Questõesde ENEM sobre República Oligárquica - 1889 a 1930
O tenentismo veio preencher um espaço: o vazio deixado pela falta de lideranças civis
aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas
instituições políticas da República Velha. Os “tenentes” substituíram os inexistentes partidos
políticos de oposição aos governos de Epitácio Pessoa e de Artur Bernardes.
PRESTES, A. L. Uma epopeia brasileira: a Coluna Prestes. São Paulo: Moderna, 1995 (adaptado).
Um dos objetivos do movimento político abordado no texto era
O tenentismo veio preencher um espaço: o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas instituições políticas da República Velha. Os “tenentes” substituíram os inexistentes partidos políticos de oposição aos governos de Epitácio Pessoa e de Artur Bernardes.
PRESTES, A. L. Uma epopeia brasileira: a Coluna Prestes. São Paulo: Moderna, 1995 (adaptado).
Um dos objetivos do movimento político abordado no texto era
No aluir das paredes, no ruir das pedras, no esfacelar do barro, havia um longo gemido.
Era o gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colonial,
imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições, estava soluçando no soluçar daqueles
apodrecidos materiais que desabavam. Mas o hino claro das picaretas abafava esse projeto
impotente. Com que alegria cantavam elas — as picaretas regeneradoras! E como as almas
dos que ali estavam compreendiam o que elas diziam, no clamor incessante e rítmico,
celebrando a vitória da higiene, do bom gosto e da arte.
BILAC, O. Crônica (1904). Apud SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira
República. São Paulo: Brasiliense, 1995.
De acordo com o texto, a “picareta regeneradora” do alvorecer do século XX significava a
No aluir das paredes, no ruir das pedras, no esfacelar do barro, havia um longo gemido. Era o gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições, estava soluçando no soluçar daqueles apodrecidos materiais que desabavam. Mas o hino claro das picaretas abafava esse projeto impotente. Com que alegria cantavam elas — as picaretas regeneradoras! E como as almas dos que ali estavam compreendiam o que elas diziam, no clamor incessante e rítmico, celebrando a vitória da higiene, do bom gosto e da arte.
BILAC, O. Crônica (1904). Apud SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1995.
De acordo com o texto, a “picareta regeneradora” do alvorecer do século XX significava a
Chamando o repórter de “cidadão”, em 1904, o preto acapoeirado justificava a revolta: era
para “não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a negrada
mostrar que sabe morrer como homem!”. Para ele, a vacinação em si não era importante —
embora não admitisse de modo algum deixar os homens da higiene meter o tal ferro em suas
virilhas. O mais importante era “mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do
povo”.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi.
São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
A referida Revolta, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro no início da República, caracterizouse por ser uma
Chamando o repórter de “cidadão”, em 1904, o preto acapoeirado justificava a revolta: era para “não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a negrada mostrar que sabe morrer como homem!”. Para ele, a vacinação em si não era importante — embora não admitisse de modo algum deixar os homens da higiene meter o tal ferro em suas virilhas. O mais importante era “mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo”.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
A referida Revolta, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro no início da República, caracterizouse por ser uma
A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente
o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado
da ação popular. Não se negava o Estado, não se
reivindicava participação nas decisões políticas;
defendiam-se valores e direitos considerados acima da
intervenção do Estado.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República
que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
A mobilização analisada representou um alerta,
na medida em que a ação popular questionava
A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava
Rodrigo havia sido indicado pela oposição para fiscal
duma das mesas eleitorais. Pôs o revólver na cintura,
uma caixa de balas no bolso e encaminhou-se para
seu posto. A chamada dos eleitores começou às sete
da manhã. Plantados junto da porta, os capangas do
Trindade ofereciam cédulas com o nome dos candidatos
oficiais a todos os eleitores que entravam. Estes, em sua
quase totalidade, tomavam docilmente dos papeluchos e
depositavam-nos na urna, depois de assinar a autêntica.
Os que se recusavam a isso tinham seus nomes
acintosamente anotados.
VERISSIMO, E. O tempo e o vento. São Paulo: Globo, 2003 (adaptado).
Erico Veríssimo tematiza em obra ficcional o seguinte
aspecto característico da vida política durante a
Primeira República:
Rodrigo havia sido indicado pela oposição para fiscal duma das mesas eleitorais. Pôs o revólver na cintura, uma caixa de balas no bolso e encaminhou-se para seu posto. A chamada dos eleitores começou às sete da manhã. Plantados junto da porta, os capangas do Trindade ofereciam cédulas com o nome dos candidatos oficiais a todos os eleitores que entravam. Estes, em sua quase totalidade, tomavam docilmente dos papeluchos e depositavam-nos na urna, depois de assinar a autêntica. Os que se recusavam a isso tinham seus nomes acintosamente anotados.
