Questõesde UNESP 2014 sobre História

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Foram encontradas 24 questões
99a94800-35
UNESP 2014 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

A charge caracteriza o Ato Institucional n.º 5, de dezembro de 1968, como

A
uma forma de estimular o aumento dos protestos da classe média contra o regime militar.
B
uma medida dura, mas necessária para o restabelecimento da ordem e da tranquilidade no país.
C
um instrumento de coersão, que limitava os direitos e a capacidade de defesa dos cidadãos.
D
uma tentativa de frear o avanço dos militares, que haviam assumido o controle do governo federal.
E
um esforço de democratização e reformas sociais, num momento de crise e instabilidade econômica.
99a32e20-35
UNESP 2014 - História - História Geral, Período Entre-Guerras: Totalitarismos

A viagem levou uns vinte minutos. O caminhão parou; via-se um grande portão e, em cima do portão, uma frase bem iluminada (cuja lembrança ainda hoje me atormenta nos sonhos): ARBEIT MACHT FREI – o trabalho liberta.

Descemos, fazem-nos entrar numa sala ampla, nua e fracamente aquecida. Que sede! O leve zumbido da água nos canos da calefação nos enlouquece: faz quatro dias que não bebemos nada. Há uma torneira e, acima, um cartaz: proibido beber, água poluída. Besteira: é óbvio que o aviso é um deboche. “Eles” sabem que estamos morrendo de sede [...]. Bebo, e convido os companheiros a beber também, mas logo cuspo fora a água: está morna, adocicada, com cheiro de pântano.

Isto é o inferno. Hoje, em nossos dias, o inferno deve ser assim: uma sala grande e vazia, e nós, cansados, de pé, diante de uma torneira gotejante, mas que não tem água potável, esperando algo certamente terrível acontecer, e nada acontece, e continua não acontecendo nada.

(Primo Levi. É isto um homem?, 1988.)
A descrição, por Primo Levi, de sua chegada a Auschwitz em 1944 revela

A
o reconhecimento da própria culpa, por um prisioneiro recolhido a um campo de concentração nazista.
B
o alívio com o fim da viagem em direção à prisão e a aceitação das condições de vida existentes no campo de
concentração.
C
a expectativa de que, apesar dos problemas na chegada, houvesse tratamento digno aos prisioneiros dos campos de concentração.
D
a falta de entendimento do funcionamento do campo de concentração e a disposição de colaborar com as autoridades nazistas.
E
a sensação de horror, angústia e submissão que caracterizavam a condição dos prisioneiros nos campos de concentração nazistas.
999cf085-35
UNESP 2014 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Durante o período da presidência de Rodrigues Alves (1902- 1906), o Rio de Janeiro passou por um amplo processo de reurbanização. Um dos objetivos desse processo foi

A
a democratização no uso do espaço urbano, com a criação de áreas de lazer e de divertimento popular.
B
o estímulo ao turismo e à organização de grandes eventos na cidade, aumentando a captação de recursos financeiros.
C
a ocupação sistemática dos morros, ampliando a disponibilidade de áreas de residência e prestação de serviços.
D
a melhoria da higiene e do saneamento urbanos, com a vacinação obrigatória e a erradicação de epidemias.
E
o combate à violência e ao crime organizado, que proliferavam nos morros e nas áreas centrais da cidade.
999601f3-35
UNESP 2014 - História - História Geral

O Congresso de Viena, entre 1814 e 1815, reuniu representantes de diversos Estados europeus e resultou

A
na afirmação do caráter laico dos regimes políticos e da importância da separação entre Estado e Igreja.
B
na criação da Santa Aliança e no esforço de reafirmar valores do Antigo Regime.
C
na validação da nova divisão política da Europa, definida pelas conquistas napoleônicas.
D
na derrubada dos regimes republicanos e na restauração monárquica na França e na Inglaterra.
E
na defesa dos princípios do livre comércio e da emancipação das colônias na América.
9990875a-35
UNESP 2014 - História - Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Ao lado do latifúndio, a presença da escravidão freou a constituição de uma sociedade de classes, não tanto porque o escravo esteja fora das relações de mercado, mas principalmente porque excluiu delas os homens livres e pobres e deixou incompleto o processo de sua expropriação.

(Maria Sylvia de Carvalho Franco. Homens livres na ordem escravocrata, 1983.)


