Inserido em um empreendimento mercantil, financiado com o objetivo de exploração econômica para o fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão Colombo] encontra uma realidade na América que não permite a identificação das imaginadas riquezas orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado, em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto colonizador.


                                                             (Wilton Carlos Lima da Silva. As terras inventadas, 2003. Adaptado.)

Segundo o texto, o relato de Colombo

Alternativa correta: B

Tema central: leitura de fontes e interpretação historiográfica sobre as primeiras viagens ultramarinas. A questão exige entender que o relato de Colombo articula duas perspectivas — a expectativa europeia sobre riquezas orientais e a experiência concreta na América — e que esse discurso foi moldado pela necessidade de informar e viabilizar um projeto colonizador.

Resumo teórico: os relatos de viagem do século XV-XVI (diários de Colombo, cartas) mostram tensão entre o esperado (índias ricas, rotas para o Oriente) e o experimentado (realidades novas, povos e recursos diferentes). Historiografia relevante: documentos de Colombo e estudos como Alfred W. Crosby (The Columbian Exchange) e obras sobre colonização que destacam a construção discursiva das “terras inventadas” (Wilton C. L. da Silva).

Justificativa da alternativa B: o enunciado fala explicitamente em “dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado” e em “discurso pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto colonizador”. Assim, o relato busca reconciliar o que Colombo de fato encontrou com as expectativas europeias — exatamente o sentido da alternativa B.

Análise das alternativas incorretas:

A: exagera ao afirmar convicção de riquezas imediatas e poder planetário; o texto mostra justamente que as riquezas imaginadas não se identificaram facilmente.

C: interpreta a descoberta como “casual” e o navegador em “desconsolo”; o texto aponta pressão por projeto e ajuste discursivo, não casualidade nem resignação pura.

D: introduz juízo de superioridade religiosa/tecnológica não presente no trecho — o foco é narrativo e colonizador, não em comparar superioridades.

E: reduz o relato a frustração absoluta; o texto indica diálogo entre expectativa e experiência, mais complexo que mera decepção material.

Dica de prova: ao resolver, destaque palavras-chave do enunciado (ex.: “dupla narrativa”, “esperado/experimentado”, “projeto colonizador”) e evite alternativas que simplifiquem demais ou adicionem ideias não mencionadas.

Fontes citadas: Wilton Carlos Lima da Silva, As terras inventadas (2003); documentos de Cristóvão Colombo (diários/cartas); Alfred W. Crosby, The Columbian Exchange (contexto historiográfico).

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