Questõessobre O que é a Filosofia
A História da Filosofia foi sendo demarcada em
Períodos distintos, conforme foi mudando a
preocupação e o enfoque fundamentais dos filósofos,
ao longo dos séculos. O Período que ficou
caracterizado por estabelecer uma harmonização
racional entre razão e fé, ou seja, por colocar a
Filosofia ao serviço da Teologia, para facilitar a
aceitação dos dogmas da religião cristã, ficou
conhecido como:
O ato de filosofar deve entender-se como sendo:
O período da História da Filosofia a que foi dado o
nome de Empirismo, é aquele que defende:
No nascimento da razão moderna com a metafísica cartesiana e a revolução científica do séc XVII, a questão
ontológica grega que perguntava pelo ser das coisas é substituída pela questão gnosiológica que pergunta pelos
limites e possibilidades da razão. Nesse contexto surgem duas tendências fundamentais que pretendem explicar
a fonte e a natureza do processo de conhecimento. A esse respeito tem-se o seguinte:
A importância do conhecimento está em seu
uso, em nosso domínio ativo sobre ele, quero dizer,
reside na sabedoria. É convencional falar em mero
conhecimento, separado da sabedoria, como capaz
de incutir uma dignidade peculiar a seu possuidor.
Não compartilho dessa reverência pelo conhecimento
como tal. Tudo depende de quem possui o
conhecimento e do uso que faz dele.
WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios.
São Paulo: Edusp, 1969.
No trecho, o autor considera que o conhecimento traz
possibilidades de progresso material e moral quando
A ciência ativa rompe com a separação antiga entre a
ciência (episteme), o saber teórico, e a técnica (techne),
o saber aplicado, integrando ciência e técnica. Do ponto
de vista da ideia de ciência, a valorização da observação
e do método experimental opõe a ciência ativa à ciência
contemplativa dos antigos; assim também, a utilização
da matemática como linguagem da física, proposta por
Galileu sob inspiração platônica e pitagórica, e contrária à
concepção aristotélica.
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos
a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008 (adaptado).
Nesse contexto, a ciência encontra seu novo fundamento na
“Será preciso ter saudade do tempo em que os filósofos eram ao mesmo tempo cientistas? Seria
ingenuidade. Se hoje os cientistas não têm mais necessidade dos filósofos nem, sobretudo, de se fazer
filósofos, é na medida em que seus métodos estão em ordem, seus conceitos são universalmente admitidos e
as querelas científicas rareiam. Que apareçam contradições (…), que nasçam controvérsias (…), e bem
depressa o cientista volta a tornar-se filósofo.” (Gérard Lebrun, O papel do espaço na elaboração do
pensamento kantiano)
Dentre as diversas formas de se caracterizar a relação entre o saber científico e o filosófico elencadas abaixo,
indique a que NÃO se coaduna com a apresentada no trecho acima.
“Será preciso ter saudade do tempo em que os filósofos eram ao mesmo tempo cientistas? Seria ingenuidade. Se hoje os cientistas não têm mais necessidade dos filósofos nem, sobretudo, de se fazer filósofos, é na medida em que seus métodos estão em ordem, seus conceitos são universalmente admitidos e as querelas científicas rareiam. Que apareçam contradições (…), que nasçam controvérsias (…), e bem depressa o cientista volta a tornar-se filósofo.” (Gérard Lebrun, O papel do espaço na elaboração do pensamento kantiano)
Dentre as diversas formas de se caracterizar a relação entre o saber científico e o filosófico elencadas abaixo, indique a que NÃO se coaduna com a apresentada no trecho acima.
Martin Heidegger (1889-1976) afirmou: “ser homem já significa filosofar”. Sua tese é a seguinte: o
homem se caracteriza pela distinção entre o “é” e as características de qualquer coisa, ou seja, de qualquer
ente; com isso, no encontro cotidiano com os entes, antecipadamente (antes de encontrá-los e conhecê-los)
sabemos (a) que eles são e (b) que eles não são o “ser”, que são diferentes de sua “existência”. Eis por que
todos podemos, a qualquer instante, nos lançar às perguntas pelo ser dos entes e pelo sentido do ser em geral,
ou seja, às perguntas filosóficas. Independente de filosofarmos expressamente, as questões e a força para a
investigação, portanto, estariam na raiz mesma de nosso ser, e precedem todo conhecimento e pensamento
aplicado.
