Questõesde IF Sul - MG

1
Foram encontradas 239 questões
3c4f2fe9-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

O emprego dos tempos e modos verbais desempenha um papel fundamental na construção da coerência textual. Partindo dessa constatação, é CORRETO afirmar que:

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
“...que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana...” É uma forma verbal que se refere a uma forma futura com relação ao passado.
B
“...pensei mais uma vez que esse desconhecimento...” É uma forma verbal que se refere a um fato passado e concluído.
C
Traduzo os poemas por dever de ofício...” É uma forma verbal que se refere a uma ação futura e cotidiana.
D
“...ninguém acreditaria...” É uma forma verbal que se refere a um fato passado e inconcluso.
3c5aedbf-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto abaixo é poético. Leia-o com atenção e resolva as questões.

“A lua,
tal qual a dona de um bordel,
pedia a cada estrela fria
um brilho de aluguel.
E nuvens,
lá no mata-borrão do céu
chupavam manchas torturadas
– que sufoco!”

(João Bosco e Aldir Blanc, “O bêbado e a equilibrista”)

I – No fragmento há predomínio da linguagem denotativa, característica máxima do texto literário.
II – A função referencial, presente no texto, transmite dados da realidade de forma subjetiva.
III – Nos textos literários, o autor explora determinadas construções com a intenção deliberada de reforçar a mensagem.
IV – No fragmento a figura de linguagem evidente é a prosopopeia.

Assinale a alternativa correta após análise completa.

A
Somente a I está correta.
B
Estão corretas a II e a III somente.
C
Estão corretas a III e a IV somente.
D
Somente a IV está correta.
3c5decb3-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a obra “Dois Irmãos” de Milton Hatoum, considere as seguintes afirmativas:

I – O título faz referência a dois irmãos que, supostamente, têm pais diferentes, nascendo daí uma rivalidade que destrói vidas e famílias.
II – O cenário principal da obra é a cidade de Manaus, valorizando o porto, as ruas do centro, as praças e os bairros mais antigos.
III – Rânia casou-se com o primeiro pretendente que apareceu para tentar esquecer o amor que sentia por Omar.
IV – Omar envolveu-se seriamente com duas mulheres: Dália e Pau-Mulato; porém nos dois casos a mãe dele interveio, provocando a separação.
V – Antes de morrer, Yaqub confessou que era o pai de Nael.

Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS:

A
I e II.
B
II e IV.
C
II, III e IV.
D
I, II e III.
3c4bfdae-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe

(...) porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas (...)

Os articuladores destacados podem ser substituídos, sem prejuízo do significado original no texto, por:

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
no entanto, porque.
B
portanto, uma vez que.
C
contudo, por que.
D
entretanto, embora.
3c61085c-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa INCORRETA sobre a obra “Dois Irmãos” de Miltom Hatoum.

A
A primeira cena que se registra no romance é a morte de Zana, mãe dos gêmeos e de Rânia.
B
Omar deixou o presídio um pouco antes de cumprir a pena graças aos níqueis acumulados por Halim.
C
À medida que a história evolui, Zana vai-se mostrando dominadora, moldando o destino do marido e dos filhos.
D
Por meio do professor Antenor Laval, o narrador fala da repressão política em Manaus.
3c57a1b0-b5
IF Sul - MG 2017 - Literatura - Barroco, Naturalismo, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Assinale a alternativa INCORRETA a respeito dos movimentos literários brasileiros abaixo.

A
Realismo e Naturalismo são contemporâneos e não sucessivos como aconteceu na Europa e ambos retratam a realidade objetivamente.
B
Romantismo é voltado para os temas nacionalistas, para a idealização do herói, no caso, o índio.
C
Barroco e Arcadismo figuram na Era Colonial e caracterizam-se por ser essencialmente poéticos e bastante presos, ainda, ao modelo europeu.
D
Modernismo, conhecido a partir da “Semana de Arte Moderna”, caracterizou-se por ser apenas um período de transposição das vanguardas europeias para o Brasil.
3c52b4c2-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Interpretação de Textos, Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Uso dos conectivos, Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

Analise as passagens extraídas do texto e as afirmações feitas sobre cada uma delas e, em seguida, assinale a alternativa que contém a afirmação INCORRETA.

