Questão accbfcfa-57
Prova:ENEM 2021
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

    Quando Getúlio Vargas se suicidou, em agosto de 1954, o país parecia à beira do caos. Acuado por uma grave crise política, o velho líder preferiu uma bala no peito à humilhação de aceitar uma nova deposição, como a que sofrera em outubro de 1945. Entretanto, ao contrário do que imaginavam os inimigos, ao ruído do estampido não se seguiu o silêncio que cerca a derrota.

REIS FILHO, D. A. O Estado à sombra de Vargas.
Revista Nossa História, n. 7, maio 2004.

O evento analisado no texto teve como repercussão imediata na política nacional a

A
reação popular.
B
intervenção militar.
C
abertura democrática.
D
campanha anticomunista.
E
radicalização oposicionista.

Gabarito comentado

Eulália FerreiraEx-Coordenadora de História do Colégio Pedro II (RJ), Mestra em Relações Internacionais (PUC-Rio) e Profª com o título "Notório Saber" pelo Colégio Pedro II (RJ)
Getúlio Vargas retorna à presidência da República através da aprovação pelo voto direto em 1950. Diferentemente dos quinze anos que já ocupara a cadeira de presidente, desta vez chegava ali de forma democrática. O cenário que encontrou era completamente novo do encarado durante o Estado Novo. O Brasil era uma democracia e com ela vinham todos os trâmites e disputas políticas próprias do sistema. O Congresso Nacional não era composto exclusivamente por aliados de Vargas, tendo em suas bancadas os políticos que formavam uma oposição aos ideais nacionalistas do Presidente. As ações de Vargas como, por exemplo, a criação da Petrobras em 1953, com a campanha “O Petróleo é nosso" desagradou profundamente uma parcela importante do empresariado brasileiro. A ideia de uma empresa completamente estatal não condizia com os rumos que esse setor pensava para a economia brasileira. Diante disso, a oposição no Congresso se intensificou. 

Outra medida considerada populista pela oposição foi o aumento do salário mínimo em 100%, que também desagradou o setor empresarial. O suicídio de Getúlio Vargas atrasou em 10 anos o golpe militar que já estava preparado para tirá-lo do poder. Os militares viram seus planos interrompidos pela atitude drástica tomada por Vargas, e uma ação popular fortemente reativa aos opositores de Vargas.

O cenário era contrário à qualquer atitude que pudesse ser tomada pelos militares naquele momento. Esta questão tem como tema o governo democrático de Getúlio Vargas- de 1951 a 1954 - e seus desdobramentos em seu programa dito, à época, populista, aliado ao projeto nacional desenvolvimentista, encaminhado pelo próprio durante a ditadura do Estado Novo. 

Uma das alternativas aponta a reação à atitude de Vargas 

A) CORRETA –A notícia da morte de Vargas por suicídio foi amplamente divulgada pela mídia da época, assim como sua Carta Testamento. O povo foi insuflado pelos meios de comunicação contra os algozes de Vargas e gerando uma onda de revoltas nas ruas com protestos, destruição e invasão a jornais como O Globo e a Tribuna da Imprensa. 

B) INCORRETA - O suicídio de Getúlio Vargas impediu uma iminente intervenção militar sendo preparada para tomar o poder no lugar de Getúlio Vargas. O suicídio somado à reação popular impediu que essa ação fosse executada. 

C) INCORRETA – A abertura democrática já havia sido feita a partir de 1945 após a deposição de Vargas enquanto ditador do Estado Novo. 

D) INCORRETA –Getúlio Vargas era criticado por suas medidas chamadas populistas, devido ao seu projeto nacionalista. Entretanto, não havia uma associação do seu governo ao comunismo, combatido por ele mesmo desde o Estado Novo. 

E) INCORRETA - A oposição a Vargas já estava articulada para tomar o poder, principalmente após as declarações de que o presidente renunciaria ao cargo. A oposição teve que se manter inerte após sua morte em meio a uma tentativa de golpe de Estado. 

Gabarito do Professor: Letra A.

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