VERISSIMO, E. O tempo e o vento. São Paulo: Globo, 2003 (adaptado).
Erico Veríssimo tematiza em obra ficcional o seguinte aspecto característico da vida política durante a Primeira República:
Código Penal dos Estados Unidos do Brasil, 1890
Dos crimes contra a saúde pública
Art. 156. Exercer a medicina em qualquer dos seus
ramos, a arte dentária ou a farmácia; praticar a homeopatia,
a dosimetria, o hipnotismo ou magnetismo animal, sem
estar habilitado segundo as leis e regulamentos. Art. 158. Ministrar, ou simplesmente prescrever,
como meio curativo para uso interno ou externo, e sob
qualquer forma preparada, substância de qualquer dos
reinos da natureza, fazendo, ou exercendo assim, o ofício
denominado curandeiro.
Disponível em: http://legis.senado.gov.br. Acesso em: 21 dez. 2014 (adaptado).
No início da Primeira República, a legislação penal vigente
evidenciava o(a)
Código Penal dos Estados Unidos do Brasil, 1890
Dos crimes contra a saúde pública
Art. 158. Ministrar, ou simplesmente prescrever, como meio curativo para uso interno ou externo, e sob qualquer forma preparada, substância de qualquer dos reinos da natureza, fazendo, ou exercendo assim, o ofício denominado curandeiro.
Disponível em: http://legis.senado.gov.br. Acesso em: 21 dez. 2014 (adaptado).
No início da Primeira República, a legislação penal vigente evidenciava o(a)
Os seus líderes terminaram presos e assassinados.
A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da
esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram
vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes
nunca mais foram oficialmente utilizados; a partir de
então, os marinheiros - agora respeitados - teriam
suas condições de vida melhoradas significativamente.
Sem dúvida fizeram avançar a História.
MAESTRI, M. 1910: a revolta dos marinheiros-um a saga negra. São Paulo: Global, 1982.
A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada
na Marinha do Brasil pelo(a)
Os seus líderes terminaram presos e assassinados. A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; a partir de então, os marinheiros - agora respeitados - teriam suas condições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida fizeram avançar a História.
MAESTRI, M. 1910: a revolta dos marinheiros-um a saga negra. São Paulo: Global, 1982.
A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada na Marinha do Brasil pelo(a)
A solução militar da crise política gerada pela sucessão
do presidente Washington Luis em 1929-1930 provoca
profunda ruptura institucional no país. Deposto o presidente,
o Governo Provisório (1930-1934) precisa administrar
as diferenças entre as correntes políticas integrantes da
composição vitoriosa, herdeira da Aliança Liberal.
LEMOS, R. A revolução constitucionalista de 1932. SILVA, R. M.; CACHAPUZ, P B.;
LAMARÃO, S. (Org). Getúlio Vargas e seu tempo. Rio de Janeiro: BNDES.
No contexto histórico da crise da Primeira República,
verifica-se uma divisão no movimento tenentista. A
atuação dos integrantes do movimento liderados por
Juarez Távora, os chamados “liberais” nos anos 1930,
deve ser entendida como
O mestre-sala dos mares
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam nas costas
dos negros pelas pontas das chibatas...
BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br.
Acesso em: 19 jan. 2009.
Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata,
liderada por João Cândido, e descrita na música, foi
O mestre-sala dos mares
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam nas costas
dos negros pelas pontas das chibatas...
BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 jan. 2009.
Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata,
liderada por João Cândido, e descrita na música, foi
Para os amigos pão, para os inimigos pau; aos amigos
se faz justiça, aos inimigos aplica-se a lei.
LEAL, V N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa Omega.
Esse discurso, típico do contexto histórico da República
Velha e usado por chefes políticos, expressa uma
realidade caracterizada
TEXTO I

Abaporu. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 4ago. 2012.
TEXTO II
Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de
aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade.
Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura
indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário
tupi-guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu,
que significa homem que come carne humana, o
antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago
e fundaram o Movimento Antropofágico.
Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).
O movimento originado da obra Abaporu pretendia
se apropriar
TEXTO I

Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário tupi-guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico.
Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).
O movimento originado da obra Abaporu pretendia
se apropriar
Eu mesmo me apresento: sou Antônio:
sou Antônio Vicente Mendes Maciel
(provim da batalha de Deus versus demônio
Com a res publica marca de Caim).
Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio,
Sou natural de Quixeramobim,
O Antônio Conselheiro deste chão
Que vai ser mar e o mar vai ser sertão.
ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O clarim e a oração:
cem anos de Os sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2001.