Segundo o texto, que analisa a sociedade cafeeira no Vale do Paraíba no século XIX,

A
a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre assalariado freou a constituição de uma sociedade de classes durante o período cafeeiro.
B
o imigrante e as classes médias mantiveram-se fora das relações de mercado existentes na sociedade cafeeira.
C
o caráter escravista impediu a participação direta dos homens livres e pobres na economia de exportação da
sociedade cafeeira.
D
a inexistência de homens livres e pobres na sociedade cafeeira determinou a predominância do trabalho escravo nos latifúndios.
E
a ausência de classes na sociedade cafeeira deveu-se prioritariamente ao fato de que o escravo estava fora das relações de mercado.
998b0542-35
UNESP 2014 - História - Independências das regiões hispano-americanas: México, América Central e América do Sul, História da América Latina

Sobre as lutas pela independência na América Hispânica, é correto afirmar que

A
contaram com participação política e militar direta dos Estados Unidos e da Alemanha, interessados em ampliar sua presença comercial na região.
B
tiveram claro caráter popular, expresso na realização, após a emancipação, de reformas sociais profundas.
C
impediram a modernização das economias coloniais e reduziram a participação dos países da região no comércio internacional.
D
asseguraram a manutenção da unidade territorial e impediram a fragmentação política da região.
E
foram controladas, na maior parte dos casos, pelas elites criollas, embora tenham contado com participação popular.
99847e99-35
UNESP 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A efervescência que conheceram nas Minas [Gerais, do século XVIII] as artes e as letras também teve feição peculiar.Pela primeira vez na Colônia buscava-se solução própria para a expressão artística.

(Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais, 1983.)
São exemplos do que o texto afirma:

A
a pintura e a escultura renascentistas.
B
a poesia e a pintura românticas.
C
a arquitetura barroca e a poesia árcade.
D
a literatura de viagem e a arquitetura gótica.
E
a música romântica e o teatro barroco.
997e6e6d-35
UNESP 2014 - História - Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

Em 1534, a Coroa portuguesa estabeleceu o regime de capitanias hereditárias no Brasil Colônia. Entre as funções dos donatários, podemos citar

A
a nomeação de funcionários e a representação diplomática.
B
a erradicação de epidemias e o estímulo ao crescimento demográfico.
C
a interação com os povos nativos e a repressão ao trabalho escravo.
D
a organização de entradas e bandeiras e o extermínio dos indígenas.
E
a fundação de vilas e cidades e a cobrança de impostos.
99783e52-35
UNESP 2014 - História - História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos

Inserido em um empreendimento mercantil, financiado com o objetivo de exploração econômica para o fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão Colombo] encontra uma realidade na América que não permite a identificação das imaginadas riquezas orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado, em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto colonizador.


                                                             (Wilton Carlos Lima da Silva. As terras inventadas, 2003. Adaptado.)



Segundo o texto, o relato de Colombo

A
revela a convicção do navegador de que as novas terras oferecem riquezas imediatas e poder planetário aos reis da Espanha.
B
expõe o esforço do navegador de conciliar o reconhecimento da especificidade americana com as expectativas europeias ante a viagem.
C
confirma o caráter casual da descoberta da América e o desconsolo do navegador diante das pressões comerciais da metrópole.
D
demonstra a superioridade religiosa e tecnológica dos navegadores europeus em relação aos nativos americanos.
E
mostra a decepção do navegador com o que encontrou na América, pois não havia riquezas que justificassem a longa viagem.
99718899-35
UNESP 2014 - História - Medievalidade Europeia, História Geral

O cavaleiro é um dos principais personagens nas narrativas difundidas durante a Idade Média. Esse cavaleiro é principalmente um

A
camponês, que usa sua montaria no trabalho cotidiano e participa de combates e guerras.
B
nobre, que conta com equipamentos adequados à montaria e participa de treinamentos militares, torneios e jogos.
C
camponês, que consegue obter ascensão social por meio da demonstração de coragem e valentia nas guerras.
D
nobre, que ocupa todo seu tempo com a preparação militar para as Cruzadas contra os mouros.
E
nobre, que conquista novas terras por meio de sua ação em torneios e jogos contra outros nobres.
996bfe9d-35
UNESP 2014 - História - História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

Leia o texto para responder à  questão.