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria...” Afirmação: o termo destacado introduz uma circunstância de concessão e pode ser substituído por embora.
B
“... nem o idioma que falei naquele tempo, ...” Afirmação: a oração destacada funciona como um adjetivo que se refere ao substantivo idioma.
C
“Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!” Afirmação: o verbo está na terceira pessoa do singular concordando com o sujeito Brasil.
D
“Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil.” Afirmação: a oração destacada exerce a função sintática de objeto direto do verbo da oração principal.
3c461657-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.” Assinale a alternativa que confirma essa afirmação da autora.

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
“Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?”
B
“(...) eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás.”
C
“Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.”
D
“(...) muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato.”
3c4938a3-b5
IF Sul - MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Assinale a alternativa em que o significado da palavra em destaque está INCORRETAMENTE interpretado.

Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
A
“...vontade de inserir ali um grãozinho de realidade.” (introduzir)
B
“...dono de um antiquário famoso...” (loja de antiguidades)
C
“...alguém exclamou incrédulo.” (confiante)
D
“A culminância foi a observação de uma crítica berlinense (...)” (auge)
57fcd969-b5
IF Sul - MG 2016 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

No contexto do Segundo Império Brasileiro, foi sancionada a Lei Eusébio de Queirós de 04 de setembro de 1850 abolindo o tráfico negreiro no Brasil. Como uma das consequências dessa lei, destaca-se a entrada de imigrantes europeus no Brasil. Sobre esse período é CORRETO afirmar que:

A
Foi criada a Lei de Terras de 1850, que facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que chegavam ao Brasil.
B

O objetivo do governo imperial, com essa lei, era regularizar a situação das dezenas de ex-escravos que viviam no Brasil.

C
O fim do tráfico aumentou o custo da mão de obra escrava e o emprego da mão de obra imigrante europeia se transformou na alternativa mais barata e viável.
D
A imigração fez parte de uma política organizada pelos abolicionistas para substituir aos poucos a mão de obra escrava e evitar a escravização em novas áreas de povoamento no sul do país.
5800ac86-b5
IF Sul - MG 2016 - História - História Geral, Imperialismo e Colonialismo do século XIX

Entre o final do século XIX e o início do século XX, as transformações que se operavam no capitalismo eram tendentes à monopolização. Fusões e acordos geraram a integração de empresas por um lado, e do outro, uma impossibilidade de reinvestimento de capitais na própria produção. É nesse contexto que tem início a expansão imperialista europeia. Sobre o Imperialismo iniciado no século XIX, assinale a alternativa CORRETA:

A
Iniciou-se como uma consequência direta da unificação alemã e da ampliação de suas rivalidades com a França que, por sua vez, estava interessada nas várias colônias que a Alemanha possuía no continente africano.
B
Estava ligado à expansão econômica e política das potências industriais, em escala mundial, durante o século XIX e encerrou a fase monopolista do sistema mundial capitalista.
C
Foi benéfico para os países colonizados, pois realizou uma transferência de tecnologia, por intermédio de uma política não intervencionista, exemplo disso são as estradas de ferro que colocavam as áreas colonizadas em contato com o mundo exterior.
D
Foi motivado pela busca de novas fontes de matérias-primas e de novos mercados consumidores, fundamentais para a expansão capitalista dos países europeus.
5803a542-b5
IF Sul - MG 2016 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

“Um projeto de República perdeu-se em 1964. Nacionalista, baseado no protagonismo do Estado em aliança com as classes populares das cidades e dos campos, o programa das chamadas ‘reformas de base’ experimentou estranha derrota, saindo de cena sem travar nenhum combate”
REIS, Daniel Aarão. A Ditadura faz cinquenta anos: história e cultura política nacional-estadista. In: REIS (org.). A Ditadura que mudou o Brasil. RJ: Zahar. 2014, p.11.

Sobre a Ditadura Militar iniciada com o Golpe político-militar de 1964, é CORRETO afirmar que:

A
Acarretou uma série de transformações na economia brasileira, um indicador dessas transformações foi a abertura do país às empresas multinacionais a partir do fim das restrições à remessa de lucros para o exterior.
B
O Ato Institucional nº 5, decretado durante o governo do general Medici, restringiu a liberdade individual do cidadão, cassou os mandatos políticos e suspendeu o direito ao habeas corpus.
C
Os governos dos presidentes Geisel e Figueiredo foram marcados pela chamada "distensão política, gradual e segura", estimulada pela pressão dos grandes proprietários interessados em impedir a reforma agrária.
D
O golpe de 1964 foi efetivado devido ao descontentamento dos militares, que representavam as forças conservadores e os interesses norte-americanos, com a decisão da maioria absoluta do Congresso votar as reformas de base.
5807a95d-b5
IF Sul - MG 2016 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A política colonizadora portuguesa no Brasil, voltada para a obtenção de lucros do monopólio na esfera mercantil, foi ao longo do período colonial (séculos XVI a XIX) sustentada pelas duas principais atividades econômicas do período: a açucareira e a mineração. Sobre essas atividades econômicas, é CORRETO afirmar que:

