Questõesde ENEM sobre Era Vargas – 1930-1954
O governo Vargas, principalmente durante o Estado
Novo (1937-1945), pretendeu construir um Estado capaz
de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave
desse projeto tinha no território seu foco principal. Não por
acaso, foram criadas então instituições encarregadas de
fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como
o Conselho Nacional de Geografia, o Conselho Nacional
de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este
de 1938.
LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br.
Acesso em: 7 nov. 2014 (adaptado).
A criação dessas instituições pelo governo Vargas
representava uma estratégia política de
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova — 1932
A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das classes, assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para formar “a hierarquia democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em todos os grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver os meios de ação durável com o fim de “dirigir os desenvolvimentos natural e integral do ser humano em cada uma das etapas de seu crescimento”, de acordo com uma certa concepção do mundo.
Disponível em: www.histedbr.fe.unicamp.br. Acesso em: 7 out. 2015.
Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao caráter oligárquico da sociedade brasileira. Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária entre
Numa sociedade em transição, a marcha da mudança, em diferentes graus, está impressa em todos os aspectos da ordem social, especialmente no jogo político, que nessas sociedades sempre apresenta padrões característicos de ambivalência, cujas raízes sociais se encontram na coexistência de dois padrões de estrutura social: o padrão tradicional, em declínio, e o novo, emergente, em expansão. Em tais situações, é possível encontrar, simultaneamente, apoio para uma orientação política ou para outra que seja exatamente o seu oposto. O padrão ambivalente do processo político, nas sociedades em desenvolvimento, é o que explica um dos seus traços mais salientes, e que consiste na tendência ao adiamento das grandes decisões. Resulta daí que a inércia política ou a convulsão política podem se suceder uma à outra em períodos surpreendentemente curtos.
PINTO, L. A. C. Sociologia e desenvolvimento. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1975 (adaptado).
De acordo com a perspectiva apresentada, central no pensamento social brasileiro dos anos 1950 e 1960, o desenvolvimento do país foi marcado por
O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), pretendeu construir um Estado capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave desse projeto tinha no território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas então instituições encarregadas de fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como o Conselho Nacional de Geografia, o Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este de 1938.
LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br.Acesso em: 7 nov. 2014 (adaptado).
A criação dessas instituições pelo governo Vargas representava uma estratégia política de
Quando Getúlio Vargas se suicidou, em agosto de 1954, o país parecia à beira do caos. Acuado por uma grave crise política, o velho líder preferiu uma bala no peito à humilhação de aceitar uma nova deposição, como a que sofrera em outubro de 1945. Entretanto, ao contrário do que imaginavam os inimigos, ao ruído do estampido não se seguiu o silêncio que cerca a derrota.
REIS FILHO, D. A. O Estado à sombra de Vargas.
Revista Nossa História, n. 7, maio 2004.
O evento analisado no texto teve como repercussão imediata na política nacional a
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova — 1932
A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das classes,
assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se
para formar “a hierarquia democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em
todos os grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela
tem, por objeto, organizar e desenvolver os meios de ação durável com o fim de “dirigir os
desenvolvimentos natural e integral do ser humano em cada uma das etapas de seu
crescimento”, de acordo com uma certa concepção do mundo.
Disponível em: www.histedbr.fe.unicamp.br. Acesso em: 7 out. 2015.
Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao caráter oligárquico da
sociedade brasileira. Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária entre
Quando Getúlio Vargas se suicidou, em agosto de 1954, o país parecia à beira do
caos. Acuado por uma grave crise política, o velho líder preferiu uma bala no peito à
humilhação de aceitar uma nova deposição, como a que sofrera em outubro de 1945.
Entretanto, ao contrário do que imaginavam os inimigos, ao ruído do estampido não se
seguiu o silêncio que cerca a derrota.
REIS FILHO, D. A. O Estado à sombra de Vargas. Revista Nossa História, n. 7, maio 2004.
