Questõesde ENEM sobre História do Brasil

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ENEM 2018 - História - História do Brasil, República de 1954 a 1964

A democracia que eles pretendem é a democracia dos privilégios, a democracia da intolerância e do ódio. A democracia que eles querem é para liquidar com a Petrobras, é a democracia dos monopólios, nacionais e internacionais, a democracia que pudesse lutar contra o povo. Ainda ontem eu afirmava que a democracia jamais poderia ser ameaçada pelo povo, quando o povo livremente vem para as praças - as praças que são do povo. Para as ruas - que são do povo.

Disponível em: www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/discurso-de-joao-goulart-nocomicio-da-central. Acesso em: 29 out. 2015.


Em um momento de radicalização política, a retórica no discurso do presidente João Goulart, proferido no comicio da Central do Brasil, buscava justificar a necessidade de

A
conter a abertura econômica para conseguir a adesão das elites.
B
impedir a ingerência externa para garantir a conservação de direitos.
C
regulamentar os meios de comunicação para coibir os partidos de oposição.
D
aprovar os projetos reformistas para atender a mobilização de setores trabalhistas.
E
incrementar o processo de desestatização para diminuir a pressão da opinião pública.
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ENEM 2018 - História - Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

TEXTO I


E pois que em outra cousa nesta parte me não posso vingar do demônio, admoesto da parte da cruz de Cristo Jesus a todos que este lugar lerem, que deem a esta terra o nome que com tanta solenidade lhe foi posto, sob pena de a mesma cruz que nos há de ser mostrada no dia final, os acusar de mais devotos do pau-brasil que dela.

BARROS, J. In: SOUZA, L. M. Inferno atlântico: demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.


TEXTO II


E deste modo se hão os povoadores, os quais, por mais arraigados que na terra estejam e mais ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas e bens que possuem souberam falar, também lhes houveram de ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a primeira coisa que ensinam é: papagaio real para Portugal, porque tudo querem para lá.

SALVADOR, F. V. In: SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano evida privada na América portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.


As críticas desses cronistas ao processo de colonização portuguesa na América estavam relacionadas à

A
utilização do trabalho escravo.
B
implantação de polos urbanos.
C
devastação de áreas naturais.
D
ocupação de terras indígenas.
E
expropriação de riquezas locais.
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ENEM 2010 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inútil
A gente somos inútil

MOREIRA, R. Inútil. 1983 (fragmento)

O fragmento integra a letra de uma canção gravada em momento de intensa mobilização política. A canção foi censurada por estar associada

A
ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início da ditadura militar.
B
a uma crítica ao regime ditatorial que, mesmo em sua fase final, impedia a escolha popular do presidente.
C
à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava, naquele contexto, a conscientização da sociedade por meio da música.
D
à dominação cultural dos Estados Unidos da América sobre a sociedade brasileira, que o regime militar pretendia esconder.
E
à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência política do povo brasileiro.
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ENEM 2010 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil



Disponível em:http://pimentacomlimao.files.wordpress.com. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado)

A charge remete ao contexto do movimento que ficou conhecido como Diretas Já, ocorrido entre os anos de 1983 e 1984. O elemento histórico evidenciado na imagem é

A
a insistência dos grupos políticos de esquerda em realizar atos políticos ilegais e com poucas chances de serem vitoriosos.
B
a mobilização em torno da luta pela democracia frente ao regime militar, cada vez mais desacreditado.
C
o diálogo dos movimentos sociais e dos partidos políticos, então existentes, com os setores do governo interessados em negociar a abertura.
D
a insatisfação popular diante da atuação dos partidos políticos de oposição ao regime militar criados no início dos anos 80.
E
a capacidade do regime militar em impedir que as manifestações políticas acontecessem.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

Os generais abaixo-assinados, de pleno acordo com o Ministro da Guerra, declaram-se dispostos a promover uma ação enérgica junto ao governo no sentido de contrapor medidas decisivas aos planos comunistas e seus pregadores e adeptos, independentemente da esfera social a que pertençam. Assim procedem no exclusivo propósito de salvarem o Brasil e suas instituições políticas e sociais da hecatombe que se mostra prestes a explodir.