A
Na atividade açucareira, o trabalho escravo era predominante e não havia qualquer divisão técnica do trabalho, na mineradora os escravos realizavam tarefas simples e os homens livres realizavam atividades que exigiam maior conhecimento técnico.
B
Na atividade açucareira, prevalecia o latifúndio e a ruralização, a mineração favorecia a urbanização e a ligação entre várias regiões do Brasil por meio da existência de um mercado interno.
C
ão havia nenhum tipo de divisão técnica do trabalho em nenhuma das duas atividades, a técnica era rudimentar em ambas: na açucareira por causa da escravidão e na mineração por atender ao mercado interno.
D
Ambas garantiram grande acumulação de capital para a colônia, em virtude dos ganhos obtidos no tráfico, que envolvia desde a aquisição de pessoas na África até sua venda para o trabalho escravo na América.
57f95b23-b5
IF Sul - MG 2016 - História - Medievalidade Europeia, História Geral

A chamada transição do feudalismo para o capitalismo começou no período da Baixa Idade Média, especificamente a partir do século XIV, quando o sistema feudal entrou em crise. Sobre esse período, assinale a alternativa que apresenta todas as características CORRETAS:

A
grandes extensões de terras sob o controle do Senhor Feudal, mão de obra escrava, prática regular do comércio.
B
deslocamento de parte da mão de obra do campo para a cidade, surgimento da classe burguesa e crescente progresso das técnicas de produção.
C
queda da produção agrícola, total ausência de comércio, monarquia enfraquecida e poder exercido pelos Senhores Feudais.
D
produção de subsistência, trabalho servil, relações de susserania e vassalagem entre nobres e servos.
57e10f1f-b5
IF Sul - MG 2016 - Física - Dinâmica, Trabalho e Energia

Devido à estiagem, uma pequena central hidroelétrica (PCH) teve a altura de queda bruta (diferença entre o nível do reservatório e o nível da saída de água da hidroelétrica) reduzida em 40%. Levando em consideração que a potência de uma usina depende principalmente da altura de queda bruta e da vazão e desconsiderando outros fatores, podemos estimar a potência pela relação:
Potência = η . Aceleração da gravidade . Altura de queda bruta . vazão . densidade

Onde: η é o rendimento do conjunto turbina gerador.
Antes da estiagem, a hidroelétrica tinha uma vazão constante de 400 m³/s e uma altura de queda bruta de 25 metros. Mantendo a mesma vazão, devido à água armazenada no reservatório, e assumindo η = 0,7 , a aceleração da gravidade g=10 m/s², a densidade da água como 1 g/cm³ e 1 watt como sendo 1 J/s, a nova potência da usina será:

A
70.000 kW.
B
28.000 W.
C
70.000 mW.
D
42.000 kW.
57e505f4-b5
IF Sul - MG 2016 - Geografia - Fuso Horário, Cartografia

A seleção de futebol masculina entrou em campo na tarde de sábado, dia 20 de agosto de 2016, às 17h30, em Brasil x Alemanha, com a missão de conseguir medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016. O jogo foi transmitido em tempo real para a capital da Alemanha, Berlim.
Que horas o jogo foi transmitido em Berlim (Alemanha), sabendo-se que o fuso horário de Berlim está uma hora adiantada ao Meridiano de Greenwich (Fuso Horário +1 GMT). Considere que na ocasião Berlim seguia o horário de verão.

A
21h30
B
17h30
C
22h30
D
8h30
57ecd19e-b5
IF Sul - MG 2016 - Geografia - Sistemas agrícolas, Agropecuária

“O modelo de desenvolvimento agrícola adotado atualmente em boa parte dos países do mundo tem levado à ocupação de áreas territoriais cada vez maiores com lavouras monocultoras e pastagens para a criação de gado”.

“A Intensa utilização de produtos químicos como fertilizantes, adubos, defensivos agrícolas (inseticidas e herbicidas) tem degradado os ambientes de cultivo em várias partes do mundo”.

(Fonte: BOLIGIAN, Levon. Geografia: espaço e vivência: volume único: ensino médio. São Paulo: Atual, 2004, p. 191).

