Questão 9990875a-35
Prova:UNESP 2014
Disciplina:História
Assunto:Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Ao lado do latifúndio, a presença da escravidão freou a constituição de uma sociedade de classes, não tanto porque o escravo esteja fora das relações de mercado, mas principalmente porque excluiu delas os homens livres e pobres e deixou incompleto o processo de sua expropriação.

(Maria Sylvia de Carvalho Franco. Homens livres na ordem escravocrata, 1983.)


Segundo o texto, que analisa a sociedade cafeeira no Vale do Paraíba no século XIX,

A
a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre assalariado freou a constituição de uma sociedade de classes durante o período cafeeiro.
B
o imigrante e as classes médias mantiveram-se fora das relações de mercado existentes na sociedade cafeeira.
C
o caráter escravista impediu a participação direta dos homens livres e pobres na economia de exportação da
sociedade cafeeira.
D
a inexistência de homens livres e pobres na sociedade cafeeira determinou a predominância do trabalho escravo nos latifúndios.
E
a ausência de classes na sociedade cafeeira deveu-se prioritariamente ao fato de que o escravo estava fora das relações de mercado.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Gabarito: Alternativa C

Tema central: O texto trata de como o caráter escravista da sociedade cafeeira no Vale do Paraíba (séc. XIX) limitou a formação de uma sociedade de classes ao excluir os homens livres e pobres das relações econômicas ligadas à exportação.

Resumo teórico (síntese): Na economia de plantation, a propriedade escravocrata e o latifúndio concentravam capital e trabalho escravo; isso não significava apenas que o escravo estivesse “fora” do mercado, mas sobretudo que a existência do escravo e do latifúndio impediu a integração dos pequenos produtores e trabalhadores livres nas cadeias produtivas de exportação. Resultado: a formação de uma classe trabalhadora assalariada foi dificultada. (Fonte principal: Maria Sylvia de Carvalho Franco, Homens livres na ordem escravocrata, 1983; contexto histórico: Lei Áurea, 1888.)

Por que a alternativa C está correta: Ela expressa exatamente a ideia do texto: o modo escravista impediu a participação direta dos homens livres e pobres na economia exportadora. A formulação capta a razão apontada no trecho: exclusão dos livres pobres das relações de mercado, que freou a constituição de classes assalariadas.

Análise das alternativas incorretas

A (incorreta): inverte a lógica. A substituição do trabalho escravo pelo assalariado tende a favorecer a formação de classes, não a freá‑la. O texto afirma o oposto: foi o escravismo que freou a formação de classes.

B (incorreta): fala de imigrantes e classes médias fora das relações de mercado — isso não corresponde ao argumento central, que trata dos «homens livres e pobres» nacionais e de sua exclusão.

D (incorreta): afirma inexistência de homens livres e pobres como causa da predominância escravista. O texto diz que esses homens existiam, mas foram excluídos; a causalidade apresentada em D está equivocada.

E (incorreta): atribui a ausência de classes ao fato de o escravo estar fora das relações de mercado. O autor nega essa explicação simplista e aponta como fator principal a exclusão dos homens livres e pobres.

Dica de interpretação: Ao ler enunciados com estruturas como «não tanto... mas principalmente...» foque no segundo elemento: ele indica a ideia central. Identifique sujeitos-chave (aqui: «homens livres e pobres») para evitar confusão com termos próximos (imigrantes, classes médias, escravo).

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