Questõesde IF-BA sobre História do Brasil
“Em meio às secas do Nordeste, houve um
beato, originário do Ceará, que encetou uma
peregrinação de quase um quarto de século, no
decorrer da qual foi granjeando um séquito cada
vez mais numeroso. As primeiras notícias de sua
passagem datam de 1874. O beato se dedicava à
pregação, à penitência e às boas obras,
comandando mutirões de construção e
reconstrução de igrejas, cemitérios, calçadas e
açudes.
Mas, à medida que o séquito de Antônio
Conselheiro se avolumava, as autoridades
começaram a manifestar seu desagrado e
decidiram acossar o bando.
Prevendo a escalada da perseguição, os
peregrinos bateram em retirada até o arraial de
Canudos, no fundo do sertão e no alto de
serranias, onde se entrincheiraram em 1893 e se
fortificaram. Quatro expedições seriam
necessárias para erradicar o perigo, destruir o
arraial e exterminar seus habitantes.”
GALVÃO, Walnice Nogueira. Uma tragédia brasileira. In.
FIGUEIREDO, Luciano (org.). Guerras e batalhas brasileiras.
RJ: Sabins, 2009. p. 54
Com base no texto acima e em seus
conhecimentos sobre a Guerra de Canudos
(1896-1897), analise as sentenças a seguir:
I - O arraial de Belo Monte, ou Canudos como foi
denominado, foi fundado no sertão da Bahia
(região do rio Vaza-Barris) pelo beato Antônio
Conselheiro seguindo preceitos profundamente
católicos.
II - Os moradores de Canudos eram oriundos de
várias partes do Nordeste e em sua maioria muito
pobre, fugindo da seca ou das condições
precárias de vida.
III - Antônio Conselheiro foi considerado
monarquista, pois lutou pelo fim da República e
pregava ideias comunistas e de igualdade entre
seus seguidores.
IV - Foram necessárias quatro expedições e a
mobilização do Exército para massacrar
Canudos, e garantir a existência da República
brasileira.
A alternativa que indica a(s) sentenças(s)
verdadeira(s) é
“A conquista do Brasil pressupunha também o
domínio ideológico dos povos das regiões
colonizadas pela Coroa lusitana. Havia que
provar pelo convencimento e pela força – a
superioridade do modo oficial português de ser.
Era necessário convencer as populações
nativas e os recém-chegados da inferioridade e
do 'bestialismo' dos hábitos americanos. Aopção
de europeus pela cultura material e social
tupinambá causava tensões insustentáveis na
férrea camisa-de-força vivencial em que as elites
civis e religiosas ibéricas enquadravam as
classes subalternas – metropolitanas e
coloniais.”
MAESTRI, Mário. Os senhores do litoral. Conquista portuguesa
e agonia tupinambá no litoral brasileiro. (século 16). POA:
Editora da Universidade/UFRGS, 1994. p. 61.
O texto acima e seus conhecimentos sobre as
relações de dominação entre europeus e as
populações indígenas na América Portuguesa
permitem afirmar que
“Durante a época das regências e mesmo depois
dela, várias revoltas contestaram o poder central
e ameaçaram a unidade nacional.”
CASTELLI JUNIOR, Roberto. História:texto e contexto. São
Paulo: Scipione, 2006. p. 426.
Nesse contexto, pode-se afirmar sobre as
rebeliões do Período Regencial que
A separação do Brasil de Portugal, tal como a das
colônias norte-americanas da Inglaterra, e da
América espanhola da Espanha, pode ser
explicada, até certo ponto, em termos de uma
crise geral – econômica, política e ideológica – do
velho sistema colonial em todo o mundo
atlântico, no final do século XVIII e no início do
século XIX.
BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da
Independência a 1870. São Paulo: Ed. da Universidade de São
Paulo/Imprensa Oficial do Estado; Brasília, DF: Fundação
Alexandre de Gusmão, 2001. V. 3, p. 228-30.
De acordo com a ideia apresentada no texto, a
independência do Brasil se relaciona com a
No contexto da Nova República no Brasil, a
charge acima apresenta uma crítica
A Segurança Nacional compreende, essencialmente, medidas destinadas à preservação da
segurança externa e interna, inclusive a
prevenção e repressão da guerra psicológica
adversa e da guerra revolucionária ou
subversiva.”
Artigo 3º da Lei de Segurança Nacional – 1969. In: CASTELLI
JUNIOR, Roberto. História:texto e contexto. São Paulo:
Scipione, 2006, p.632.