Um dos fatores da degradação é a monocultura, que:

A
O uso de produtos químicos favorece o desenvolvimento de espécies mais resistentes de seres vivos, como insetos, bactérias e fungos que atacam as plantações de monocultura.
B
Mantém diversas culturas em uma pequena área, aumentando ainda mais o uso de agrotóxicos.
C
Obriga o agricultor a fazer alternância de culturas, sendo assim, é necessário inserir maior adubação nos solos.
D
São atividades tradicionais de subsistência que devido à falta de orientação e análise química dos solos acabam inserindo mais fertilizantes que o necessário.
57f0bf7e-b5
IF Sul - MG 2016 - Geografia - Geografia Econômica

David Harvey em entrevista ao Boletim Campineiro de Geografia (2012) afirma que:
“[...] poderíamos desligar o capitalismo desligando as cidades. Porque se as cidades não funcionam, o capitalismo não funciona. Aprendemos isso fortemente no peso que teve o 11 de setembro.
Nova Iorque fechou, não era possível ir para o centro, atravessar as pontes, não era possível mover-se. Três dias depois, certamente as pessoas perceberam fortemente que, se isso continuasse, o capitalismo estaria acabado. Então o prefeito anunciou: “pegue seu cartão de crédito, vá fazer compras, vá para a Broadway, comece a fazer coisas, temos de manter a cidade em movimento, ou começaremos a fechálas”! (ENTREVISTA COM DAVID HARVEY, BCG, p. 192, 2012).

Quando o autor afirma que poderíamos desligar o capitalismo desligando as cidades, estava se referindo:

A
A política nazista, na qual ocorre maior intervenção do Estado na economia, intervindo na vida da população, incentivando maior obtenção do lucro por meio de políticas públicas.
B
A um sistema econômico e social baseado na acumulação de capital cujos meios de produção são de propriedade privada e no qual o mercado controla a economia do país
C
A um sistema que traz a ideia de transformação social, no qual todos têm que fazer cumprir seu direito ao trabalho e salários diferenciados, inibindo os atentados terroristas.
D
A política neoliberal, que requer distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres.
57f45469-b5
IF Sul - MG 2016 - Geografia - Urbanização, Urbanização brasileira

Observe o texto e a imagem e responda:
Gentrificação x Revitalização Urbana
“Um processo de gentrificação possui bastante semelhança com um projeto de revitalização urbana, com a diferença que a revitalização pode ocorrer em qualquer lugar da cidade e normalmente está ligada a uma demanda social bastante específica, como reformar uma pracinha de bairro abandonada, promovendo nova iluminação, jardinagem, bancos… E quem se beneficia da obra são os moradores do entorno e, por tabela, a cidade toda.
A gentrificação, por sua vez, se apoia nesse mesmo discurso de “obras que beneficiam a todos”, mas não motivada pelo interesse público, e sim pelo interesse privado, relacionado com especulação imobiliária. Logo, tende a ocorrer em bairros centrais, históricos, ou com potencial turístico".
Fonte: Courrb. Instituto de Urbanismo Colaborativo. Disponível em: http://www.courb.org/pt/o-que-e-gentrificacao-e-por-quevoce-deveria-se-preocupar-com-isso/ Acesso em: 29/08/2016
Fonte: Disponível em https://anidabar.wordpress.com/2013/05/25/arquitetura-da-gentrificacao/ Acesso em 02 ago. 2016

Sobre o processo de Gentrificação, assinale a alternativa correta:

A
É um tipo de crescimento urbano, desconcentrado, não denso e que deixa vazios urbanos dentro da mancha urbana.
B
Nas áreas onde este processo ocorre nota-se uma desvalorização da área urbana central, devido ao aumento do congestionamento e aumento relativo na poluição do ar.
C
Ele beneficia a classe social menos abastada, concentrando a população de baixa renda nos centros urbanos, ocupando os prédios históricos abandonados.
D
É um processo de revalorização de áreas urbanas centrais, que tende a expulsar a população mais pobre para dar lugar a população mais rica.
57e87497-b5
IF Sul - MG 2016 - Geografia - Escalas, Cartografia

Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no papel e sua medida real. Um mapa de escala 1:2500.000 apresenta uma distância de 15 cm entre os pontos A e B. Dessa forma, a correta distância entre esses dois pontos, na realidade, é:

A
30.000 km
B
37,5 km
C
300 km
D
375 km