Ata de reunião no Ministério da Guerra, 28/09/1937. BONAVIDES, P; AMARAL, R. Textos políticos da história do Brasil, v. 5. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

Levando em conta o contexto político-institucional dos anos 1930 no Brasil, pode-se considerar o texto como uma tentativa de justificar a ação militar que iria

A
debelar a chamada Intentona Comunista, acabando com a possibilidade da tomada do poder pelo PCB.
B
reprimir a Aliança Nacional Libertadora, fechando todos os seus núcleos e prendendo os seus líderes.
C
desafiar a Ação Integralista Brasileira, afastando o perigo de uma guinada autoritária para o fascismo.
D
instituir a ditadura do Estado Novo, cancelando as eleições de 1938 e reescrevendo a Constituição do país.
E
combater a Revolução Constitucionalista, evitando que os fazendeiros paulistas retomassem o poder perdido em 1930.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, República de 1954 a 1964

Eu não tenho hoje em dia muito orgulho do Tropicalismo. Foi sem dúvida um modo de arrombar a festa, mas arrombar a festa no Brasil é fácil. O Brasil é uma pequena sociedade colonial, muito mesquinha, muito fraca.

VELOSO, C. In: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES, M. A. Cultura e participação nos anos 60. São Paulo: Brasiliense, 1995 (adaptado)

O movimento tropicalista, consagrador de diversos músicos brasileiros, está relacionado historicamente

A
à expansão de novas tecnologias de informação, entre as quais, a Internet, o que facilitou imensamente a sua divulgação mundo afora.
B
ao advento da indústria cultural em associação com um conjunto de reivindicações estéticas e políticas durante os anos 1960.
C
à parceria com a Jovem Guarda, também considerada um movimento nacionalista e de crítica política ao regime militar brasileiro.
D
ao crescimento do movimento estudantil nos anos 1970, do qual os tropicalistas foram aliados na crítica ao tradicionalismo dos costumes da sociedade brasileira.
E
à identificação estética com a Bossa Nova, pois ambos os movimentos tinham raízes na incorporação de ritmos norte-americanos, como o blues.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

A solução militar da crise política gerada pela sucessão do presidente Washington Luis em 1929-1930 provoca profunda ruptura institucional no país. Deposto o presidente, o Governo Provisório (1930-1934) precisa administrar as diferenças entre as correntes políticas integrantes da composição vitoriosa, herdeira da Aliança Liberal.

LEMOS, R. A revolução constitucionalista de 1932. SILVA, R. M.; CACHAPUZ, P B.; LAMARÃO, S. (Org). Getúlio Vargas e seu tempo. Rio de Janeiro: BNDES.

No contexto histórico da crise da Primeira República, verifica-se uma divisão no movimento tenentista. A atuação dos integrantes do movimento liderados por Juarez Távora, os chamados “liberais” nos anos 1930, deve ser entendida como

A
a aliança com os cafeicultores paulistas em defesa de novas eleições.
B
o retorno aos quartéis diante da desilusão política com a “Revolução de 30”.
C
o compromisso político-institucional com o governo provisório de Vargas.
D
a adesão ao socialismo, reforçada pelo exemplo do ex-tenente Luís Carlos Prestes.
E
o apoio ao governo provisório em defesa da descentralização do poder político.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

O mestre-sala dos mares


Há muito tempo nas águas da Guanabara

O dragão do mar reapareceu

Na figura de um bravo marinheiro

A quem a história não esqueceu

Conhecido como o almirante negro

Tinha a dignidade de um mestre-sala

E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas

Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas

Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas jorravam nas costas

dos negros pelas pontas das chibatas...


BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 jan. 2009.


Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, e descrita na música, foi

A
a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro.
B
a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro.
C
o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai.
D
a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra.
E
o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela polícia.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma economia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória rápida e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente não venceria nunca.