O evento analisado no texto teve como repercussão imediata na política nacional a
O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), pretendeu
construir um Estado capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave desse
projeto tinha no território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas então
instituições encarregadas de fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como o
Conselho Nacional de Geografia, o Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho
Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este de
1938.
LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 7 nov. 2014 (adaptado).
A criação dessas instituições pelo governo Vargas representava uma estratégia política de
No Brasil, após a eclosão da Bossa Nova, no fim dos
anos 1950 — quando efetivamente a canção popular
começou a ser objeto de debate e análise por parte das
elites culturais — desenvolveram-se duas principais
vertentes interpretativas da nossa música: a vertente
da tradição e a vertente da modernidade, dualismo que
não surgiu nesta época e nem se restringe ao tema da
produção musical. Desde pelo menos 1922, a tensão
entre “tradicional” e “moderno” ocupa o centro do debate
político-cultural no país, refletindo o dilema de uma elite
em busca da identidade brasileira.
ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro, não. Rio de Janeiro: Record, 2013.
A manifestação cultural que, a partir da década de 1960,
pretendeu sintetizar o dualismo apresentado no texto foi:
O tenentismo veio preencher um espaço: o vazio deixado pela falta de lideranças civis
aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas
instituições políticas da República Velha. Os “tenentes” substituíram os inexistentes partidos
políticos de oposição aos governos de Epitácio Pessoa e de Artur Bernardes.
PRESTES, A. L. Uma epopeia brasileira: a Coluna Prestes. São Paulo: Moderna, 1995 (adaptado).
Um dos objetivos do movimento político abordado no texto era
O tenentismo veio preencher um espaço: o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas instituições políticas da República Velha. Os “tenentes” substituíram os inexistentes partidos políticos de oposição aos governos de Epitácio Pessoa e de Artur Bernardes.
PRESTES, A. L. Uma epopeia brasileira: a Coluna Prestes. São Paulo: Moderna, 1995 (adaptado).
Um dos objetivos do movimento político abordado no texto era
Mesmo com a instalação da quarta emissora no Rio de Janeiro, a Rádio Educadora, em
janeiro de 1927, a música popular ainda não desfrutava desse meio de comunicação para se
tornar mais conhecida. Renato Murce, um dos maiores radialistas de todos os tempos,
registrou, no seu livro Nos bastidores do rádio, que as emissoras veiculavam apenas “um certo
tipo de cultura, com uma programação quase só da chamada música erudita, conferências
maçantes e palestras destituídas de interesse”. E acrescentou: “Nada de música popular. Em
samba, então, nem era bom falar”.
CABRAL, S. A MPB na Era do Rádio. São Paulo: Moderna, 1996.
A situação descrita no texto alterou-se durante o regime do Estado Novo, porque o meio de
comunicação foi instrumentalizado para
Mesmo com a instalação da quarta emissora no Rio de Janeiro, a Rádio Educadora, em janeiro de 1927, a música popular ainda não desfrutava desse meio de comunicação para se tornar mais conhecida. Renato Murce, um dos maiores radialistas de todos os tempos, registrou, no seu livro Nos bastidores do rádio, que as emissoras veiculavam apenas “um certo tipo de cultura, com uma programação quase só da chamada música erudita, conferências maçantes e palestras destituídas de interesse”. E acrescentou: “Nada de música popular. Em samba, então, nem era bom falar”.
CABRAL, S. A MPB na Era do Rádio. São Paulo: Moderna, 1996.
A situação descrita no texto alterou-se durante o regime do Estado Novo, porque o meio de
comunicação foi instrumentalizado para
Os níveis de desigualdade construídos historicamente
não se referem apenas a uma questão de mérito individual,
mas à falta de condições iguais de oportunidades de
acesso a educação, trabalho, saúde, moradia e lazer.