A Lei Segurança Nacional serviu ao Regime
Militar como
“A década de 1930 começa e termina por dois momentos
trágicos, que são a crise de 1929 e a II Guerra Mundial. Os
extremos cronológicos afetam não só a economia mundial, mas
ajudam a abalar as condições sociais em geral. As consequências
são mudanças nas estruturas dominantes e o aparecimento de
novas relações de classe.”
CARONE, Edgard. O Estado Novo (1937-1945). São Paulo: DIFEL, 1976, p.
107.
No Brasil, a década de 1930 também foi marcada por grandes
transformações estruturais que podem ser associadas à
O contraste existente entre a ideia passada pela imagem,
que apresenta um momento de grande comoção e apoio
popular ao heroi da independência, aclamado Imperador em
1822, e a euforia demonstrada pela noticia da abdicação de
D. Pedro I, em 1831, se explica por que ao longo dos nove
anos de governo, o imperador
O contraste existente entre a ideia passada pela imagem,
que apresenta um momento de grande comoção e apoio
popular ao heroi da independência, aclamado Imperador em
1822, e a euforia demonstrada pela noticia da abdicação de
D. Pedro I, em 1831, se explica por que ao longo dos nove
anos de governo, o imperador
(...)
Artigo 2º - É permitido unicamente navios de construção
portuguesa fazer o comércio de porto a porto em todas as
possessões portuguesas. Todos os navios de construção
estrangeira que forem de propriedade portuguesa (...) são
considerados como de construção portuguesa.”
Decreto Português de 1821. Citado por AZEVEDO. J. S. Revolução
Portuguesa em 1820. Lisboa: 1944, p. 152.
De 1821 a 1822, as Cortes de Lisboa adotaram medidas
recolonizadoras como esta apresentada no Artigo 2º do
Decreto Português, que representou a
“De uma perspectiva geral, podemos dizer que a
conspiração baiana como que atou as pontas das duas
vertentes subversivas do Brasil Colônia.”
RISÉRIO, Antonio. Em torno da Conspiração dos Búzio. In:
DOMINGUES, Carlos Vasconcelos; LEMOS, Cícero Bathomarco;
YGLESIAS, Edyala. (Orgs). Animai-vos, Povo Bahiense! A Conspiração
dos Alfaiates. Salvador: Omar G. Editora, 1999, p. 53.
A ideia apresentada por Antonio Risério se sustenta
historicamente no fato de que a Conjuração Baiana foi o
movimento anticolonial brasileiro que
O Brasil constituía então uma base essencial da economia
portuguesa. A nossa exportação era quase toda (excetuando
o vinho do Porto) canalizada para os portos brasileiros; a
nossa importação vinha quase toda do Brasil; as matériasprimas tropicais faziam escala em Lisboa e daqui eram
exportadas para o exterior. (...)
A emancipação econômica do Brasil (em 1808) teve, portanto,
consequências graves na economia portuguesa. A antiga
colônia passara, em poucos anos, de fonte de rendimento à
fonte de despesa.
SARAIVA, J. H. História de Portugal. Lisboa: Europa-América, 1996. p.
274.
No contexto das medidas liberais decretadas por D. João VI
no Brasil, a “emancipação econômica do Brasil” que o
historiador português apresenta como danosa à economia
portuguesa, é resultado da
A imagem é representativa da Ditadura Militar no Brasil (1964-
1985) e permite caracterizá-la como um período marcado pela
Tabelas sobre o tráfico de escravos
Tomando como referência a lei inglesa do Bill Aberdeen em
1845 e a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, as tabelas acima
sugerem que
Tabelas sobre o tráfico de escravos
Tomando como referência a lei inglesa do Bill Aberdeen em
1845 e a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, as tabelas acima
sugerem que
O encontro de RodolfoCavalcante com Lampião
(Trecho de Cordel)
Foi Virgulino Ferreira
Pobre homem injustiçado
E por isto vingativo
Se tornou um acelerado,
Se a justiça fosse reta
Nem jornalista ou poeta,
O teria decantado.
(...)
Embora seja criança
Com meus 15 anos de idade
Pude ver em Lampião
Vítima da sociedade.
Talvez ele em outro meio
(Posso dizer sem receio)
Era útil à humanidade ! (...)
CAVALCANTE, Rodolfo Coelho. O encontro de Rodolfo Cavalcante
com Lampião Virgulino. Salvador: [s.n.], 1973. In: CATELLI Jr,
Roberto. História: texto e contexto. São Paulo:Scipione, 2006. p. 499.
