Os versos “Ela desapareceu ia nua/ Desapareceu com quem? (...) / Digam que sou um homem sem orgulho / Um homem que aceita tudo/ Que me importa? / Eu quero a estrela da manhã.” expressam o desejo intenso pela mulher (“estrela da manhã”), ser inatingível para o poeta, reiterado nas repetições, “Eu quero (...)”; e no tempo verbal imperativo, “Procurem (...)”; “Procurem (...)”; “Digam (...)”.

Gabarito: C) certo

Análise e Tema Central:

A questão aborda interpretação de texto, com foco em figuras de linguagem (metáfora) e no modo imperativo. O objetivo é identificar como o desejo do eu-lírico por algo inatingível é construído tanto nos sentidos quanto nas estruturas verbais.

Justificativa da Alternativa Correta (C):

O texto-poético apresenta a estrela da manhã como símbolo do objeto desejado, uma mulher idealizada e inalcançável. Trata-se de uma metáfora — conforme Cunha & Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo), “o emprego de uma palavra em sentido que não lhe é comum, por analogia ou semelhança” — que expressa o anseio intenso do eu-lírico.

A repetição da estrutura “Eu quero...” reforça a intensidade do desejo. Além disso, o uso de verbos no imperativo — “Procurem”, “Digam” — revela a tentativa urgente do eu-lírico de mobilizar outros em torno de seu objetivo.

Na norma-padrão, o modo imperativo expressa ordem, pedido ou súplica, exatamente como no poema. Portanto, a alternativa está correta ao relacionar os efeitos expressivos dessas escolhas linguísticas ao desejo inatingível do eu-lírico.

Análise da Alternativa Incorreta (E):

Assinalar “Errado” significaria desconsiderar a evidência textual:
— O desejo intenso está reiterado na repetição de “eu quero”;
— O imperativo mobiliza o leitor e outros personagens a buscarem a ‘estrela’.
Negar isso equivale a não reconhecer nem a função semântica da metáfora, nem a função sintática e modal dos verbos.

Estratégia de Resolução:

Ao interpretar questões desse tipo:
— Destaque palavras-repetidas ou verbos destacados (como o imperativo);
— Atente à função poética das imagens e metáforas.
— Cuidado com enunciados que negam evidências claras do texto.

Segundo Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), identificar o uso expressivo do verbo é fundamental para a compreensão de sentidos implícitos do texto.

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