenha dito algo no jornal.
D
embora dissessem algo no jornal.
E
à medida que se disse algo no jornal.
710f10f3-b6
FGV 2016 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Pontuação, Uso da Vírgula

Assinale a alternativa em que uma das vírgulas está sinalizando a elipse de um termo da frase.

Leia o texto para responder a questão.

    A notícia da morte de Domingos Montagner, o protagonista de Velho Chico, pegou todos de surpresa. Em um de seus melhores trabalhos na televisão, o ator encerrou uma carreira curta, porém com êxito no veículo.
    Tão logo surgiu em seu primeiro papel de destaque, Capitão Herculano, de Cordel Encantado (2011), Montagner foi alçado ao posto de galã.
     Em 2015, Montagner viveu um de seus principais papéis nas telenovelas. Mais uma vez, não decepcionou. Cativou o público e foi um dos pontos de destaque do sucesso de Sete Vidas.
    Montagner foi escalado para o principal papel da história Velho Chico, de Benedito Ruy Barbosa. Como Santo, vivia seu melhor momento na carreira: bem dirigida, sua interpretação estava irretocável. O nordestino era a alma da novela, que perde completamente o sentido com a morte do ator.
    A estupidez da morte de Domingos Montagner abrevia uma carreira no auge e que tinha tudo para seguir em crescimento. Sem dúvida alguma, as artes brasileiras perdem um magnífico ator. Velho Chico, a razão de ser.
(Raphael Scire. Notícias da TV. http://bit.ly/2eQMcW3, 15.09.2016. Adaptado)
A
A notícia da morte de Domingos Montagner, o protagonista de Velho Chico, pegou todos de surpresa.
B
Em um de seus melhores trabalhos na televisão, o ator encerrou uma carreira curta, porém com êxito no veículo.
C
Em 2015, Montagner viveu um de seus principais papéis nas telenovelas. Mais uma vez, não decepcionou.
D
Como Santo, vivia seu melhor momento na carreira: bem dirigida, sua interpretação estava irretocável.
E
Sem dúvida alguma, as artes brasileiras perdem um magnífico ator. Velho Chico, a razão de ser.
70ead340-b6
FGV 2016 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto.


Mil dias após seu lançamento, em 19 de dezembro de 2013, o telescópio espacial europeu Gaia revelou nesta quarta-feira [14.09.2016] o resultado de suas buscas no espaço, observando a passagem de 60 milhões de estrelas por dia em nossa galáxia, que tem 100 mil anos-luz de diâmetro.

O resultado é o mapa 3D mais detalhado já produzido da Via Láctea, um catálogo de 1 bilhão de estrelas.

(Uol Notícias.http://bit.ly/2ev0ikx, 14.09.2016. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão e com o sentido das informações apresentadas, um título coerente para o texto é:

A
As estrelas que consta no mais completo mapa da Via Láctea soma um bilhão
B
Mapa mais completo da Via Láctea têm um bilhão de estrelas
C
Chega a um bilhão as estrelas do mapa mais completo da Via Láctea
D
Estimam-se que sejam próximo de um bilhão o total de estrelas do mais completo mapa da Via Láctea
E
Um bilhão de estrelas compõe o mapa mais completo da Via Láctea
1d93f8d2-b0
FGV 2015 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Atente para as seguintes afirmações referentes ao excerto, considerado no contexto de Capitães da Areia:

I Os termos “bondade”, “ódio” e “luta”, postos em questão no excerto, encontram-se objetivamente em relação dialética – na qual a contradição entre os dois primeiros é superada na síntese operada pelo termo “luta”, que os engloba e ultrapassa.
II Vista no conjunto da trajetória da personagem, a cena registra um momento decisivo no processo de politização de Pedro Bala.
III Para definir os perfis que as personagens Pirulito, Sem-Pernas e Pedro Bala assumem no excerto, as palavras-chave poderiam ser, respectivamente, ilusão, ressentimento e projeto.

Está correto o que se afirma em

(    ...) Um dia, passado muito tempo, Pedro Bala ia com o Sem-Pernas pelas ruas. Entraram numa igreja da Piedade, gostavam de ver as coisas de ouro, mesmo era fácil bater uma bolsa de uma senhora que rezasse. Mas não havia nenhuma senhora na igreja àquela hora. Somente um grupo de meninos pobres e um capuchinho que lhes ensinava catecismo.

    — É Pirulito... — disse Sem-Pernas.

    Pedro Bala ficou olhando. Encolheu os ombros:

    — Que adianta?

    Sem-Pernas olhou:

    — Não dá de comer...

    — Um dia vai ser padre também. Tem que ser é tudo junto.

    Sem-Pernas disse:

    — A bondade não basta.

    Completou:

    — Só o ódio...

