Questõesde UECE sobre A Experiência do Sagrado

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UECE 2019 - Filosofia - Provas da Existência Divina: Ontologia, Cosmologia e Teleologia, A Experiência do Sagrado

“De fato, a corrupção é nociva, e, se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica – o que não é aceitável – ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. [...]. Logo, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois, se fosse substância, seria um bem”.


HIPPONA, Agostinho. Confissões. Coleção “Os Pensadores”.
Livro VII, cap. XII, 1983. – Texto adaptado.


Sobre a questão do mal em Santo Agostinho, considere as seguintes afirmações:


I. O mal não existe sem o bem.
II. O mal diminui o bem, e vice-versa.
III. O mal absoluto pode existir.


É correto o que se afirma em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
II e III apenas.
D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia - A Experiência do Sagrado

Leia com atenção a seguinte passagem:


“Diz-se livre a coisa que existe exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir. E diz-se necessária, ou melhor, coagida, aquela coisa que é determinada por outra a existir e a operar de maneira definida e determinada”.

SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução e Notas de
Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, parte I,
definição 7, p. 13. – Texto adaptado.


Sobre a questão da liberdade divina e humana em Spinoza, considere as seguintes afirmações:


I. Somente Deus é livre.

II. A liberdade de Deus consiste em determinar-se por si só a operar.

III. O homem é coagido, pois é determinado por outra coisa a operar de maneira definida e determinada.


É correto o que se afirma em

A
I, II e III.
B
II e III apenas.
C
I e II apenas.
D
I e III apenas.
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UECE 2019 - Filosofia - Vontade Divina e Liberdade Humana, A Experiência do Sagrado

Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a ti, como dizias, que o livre-arbítrio da vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com retidão”.

                                                                       AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47.

Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agostinhoé correto afirmar que

A
o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus.
B
o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta.
C
é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado.
D
a ação justa é aquela que foi praticada com o livre-arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio.
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UECE 2019 - Filosofia - A Experiência do Sagrado

O maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Manesou Maniqueu, filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.

                                            ”Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Manique%C3%ADsmo.

Contra o maniqueísmo, Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) afirmava que

A
Deus é o Bem absoluto, ao qual se contrapõe o Mal absoluto.
B
as criaturas só são más numa consideração parcial, mas são boas em si mesmas.
C
toda a criação era boa e tornou-se má, pois foi dominada pelo pecado após a Queda.
D
a totalidade da criação é boa em si mesma, mas singularmente há criaturas boas e más.
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UECE 2019 - Filosofia - A Experiência do Sagrado

Atente para a seguinte passagem, em que Santo Agostinho se questiona sobre a origem do mal: 

     “Quem me criou? Não foi o meu Deus, que é bom, e é também a mesma bondade? Donde me veio, então, o querer, eu, o mal e não querer o bem? Qual a sua origem, se Deus, que é bom, fez todas as coisas? Sendo o supremo e sumo Bem, criou bens menores do que Ele; mas, enfim, o Criador e as criaturas, todos são bons. Donde, pois, vem o mal?” 

AGOSTINHO, Santo. Confissões; De magistro. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção “Os Pensadores”. Livro VII. Adaptado.

Sobre esse aspecto da filosofia do bispo de Hipona, considere as seguintes afirmações: 
I. Como os maniqueístas, de quem sofreu forte influência, Agostinho afirmava a existência do Bem e do Mal e que os homens não eram culpados de ações classificadas como más. O mal lhes era inato, portanto, não havia culpa, mas poderiam obter a salvação da alma por intermédio da graça divina.
II. Para Agostinho, não se deveria atribuir a Deus a origem do Mal, visto que, como Sumo Bem, ele não o poderia criar. São os homens os responsáveis pela presença do Mal e cabe a estes fazerem uso de sua liberdade e escolherem entre a boa e a má ação.
III. Dispondo do livre arbítrio, o ser humano pode optar por bens inferiores. Mas o livre arbítrio não pode ser visto como um mal em si, pois foi Deus quem o criou. Ter recebido de Deus uma vontade livre é para o ser humano um grande bem. O mal é o mau uso desse grande bem. 

É correto o que se afirma em

A
I, II e III.
B
I e III apenas.
C
II e III apenas.
D
I e II apenas.
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UECE 2019 - Filosofia - O Conhecimento Humano e o Conhecimento Divino, A Experiência do Sagrado

Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”.

CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.

O poder teológico-político é violento, porque

A
submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.
B
retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como causa e fim a transcendência divina.
C
transforma a linguagem e o pensamento dos homens em formas de libertação de corpos e espíritos.
D
recusa aos usos e costumes o papel de fundamento transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.