LYNCH, J. As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai. BETHELL, Leslie (Org). História da América Latina: da Independência até 1870, v. III. São Paulo: EDUSP 2004.

A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes para o Brasil, pois

A
representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ator político de primeira ordem.
B
confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia Platina.
C
concretizou a emancipação dos escravos negros.
D
incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico.
E
solucionou a crise financeira, em razão das indenizações recebidas.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Para os amigos pão, para os inimigos pau; aos amigos se faz justiça, aos inimigos aplica-se a lei.

LEAL, V N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa Omega.

Esse discurso, típico do contexto histórico da República Velha e usado por chefes políticos, expressa uma realidade caracterizada

A
pela força política dos burocratas do nascente Estado republicano, que utilizavam de suas prerrogativas para controlar e dominar o poder nos municípios.
B
pelo controle político dos proprietários no interior do país, que buscavam, por meio dos seus currais eleitorais, enfraquecer a nascente burguesia brasileira.
C
pelo mandonismo das oligarquias no interior do Brasil, que utilizavam diferentes mecanismos assistencialistas e de favorecimento para garantir o controle dos votos.
D
pelo domínio político de grupos ligados às velhas instituições monárquicas e que não encontraram espaço de ascensão política na nascente república.
E
pela aliança política Armada entre as oligarquias do Norte e Nordeste do Brasil, que garantiria uma alternância no poder federal de presidentes originários dessas regiões.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.

CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a

A
preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da terra.
B
postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
C
orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
D
oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
E
abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
"Meu Deus, meu Deus
Está extinta a escravidão"

MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponível em http:// www.letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como

A
conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de trabalho.
B
concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas de escravos e abolicionistas.
C
ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da inclusão social dos libertos.
D
fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos na questão: fazendeiros, governo e escravos.
E
forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos civis e sociais para os negros.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

O alfaiate pardo João de Deus, que, na altura em que foi preso, não tinha mais do que 80 réis e oito filhos, declarava que “Todos os brasileiros se fizessem franceses, para viverem em igualdade e abundância".

MAXWELL, K. Condicionalismos da independência do Brasil. SILVA, M. N. (Org.) O império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.

O texto faz referência à Conjuração Baiana. No contexto da crise do sistema colonial, esse movimento se diferenciou dos demais movimentos libertários ocorridos no Brasil por

A
defender a igualdade econômica, extinguindo a propriedade, conforme proposto nos movimentos liberais da França napoleônica.
B
introduzir no Brasil o pensamento e o ideário liberal que moveram os revolucionários ingleses na luta contra o absolutismo monárquico.
C
propor a instalação de um regime nos moldes da república dos Estados Unidos, sem alterar a ordem socioeconômica escravista e latifundiária.
D
apresentar um caráter elitista burguês, uma vez que sofrera influência direta da Revolução Francesa, propondo o sistema censitário de votação.
E
defender um governo democrático que garantisse a participação política das camadas populares, influenciado pelo ideário da Revolução Francesa.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a possibilidade e a habilidade de lograr uma solução alternativa - caso típico de São Paulo - desempenharam, ao mesmo tempo, papel relevante.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.

A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra, que resultou

A
na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos, uma vez que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho.
B
no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do trabalho livre.
C
no "branqueamento" da população, para afastar o predomínio das raças consideradas inferiores e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.
D
no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba, para a garantia da rentabilidade do café.
E
na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos cafezais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889



DEBRET, J. B.; SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa, v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel representados na pintura

A
vendiam a produção da lavoura cafeeira para os moradores das cidades.
B
trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as donzelas na rua.
C
realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento para os seus senhores.
D
eram autônomos, sendo contratados por outros senhores para realizarem atividades comerciais.
E
aguardavam a sua própria venda após desembarcarem no porto.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Chegança


Sou Pataxó,

Sou Xavante e Carriri,

Ianomâmi, sou Tupi

Guarani, sou Carajá.

Sou Pancaruru,

Carijó, Tupinajé,

Sou Potiguar, sou Caeté,

Ful-ni-ô, Tupinambá.