    Pirulito não os via. Com uma paciência e uma bondade extremas ensinava às crianças buliçosas as lições de catecismo. Os dois Capitães da Areia saíram balançando a cabeça. Pedro Bala botou a mão no ombro do Sem-Pernas.

    — Nem o ódio, nem a bondade. Só a luta. A voz bondosa de Pirulito atravessa a igreja. A voz de ódio do Sem-Pernas estava junto de Pedro Bala. Mas ele não ouvia nenhuma. Ouvia era a voz de João de Adão, o doqueiro, a voz de seu pai morrendo na luta.

Jorge Amado, Capitães da Areia 

A
II e III, somente.
B
I e III, somente.
C
I e II, somente.
D
I, somente.
E
I, II e III.
61abeb86-16
FGV 2018 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Sabendo-se que “alegoria consiste em uma metáfora que, em um dado contexto, desdobra-se em outras”, pode-se apontar o emprego desse recurso, sobretudo, no seguinte trecho do texto:

Texto para a questão

PARDAIS NOVOS

    Um dia o meu telefone, instalado à cabeceira de minha cama, retiniu violentamente às sete da manhã. Estremunhado tomei do receptor e ouvi do outro lado uma voz que dizia: “Mestre, sou um pardal novo. Posso ler-lhe uns versos para que o senhor me dê a sua opinião?” Ponderei com mau humor ao pardal que aquilo não eram horas para consultas de tal natureza, que ele me telefonasse mais tarde. O pardal não telefonou de novo: veio às nove e meia ao meu apartamento.
    Mal o vi, percebi que não se tratava de pardal novo. Ele mesmo como que concordou que o não era, pois perguntando-lhe eu a idade, hesitou contrafeito para responder que tinha 35 anos. Ainda por cima era um pardal velho!
    Desde esse dia passei a chamar de pardais novos os rapazes que me procuram para mostrar-me os seus primeiros ensaios de voo no céu da poesia. Dizem eles que desejam saber se têm realmente queda para o ofício, se vale a pena persistir etc. Fico sempre embaraçado para dar qualquer conselho. A menos que se seja um Rimbaud ou, mais modestamente, um Castro Alves, que poesia se pode fazer antes dos vinte anos? Como Mallarmé afirmou certa vez que todo verso é um esforço para o estilo, acabo aconselhando ao pardal que vá fazendo os seus versinhos, sem se preocupar com a opinião de ninguém, inclusive a minha. (...)

Manuel Bandeira, Melhores crônicas. Global Editora.
A
“Como Mallarmé afirmou certa vez que todo verso é um esforço para o estilo, acabo aconselhando ao pardal que vá fazendo os seus versinhos, sem se preocupar com a opinião de ninguém, inclusive a minha”.
B
“Desde esse dia passei a chamar de pardais novos os rapazes que me procuram para mostrar-me os seus primeiros ensaios de voo no céu da poesia”.
C
“Ele mesmo como que concordou que o não era, pois perguntando-lhe eu a idade, hesitou contrafeito para responder que tinha 35 anos”.
D
“Mestre, sou um pardal novo. Posso ler-lhe uns versos para que o senhor me dê a sua opinião?”.
E
“Ponderei com mau humor ao pardal que aquilo não eram horas para consultas de tal natureza, que ele me telefonasse mais tarde”.
61a84434-16
FGV 2018 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Redação - Reescritura de texto

Considerada no contexto, a substituição proposta para a frase citada no início de cada alternativa mantém o sentido mas NÃO a correção gramatical em:

Texto para a questão


“PIMBA NA GORDUCHINHA”* DATOU


    Empolgação já não basta. Comentaristas usam cada vez mais estatísticas e termos técnicos para traduzir o que acontece em campo.

    Por tradição, a tarefa de comentar uma partida de futebol sempre foi o oposto disso. A “crônica esportiva” pontificada por lendas como Nelson Rodrigues e Armando Nogueira, entre muitos outros, evocava heróis em campo e fazia da genialidade individual, do empenho coletivo e do imponderável instituições que comandavam o jogo. O belo texto valia tanto quanto – ou mais – que a observação de treinos e jogos. “O padrão para falar de futebol no Brasil costumava abordar aspectos como a qualidade individual do jogador e fatores emocionais”, afirma Carlos Eduardo Mansur, do jornal O Globo. “O desafio hoje é estudar o jogo taticamente.” Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados, que hoje sustentam as análises feitas durante os 90 minutos.

    O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações. Crescem grupos dedicados à tabulação e análise de dados. Estatísticas individuais e coletivas, como o número de finalizações de um atacante e a média de posse de bola de uma equipe, são dados prosaicos em palestras de treinadores e programas de TV, blogs ou jornais.