De modo análogo, a primeira frase da Metafísica de Aristóteles afirma: “Todos os seres humanos tendem
essencialmente ao Saber”. Essa tendência essencial significa que uma propensão para o Saber está presente,
ainda que inexplorada, em todos os seres humanos. Como Aristóteles escolheu, para o Saber, uma palavra
grega que se assemelha ao “Ver” imediato (eidénai), pode-se compreender que se trata tanto do
conhecimento em geral quanto (e principalmente) do Saber metafísico, sobre o princípio essencial ou
estrutura metafísica da realidade. Em suma, Aristóteles já estaria dizendo que ser homem significa filosofar.
Com base no que foi dito, marque a alternativa CORRETA.
Martin Heidegger (1889-1976) afirmou: “ser homem já significa filosofar”. Sua tese é a seguinte: o homem se caracteriza pela distinção entre o “é” e as características de qualquer coisa, ou seja, de qualquer ente; com isso, no encontro cotidiano com os entes, antecipadamente (antes de encontrá-los e conhecê-los) sabemos (a) que eles são e (b) que eles não são o “ser”, que são diferentes de sua “existência”. Eis por que todos podemos, a qualquer instante, nos lançar às perguntas pelo ser dos entes e pelo sentido do ser em geral, ou seja, às perguntas filosóficas. Independente de filosofarmos expressamente, as questões e a força para a investigação, portanto, estariam na raiz mesma de nosso ser, e precedem todo conhecimento e pensamento aplicado.
De modo análogo, a primeira frase da Metafísica de Aristóteles afirma: “Todos os seres humanos tendem essencialmente ao Saber”. Essa tendência essencial significa que uma propensão para o Saber está presente, ainda que inexplorada, em todos os seres humanos. Como Aristóteles escolheu, para o Saber, uma palavra grega que se assemelha ao “Ver” imediato (eidénai), pode-se compreender que se trata tanto do conhecimento em geral quanto (e principalmente) do Saber metafísico, sobre o princípio essencial ou estrutura metafísica da realidade. Em suma, Aristóteles já estaria dizendo que ser homem significa filosofar.
Com base no que foi dito, marque a alternativa CORRETA.
“A filosofia vai surgir ligada a esses dois tipos de palavras, isto é, à alétheia e à dóxa. Essa ligação é diferenciada, ou seja, não será sempre a mesma nos diferentes períodos da filosofia grega. Assim, na fase inicial, os filósofos procuravam falar nos dois campos: falam como poetas e adivinhos, isto é, no campo da palavra-verdade, e falam como chefes políticos, isto é, no campo da palavra persuasão. A seguir, com os filósofos Pitágoras de Samos e Parmênides de Eléia, afastam a dóxa e fortalecem apenas a alétheia. No entanto, a partir do desenvolvimento da democracia, sobretudo em Atenas, um grupo de filósofos novos, os sofistas, afastam a alétheia e fortalecem exclusivamente a dóxa. Finalmente, com Sócrates e Platão, será feito um esforço gigantesco (decisivo para todo pensamento ocidental) para colocar a alétheia no lugar da dóxa. Será o momento em que a filosofia, em vez de ocupar-se com a origem do mundo e as causas de suas transformações, se interessará exclusivamente pelos homens, pela vida social e política” (CHAUÍ, M. Introdução à História da Filosofia – Dos pré-socráticos a Aristóteles. Volume I. 1ª ed. – São Paulo: Brasiliense, 1994).
Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre o tema, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) e, em seguida, assinale a alternativa correta.
( ) Essas observações sobre a alétheia e a dóxa nos ajudam a compreender por que a filosofia nascente, embora sendo uma cosmologia (isto é, uma explicação racional sobre a origem do mundo e as causas de suas transformações), emprega um vocabulário político e humano para referir-se o cosmos. É que a linguagem disponível para a filosofia é a linguagem da pólis e esta é projetada na explicação da natureza ou do universo.
( ) A palavra dóxa deriva do verbo dokéo, que significa: 1) tomar o partido que se julga o mais adaptado a uma situação; 2) conformar-se a uma norma; 3) escolher e decidir. A dóxa pertence ao vocabulário político da decisão, deliberação e opinião.
( ) Exercício do pensamento e da linguagem, a filosofia nascente não irá diferenciar-se da palavra dos guerreiros e dos políticos, pois não possui uma pretensão específica, deseja apenas argumentar e persuadir.
( ) No pensamento mítico e na organização sócio-política que antecede o surgimento da pólis, a alétheia possui uma relação intrínseca com os procedimentos oraculares e divinatótios: é a lembrança do que foi contemplado no oráculo e ouvido, ali, dos deuses, que é a verdade, alétheia.