Eu atraquei num porto muito seguro,

Céu azul, paz e ar puro...

Botei as pernas pro ar.

Logo sonhei que estava no paraíso,

Onde nem era preciso dormir para sonhar.


Mas de repente me acordei com a surpresa:

Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.

Da grande-nau,

Um branco de barba escura,

Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.

E assustado dei um pulo da rede,

Pressenti a fome, a sede,

Eu pensei: "vão me acabar".

Levantei-me de Borduna já na mão.

Aí, senti no coração,

O Brasil vai começar.


NÓBREGA, A; e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.


A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito

A
da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.
B
da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
C
do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
D
da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
E
do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Gregório de Matos definiu, no século XVII, o amor e a sensualidade carnal.

O Amor é finalmente um embaraço de pernas, união de barrigas, um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.

VAINFAS, R. Brasil de todos os pecados. Revista de História. Ano1, no 1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nov. 2003.

Vilhena descreveu ao seu amigo Filopono, no século XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.

Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade é a desordenada paixão sensual que atropela e relaxa o rigor da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais. Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da sua torpeza.

VILHENA, L.S. A Bahia no século XVIII. Coleção Baiana. v. 1. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).

A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opiniões se dividiam quando o tema afrontava diretamente os “bons costumes”. Nesse contexto, contribuía para explicar essas divergências

A
a existência de associações religiosas que defendiam a pureza sexual da população branca.
B
a associação da sensualidade às parcelas mais abastadas da sociedade.
C
o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que reivindicava mudanças de comportamento na sociedade.
D
a política pública higienista, que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.
E
a busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.
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ENEM 2014 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Enquanto as rebeliões agitavam o país, as tendências políticas no centro dirigente iam se definindo. Apareciam em germe os dois grandes partidos imperiais — o Conservador e o Liberal. Os conservadores reuniam magistrados, burocratas, uma parte dos proprietários rurais, especialmente do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, e os grandes comerciantes, entre os quais muitos portugueses. Os liberais agrupavam a pequena classe média urbana, alguns padres e proprietários rurais de áreas menos tradicionais, sobretudo de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.

No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão indicados, respectivamente, em:

A
Abolição da escravidão — Adoção do trabalho assalariado.
B
Difusão da industrialização — Conservação do latifúndio monocultor.
C
Promoção do protecionismo — Remoção das barreiras alfandegárias.
D
Preservação do unitarismo — Ampliação da descentralização provincial.
E
Implementação do republicanismo — Continuação da monarquia constitucional.
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ENEM 2014 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Passada a festa da abolição, os ex-escravos procuraram distanciar-se do passado de escravidão, negando-se a se comportar como antigos cativos. Em diversos engenhos do Nordeste, negaram-se a receber a ração diária e a trabalhar sem remuneração. Quando decidiram ficar, isso não significou que concordassem em se submeter às mesmas condições de trabalho do regime anterior.

FRAGA, W ; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo: Moderna, 2009 (adaptado).

Segundo o texto, os primeiros anos após a abolição da escravidão no Brasil tiveram como característica o(a)

A
caráter organizativo do movimento negro.
B
equiparação racial no mercado de trabalho.
C
busca pelo reconhecimento do exercício da cidadania.
D
estabelecimento do salário mínimo por projeto legislativo.
E
entusiasmo com a extinção das péssimas condições de trabalho.
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ENEM 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

TEXTO I


O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Carvalho)


TEXTO II


Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)


1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)


Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois importantes historiadores brasileiros se posicionam diante de um dos possíveis legados desse episódio para a história do país. O legado discutido e um argumento que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para o segundo estão associados, respectivamente, em:

A
Integridade territorial — Centralização da administração régia na Corte.
B
Desigualdade social — Concentração da propriedade fundiária no campo.
C
Homogeneidade intelectual — Difusão das idéias liberais nas universidades.
D
Uniformidade cultural — Manutenção da mentalidade escravista nas fazendas.
E
Continuidade espacial — Cooptação dos movimentos separatistas nas províncias.