Quanto ao cordel Romance do pavão misterioso, pode-se afirmar
Quanto ao cordel Romance do pavão misterioso, pode-se afirmar
A
que é um “romance [exclusivamente] romântico” porque retoma
o único ideal/valor presente tanto nas cantigas de amor
trovadorescas quanto nos romances românticos: o morrer de amor
ou o amor inacessível, como se lê na estrofe 32 “– Seu conselho
não me serve,/Estou impressionado./Rapaz sem moça bonita/É
um desaventurado!/Se eu não casar com Creuza,/Findo os dias
enforcado”.
B
que é um “romance romântico”, porque a sua estrutura física, e
apenas ela, é uma invenção/produção do século XIX, em cujo
interior representa-se a sociedade burguesa e capitalista que
procura registrar pela ficção valores e ideologias com as quais
comungam
C
que é um “romance romântico”, porque narra a história de
Evangelista e de Creuza, personagens que, impedidos por alguns
fatores que intervêm na fábula para o não relacionamento entre
ambos, como a distância espacial, cultural e de valores, retoma
caracteres típicos da narrativa romântica do século XX.
D
que é um “romance de encantamento” apenas porque nas estrofes
79, 83 e 85 lê-se, respectivamente, “E disse: – Vá me dizendo/Se é
vivo ou encantado!”, “Mas nós vamos descobrir/O autor desse
mistério” e “Só sendo uma visão,/Que entra neste sobrado!/Só
chega a meia-noite,/Entra e sai sem ser notado/E se é gente deste
mundo,/Usa feitiço encantado”.
E
que é um “romance de encantamento”, porque aborda a solução
de um aparente problema (o casamento do ‘mocinho’ com a
‘donzela’) através de um elemento “mágico” (o pavão mecânico)
incompreensível à época também “mágica” a que a fábula se
reporta.