As pesquisas mostram que há um grande abismo racial
no Brasil, e as estatísticas, ao apontarem as condições
de vida, emprego e escolaridade entre negros e brancos,
comprovam que essa desigualdade é fruto da estrutura
racista, somada à exclusão social e à desigualdade
socioeconômica, que atinge toda a população brasileira
e, de modo particular, os negros.
MUNANGA, K.; GOMES, N. L. Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades,
problemas e caminhos. São Paulo: Global; Ação Educativa, 2004 (adaptado).
O conjunto de ações adotado pelo Estado brasileiro, a
partir da última década do século XX, para enfrentar os
problemas sociais descritos no texto resultaram na
Os níveis de desigualdade construídos historicamente não se referem apenas a uma questão de mérito individual, mas à falta de condições iguais de oportunidades de acesso a educação, trabalho, saúde, moradia e lazer. As pesquisas mostram que há um grande abismo racial no Brasil, e as estatísticas, ao apontarem as condições de vida, emprego e escolaridade entre negros e brancos, comprovam que essa desigualdade é fruto da estrutura racista, somada à exclusão social e à desigualdade socioeconômica, que atinge toda a população brasileira e, de modo particular, os negros.
MUNANGA, K.; GOMES, N. L. Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global; Ação Educativa, 2004 (adaptado).
O conjunto de ações adotado pelo Estado brasileiro, a partir da última década do século XX, para enfrentar os problemas sociais descritos no texto resultaram na
O marco inicial das discussões parlamentares
em torno do direito do voto feminino são os debates
que antecederam a Constituição de 1824, que não
trazia qualquer impedimento ao exercício dos direitos
políticos por mulheres, mas, por outro lado, também
não era explícita quanto à possibilidade desse
exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de
estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres
obtiveram o direito de votar, o que veio a se concretizar
no ano seguinte. Isso ocorreu a partir da aprovação do
Código Eleitoral de 1932.
Disponível em: http://tse.jusbrasil.com.br. Acesso em: 14 maio 2018.
Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da
medida mencionada no texto foi a
O marco inicial das discussões parlamentares em torno do direito do voto feminino são os debates que antecederam a Constituição de 1824, que não trazia qualquer impedimento ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por outro lado, também não era explícita quanto à possibilidade desse exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram o direito de votar, o que veio a se concretizar no ano seguinte. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de 1932.
Disponível em: http://tse.jusbrasil.com.br. Acesso em: 14 maio 2018.
Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da medida mencionada no texto foi a

Essa imagem foi impressa em cartilha escolar durante a
vigência do Estado Novo com o intuito de
Essa imagem foi impressa em cartilha escolar durante a
vigência do Estado Novo com o intuito de
Os generais abaixo-assinados, de pleno acordo com o
Ministro da Guerra, declaram-se dispostos a promover
uma ação enérgica junto ao governo no sentido de
contrapor medidas decisivas aos planos comunistas
e seus pregadores e adeptos, independentemente
da esfera social a que pertençam. Assim procedem
no exclusivo propósito de salvarem o Brasil e suas
instituições políticas e sociais da hecatombe que se
mostra prestes a explodir.
Ata de reunião no Ministério da Guerra, 28/09/1937. BONAVIDES, P; AMARAL, R.
Textos políticos da história do Brasil, v. 5. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).
Levando em conta o contexto político-institucional dos
anos 1930 no Brasil, pode-se considerar o texto como
uma tentativa de justificar a ação militar que iria
As relações do Estado brasileiro com o movimento operário e sindical, bem como as políticas públicas voltadas para as questões sociais durante o primeiro governo da Era Vargas (1930-1945), são temas amplamente estudados pela academia brasileira em seus vários aspectos. São também os temas mais lembrados pela sociedade quando se pensa no legado varguista.
D'ARAÚJO, M. C. Estado, classe trabalhadora e políticas sociais. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
Durante o governo de Getúlio Vargas, foram desenvolvidas ações de cunho social, dentre as quais se destaca a
O trabalho de recomposição que nos espera não admite
medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento
social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos.
