Considerada no contexto, a substituição proposta para a frase citada no
início de cada alternativa mantém o sentido mas NÃO a correção
gramatical em:
Texto para a questão
“PIMBA NA GORDUCHINHA”* DATOU
Empolgação já não basta. Comentaristas usam cada vez mais estatísticas
e termos técnicos para traduzir o que acontece em campo.
Por tradição, a tarefa de comentar uma partida de futebol sempre foi o
oposto disso. A “crônica esportiva” pontificada por lendas como Nelson
Rodrigues e Armando Nogueira, entre muitos outros, evocava heróis em
campo e fazia da genialidade individual, do empenho coletivo e do
imponderável instituições que comandavam o jogo. O belo texto valia tanto
quanto – ou mais – que a observação de treinos e jogos. “O padrão para falar
de futebol no Brasil costumava abordar aspectos como a qualidade individual
do jogador e fatores emocionais”, afirma Carlos Eduardo Mansur, do jornal O
Globo. “O desafio hoje é estudar o jogo taticamente.” Não havia no passado,
obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados, que hoje
sustentam as análises feitas durante os 90 minutos.
O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se
difundiu nos clubes e transbordou para as redações. Crescem grupos
dedicados à tabulação e análise de dados. Estatísticas individuais e coletivas,
como o número de finalizações de um atacante e a média de posse de bola de
uma equipe, são dados prosaicos em palestras de treinadores e programas de
TV, blogs ou jornais.
Detratores desse modelo, no entanto, consideram essa tendência um
modismo, uma chatice. “Há preconceito de quem ouve e exagero de quem
usa”, afirma o comentarista PVC [Paulo Vinícius Coelho]. Excessos ou
modismos à parte, não há como fugir da realidade. O uso de dados e
estatísticas por clubes europeus para elaborar estratégias e jogadas é antigo
e há anos chegou aos brasileiros, com maior ou menor simpatia. Não existe
futebol bem jogado, em alto nível, sem isso.
A tarefa de dissecar o jogo por números e dados ajuda a entender, mas
não esgota o futebol, que, por sua dinâmica, segue como um esporte dos mais
imprevisíveis.
Rafael Oliveira, Época, 29.01.2018. Adaptado.
* "ripa na chulipa e pimba na gorduchinha": bordão criado pelo narrador de
futebol Osmar Santos e popularizado nos anos 1980.
Texto para a questão
“PIMBA NA GORDUCHINHA”* DATOU
Empolgação já não basta. Comentaristas usam cada vez mais estatísticas e termos técnicos para traduzir o que acontece em campo.
Por tradição, a tarefa de comentar uma partida de futebol sempre foi o oposto disso. A “crônica esportiva” pontificada por lendas como Nelson Rodrigues e Armando Nogueira, entre muitos outros, evocava heróis em campo e fazia da genialidade individual, do empenho coletivo e do imponderável instituições que comandavam o jogo. O belo texto valia tanto quanto – ou mais – que a observação de treinos e jogos. “O padrão para falar de futebol no Brasil costumava abordar aspectos como a qualidade individual do jogador e fatores emocionais”, afirma Carlos Eduardo Mansur, do jornal O Globo. “O desafio hoje é estudar o jogo taticamente.” Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados, que hoje sustentam as análises feitas durante os 90 minutos.
O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações. Crescem grupos dedicados à tabulação e análise de dados. Estatísticas individuais e coletivas, como o número de finalizações de um atacante e a média de posse de bola de uma equipe, são dados prosaicos em palestras de treinadores e programas de TV, blogs ou jornais.
Detratores desse modelo, no entanto, consideram essa tendência um modismo, uma chatice. “Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”, afirma o comentarista PVC [Paulo Vinícius Coelho]. Excessos ou modismos à parte, não há como fugir da realidade. O uso de dados e estatísticas por clubes europeus para elaborar estratégias e jogadas é antigo e há anos chegou aos brasileiros, com maior ou menor simpatia. Não existe futebol bem jogado, em alto nível, sem isso.
A tarefa de dissecar o jogo por números e dados ajuda a entender, mas não esgota o futebol, que, por sua dinâmica, segue como um esporte dos mais imprevisíveis.