O poema, escrito em 2001, contribui para a construção
de uma determinada memória sobre o movimento de
Canudos, ao retratar seu líder como
Eu mesmo me apresento: sou Antônio:
sou Antônio Vicente Mendes Maciel
(provim da batalha de Deus versus demônio
Com a res publica marca de Caim).
Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio,
Sou natural de Quixeramobim,
O Antônio Conselheiro deste chão
Que vai ser mar e o mar vai ser sertão.
ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O clarim e a oração: cem anos de Os sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2001.
O poema, escrito em 2001, contribui para a construção de uma determinada memória sobre o movimento de Canudos, ao retratar seu líder como
Enfermo a 14 de novembro, na segunda-feira o velho
Lima voltou ao trabalho, ignorando que no entretempo
caíra o regime. Sentou-se e viu que tinham tirado da
parede a velha litografia representando D. Pedro de
Alcântara. Como na ocasião passasse um contínuo,
perguntou-lhe:
— Por que tiraram da parede o retrato de Sua
Majestade?
O contínuo respondeu, num tom lentamente
desdenhoso:
— Ora, cidadão, que fazia ali a figura do Pedro
Banana?
— Pedro Banana! — repetiu raivoso o velho Lima.
E, sentando-se, pensou com tristeza:
— Não dou três anos para que isso seja uma
República!
AZEVEDO, A. Vidas alheias. Porto Alegre: s.e, 1901 (adaptado).
A crônica de Artur Azevedo, retratando os dias imediatos
à instauração da República no Brasil, refere-se ao(à)
Enfermo a 14 de novembro, na segunda-feira o velho Lima voltou ao trabalho, ignorando que no entretempo caíra o regime. Sentou-se e viu que tinham tirado da parede a velha litografia representando D. Pedro de Alcântara. Como na ocasião passasse um contínuo, perguntou-lhe:
— Por que tiraram da parede o retrato de Sua Majestade?
O contínuo respondeu, num tom lentamente desdenhoso:
— Ora, cidadão, que fazia ali a figura do Pedro Banana?
— Pedro Banana! — repetiu raivoso o velho Lima.
E, sentando-se, pensou com tristeza:
— Não dou três anos para que isso seja uma República!
AZEVEDO, A. Vidas alheias. Porto Alegre: s.e, 1901 (adaptado).
A crônica de Artur Azevedo, retratando os dias imediatos à instauração da República no Brasil, refere-se ao(à)
As camadas dirigentes paulistas na segunda
metade do século XIX recorriam à história e à figura
dos bandeirantes. Para os paulistas, desde o início da
colonização, os habitantes de Piratininga (antigo nome de
São Paulo) tinham sido responsáveis pela ampliação do
território nacional, enriquecendo a metrópole portuguesa
com o ouro e expandindo suas possessões. Graças à
integração territorial que promoveram, os bandeirantes
eram tidos ainda como fundadores da unidade nacional.
Representavam a lealdade à província de São Paulo e
ao Brasil.
ABUD, K. M. Paulistas, uni-vos! Revista de História da Biblioteca Nacional,
n. 34,1 jul. 2008 (adaptado).
No período da história nacional analisado, a estratégia
descrita tinha como objetivo
As camadas dirigentes paulistas na segunda metade do século XIX recorriam à história e à figura dos bandeirantes. Para os paulistas, desde o início da colonização, os habitantes de Piratininga (antigo nome de São Paulo) tinham sido responsáveis pela ampliação do território nacional, enriquecendo a metrópole portuguesa com o ouro e expandindo suas possessões. Graças à integração territorial que promoveram, os bandeirantes eram tidos ainda como fundadores da unidade nacional. Representavam a lealdade à província de São Paulo e ao Brasil.
ABUD, K. M. Paulistas, uni-vos! Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 34,1 jul. 2008 (adaptado).
No período da história nacional analisado, a estratégia descrita tinha como objetivo
TEXTO I
Embora eles, artistas modernos, se deem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho que a arte
anormal. De há muitos já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos
que ornam as paredes internas dos manicômios. Essas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti.
Sejam sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural.
LOBATO, M. Paranoia ou mistificação: a propósito da exposição de Anita Malfatti. O Estado de São Paulo, 20 dez.1917 (adaptado).
TEXTO II
Anita Malfatti, possuidora de uma alta consciência do que faz, a vibrante artista não temeu levantar com os seus
cinquenta trabalhos as mais irritadas opiniões e as mais contrariantes hostilidades. As suas telas chocam o preconceito
fotográfico que geralmente se leva no espírito para as nossas exposições de pintura. Na arte, a realidade na ilusão é
o que todos procuram. E os naturalistas mais perfeitos são os que melhor conseguem iludir.
ANDRADE, O. A exposição Anita Malfatti. Jornal do Commercio, 11 jan. 1918 (adaptado).
