Questõesde UECE sobre Conceitos Filosóficos

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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Dos parágrafos XLI ao XLIV de seu Novum Organon: instauratio Magna, o inglês Francis Bacon (1561-1621), considerado o fundador da ciência moderna, enumera os quatro ídolos da sua famosa doutrina dos ídolos. São eles: tribo, caverna, mercado e tetro. Com essa doutrina, Bacon pretende dar meios de depuração da razão para que possamos confiar nos sentidos como meios de conhecimento do mundo. Com isso, podemos nos livrar de falsas compreensões, ideias ilusórias, expectativas individuais e tradições enganosas, para extrair da natureza, através da ciência experimental e da verdadeira indução, as suas leis.


A corrente de pensamento inaugurada por Bacon, com essa doutrina, é denominada

A
Empirismo.
B
Idealismo.
C
Racionalismo.
D
Positivismo.
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“O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada [...] o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, [...] a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas.”

DESCARTES, René. Discurso do método, I. Tradução de J.
Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural,
1979. Coleção Os Pensadores.


Tomando-se por base o que diz Descartes na citação acima, explica-se a diversidade de opiniões em que

I. alguns são mais racionais do que os outros.

II. usamos de modos distintos nossa razão.

III. as emitimos sobre coisas diferentes.


Estão corretas as complementações contidas em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
I, II e III.
D
II e III apenas.
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“No interior dos grandes períodos históricos, transforma-se com a totalidade do modo de existência das coletividades humanas também o modo de percepção. O modo como a percepção humana se organiza [...] não é apenas condicionado naturalmente, mas historicamente. A época das migrações dos povos [...] possuía não só uma outra arte que a da Antiguidade, como também outra percepção.”


BENJAMIN, Walter. A obra de arte de sua reprodutibilidade
técnica. Tradução de Francisco de Ambrosis Pinheiro
Machado. Porto Alegre: Zouk Editora, 2012, p. 25-27.


Segundo essa tese de Walter Benjamin, é correto afirmar que

A
enquanto a nossa sensibilidade artística é natural, nossa percepção é condicionada histórica e socialmente.
B
as transformações históricas da percepção humana deixam a salvo a arte, pois esta tem um significado universal e eterno.
C
nossa percepção, bem como as artes, se transforma de acordo com as condições materiais e sociais da existência.
D
as transformações artísticas, que acompanham as transformações na percepção, se devem ao seu condicionamento natural.
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“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente, como fim e nunca como meio.”

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edições 70, 1992, p. 69.


O imperativo moral acima citado, que, nos termos da filosofia moral kantiana, deve servir “de lei prática universal”, nos indica que

A
na ação ético-moral a humanidade pode aparecer como fim ou como meio, desde que se trate sempre os indivíduos como humanos.
B
na medida em que os fins justificam os meios, o uso da pessoa humana por outra como meio é justo apenas se os fins forem justos.
C
na ação ético-moral o sujeito preserva a humanidade do outro como fim, embora temporariamente trate a si mesmo como meio.
D
a ação ético-moral, à medida que pressupõe sua universalidade, nunca pode contradizer a ideia moral da humanidade como fim.
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A filósofa brasileira Rosa Dias diz o seguinte sobre a filosofia da arte de Nietzsche:


“[O] ponto mais importante da estética nietzschiana do seu primeiro livro [O nascimento da tragédia] é o desenvolvimento dos aspectos apolíneo e dionisíaco na arte grega, considerados como impulsos antagônicos, como duas faculdades fundamentais do homem: a imaginação figurativa, que produz as artes da imagem (a escultura, a pintura e parte da poesia), e a potência emocional, que encontra sua voz na linguagem musical. Cada um desses impulsos manifesta-se na vida humana por meio de dois estados fisiológicos, o sonho e a embriaguez, que se opõem como o apolíneo e o dionisíaco. O sonho e a embriaguez são condições necessárias para que a arte se produza; por isso, o artista, sem entrar em um desses estados, não pode criar”.

DIAS, Rosa Maria. Arte e vida no pensamento de
Nietzsche. In: Cadernos Nietzsche, São Paulo, v. 36 nº 1,
p. 228, 2015.