Comecemos por desmontar a máquina do favoritismo
parasitário, com toda sua descendência espúria.
Discurso de posse de Getúlio Vargas como chefe do
governo provisório, pronunciado em 03 de novembro de 1930.
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
Em seu discurso de posse, como forma de legitimar
o regime político implantado em 1930, Getúlio Vargas
estabelece uma crítica ao
O trabalho de recomposição que nos espera não admite medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos. Comecemos por desmontar a máquina do favoritismo parasitário, com toda sua descendência espúria.
Discurso de posse de Getúlio Vargas como chefe do governo provisório, pronunciado em 03 de novembro de 1930.
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930, Getúlio Vargas estabelece uma crítica ao
TEXTO I
É notório que o universo do futebol caracteriza-se
por ser, desde sua origem, um espaço eminentemente
masculino; como esse espaço não é apenas esportivo,
mas sociocultural, os valores nele embutidos e dele
derivados estabelecem limites que, embora nem sempre
tão claros, devem ser observados para a perfeita
manutenção da “ordem”, ou da “lógica'” que se atribui ao
jogo e que nele se espera ver confirmada. A entrada das
mulheres em campo subverteria tal ordem, e as reações
daí decorrentes expressam muito bem as relações
presentes em cada sociedade: quanto mais machista, ou
sexista, ela for, mais exacerbadas as suas réplicas.
FRANZINI, F. Futebol é “coisa pra macho”? Pequeno esboço para uma história das mulheres
no país do futebol. Revista Brasileira de História, v. 25, n. 50, jul.-dez. 2005 (adaptado).
TEXTO II
Com o Estado Novo, a circularidade de uma prática
cultural nascida na elite e transformada por sua aceitação
popular completou o ciclo ao ser apropriada pelo Estado
como parte do discurso oficial sobre a nacionalidade.
A partir daí, o Estado profissionalizou o futebol e passou
a ser o grande promotor do esporte, descrito como uma
expressão da nacionalidade. O futebol brasileiro refletiria
as qualidades e os defeitos da nação.
SANTOS, L. C. V. G. O dia em que adiaram o carnaval: política externa e a construção do
Brasil. São Paulo: EdUNESP, 2010.
Os dois aspectos ressaltados pelos textos sobre a história
do futebol na sociedade brasileira são respectivamente:
TEXTO I
É notório que o universo do futebol caracteriza-se por ser, desde sua origem, um espaço eminentemente masculino; como esse espaço não é apenas esportivo, mas sociocultural, os valores nele embutidos e dele derivados estabelecem limites que, embora nem sempre tão claros, devem ser observados para a perfeita manutenção da “ordem”, ou da “lógica'” que se atribui ao jogo e que nele se espera ver confirmada. A entrada das mulheres em campo subverteria tal ordem, e as reações daí decorrentes expressam muito bem as relações presentes em cada sociedade: quanto mais machista, ou sexista, ela for, mais exacerbadas as suas réplicas.
FRANZINI, F. Futebol é “coisa pra macho”? Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol. Revista Brasileira de História, v. 25, n. 50, jul.-dez. 2005 (adaptado).
TEXTO II
Com o Estado Novo, a circularidade de uma prática cultural nascida na elite e transformada por sua aceitação popular completou o ciclo ao ser apropriada pelo Estado como parte do discurso oficial sobre a nacionalidade. A partir daí, o Estado profissionalizou o futebol e passou a ser o grande promotor do esporte, descrito como uma expressão da nacionalidade. O futebol brasileiro refletiria as qualidades e os defeitos da nação.
SANTOS, L. C. V. G. O dia em que adiaram o carnaval: política externa e a construção do Brasil. São Paulo: EdUNESP, 2010.
Os dois aspectos ressaltados pelos textos sobre a história do futebol na sociedade brasileira são respectivamente: