Questõesde PUC - Campinas sobre Modernismo

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Foram encontradas 48 questões
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A linguagem e o universo de Guimarães Rosa na obra prima que é o romance Grande sertão: veredas estão em parte caracterizados no seguinte segmento do texto:

Instrução: Leia atentamente o texto abaixo para responder a questão.




A
apanhando uma realidade moldada mais pela impressão da imaginação criativa do que pelas formas nítidas naturais.
B
o fascínio dos artistas [do estilo gótico] estava em criar efeitos de perspectiva e a ilusão de espaços que parecem reais.
C
as paisagens rurais e retratos de pessoas, sobretudo das diferentes aristocracias, apresentam-se num auge de realismo.
D
paisagens bucólicas e jardins harmoniosos desfilam ainda pelo desejo de realismo e fidedignidade na representação da natureza.
E
acentuará as cores dramáticas, convulsionadas, as formas quase irreconhecíveis de uma realidade fraturada.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A regra de proporção é um princípio da pintura cujo equivalente, na literatura, estaria no cuidado do escritor em manter os aspectos naturais das pessoas e coisas que descreve com fidedignidade. Essa é uma das preocupações de um autor como 

Instrução: Leia atentamente o texto abaixo para responder a questão.




A
José Lins do Rego, que se mantém atento aos detalhes das paisagens sulinas e das personagens dos imigrantes.
B
Clarice Lispector, em cuja prosa de feição épica e naturalista há passagens de grandioso realismo.
C
Graciliano Ramos, cuja linguagem retrata com economia e secura paisagens e personagens nordestinas.
D
José de Alencar, que empenha todo o seu realismo ao documentar os usos e costumes dos nativos.
E
Mário de Andrade, cujo intento modernista está em emprestar um colorido ingênuo a cenas bucólicas.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Na literatura brasileira dos anos 60 avultam, na poesia, títulos em que poetas já reconhecidos ratificam a excelência de sua arte. Carlos Drummond de Andrade, tocado por certo sentimento de vanguarda, e João Cabral de Melo Neto, sistematizando sua pedagogia poética, publicaram, nesse período, respectivamente,

 Considere o texto abaixo.


    A década de 1960 também representou um período de grande renovação no âmbito da literatura latino-americana. Foram os chamados anos do boom, quando uma safra de escritores ganhou projeção internacional, especialmente em virtude de obras que exploram o gênero do realismo mágico (...) A Revolução Cubana, sobretudo em seus primeiros tempos, irradiou ideais e conquistou simpatias (...)


(PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014, p. 192; 194) 

A
Alguma poesia e O engenheiro.
B
Itinerário de Pasárgada e Estrela da tarde.
C
Lição de coisas e A educação pela pedra.
D
Poema sujo e Viagem.
E
Libertinagem e Mar absoluto.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Os programas modernistas de Mário de Andrade buscam explicitar conceitos, técnicas e recursos da nova poética. Exemplo disso é o que está em

Considere o texto abaixo.


    Se a Grande Guerra representa ruptura na história das relações culturais entre a Europa e a América Latina, bem mais do que rompê-las brutalmente ela as reconfigura e leva a afirmações identitárias complexas (...). As referências europeias subsistem (...) mas são agora apenas parte de um todo identitário que bebe em fontes variadas para definir os caracteres da nacionalidade. Deste ponto de vista, a metáfora proposta por Oswald de Andrade em seu Manifesto antropofágico, de 1928, é a mais eficaz (...). “Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.”


(COMPAGNON, Olivier. O adeus à Europa. A América Latina e a Grande Guerra (Argentina e Brasil, 1914-1939). Trad. Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014, p. 303-304) 

A
Cobra Norato.
B
A escrava que não é Isaura.
C
Pau Brasil.
D
Martim Cererê.
E
A frauta de Pã.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Atente para as seguintes afirmações:


I. Diferentemente do entusiasmado poema de Pablo Neruda dedicado a Stalingrado, o de Drummond exprime com menor vigor o esforço ingente dos russos ao defenderem a cidade dos ataques nazistas.

II. O poema de Drummond “Carta a Stalingrado” pode ser visto, do ponto de vista do gênero, como uma combinação da vocação lírica do poeta com uma visada enérgica de um momento crucial da Segunda Guerra.

III. O poema “Canto a Stalingrado”, de Pablo Neruda, não deixava de expressar uma preocupação estratégica no momento em que os nazistas assediavam a cidade soviética.


Em relação ao texto, está correto o que se afirma em 

Considere o texto abaixo.


     Deve ter sido importante para Drummond o poema do escritor chileno Pablo Neruda, lido na cidade do México em 1942 e logo depois afixado em cartazes nas ruas da cidade: “Canto a Stalingrado”. O poema de Neruda não fala de vitória, e sim de resistência, além de clamar de modo indignado pela abertura da Segunda Frente que viria aliviar a União Soviética da pressão nazista. Já na “Carta a Stalingrado”, de Drummond, o núcleo propriamente do poema se espraia tanto para o lado épico, que relaciona a vitória de Stalingrado aos destinos da humanidade, como para o lado lírico, em que a batalha é vista a partir das suas ressonâncias no “eu”.


(MOURA, Murilo Marcondes de. O mundo sitiado. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 128)

A
I, II e III.
B
I e II, apenas.
C
II e III, apenas.
D
I e III, apenas.
E
III, apenas.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em mais de um momento, no livro A rosa do povo, o poeta Carlos Drummond de Andrade mostrou um aflito interesse no desenrolar das tragédias da Segunda Guerra. É o que se pode comprovar com estes versos:

Considere o texto abaixo.


     Deve ter sido importante para Drummond o poema do escritor chileno Pablo Neruda, lido na cidade do México em 1942 e logo depois afixado em cartazes nas ruas da cidade: “Canto a Stalingrado”. O poema de Neruda não fala de vitória, e sim de resistência, além de clamar de modo indignado pela abertura da Segunda Frente que viria aliviar a União Soviética da pressão nazista. Já na “Carta a Stalingrado”, de Drummond, o núcleo propriamente do poema se espraia tanto para o lado épico, que relaciona a vitória de Stalingrado aos destinos da humanidade, como para o lado lírico, em que a batalha é vista a partir das suas ressonâncias no “eu”.


(MOURA, Murilo Marcondes de. O mundo sitiado. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 128)

A

Onde foi Troia,

onde foi Helena,

onde a erva cresce,

onde te despi

B

Este verso, apenas um arabesco

em torno do elemento essencial − inatingível.

C

Passo nos escritórios. Nos espelhos,

nas mãos que apertam, nos olhos míopes, nas bocas

que sorriem ou simplesmente falam eu desfilo.

D

As lições da infância

desaprendidas na idade madura.

Já não quero palavras

nem delas careço.

E

Meus olhos são pequenos para ver

toda essa força aguda e martelante

a rebentar do chão e das vidraças (...)

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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A poesia de Oswald de Andrade, voltada para a apresentação e consolidação de novas formas literárias, não é nem cubista, nem expressionista, nem futurista: é mais exato considerá-la como uma

Considere o texto abaixo.


    De um modo geral, todos esses movimentos da vanguarda europeia de fins do século XIX e início do século XX estavam sob o signo da desorganização do universo artístico de sua época. A diferença é que uns, como o futurismo e o dadaísmo, queriam a destruição do passado e a negação total dos valores estéticos presentes; e outros, como o expressionismo e o cubismo, viam na destruição a possibilidade de construção de uma nova ordem superior. No fundo eram, portanto, tendências também organizadoras de uma nova estrutura política e social.


(TELES, Gilberto Mendonça, Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Rio de Janeiro: Vozes, 1972, p. 10)  

A
tentativa de recuperação do que havia de mais ousado na estética parnasiana, sobretudo no que dizia respeito às leis de versificação.
B
manifestação de uma lírica saudosista, disposta a recuperar poeticamente a vida dos povos primitivos marcada pela espontaneidade.
C
retomada dos indianistas românticos, com vistas à interpretação de documentos que atestassem os valores da cultura indígena.
D
plataforma de revolucionários procedimentos estéticos, com vistas a inserir as letras brasileiras no contexto de um universalismo sem pátria.
E
tomada de posição primitivista, à busca de uma linguagem simuladamente ingênua e de uma revisão crítica e irônica da história do Brasil.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Pelo que se pode deduzir do texto, sobretudo quando se considera o exemplo das Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, na literatura de testemunho

Considere o texto abaixo.


     As Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, são um paradigma do que se pode chamar literatura de testemunho: nem pura ficção, nem pura historiografia. O fundo histórico é o da ditadura Vargas, mas o testemunho vive e elabora-se numa zona de fronteira: ao percorrer essas memórias somos levados tanto a reconstituir a fisionomia e os gestos de alguns companheiros de prisão de Graciliano, entre os quais líderes comunistas, como a contemplar a metamorfose dessa matéria objetiva em uma prosa una e única − a palavra do narrador.


(Adaptado de: BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 222.) 

A
a imaginação ficcional conduz a narrativa, alterando todos os dados da realidade vivida.
B
o desejo de fidedignidade realista compromete a criação estilística do autor.
C
a ficção e a história acabam por se neutralizar, enfraquecendo o gênero discursivo.
D
os recursos da narrativa de ficção servem à expressão de experiências vividas pelo autor.
E
a função do distanciado narrador é fazer o real parecer ficcional e vice-versa.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Vanguardas Europeias, Modernismo, Escolas Literárias

Os primeiros escritos com espírito de renovação produzidos por Mário de Andrade acabaram por lhe render uma qualificação inexata: a de ser um

Considere o texto abaixo.


    De um modo geral, todos esses movimentos da vanguarda europeia de fins do século XIX e início do século XX estavam sob o signo da desorganização do universo artístico de sua época. A diferença é que uns, como o futurismo e o dadaísmo, queriam a destruição do passado e a negação total dos valores estéticos presentes; e outros, como o expressionismo e o cubismo, viam na destruição a possibilidade de construção de uma nova ordem superior. No fundo eram, portanto, tendências também organizadoras de uma nova estrutura política e social.


(TELES, Gilberto Mendonça, Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Rio de Janeiro: Vozes, 1972, p. 10)  

A
pintor expressionista.
B
pintor impressionista.
C
poeta futurista.
D
poeta cubista.
E
poeta simbolista.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A valorização da mestiçagem, como uma das marcas características da nossa formação cultural, é indicada por Euclides da Cunha numa formulação famosa, em que comparecem estas expressões:

Considere o texto abaixo.  

   Euclides fora um dos que deram à nossa história um “estilo”: uma forma de pensar e sentir o país (...) Não casualmente ele conferira lugar especial ao fenômeno da mestiçagem (...) Ele teria descoberto nossa “tendência” à fusão, nossa aptidão para a “domesticação da natureza” e para a religiosidade. A figura do sertanejo como “forte de espírito” por excelência era o símbolo de nossa originalidade completa.

(GOMES, Ângela de Castro. História e historiadores. A política cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996. p. 195) 
A
O sertanejo é antes de tudo um forte / Hércules-Quasímodo.
B
Miguilim e Dito / nascidos ali no Mutum
C
Fabiano e Sinha Vitória / matutavam junto ao fogo
D
Riobaldo é Tatarana / agora chefe de jagunços
E
Macunaíma era herói da nossa gente / ai que preguiça!
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O seguinte trecho crítico alude à obra prima de Euclides da Cunha:

Considere o texto abaixo.  

   Euclides fora um dos que deram à nossa história um “estilo”: uma forma de pensar e sentir o país (...) Não casualmente ele conferira lugar especial ao fenômeno da mestiçagem (...) Ele teria descoberto nossa “tendência” à fusão, nossa aptidão para a “domesticação da natureza” e para a religiosidade. A figura do sertanejo como “forte de espírito” por excelência era o símbolo de nossa originalidade completa.

(GOMES, Ângela de Castro. História e historiadores. A política cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996. p. 195) 
A
A vasta erudição histórica costuma desviar o leitor do plano central desse grande romance intimista.
B
A descrição minuciosa da terra, do homem e da luta situa essa obra literária no nível da cultura científica e histórica.
C
Não se poderia imaginar que um testemunho sobre a vida nos internatos resultasse num romance épico.
D
Tomando como modelo a queda da Bastilha, esse romance repercutiu entre nós a destruição de uma etnia.
E
Por vezes, o exibicionismo da oratória faz desse discurso histórico uma peça algo enigmática.
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PUC - Campinas 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A regra de proporção é um princípio da pintura cujo equivalente, na literatura, estaria no cuidado do escritor em manter os aspectos naturais das pessoas e coisas que descreve com fidedignidade. Essa é uma das preocupações de um autor como

A
José Lins do Rego, que se mantém atento aos detalhes das paisagens sulinas e das personagens dos imigrantes.
B
Clarice Lispector, em cuja prosa de feição épica e naturalista há passagens de grandioso realismo.
C
Graciliano Ramos, cuja linguagem retrata com economia e secura paisagens e personagens nordestinas.
D
José de Alencar, que empenha todo o seu realismo ao documentar os usos e costumes dos nativos.
E
Mário de Andrade, cujo intento modernista está em emprestar um colorido ingênuo a cenas bucólicas.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Constituem exemplo do construtivismo e do rigor da poesia de João Cabral os seguintes versos:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      A década de 1950 foi marcada pelo anseio de modernização do país, cujos reflexos se fazem sentir também no plano da cultura. É de se notar o amadurecimento da poesia de João Cabral, poeta que se rebelou contra o que considerava nosso sentimentalismo, nosso “tradicional lirismo lusitano”, bem como o surgimento de novas tendências experimentalistas, observáveis na linguagem renovadora de Ferreira Gullar e na radicalização dos poetas do Concretismo. As linhas geométricas da arquitetura de Brasília e o apego ao construtivismo que marca a criação poética parecem, de fato, tendências próximas e interligadas.

                                                                                             (MOUTINHO, Felipe, inédito) 

A

A falta que me fazes não é tanto à hora de dormir

Quando dizias “Deus te abençoe”, e a noite abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto

A noite acumulada de meus dias (...)

B

Preso à minha classe e a algumas roupas,

vou de branco pela rua cinzenta.

Melancolias, mercadorias espreitam-me.

C

Catar feijão se limita com escrever:

joga-se os grãos na água do alguidar

e as palavras na da folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

D

Quando o enterro passou

Os homens que se achavam no café

Tiraram o chapéu maquinalmente

E

O arranha-céu sobe no ar puro lavado pela chuva

e desce refletido na poça de lama do pátio.

Entre a realidade e a imagem, no chão seco que as separa,

quatro pombas passeiam.

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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Na literatura de Graciliano Ramos, a luta contra as pressões da natureza e da exploração social ocorre de modo exemplar em

I. Sagarana, em que a violência do meio e dos homens traz também consigo um voto de esperança na regeneração do espírito, tal como ocorre com os protagonistas.

II. Caetés, romance em que o autor, retomando a dicção do indianismo romântico, dispõe-se a narrar a saga de uma tribo oprimida.

III. Vidas secas, romance “em quadros”, como já foi classificado, no qual se relata o esforço de sobrevivência de Fabiano e de sua família.

Atende ao enunciado o que está APENAS em

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:

I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.

II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.

III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

                         (Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970) 

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Modernismo, Escolas Literárias

Comparando-se a linguagem, o meio social retratado e os temas frequentados, poucos pontos comuns há entre Clarice Lispector e Guimarães Rosa, entre eles

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:

I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.

II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.

III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

                         (Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970) 

A
a tendência para situar as narrativas no espaço urbano.
B
a análise psicológica que suspende a progressão das ações.
C
a fidelidade às linhas centrais da estética modernista de 22.
D
a criação de um estilo surpreendente e inconfundível.
E
a preocupação em argumentar em favor de teses sociológicas.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

No imediato pós-guerra, precisamente no ano de 1945, um grupo de poetas − a chamada geração de 45 − acabou se caracterizando por abraçar

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      No fim de 1944 estávamos em regime de ditadura no Brasil, como todos sabem. Uma ditadura que já se ia dissolvendo, porque o ditador de então começara a acertar o passo com as chamadas Potências do Eixo; mas quando os Estados Unidos entraram na guerra e pressionaram no mesmo sentido os seus dependentes, ele não só passou para o outro lado, como teve de concordar que o país interviesse efetivamente na luta, como aliás pedia a opinião pública, às vezes em manifestações de massa que foram as primeiras a quebrar a rotina disciplinada de tranquilidade aparente nas grandes cidades.