     Roma provou ser capaz de ampliar o seu próprio sistema político para incluir as cidades italianas durante sua expansão penisular. Desde o começo ela havia – diferentemente de Atenas – exigido de seus aliados tropas para seus exércitos, e não dinheiro para seu tesouro; desta maneira, diminuindo a carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em tempo de guerra. Neste ponto, seguia o exemplo de Esparta, embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse sempre muito maior.

                                            (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 1987. Adaptado.)


A comparação que o texto estabelece entre Roma e Esparta é pertinente, uma vez que foi comum às duas cidades

A
valorizar a formação e a disciplina da soldadesca e constituir amplo aparato militar.
B
instalar e manter importantes áreas coloniais no Norte da África e no Oriente Próximo.
C
estabelecer amplo domínio militar e comercial sobre o Mar Mediterrâneo e o Leste europeu.
D
erradicar a influência política e militar de Atenas e combater os exércitos cartagineses e persas.
E
viver sob regimes democráticos, após terem atravessado períodos de oligarquia e de tirania.
9963f248-35
UNESP 2014 - História - História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

Leia o texto para responder à  questão.

     Roma provou ser capaz de ampliar o seu próprio sistema político para incluir as cidades italianas durante sua expansão penisular. Desde o começo ela havia – diferentemente de Atenas – exigido de seus aliados tropas para seus exércitos, e não dinheiro para seu tesouro; desta maneira, diminuindo a carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em tempo de guerra. Neste ponto, seguia o exemplo de Esparta, embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse sempre muito maior.

                                       ( Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 1987. Adaptado.)


O texto caracteriza uma das principais estratégias romanas de domínio sobre outros povos e outras cidades:

A
o estabelecimento de protetorados e de aquartelamentos militares.
B
a escravização e a exploração dos recursos naturais.
C
a libertação de todos os escravos e a democratização política.
D
o recrutamento e a composição de alianças bélicas.
E
a tributação abusiva e o confisco de propriedades rurais.
c736c045-d6
UNESP 2014 - História - História Geral

            Em minha proclamação como Rei, já há quase quatro décadas, assumi o firme compromisso de servir aos interesses gerais da Espanha, com o afã de que os cidadãos chegassem a ser os protagonistas do seu próprio destino, e nossa Nação, uma democracia moderna, plenamente integrada na Europa.
            Propus-me então a encabeçar a apaixonante tarefa nacional que permitiu aos cidadãos elegerem seus legítimos representantes e levarem a cabo essa grande e positiva transformação da Espanha, da qual tanto necessitávamos.
      Hoje, quando olho para trás, não posso sentir senão orgulho e gratidão por vocês.

                                                (Discurso de abdicação do Rei Juan Carlos, da Espanha, em 02.06.2014. http://brasil.elpais.com)

A ascensão de Juan Carlos ao trono da Espanha, mencionada no texto, deu-se com

A
o fim da Guerra Civil Espanhola, vencida pelos fascistas, que extinguiram a república e reinstauraram a monarquia no país.
B
a revolução social encabeçada pelos republicanos, que contaram com amplo apoio de tropas internacionais de voluntários.
C
a derrota dos movimentos separatistas basco e catalão, que, durante a ditadura franquista, haviam provocado a fragmentação política e territorial da Espanha.
D
a incorporação da Espanha à União Europeia, após o golpe monárquico que derrubou o regime fascista que controlou o país por quase quatro décadas.
E
o início de um processo amplo de redemocratização do país, após ter atravessado quase quatro décadas sob a ditadura franquista.
c634a992-d6
UNESP 2014 - História - História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

Examine a charge do cartunista Théo, publicada na revista Careta em 27.12.1952.

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Getúlio: – Ser pai dos pobres dá mais trabalho do que ser Papai Noel! Você só se amofina no Natal: a mim eles chateiam o ano inteiro!

                                                                                    (Isabel Lustosa. Histórias de presidentes, 2008.)

O apelido de “pai dos pobres”, dado a Getúlio Vargas, pode ser associado

A
ao autoritarismo do presidente diante dos movimentos sociais, manifesto na repressão às associações de operários e camponeses.
B
aos esforços de negociação com a oposição, com a decorrente distribuição de cargos administrativos e funções políticas.
C
ao caráter popular do regime, originário de uma revolução social e empenhado no combate à burguesia industrial brasileira
D
à política de concessões desenvolvida junto a sindicatos, como contrapartida do apoio político dos trabalhadores.
E
à supressão de legislação trabalhista no país, que obrigava o governo a agir de forma assistencialista.
c4338cf3-d6
UNESP 2014 - História - História Geral, Período Entre-Guerras: Revolução Russa de 1917

            A influência e o domínio do povo pelo “partido”, isto é, por alguns recém-chegados (os ideólogos comunistas procedem dos centros urbanos), já destruiu a influência e a energia construtiva desta promissora instituição que eram os sovietes. No momento atual, são os comitês do partido e não os sovietes que governam a Rússia. E sua organização padece de todos os defeitos da organização burocrática.