TEXTO III

MALFATTI, A. O homem amarelo, 1915-1916. Óleo sobre tela, 61 x 51 cm. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 28 fev. 2013
A análise dos documentos apresentados demonstra que o cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX
era caracterizado pelo(a)
TEXTO I
Embora eles, artistas modernos, se deem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho que a arte anormal. De há muitos já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. Essas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti. Sejam sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural.
LOBATO, M. Paranoia ou mistificação: a propósito da exposição de Anita Malfatti. O Estado de São Paulo, 20 dez.1917 (adaptado).
TEXTO II
Anita Malfatti, possuidora de uma alta consciência do que faz, a vibrante artista não temeu levantar com os seus cinquenta trabalhos as mais irritadas opiniões e as mais contrariantes hostilidades. As suas telas chocam o preconceito fotográfico que geralmente se leva no espírito para as nossas exposições de pintura. Na arte, a realidade na ilusão é o que todos procuram. E os naturalistas mais perfeitos são os que melhor conseguem iludir.
ANDRADE, O. A exposição Anita Malfatti. Jornal do Commercio, 11 jan. 1918 (adaptado).
TEXTO III
MALFATTI, A. O homem amarelo, 1915-1916. Óleo sobre tela, 61 x 51 cm. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 28 fev. 2013
A análise dos documentos apresentados demonstra que o cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX
era caracterizado pelo(a)
O instituto popular, de acordo com o exame da
razão, fez da figura do alferes Xavier o principal dos
inconfidentes, e colocou os seus parceiros a meia ração de
glória. Merecem, decerto, a nossa estima aqueles outros;
eram patriotas. Mas o que se ofereceu a carregar com os
pecadores de Israel, o que chorou de alegria quando viu
comutada a pena de morte dos seus companheiros, pena
que só ia ser executada nele, o enforcado, o esquartejado,
o decapitado, esse tem de receber o prêmio na proporção
do martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por todos.
ASSIS, M. Gazeta de Notícias, n. 114, 24 abr. 1892.
No processo de transição para a República, a narrativa
machadiana sobre a Inconfidência Mineira associa
O instituto popular, de acordo com o exame da razão, fez da figura do alferes Xavier o principal dos inconfidentes, e colocou os seus parceiros a meia ração de glória. Merecem, decerto, a nossa estima aqueles outros; eram patriotas. Mas o que se ofereceu a carregar com os pecadores de Israel, o que chorou de alegria quando viu comutada a pena de morte dos seus companheiros, pena que só ia ser executada nele, o enforcado, o esquartejado, o decapitado, esse tem de receber o prêmio na proporção do martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por todos.
ASSIS, M. Gazeta de Notícias, n. 114, 24 abr. 1892.
No processo de transição para a República, a narrativa machadiana sobre a Inconfidência Mineira associa
A imagem da relação patrão-empregado geralmente
veiculada pelas classes dominantes brasileiras na
República Velha era de que esta relação se assemelhava em muitos aspectos à relação entre pais e filhos. O patrão era uma espécie de “juiz doméstico” que procurava guiar
e aconselhar o trabalhador, que, em troca, devia realizar
suas tarefas com dedicação e respeitar o seu patrão.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores do
Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Unicamp, 2001.
No contexto da transição do trabalho escravo para o
trabalho livre, a construção da imagem descrita no texto
tinha por objetivo
A imagem da relação patrão-empregado geralmente veiculada pelas classes dominantes brasileiras na República Velha era de que esta relação se assemelhava em muitos aspectos à relação entre pais e filhos. O patrão era uma espécie de “juiz doméstico” que procurava guiar e aconselhar o trabalhador, que, em troca, devia realizar suas tarefas com dedicação e respeitar o seu patrão.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Unicamp, 2001.
No contexto da transição do trabalho escravo para o trabalho livre, a construção da imagem descrita no texto tinha por objetivo
A página do periódico do início do século XX documenta
um importante elemento da cultura francesa, que é
revelador do papel do Brasil na economia mundial,
indicado no seguinte aspecto:
A página do periódico do início do século XX documenta
um importante elemento da cultura francesa, que é
revelador do papel do Brasil na economia mundial,
indicado no seguinte aspecto:
Uma scena franco-brazileira: “franco” — pelo local e os personagens, o local que é Paris e os personagens que são pessôas do povo da grande capital; “brazileira” pelo que ahi se está bebendo: café do Brazil. O Lettreiro diz a verdade apregoando que esse é o melhor de todos os cafés. (Essa página foi desenhada especialmente para A Illustração Brazileira pelo Sr. Tofani, desenhista do Je Sais Tout.)
A Illustração Brazileira, n. 2, 15 jun. 1909 (adaptado)
O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o
fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um
sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos
públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo
na forma de voto.
CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado).
No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na
O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.
CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado).
No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na