A ciência antiga postulava que o conhecimento
parte das coisas particulares e chega aos
princípios universais, visto que só existe ciência
do universal e não do particular.
Um dos principais objetivos do filósofo grego
Aristóteles (388-322 a. C.) é elaborar um modo de
conhecimento verdadeiro e não refutável. Para isso,
ele dedica boa parte dos seus escritos, que resulta
nos pressupostos fundamentais para o
conhecimento científico na antiguidade e na
medievalidade. Sobre essa noção de ciência,
assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: a concepção aristotélica de ciência (epistéme). É importante saber distinguir indução (epagógé), que parte de singulares, e ciência demonstrativa, que é do universal e das causas (Analíticos Posteriores).
Resumo teórico: Para Aristóteles, o conhecimento científico verdadeiro é conhecimento dos princípios e das causas universais. Chegamos a esses princípios por um processo que envolve a experiência dos singulares e a indução intelectual — a mente reconhece o comum em vários particulares e apreende a forma universal. Contudo, a ciência como epistéme não tem por objeto o particular: ela exige proposições universais demonstráveis (cf. Aristóteles, Posterior Analytics).
Por que a alternativa está correta: A afirmação sintetiza a visão clássica: o ponto de partida empírico (observação de particulares) permite a abstração da forma universal via indução; a ciência, porém, só existe sobre o universal e não sobre o particular. Assim, a trajetória "particulares → princípios universais" descrita no enunciado corresponde ao método aristotélico e à recepção medieval (escolástica).
Breve observação sobre a alternativa errada (E): Seria incorreto negar essa dinâmica. Dizer que a ciência parte diretamente de princípios sem qualquer contato com singulares ignora o papel da indução aristotélica e da experiência sensível.
Dica de concurso: Identifique termos-chave: "somente ciência do universal" e "parte das coisas particulares". Relacione-os com conceitos aristotélicos (epagógé, causa, epistéme). Se o enunciado alinha-se a esses termos, tende a estar correto.
Fontes recomendadas: Aristóteles, Posterior Analytics; Stanford Encyclopedia of Philosophy — "Aristotle's Posterior Analytics".
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