    Detratores desse modelo, no entanto, consideram essa tendência um modismo, uma chatice. “Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”, afirma o comentarista PVC [Paulo Vinícius Coelho]. Excessos ou modismos à parte, não há como fugir da realidade. O uso de dados e estatísticas por clubes europeus para elaborar estratégias e jogadas é antigo e há anos chegou aos brasileiros, com maior ou menor simpatia. Não existe futebol bem jogado, em alto nível, sem isso.

    A tarefa de dissecar o jogo por números e dados ajuda a entender, mas não esgota o futebol, que, por sua dinâmica, segue como um esporte dos mais imprevisíveis.


Rafael Oliveira, Época, 29.01.2018. Adaptado.

* "ripa na chulipa e pimba na gorduchinha": bordão criado pelo narrador de futebol Osmar Santos e popularizado nos anos 1980.
A
“Mas a gente precisa se fazer entender”: Mas nós necessitamos nos fazer entender.
B
“Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados”: Não existiam no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados.
C
“O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações”: O uso de softwares que auxilia a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações.
D
“Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”: Existem preconceito de quem ouve e exagero de quem usa.
E
“há anos chegou aos brasileiros”: fazem anos chegou aos brasileiros.
b090b553-15
FGV 2018 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Redação - Reescritura de texto

Considerada no contexto, a substituição proposta para a frase citada no início de cada alternativa mantém o sentido mas NÃO a correção gramatical em:

                       “PIMBA NA GORDUCHINHA”* DATOU


      Empolgação já não basta. Comentaristas usam cada vez mais estatísticas e termos técnicos para traduzir o que acontece em campo.

      Por tradição, a tarefa de comentar uma partida de futebol sempre foi o oposto disso. A “crônica esportiva” pontificada por lendas como Nelson Rodrigues e Armando Nogueira, entre muitos outros, evocava heróis em campo e fazia da genialidade individual, do empenho coletivo e do imponderável instituições que comandavam o jogo. O belo texto valia tanto quanto – ou mais – que a observação de treinos e jogos. “O padrão para falar de futebol no Brasil costumava abordar aspectos como a qualidade individual do jogador e fatores emocionais”, afirma Carlos Eduardo Mansur, do jornal O Globo. “O desafio hoje é estudar o jogo taticamente.” Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados, que hoje sustentam as análises feitas durante os 90 minutos.

      O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações. Crescem grupos dedicados à tabulação e análise de dados. Estatísticas individuais e coletivas, como o número de finalizações de um atacante e a média de posse de bola de uma equipe, são dados prosaicos em palestras de treinadores e programas de TV, blogs ou jornais.

      Detratores desse modelo, no entanto, consideram essa tendência um modismo, uma chatice. “Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”, afirma o comentarista PVC [Paulo Vinícius Coelho]. Excessos ou modismos à parte, não há como fugir da realidade. O uso de dados e estatísticas por clubes europeus para elaborar estratégias e jogadas é antigo e há anos chegou aos brasileiros, com maior ou menor simpatia. Não existe futebol bem jogado, em alto nível, sem isso.

      A tarefa de dissecar o jogo por números e dados ajuda a entender, mas não esgota o futebol, que, por sua dinâmica, segue como um esporte dos mais imprevisíveis.

                                                                Rafael Oliveira, Época, 29.01.2018. Adaptado.

* "ripa na chulipa e pimba na gorduchinha": bordão criado pelo narrador de futebol Osmar Santos e popularizado nos anos 1980.  

A
“Mas a gente precisa se fazer entender”: Mas nós necessitamos nos fazer entender.
B
“Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados”: Não existiam no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados.
C
“O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações”: O uso de softwares que auxilia a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações.
D
“Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”: Existem preconceito de quem ouve e exagero de quem usa.
E
“há anos chegou aos brasileiros”: fazem anos chegou aos brasileiros.
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FGV 2017 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Considere as seguintes afirmações referentes ao texto:


I A caracterização do narrador e das personagens, assim como a do espaço e a da própria recepção do texto, é regida, predominantemente, por marcadores de caráter socioeconômico.

II Ao tematizar o seu outro de classe (no caso, os mais pobres), o narrador desenvolve também um questionamento da situação e da função social da literatura.

III As declarações do narrador a respeito da Rua do Acre revelam, nele, o pendor populista e demagógico.


Está correto o que se afirma em

      Depois – ignora-se por quê – tinham vindo para o Rio, o inacreditável Rio de Janeiro, a tia lhe arranjara emprego, finalmente morrera e ela*, agora sozinha, morava numa vaga de quarto compartilhado com mais quatro moças balconistas das Lojas Americanas.

      O quarto ficava num velho sobrado colonial da áspera rua do Acre entre as prostitutas que serviam a marinheiros, depósitos de carvão e de cimento em pó, não longe do cais do porto. O cais imundo dava-lhe saudade do futuro. (O que é que há? Pois estou como que ouvindo acordes de piano alegre – será isto o símbolo de que a vida da moça iria ter um futuro esplendoroso? Estou contente com essa possibilidade e farei tudo para que esta se torne real.)