            (CÂNDIDO, Antonio. Teresina etc. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 107-108) 

A
uma recomposição de valores estéticos clássicos e tradicionais, em reação a teses centrais do Modernismo de 22.
B
manifestos e programas de tendências várias da vanguarda europeia.
C
uma nova onda nacionalista, da qual emergiriam grupos como o dos poetas concretos e o da poesia Praxis.
D
a missão claramente ideológica de promover a conscientização política das camadas populares.
E
certo proselitismo religioso, recuperando a tradição medieval da poesia mística e dos hinos de fé.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O tema da II Guerra esteve presente na obra de alguns poetas brasileiros. Em alguns casos, a tendência política ou mesmo partidária do autor se deixava mostrar, tal como nestes versos de Carlos Drummond de Andrade:

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      No fim de 1944 estávamos em regime de ditadura no Brasil, como todos sabem. Uma ditadura que já se ia dissolvendo, porque o ditador de então começara a acertar o passo com as chamadas Potências do Eixo; mas quando os Estados Unidos entraram na guerra e pressionaram no mesmo sentido os seus dependentes, ele não só passou para o outro lado, como teve de concordar que o país interviesse efetivamente na luta, como aliás pedia a opinião pública, às vezes em manifestações de massa que foram as primeiras a quebrar a rotina disciplinada de tranquilidade aparente nas grandes cidades.

            (CÂNDIDO, Antonio. Teresina etc. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 107-108) 

A

O bonde passa cheio de pernas

pernas brancas pretas amarelas.

B

Tenho apenas duas mãos

e o sentimento do mundo.

C

Que fazer, exausto,

em país bloqueado,

enlace de noite,

raiz e minério?

D

A fuga do real,

ainda mais longe, a fuga do feérico,

mais longe de tudo, a fuga de si mesmo.

E

Ai tempo de ódio e mãos descompassadas.

Como lutar, sem armas, penetrando

com o russo em Berlim?

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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A tendência de se aprofundar o conhecimento do Brasil, numa linha nacionalista e tropical, no período referido no texto, está indiciada já em expressões que identificam obras e grupos literários, tais como

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?

                                              (BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137) 

A
Vamos caçar papagaios e Verde-amarelismo.
B
A frauta de Pã e Tropicália.
C
Os sertões e Pós-modernismo.
D
A cinza das horas e Futurismo.
E
Sentimento do mundo e Neoliberalismo.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A razão pela qual o escritor Mário de Andrade dedicou a Paulo Prado seu romance Macunaíma é sugerida no próprio texto, uma vez que nesse romance o autor pretende

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?

                                              (BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137) 

A
romper com as amarras desse gênero da ficção, apostando numa narração caótica e puramente experimental.
B
historiar a saga da família Prado, identificando-a com a história dos chamados barões do café da Pauliceia.
C
criar um protagonista cuja história espelhe e transfigure a diversidade e a busca de identidade cultural do povo brasileiro.
D
denunciar o nacionalismo das tendências artísticas que retratam o Brasil como se fosse o centro do universo.
E
lamentar o atraso de nosso país, enquanto sugere que nosso futuro está na modernização e na tecnologia.
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PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o movimento a que o texto se refere é correto afirmar que, além de ter sido uma manifestação intelectual e artística,

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às influências internacionais, que permitiu o florescimento das inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.

(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11)

A
foi um movimento político de contestação à ordem social vigente, na medida em que rompeu com o conservadorismo elitista dominante nas artes.
B
expressou a pujança do movimento operário e sua oposição à dominação oligárquica ao utilizar as novas maneiras de encarar as artes.
C
foi um movimento de protesto em relação às formas de expressão primitivista, que até então predominavam nas artes plásticas e na literatura.
D
reafirmou os valores artísticos do Brasil rural e patriarcal, assim como a permanência da estética naturalista e simplista da arte nacional.
E
transformou-se num marco de resistência artística à política tradicional da República Velha e ao modernismo norte-americano dominante.