                                                                                            (Piotr Kropotkin. “Carta a Lênin (04.03.1920)”. Textos escolhidos, 1987.)

As críticas do anarquista Kropotkin a Lênin, presentes nessa carta de 1920, indicam a sua

A
crença de que o partido bolchevique consiga reconhecer o poder supremo dos sovietes e extinguir a injustiça social, a hegemonia burguesa e o autoritarismo.
B
insatisfação em relação à diminuição da influência das associações de soldados e trabalhadores e ao aumento da influência política das lideranças bolcheviques.
C
disposição de anular a influência dos sovietes, para que o Estado russo seja eliminado e se instale uma nova organização política, baseada na supressão de toda forma de poder.
D
avaliação de que o partido social-democrata se tornou, após a Revolução de Outubro de 1917, o único grupo político capaz de conter as manifestações sociais e reestruturar o Estado russo.
E
discordância diante do esforço organizativo do país, empreendido pelos bolcheviques, e sua aposta no retorno da monarquia parlamentar derrubada pela Revolução de Outubro de 1917.
c5352420-d6
UNESP 2014 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

            Em 1924, uma caravana formada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, entre outros, percorreu as cidades históricas mineiras e acabou entrando para os anais do Modernismo.
            O movimento deflagrado em 1922 estava se reconfigurando.

                                                                                                (Ivan Marques. “Trem da modernidade”. Revista de História
                                                                                                      da Biblioteca Nacional
, fevereiro de 2012. Adaptado.)

Entre as características da “reconfiguração” do Modernismo, citada no texto, podemos incluir

A
a politização do movimento, o resgate de princípios estéticos do parnasianismo e o indigenismo.
B
a retomada da tradição simbolista, a defesa da internacionalização da arte brasileira e a valorização das tradições orais.
C
a incorporação da estética surrealista, o apoio ao movimento tenentista e a defesa do verso livre.
D
a defesa do socialismo, a crítica ao barroco brasileiro e a revalorização do mundo rural.
E
a maior nacionalização do movimento, o declínio da influência futurista e o aumento da preocupação primitivista.
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UNESP 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Leia o texto para responder à questão.

            O Brasil colonial foi organizado como uma empresa comercial resultante de uma aliança entre a burguesia mercantil, a Coroa e a nobreza. Essa aliança refletiu-se numa política de terras que incorporou concepções rurais tanto feudais como mercantis.

                                                                                                      (Emília Viotti da Costa. Da Monarquia à República, 1987.)

A constatação de que “Essa aliança refletiu-se numa política de terras que incorporou concepções rurais tanto feudais como mercantis” justifica-se, pois a política de terras desenvolvida por Portugal durante a colonização brasileira

A
permitiu tanto o surgimento de uma ampla camada de pequenos proprietários, cuja produção se voltava para o mercado interno, quanto a implementação de sólidas parcerias comerciais com o restante da América.
B
determinou tanto uma rigorosa hierarquia nobiliárquica nas terras coloniais, quanto o confisco total e imediato das terras comunais cultivadas por grupos indígenas ao longo do litoral brasileiro.
C
envolveu tanto a cessão vitalícia do usufruto de terras que continuavam a ser propriedades da Coroa, quanto a orientação principal do uso da terra para a monocultura exportadora.
D
garantiu tanto a prevalência da agricultura de subsistência, quanto a difusão, na região amazônica e nas áreas centrais da colônia, das práticas da pecuária e da agricultura de exportação.
E
assegurou tanto o predomínio do minifúndio no Nordeste brasileiro, quanto uma regular distribuição de terras entre camponeses no Centro-Sul, com o objetivo de estimular a agricultura de exportação.
c230509f-d6
UNESP 2014 - História - Independências das regiões hispano-americanas: México, América Central e América do Sul, História da América Latina

Era o fim. O general Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios ia embora para sempre. Tinha arrebatado ao domínio espanhol um império cinco vezes mais vasto que as Europas, tinha comandado vinte anos de guerras para mantê-lo livre e unido, e o tinha governado com pulso firme até a semana anterior, mas na hora da partida não levava sequer o consolo de acreditarem nele. O único que teve bastante lucidez para saber que na realidade ia embora, e para onde ia, foi o diplomata inglês, que escreveu num relatório oficial a seu governo: “O tempo que lhe resta mal dá para chegar ao túmulo.”