      Rua do Acre. Mas que lugar. Os gordos ratos da rua do Acre. Lá é que não piso pois tenho terror sem nenhuma vergonha do pardo pedaço de vida imunda.

      Uma vez por outra tinha a sorte de ouvir de madrugada um galo cantar a vida e ela se lembrava nostálgica do sertão. Onde caberia um galo a cocoricar naquelas paragens ressequidas de artigos por atacado de exportação e importação? (Se o leitor possui alguma riqueza e vida bem acomodada, sairá de si para ver como é às vezes o outro. Se é pobre, não estará me lendo porque ler-me é supérfluo para quem tem uma leve fome permanente. Faço aqui o papel de vossa válvula de escape e da vida massacrante da média burguesia. Bem sei que é assustador sair de si mesmo, mas tudo o que é novo assusta. Embora a moça anônima da história seja tão antiga que podia ser uma figura bíblica. Ela era subterrânea e nunca tinha tido floração. Minto: ela era capim.)

                                                              Clarice Lispector, A hora da estrela.


*Macabéa. 

A
I, II e III.
B
I, apenas.
C
I e II, apenas.
D
I e III, apenas.
E
II e III, apenas.
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FGV 2017 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Considerando-se o contexto sugerido pela data comemorativa a que se refere a propaganda, é correto afirmar que o verbo “falar”, em suas duas ocorrências no texto, foi empregado com a mesma acepção que se verifica na seguinte frase:

         

A
Nos últimos anos de sua vida, não podia falar, nem ouvir e nem sequer ver.
B
Ia deixando-se subornar, mas a dignidade falou mais alto.
C
Poucas pessoas têm a capacidade de falar vários idiomas.
D
Por causa de uma coisa tola, deixaram de se falar.
E
Ele não gosta de falar de sua vida particular.
3b3d7279-9b
FGV 2017 - Português - Interpretação de Textos, Ortografia, Regência, Coesão e coerência, Sintaxe

Considere a correção proposta para o sublinhado nos seguintes trechos do texto:


I “em uma seção de análise”: em uma sessão de análise.

II “eu e toda a humanidade”: eu e toda humanidade.

III “para expressar minha esperança que você também tenha esse prazer”: para expressar minha esperança de que você também tenha esse prazer.


Está de acordo com a norma culta o que se propõe em

                              Quando você significa eu


      Outro dia, deitado no divã em uma seção de análise, descrevi meus sentimentos. “Quando sobe a raiva, você perde a capacidade de ser generoso.” Antes de terminar a frase, eu me dei conta de que tinha usado “você”, apesar de estar descrevendo um comportamento meu. Instintivamente repeti a frase. “Quando sobe a raiva, eu perco a capacidade de ser generoso.”

      Não me senti bem. Não era o que eu queria expressar. O que seria esse estranho “você” que havia usado falando de mim, e seguramente não me referindo a ele, meu analista, que era o único na sala? Como você sabe, o “você” normal é usado como nessa frase, para se referir ao interlocutor. Descobri que esse estranho “você” é o chamado “você” genérico e pode significar muitas coisas, entre elas “eu e toda a humanidade”. O que eu queria dizer era o seguinte: “Quando sobe a raiva, eu e toda a humanidade perdemos a capacidade de sermos generosos.” Ao usar o “você” genérico estava tentando me eximir um pouco da culpa.

      Imagine qual não foi minha surpresa ao me deparar com um estudo que investiga exatamente em que condições as pessoas usam esse “você” genérico. O prazer é grande quando você (o prazer é meu, mas estou usando o “você “genérico para expressar minha esperança que você também tenha esse prazer) lê sobre algo que já observou.

                              Fernando Reinach, O Estado de S. Paulo, 08/04/2017.  

A
I e em III, apenas.
B
I, apenas.
C
III, apenas.
D
I, em II e em III.
E
II, apenas.
83dccda7-a7
FGV 2016, FGV 2016 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Sintaxe

Dentre as afirmações abaixo referentes aos termos sublinhados em diferentes trechos do texto, a única que NÃO está correta é:

Texto para a questão


A
“não foi a este respeito melhor aquinhoado”: pode ser substituído por “mais bem”, sem prejuízo para a correção.
B
“e uma sorte de respeito supersticioso”: pode ser substituído por “espécie”, sem prejuízo para o sentido.
C
era tributado aos que exerciam semelhante profissão”: refere-se ao imposto cobrado dos que exerciam o “ofício de dar fortuna”.
D
“muitas pessoas da alta sociedade de então”: exprime ideia de tempo.
E
“que lhe faziam agora andar a cabeça à roda”: equivale ao pronome “sua” e se refere a “cabeça”.