Com base na citação acima, é correto afirmar que


A
como o apolíneo e o dionisíaco são dois impulsos antagônicos, o artista, em seu processo de criação, deve escolher apenas uma das duas vias: ou estado de sonho ou de embriaguez.
B
o impulso apolíneo expressa nossas propensões intelectuais em direção ao suprassensível e o impulso dionisíaco, nossa participação no mundo sensível, emocional.
C
ambos os impulsos se manifestam artisticamente: o apolíneo nas formas plásticas da visão, nos sonhos e na poesia escrita; o dionisíaco, na embriaguez em que repousa a música.
D
os impulsos apolíneo e dionisíaco não são potências sensíveis e criadoras da natureza e produzem estados fisiológicos diversos, porque não são adequados ao humano.
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“Toda a obra de Francis bacon se destina a substituir uma cultura do tipo retórico-literário por uma do tipo técnico-científico. Bacon está perfeitamente consciente de que a realização deste programa de reforma comporta numa ruptura com a tradição. De que tal ruptura diz respeito não só ao modo de pensar, mas também ao modo de viver dos homens. O tipo de discurso filosófico elaborado no mundo clássico pressupõe, segundo Bacon, a superioridade da contemplação sobre as obras, da resignação diante da natureza sobre a conquista da natureza, da reflexão acerca da interioridade sobre a pesquisa voltada para os fatos e as coisas.”

ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas:1400-700. São
Paulo: Companhia das Letras, 1989, p.75/adaptado.

A passagem acima expõe a relação entre o pensamento filosófico moderno, representado por Francis Bacon, e o pensamento filosófico clássico. Sobre essa relação, é correto afirmar que

A
não houve nenhuma mudança substantiva entre a forma como os modernos pensavam o mundo e a forma como os antigos interpretavam a realidade, a não ser no aspecto da adoção de um processo metodológico diferenciado do pensamento.
B
a filosofia dos modernos buscava compreender a forma do pensamento e a partir de um raciocínio dedutivo, ao contrário dos antigos que baseavam o pensamento na forma indutiva e experimental de abordagem da realidade.
C
a mudança da maneira com que os filósofos da modernidade passaram a pensar a realidade foi radical em relação aos antigos, representando uma ruptura com um tipo de saber retórico e a adoção de um pensamento focado na pesquisa sobre os fatos e as coisas.
D
embora ancorada em raciocínio lógico e em um método mais preciso de análise, a filosofia dos modernos mostrava-se inferior ao pensamento antigo, em decorrência tanto de sua dependência excessiva da experiência, como do abandono do raciocínio.
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“O silogismo é uma locução em que uma vez certas suposições sejam feitas, alguma coisa distinta delas se segue necessariamente devido à mera presença das suposições como tais. Por ‘devido à mera presença das suposições como tais’ entendo que é por causa delas que resulta a conclusão, e por isso quero dizer que não há necessidade de qualquer termo adicional para tornar a conclusão necessária”

ARISTÓTELES. Órganon: Categorias,
Da interpretação, Analíticos anteriores, Analíticos
posteriores, Tópicos, Refutações sofísticas.
Bauru, SP: EDIPRO, 2010, p. 111.

Considerando o enunciado acima, constante no livro I dos Analíticos anteriores, atente para o que se afirma a seguir, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) Trata-se da definição de silogismo, termo filosófico com o qual Aristóteles designou a conclusão deduzida de premissas, a argumentação lógica perfeita.

( ) Expõe as bases do argumento indutivo com três proposições declarativas (duas premissas e uma conclusão) que se conectam de tal modo que, a partir de premissas, é possível induzir uma conclusão.

( ) Expressa a importância dada por Aristóteles à correção lógica do raciocínio empregado na construção do conhecimento do Ser das coisas.

( ) O silogismo não trata do conteúdo do que se afirma, mas permite se chegar a conclusões verdadeiras, desde que baseadas em princípios gerais verdadeiros.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


A
F, F, V, F.
B
F, V, F, V.
C
V, V, F, F.
D
V, F, V, V.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Razão: Inata ou Adquirida?

Observe as seguintes citações, que refletem posições divergentes, colocadas por empiristas e racionalistas, sobre o método que deveria ser usado para o estabelecimento do correto processo de conhecimento da realidade: 

     “Primeiramente, considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais, sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos”.

DESCARTES, R. Carta a Elisabeth. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os Pensadores.

     “De onde a mente apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo numa palavra, da experiência. Todo o conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento”.

LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os pensadores.

Considerando o que propunham o empirismo e o racionalismo, atente para o que se afirma a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) O racionalismo é a forma de compreensão do conhecimento que prioriza a razão e recorre à indução como método de análise.
( ) O empirismo, ao contrário do racionalismo, parte da experiência para a construção de afirmações gerais a respeito da realidade.
( ) Para o racionalismo, sobretudo o cartesiano, a verdade deveria ser buscada fora dos sentidos, visto que eles são enganosos e podem nos equivocar em qualquer experiência de percepção.
( ) O empirismo, vertente de compreensão da qual Locke fazia parte, aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas. 

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A
V, F, V, F.
B
V, V, F, V.
C
F, F, F, V.
D
F, V, V, F.