                                                                                          (Gabriel García Márquez. O general em seu labirinto, 1989.)

O perfil de Simón Bolívar, apresentado no texto, acentua alguns de seus principais feitos, mas deve ser relativizado, uma vez que Bolívar

A
foi um importante líder político, mas jamais desempenhou atividades militares no processo de independência da América Hispânica.
B
obteve sucesso na luta contra a presença britânica e norte-americana na América Hispânica, mas jamais conseguiu derrotar os colonizadores espanhóis.
C
defendeu a total unidade das Américas, mas jamais obteve sucesso como comandante militar nas lutas de independência das antigas colônias espanholas.
D
teve papel político e militar decisivo na luta de independência da América Hispânica, mas jamais governou a totalidade das antigas colônias espanholas.
E
atuou no processo de emancipação da América Hispânica, mas jamais exerceu qualquer cargo político nos novos Estados nacionais.
c3329263-d6
UNESP 2014 - História - Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil

A escravatura, que realmente tantos males acarreta para a civilização e para a moral, criou no espírito dos brasileiros este caráter de independência e soberania, que o observador descobre no homem livre, seja qual for o seu estado, profissão ou fortuna. Quando ele percebe desprezo, ou ultraje da parte de um rico ou poderoso, de- senvolve-se imediatamente o sentimento de igualdade; e se ele não profere, concebe ao menos, no momento, este grande argumento: não sou escravo. Eis aqui no nosso modo de pensar, a primeira causa da tranquilidade de que goza o Brasil: o sentimento de igualdade profundamente arraigado no coração dos brasileiros.

                                                                  (Padre Diogo Antônio Feijó apud Miriam Dolhnikoff. O pacto imperial, 2005.)

O texto, publicado em 1834 pelo Padre Diogo Antônio Feijó,

A
parece rejeitar a escravidão, mas identifica efeitos positivos que ela teria provocado entre os brasileiros.
B
caracteriza a escravidão como uma vergonha para todos os brasileiros e defende a completa igualdade entre brancos e negros.
C
defende a escravidão, pois a considera essencial para a manutenção da estrutura fundiária.
D
revela as ambiguidades do pensamento conservador brasileiro, pois critica a escravidão, mas enfatiza a importância comercial do tráfico escravagista.
E
repudia a escravidão e argumenta que sua manutenção demonstra o desrespeito brasileiro aos princípios da igualdade e da fraternidade.
c02ebcc8-d6
UNESP 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Leia o texto para responder à questão.

            O Brasil colonial foi organizado como uma empresa comercial resultante de uma aliança entre a burguesia mercantil, a Coroa e a nobreza. Essa aliança refletiu-se numa política de terras que incorporou concepções rurais tanto feudais como mercantis.

                                                                                                      (Emília Viotti da Costa. Da Monarquia à República, 1987.)

A afirmação de que “O Brasil colonial foi organizado como uma empresa comercial resultante de uma aliança entre a burguesia mercantil, a Coroa e a nobreza” indica que a colonização portuguesa do Brasil

A
desenvolveu-se de forma semelhante às colonizações espanhola e britânica nas Américas, ao evitar a exploração sistemática das novas terras e privilegiar os esforços de ocupação e povoamento.
B
implicou um conjunto de articulações políticas e sociais, que derivavam, entre outros fatores, do exercício do domínio político pela metrópole e de uma política de concessões de privilégios e vantagens comerciais.
C
alijou, do processo colonizador, os setores populares, que foram impedidos de se transferir para a colônia e não puderam, por isso, aproveitar as novas oportunidades de emprego que se abriam.
D
incorporou as diversas classes sociais existentes em Portugal, que mantiveram, nas terras coloniais, os mesmos direitos políticos e trabalhistas de que desfrutavam na metrópole.
E
alterou as relações políticas dentro de Portugal, pois provocou o aumento da participação dos burgueses nos assuntos nacionais e eliminou a influência da aristocracia palaciana sobre o rei.