Questão 5807a95d-b5
Prova:IF Sul - MG 2016
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A política colonizadora portuguesa no Brasil, voltada para a obtenção de lucros do monopólio na esfera mercantil, foi ao longo do período colonial (séculos XVI a XIX) sustentada pelas duas principais atividades econômicas do período: a açucareira e a mineração. Sobre essas atividades econômicas, é CORRETO afirmar que:

A
Na atividade açucareira, o trabalho escravo era predominante e não havia qualquer divisão técnica do trabalho, na mineradora os escravos realizavam tarefas simples e os homens livres realizavam atividades que exigiam maior conhecimento técnico.
B
Na atividade açucareira, prevalecia o latifúndio e a ruralização, a mineração favorecia a urbanização e a ligação entre várias regiões do Brasil por meio da existência de um mercado interno.
C
ão havia nenhum tipo de divisão técnica do trabalho em nenhuma das duas atividades, a técnica era rudimentar em ambas: na açucareira por causa da escravidão e na mineração por atender ao mercado interno.
D
Ambas garantiram grande acumulação de capital para a colônia, em virtude dos ganhos obtidos no tráfico, que envolvia desde a aquisição de pessoas na África até sua venda para o trabalho escravo na América.

Gabarito comentado

B
Bruno Oliveira Monitor do Qconcursos

Tema central da questão: As características econômicas, sociais e espaciais das atividades açucareira e mineradora no Brasil colonial.

O enunciado propõe comparar os efeitos da economia do açúcar (séculos XVI-XVII) e da mineração (século XVIII), partindo de seus modos de produção, áreas de influência, dinâmica social e impacto territorial.

Justificativa da alternativa correta (B):
A produção açucareira foi marcada pelo latifúndio (propriedades rurais extensas) e pela ruralização da vida social. A vida organizava-se em torno dos engenhos e era pautada pelo trabalho escravo, voltada para exportação. Já a mineração deslocou o eixo econômico para o interior, impulsionando a formação de povoados e cidades (processo de urbanização), além de estimular relações comerciais entre diversas regiões (mercado interno), pois as áreas mineradoras demandavam alimentos e bens, conectando litoral e interior.

Esses traços estão amplamente fundamentados nas análises de Caio Prado Júnior e Celso Furtado, autores clássicos em História do Brasil.

Análise das alternativas incorretas:

A) Incorreta. Nos engenhos, havia divisão técnica do trabalho (como mestres de açúcar, caldeireiros, administradores). Na mineração, tanto escravos quanto homens livres podiam realizar tarefas qualificadas; a distinção não era técnica, e sim social.

C) Incorreta. Afirma erroneamente que não havia divisão técnica nas atividades. Ambas tinham orga­nização produtiva com funções especializadas, do corte de cana à refinação do ouro, contrariando fundamentos históricos.

D) Incorreta. Diz que as atividades propiciaram “grande acumulação de capital para a colônia”. Na prática, a maior parte da riqueza foi enviada à metrópole portuguesa via monopólios, dízimos e impostos, e não ficou na colônia.

Estratégia de interpretação: Atenção a termos absolutos como “nenhuma divisão técnica” (C) e generalizações quanto ao destino de riquezas (D), que frequentemente levam a erro. Palavras-chave como latifúndio, ruralização, urbanização e mercado interno são centrais nesta questão.

Resumo para concursos: Açúcar: latifúndio, ruralização, escravidão. Mineração: urbanização, mercado interno, dinâmica regional.

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