Para o autor do Cordel Lampião é uma “vítima da
sociedade”. Dentro desta perspectiva histórica, o cangaço
é um fenômeno social resultante
“Havendo esta assembleia perjurado ao tão solene juramento,
que prestou à Nação, de defender a integridade do Império,
sua independência e a minha dinastia: hei por bem, como
imperador e defensor perpétuo do Brasil, dissolver a mesma
Assembleia e convocar já uma outra (...) a qual deverá
trabalhar sobre o projeto de constituição que eu hei de em
breve apresentar.”
Decreto de D. Pedro I, de 12 de novembro de 1823 apud BENEVIDES, P.
& VIEIRA, R. A. A. Textos Políticos da História do Brasil. Fortaleza: UF do
Ceará, s/d. p. 124.
A constituição outorgada por D. Pedro I, em 1824, foi criticada
pelos brasileiros, principalmente, porque
“Obrigado pelas imperiosas circunstâncias (...) a transportar
a sede do império temporariamente para outra parte dos meus
domínios, (...) foi necessário procurar elevar a prosperidade
daquelas partes do império (...) para que elas pudessem
concorrer às despesas necessárias para sustentar a honra e
o esplendor do trono e para segurar sua defesa contra a
invasão de um poderoso inimigo. Para este fim (...) fui servido
a adotar os princípios (...) da liberdade e franquia do comércio
e diminuição dos direitos de alfândegas (...).”
Príncipe regente, D. João VI, Rio de Janeiro, 7/3/1810. In: INÁCIO, I. C. &
LUCA, T. R. de. Documentos de Brasil Colonial. São Paulo : Ática, 1983. p.
173.
A diminuição dos direitos de alfândega de que trata o texto,
consequências dos Tratados de 1810, resultou no
“Marginalizado legalmente, o escravo nem sempre o é
materialmente, na medida em que pode desempenhar certas
funções na dinâmica econômica urbana. Estas funções o
colocam numa posição de certa independência material,
imposta pelas próprias modalidades de seu exercício.”
MATTOSO, Kátia de Queirós. A cidade de Salvador e seu mercado no
século XIX. São Paulo: Hucitec, 1978.
Das várias modalidades de escravo existentes no Brasil do
século XIX, aquela que se ajusta à analise da historiadora é:
O relato do revolucionário Gregório Bezerra, nascido em 13 de março de 1900,
expõe muito do drama social brasileiro: da
seguinte forma:
“Gregório Bezerra só foi comer um “prato
de arroz com farofa e carne de porco” aos
7 anos, quando já trabalhava como pequeno lavrador na fazenda de um velho
latifundiário. Costumava fazer uma única
refeição: farinha com migalhas de charque ou “pirão de água fria com um naco
de bacalhau.”
PRIORE, Mary Del. Histórias da Gente Brasileira, volume 3,
República – Memórias. Rio de Janeiro: LeYa, 2017. p. 286.
Na Primeira República ou República Velha (1889-1930) no Brasil, a estrutura da
economia brasileira de natureza agrário
exportadora e latifundiária era a simbiose
de um regime político que tinha como característica:
I – O poder oligárquico coronelista excludente da participação da maioria.
II – Os potentados locais controlavam o
sistema eleitoral, fraudando o voto que
era aberto e não secreto.
III – A Comissão Verificadora dos Poderes foi estabelecida pela “Política dos
Governadores” fortalecendo o “jogo oligárquico”.
IV – Os latifundiários tinham o controle
social dos trabalhadores rurais fortalecendo o seu mando político.
Marque a alternativa que apresenta as proposições verdadeiras:
O relato do revolucionário Gregório Bezerra, nascido em 13 de março de 1900, expõe muito do drama social brasileiro: da seguinte forma:
“Gregório Bezerra só foi comer um “prato de arroz com farofa e carne de porco” aos 7 anos, quando já trabalhava como pequeno lavrador na fazenda de um velho latifundiário. Costumava fazer uma única refeição: farinha com migalhas de charque ou “pirão de água fria com um naco de bacalhau.”
PRIORE, Mary Del. Histórias da Gente Brasileira, volume 3, República – Memórias. Rio de Janeiro: LeYa, 2017. p. 286.
Na Primeira República ou República Velha (1889-1930) no Brasil, a estrutura da economia brasileira de natureza agrário exportadora e latifundiária era a simbiose de um regime político que tinha como característica:
I – O poder oligárquico coronelista excludente da participação da maioria.
II – Os potentados locais controlavam o sistema eleitoral, fraudando o voto que era aberto e não secreto.
III – A Comissão Verificadora dos Poderes foi estabelecida pela “Política dos Governadores” fortalecendo o “jogo oligárquico”.
IV – Os latifundiários tinham o controle social dos trabalhadores rurais fortalecendo o seu mando político.
Marque a alternativa que apresenta as proposições verdadeiras: