O relato do revolucionário Gregório Bezerra, nascido em 13 de março de 1900,
expõe muito do drama social brasileiro: da
seguinte forma:
“Gregório Bezerra só foi comer um “prato
de arroz com farofa e carne de porco” aos
7 anos, quando já trabalhava como pequeno lavrador na fazenda de um velho
latifundiário. Costumava fazer uma única
refeição: farinha com migalhas de charque ou “pirão de água fria com um naco
de bacalhau.”
PRIORE, Mary Del. Histórias da Gente Brasileira, volume 3,
República – Memórias. Rio de Janeiro: LeYa, 2017. p. 286.
Na Primeira República ou República Velha (1889-1930) no Brasil, a estrutura da
economia brasileira de natureza agrário
exportadora e latifundiária era a simbiose
de um regime político que tinha como característica:
I – O poder oligárquico coronelista excludente da participação da maioria.
II – Os potentados locais controlavam o
sistema eleitoral, fraudando o voto que
era aberto e não secreto.
III – A Comissão Verificadora dos Poderes foi estabelecida pela “Política dos
Governadores” fortalecendo o “jogo oligárquico”.
IV – Os latifundiários tinham o controle
social dos trabalhadores rurais fortalecendo o seu mando político.
Marque a alternativa que apresenta as proposições verdadeiras:
O relato do revolucionário Gregório Bezerra, nascido em 13 de março de 1900, expõe muito do drama social brasileiro: da seguinte forma:
“Gregório Bezerra só foi comer um “prato de arroz com farofa e carne de porco” aos 7 anos, quando já trabalhava como pequeno lavrador na fazenda de um velho latifundiário. Costumava fazer uma única refeição: farinha com migalhas de charque ou “pirão de água fria com um naco de bacalhau.”
PRIORE, Mary Del. Histórias da Gente Brasileira, volume 3, República – Memórias. Rio de Janeiro: LeYa, 2017. p. 286.
Na Primeira República ou República Velha (1889-1930) no Brasil, a estrutura da economia brasileira de natureza agrário exportadora e latifundiária era a simbiose de um regime político que tinha como característica:
I – O poder oligárquico coronelista excludente da participação da maioria.
II – Os potentados locais controlavam o sistema eleitoral, fraudando o voto que era aberto e não secreto.
III – A Comissão Verificadora dos Poderes foi estabelecida pela “Política dos Governadores” fortalecendo o “jogo oligárquico”.
IV – Os latifundiários tinham o controle social dos trabalhadores rurais fortalecendo o seu mando político.
Marque a alternativa que apresenta as proposições verdadeiras:
Gabarito comentado
Alternativa correta: D — todas as proposições (I, II, III e IV) são verdadeiras.
Tema central: a questão avalia a relação entre a economia agrário-exportadora da Primeira República (1889–1930) e o regime político oligárquico — conhecido por coronelismo e pela chamada Política dos Governadores. É essencial entender como estrutura fundiária, controle social e práticas eleitorais consolidadas pelos poderosos locais moldaram a exclusão política.
Resumo teórico (clareza progressiva):
I) Coronelismo: elites rurais (latifundiários e “coronéis”) dominavam economicamente e clientelarmente as populações, cooptando votos e garantindo mando local. (ver: José Murilo de Carvalho; Boris Fausto).
II) Voto aberto e fraude: o voto não era secreto; práticas de fraude, cabresto e coerção eram comuns, permitindo que potentados controlassem resultados eleitorais.
III) Política dos Governadores e Comissão Verificadora dos Poderes: articulação entre presidente e governadores para legitimar aliados e validar mandatos via comissões, fortalecendo o jogo oligárquico no Congresso.
IV) Controle social: latifúndio mantinha dependência econômica e social dos trabalhadores rurais (trabalho precário, clientelismo), traduzindo-se em mando político.
Justificativa detalhada da alternativa D:
I — Verdadeiro: o coronelismo excluía a maioria do acesso efetivo ao poder; a elite rural concentrava riqueza e decisões locais (B. Fausto; J. M. de Carvalho).
II — Verdadeiro: o sistema eleitoral era aberto e permeável a fraudes e coerção, o que garantia o controle dos potentados sobre o resultado eleitoral.
III — Verdadeiro: a Política dos Governadores (entendimento entre governo federal e oligarquias estaduais) e mecanismos como a Comissão Verificadora dos Poderes serviam para homologar e proteger interesses oligárquicos no plano nacional.
IV — Verdadeiro: o domínio dos latifundiários sobre a vida econômica e social dos trabalhadores rurais reforçava a subordinação política e o mando local.
Análise das alternativas incorretas (por que falham):
A (II e III apenas): exclui I e IV, que são centrais ao fenômeno — o coronelismo e controle social são pilares do sistema.
B (I, II e IV): omite a III; a Política dos Governadores e mecanismos legislativos foram cruciais para reprodução oligárquica.
C (I e III): ignora práticas eleitorais fraudulentas (II) e o controle social econômico (IV).
E (I, III e IV): deixa de considerar a característica determinante do voto aberto e da fraude (II).
Dica de prova: ao ver “Primeira República”, mentalize imediatamente: latifúndio + coronelismo + voto aberto + Política dos Governadores. Procure termos que indiquem exclusão eleitoral e controle local — geralmente apontam para alternativas verdadeiras.
Fontes indicadas: Boris Fausto, História do Brasil; José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil; Mary Del Priore (memórias sociais).
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