“A filosofia vai surgir ligada a esses dois tipos de palavras, isto é, à alétheia e à dóxa. Essa ligação é diferenciada, ou seja, não será sempre a mesma nos diferentes períodos da filosofia grega. Assim, na fase inicial, os filósofos procuravam falar nos dois campos: falam como poetas e adivinhos, isto é, no campo da palavra-verdade, e falam como chefes políticos, isto é, no campo da palavra persuasão. A seguir, com os filósofos Pitágoras de Samos e Parmênides de Eléia, afastam a dóxa e fortalecem apenas a alétheia. No entanto, a partir do desenvolvimento da democracia, sobretudo em Atenas, um grupo de filósofos novos, os sofistas, afastam a alétheia e fortalecem exclusivamente a dóxa. Finalmente, com Sócrates e Platão, será feito um esforço gigantesco (decisivo para todo pensamento ocidental) para colocar a alétheia no lugar da dóxa. Será o momento em que a filosofia, em vez de ocupar-se com a origem do mundo e as causas de suas transformações, se interessará exclusivamente pelos homens, pela vida social e política” (CHAUÍ, M. Introdução à História da Filosofia – Dos pré-socráticos a Aristóteles. Volume I. 1ª ed. – São Paulo: Brasiliense, 1994).
Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre o tema, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) e, em seguida, assinale a alternativa correta.
( ) Essas observações sobre a alétheia e a dóxa nos ajudam a compreender por que a filosofia nascente, embora sendo uma cosmologia (isto é, uma explicação racional sobre a origem do mundo e as causas de suas transformações), emprega um vocabulário político e humano para referir-se o cosmos. É que a linguagem disponível para a filosofia é a linguagem da pólis e esta é projetada na explicação da natureza ou do universo.
( ) A palavra dóxa deriva do verbo dokéo, que significa: 1) tomar o partido que se julga o mais adaptado a uma situação; 2) conformar-se a uma norma; 3) escolher e decidir. A dóxa pertence ao vocabulário político da decisão, deliberação e opinião.
( ) Exercício do pensamento e da linguagem, a filosofia nascente não irá diferenciar-se da palavra dos guerreiros e dos políticos, pois não possui uma pretensão específica, deseja apenas argumentar e persuadir.
( ) No pensamento mítico e na organização sócio-política que antecede o surgimento da pólis, a alétheia possui uma relação intrínseca com os procedimentos oraculares e divinatótios: é a lembrança do que foi contemplado no oráculo e ouvido, ali, dos deuses, que é a verdade, alétheia.
Em O Discurso sobre o método, Descartes afirma:
Não se deve acatar nunca como verdadeiro aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência,
ou seja, evitar acuradamente a precipitação e a prevenção, assim como nunca se deve abranger
entre nossos juízos aquilo que não se apresente tão clara e distintamente à nossa inteligência
a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida.
(REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: Do humanismo a Descartes.
Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2004. p. 289.)
Após a leitura do texto acima, assinale a alternativa correta.
Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta.
Essa crença pressupõe que há verdades absolutas,
que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas
e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o
homem das convicções está na idade da inocência, e é uma
criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios
viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as
mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto,
todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua
convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força
para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que
aspecto pacífico teria a história da humanidade!
(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.)
Nesse excerto, Nietzsche
Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade!
(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.)
Nesse excerto, Nietzsche
Posto que as qualidades que impressionam nossos
sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias
produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento
não tem o poder de inventar ou formar uma única
ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos
sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto
que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar
a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder
fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias
das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)
De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se
Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)
De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se
“Muitos políticos veem facilitado seu nefasto trabalho pela
ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais
fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente
usam de uma inteligência de rebanho. É preciso impedir
que os homens se tornem sensatos. Mais vale, portanto,
que a filosofia seja vista como algo entediante.”
(Karl Jaspers, Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1976,
p.140.)
Assinale a alternativa correta.
Marque C, se a proposição é certo; E, se a proposição é errado.
Filosofia e Ciência têm, em comum, a rejeição a argumentos de autoridade, exigindo comprovação racional para suas hipóteses.
Filosofia e Ciência têm, em comum, a rejeição a argumentos de autoridade, exigindo comprovação racional para suas hipóteses.
Marque C, se a proposição é certo; E, se a proposição é errado.
Os principais filósofos do século VI a.C. criaram uma genealogia de deuses para explicar a origem do
universo.
Os principais filósofos do século VI a.C. criaram uma genealogia de deuses para explicar a origem do universo.
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R Meditações concernentes à Primeira Filosofia.
São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida
SíLVA. F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. Sâo Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).