Questão 4e39c448-fd
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Tendo em vista o tom de crônica que a colunista imprime a seu artigo, ela se sente livre para
utilizar elementos linguísticos que não se enquadram nas normas da língua escrita padrão.
Dos elementos citados abaixo, o único que NÃO tem essa característica, isto é, o único que
preserva a norma-padrão é o emprego
Tendo em vista o tom de crônica que a colunista imprime a seu artigo, ela se sente livre para
utilizar elementos linguísticos que não se enquadram nas normas da língua escrita padrão.
Dos elementos citados abaixo, o único que NÃO tem essa característica, isto é, o único que
preserva a norma-padrão é o emprego
Para responder à questão, leia o seguinte texto, em que a autora, colunista de
gastronomia, recorda cenas de sua infância:
Uma tia-avó
Fico abismada de ver de quanta coisa não me lembro. Aliás, não me lembro de nada.
Por exemplo, as férias em que eu ia para uma cidade do interior de Minas, acho que nem
cidade era, era uma rua, e passava por Belo Horizonte, onde tinha uma tia-avó. Não poderia repetir o rosto dela, sei que muito magra, vestido até o chão, fantasma em
cinzentos, levemente muda, deslizando por corredores de portas muito altas. O clima da casa era de passado embrulhado em papel de seda amarfanhado, e posto no
canto para que não se atrevesse a voltar à tona. Nem um riso, um barulho de copos tinindo. Quem
estava ali sabia que quanto menos se mexesse menor o perigo de sofrer. Afinal o mundo era um vale
de lágrimas. A casa dava para a rua, não tinha jardim, a não ser que você se aventurasse a subir uma
escada de cimento, lateral, que te levava aos jardins suspensos da Babilônia. Nem precisava ser sensível para sentir a secura, a geometria esturricada dos canteiros sob o
céu de anil de Minas. Nada, nem uma flor, só coisas que espetavam e buxinhos com formatos rígidos e
duras palmas e os urubus rodando alto, em cima, esperando… O quê? Segredos enterrados, medo,
sentia eu destrambelhando escada abaixo. Na sala, uma cristaleira antiga com um cacho enorme de uvas enroladas em papel brilhante
azul. Para mim, pareciam uvas de chocolate, recheadas de bebida, mas não tinha coragem de
pedir, estavam lá ano após ano, intocadas. A avó, baixinho, permitia, “Quer, pode pegar”, com voz
neutra, mas eu declinava, doida de desejo. Das comidas comuns da casa, não me lembro de uma couvinha que fosse, não me lembro de
empregadas, cozinheiras, sala de jantar, nada. Enfim, Belo Horizonte para mim era uma terra triste, de mulheres desesperadas e mudas
enterradas no tempo, chocolates sedutores e proibidos. Só valia como passagem para a roça brilhante
de sol que me esperava.
Nina Horta, Folha de S. Paulo, 17/07/2013. Adaptado.
Para responder à questão, leia o seguinte texto, em que a autora, colunista de
gastronomia, recorda cenas de sua infância:
Uma tia-avó
Fico abismada de ver de quanta coisa não me lembro. Aliás, não me lembro de nada.
Por exemplo, as férias em que eu ia para uma cidade do interior de Minas, acho que nem
cidade era, era uma rua, e passava por Belo Horizonte, onde tinha uma tia-avó.
Não poderia repetir o rosto dela, sei que muito magra, vestido até o chão, fantasma em
cinzentos, levemente muda, deslizando por corredores de portas muito altas.
O clima da casa era de passado embrulhado em papel de seda amarfanhado, e posto no
canto para que não se atrevesse a voltar à tona. Nem um riso, um barulho de copos tinindo. Quem
estava ali sabia que quanto menos se mexesse menor o perigo de sofrer. Afinal o mundo era um vale
de lágrimas.
A casa dava para a rua, não tinha jardim, a não ser que você se aventurasse a subir uma
escada de cimento, lateral, que te levava aos jardins suspensos da Babilônia.
Nem precisava ser sensível para sentir a secura, a geometria esturricada dos canteiros sob o
céu de anil de Minas. Nada, nem uma flor, só coisas que espetavam e buxinhos com formatos rígidos e
duras palmas e os urubus rodando alto, em cima, esperando… O quê? Segredos enterrados, medo,
sentia eu destrambelhando escada abaixo.
Na sala, uma cristaleira antiga com um cacho enorme de uvas enroladas em papel brilhante
azul.
Para mim, pareciam uvas de chocolate, recheadas de bebida, mas não tinha coragem de
pedir, estavam lá ano após ano, intocadas. A avó, baixinho, permitia, “Quer, pode pegar”, com voz
neutra, mas eu declinava, doida de desejo.
Das comidas comuns da casa, não me lembro de uma couvinha que fosse, não me lembro de
empregadas, cozinheiras, sala de jantar, nada.
Enfim, Belo Horizonte para mim era uma terra triste, de mulheres desesperadas e mudas
enterradas no tempo, chocolates sedutores e proibidos. Só valia como passagem para a roça brilhante
de sol que me esperava.
Nina Horta, Folha de S. Paulo, 17/07/2013. Adaptado.
A
da preposição “em”, no trecho “as férias em que eu ia para uma cidade do interior de Minas”.
B
do verbo “tinha” em lugar de “havia”, no trecho “onde tinha uma tia-avó”.
C
dos pronomes “você e “te” na mesma frase, tal como ocorre no 5º parágrafo.
D
da palavra “destrambelhado” (6º parágrafo).
E
de uma frase nominal (sem verbo) para constituir o 7º parágrafo.
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