Questõessobre Filosofia

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ENEM 2024 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Mito e Filosofia

O mito de Sísifo explora a noção de “o absurdo”, que Camus descreve alternativamente como sendo a condição humana e, ao mesmo tempo, uma difusa sensibilidade do nosso tempo. Sísifo, condenado pelos deuses a uma infindável e fútil tarefa de rolar uma pedra montanha acima (donde ela haveria de rolar montanha abaixo pelo seu próprio peso), torna-se, assim, um exemplar da condição humana, lutando desesperada e impotentemente para alcançar algo.



SOLOMON, R. C. In: AUDI, R. Dicionário de filosofia de Cambridge.
São Paulo: Paulus, 2006 (adaptado).



O absurdo da condição humana, representado pela alegoria contida no texto, fundamenta-se na

A
confrontação da irracionalidade do real.
B
negação da materialidade do mundo.
C
rejeição da ideia de responsabilidade.
D
insuficiência da teoria da transcendência.
E
impossibilidade da existência de intersubjetividade.
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ENEM 2024 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar reviver — é o dever —, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”.


NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os
novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).


Qual conduta se mostra alinhada à proposta nietzscheana apresentada no texto?

A
Utópica, pela projeção do ideal.
B
Trágica, pela afirmação do presente.
C
Resignada, pela aceitação da realidade.
D
Religiosa, pela conexão ao transcendente.
E
Saudosista, pela vinculação às reminiscências.
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ENEM 2024 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, O Fazer Filosófico, O que é a Filosofia

TEXTO I


     É muito importante entender que a significatividade do mundo, constituída pelas estruturas linguístico-conceituais, não se reduz a uma significatividade apenas cognitiva. Proporcionar uma significação para o mundo pode também consistir em lidar com ele no sentido do “padecer”.


CABRERA, J. Margens das filosofias da linguagem.
Brasília: UnB, 2003 (adaptado).



TEXTO II


Mundo, mundo, vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo, mundo, vasto mundo
Mais vasto é meu coração.


ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro:
Record, 1996 (fragmento).


Com base nas informações presentes no Texto I, a consideração sobre o mundo no Texto II tem uma significação:

A
Valorativa, porque julga os atos praticados.
B
Imperativa, porque comanda as ações efetivas.
C
Figurativa, porque contempla a realidade objetiva.
D
Expressiva, porque manifesta a experiência vivida.
E
Atitudinal, porque alcança as aspirações individuais.
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ENEM 2024 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Observações: Cisne n. 1 é branco.
Cisne n. 2 é branco.
...
Cisne n. 534 é branco.
...
Conclusão: Todos os cisnes são brancos.


FRENCH, S. Ciência: conceitos-chave em filosofia.
Porto Alegre: Artmed, 2009 (adaptado).


A sequência de proposições apresentada no texto indica uma 

A
captação advinda de intuições pessoais.
B
negação originada de realidades empíricas.
C
consequência extraída pelo método indutivo.
D
tática proveniente de argumentação persuasiva.
E
compreensão construída pelo processo criativo.
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ENEM 2024 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ética e Liberdade, Filosofia da Cultura

     Ubuntu é um sistema de crenças, uma epistemologia, uma ética coletiva e uma filosofia humanista espiritual do sul da África. É mais um fundamento ético coletivo do que qualquer outra coisa, embora também seja considerado uma forma de filosofia e epistemologia africanas nativas. É uma forma ética de conhecer e de ser em comunidade. É muito menos um conceito abstrato do que uma expressão coletiva cotidiana de experiências vividas, centradas em uma ética comunitária do que significa ser humano. Ubuntu é uma abreviação de um provérbio da África do Sul: uma pessoa é uma pessoa por meio de seu relacionamento com outros.


SWANSON, D. Ubuntu, uma alternativa ecopolítica à globalização
econômica neoliberal. IHU Revista do Instituto
Humanitas Unisinos, n. 353, dez. 2010.


A perspectiva filosófica africana apresentada no texto contrasta com as formulações éticas da tradição eurocêntrica porque

A
destaca os padrões de identidade.
B
preconiza as condições de liberdade. 
C
ressalta os atributos de individualidade.
D
enfatiza os elementos de racionalidade.
E
valoriza os vínculos de intersubjetividade. 
47367fa8-b8
UNB 2024 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

    A IA está em seus passos iniciais e sua utilização se estende a vários campos do conhecimento e áreas de atuação profissional. Há certo consenso de que seus aspectos positivos, em si mesmos indiscutíveis, não encobrem possíveis problemas, sobretudo de ordem ética.


A partir dessas considerações, faça o que se pede no item seguinte, que é do tipo D. 


Discorra sobre uma questão ética que o uso da IA pode envolver no campo do conhecimento histórico.





O espaço reservado acima é de uso opcional, para rascunho. Não se esqueça de transcrever sua resposta para o Caderno de Respostas.

C
Certo
E
Errado
47338887-b8
UNB 2024 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Tendo como referência inicial o trecho de artigo precedente, que versa sobre inteligência artificial e filosofia, julgue o item a seguir.


As discussões acerca das possibilidades de criação estética a partir do desenvolvimento dos recursos de IA envolvem os limites éticos para a aplicação desses recursos no campo das artes e das ciências. 

     Enquanto mais de dez mil artigos publicados em jornais científicos tiveram de ser retirados por usos indevidos/inadequados de inteligência artificial (IA) por motivos distintos, o artigo publicado pela Frontiers in Cel l and Developmental Biology, no mês de fevereiro, chamou atenção devido a ilustrações que, produzidas com IA, continham uma série de erros de proporção e de informação.

         (...)

      O projeto de racionalidade apresentado por Platão pretendeu colocar o exame da verdade sobre os fatos no lugar das fantasias e interpretações — mais comuns no território da poética. Houve, desde este momento um discurso de autoridade evocada para si (e para o projeto científico definido pela investigação de como as coisas são) e uma marginalização da poiesis como se não houvesse ciência na criação e como se a práxis também não fosse composta de invenções, intuições e emoções.

    Já na racionalidade científica moderna, cujo precursor é Descartes, a distinção entre corpo e mente, sentidos e razão, confere à teoria um lugar hierarquicamente mais elevado do que o lugar da experiência sensorial, o que dá à pesquisa empírica caráter secundário, via de regra abrindo precedentes para sua interpretação como algo que é menos culto. 


Elen Nas. Usos da IA em pesquisa científica: entre a ética e a estética. In : Jornal da USP (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
47309017-b8
UNB 2024 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Tendo como referência inicial o trecho de artigo precedente, que versa sobre inteligência artificial e filosofia, julgue o item a seguir.


Os debates contemporâneos sobre IA e seus impactos articulam-se aos modos inorgânicos da realidade, ao passo que, em outras épocas, a problematização recaía sobre modos orgânicos de configuração desse fenômeno, ainda que sob distintas denominações.

     Enquanto mais de dez mil artigos publicados em jornais científicos tiveram de ser retirados por usos indevidos/inadequados de inteligência artificial (IA) por motivos distintos, o artigo publicado pela Frontiers in Cel l and Developmental Biology, no mês de fevereiro, chamou atenção devido a ilustrações que, produzidas com IA, continham uma série de erros de proporção e de informação.

         (...)

      O projeto de racionalidade apresentado por Platão pretendeu colocar o exame da verdade sobre os fatos no lugar das fantasias e interpretações — mais comuns no território da poética. Houve, desde este momento um discurso de autoridade evocada para si (e para o projeto científico definido pela investigação de como as coisas são) e uma marginalização da poiesis como se não houvesse ciência na criação e como se a práxis também não fosse composta de invenções, intuições e emoções.

    Já na racionalidade científica moderna, cujo precursor é Descartes, a distinção entre corpo e mente, sentidos e razão, confere à teoria um lugar hierarquicamente mais elevado do que o lugar da experiência sensorial, o que dá à pesquisa empírica caráter secundário, via de regra abrindo precedentes para sua interpretação como algo que é menos culto. 


Elen Nas. Usos da IA em pesquisa científica: entre a ética e a estética. In : Jornal da USP (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
472df52f-b8
UNB 2024 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Tendo como referência inicial o trecho de artigo precedente, que versa sobre inteligência artificial e filosofia, julgue o item a seguir.


A racionalidade científica moderna funda-se na ideia de um sujeito racional apto ao desenvolvimento de sua autonomia, a partir da prevalência da sensibilidade sobre o mero entendimento da realidade.

     Enquanto mais de dez mil artigos publicados em jornais científicos tiveram de ser retirados por usos indevidos/inadequados de inteligência artificial (IA) por motivos distintos, o artigo publicado pela Frontiers in Cel l and Developmental Biology, no mês de fevereiro, chamou atenção devido a ilustrações que, produzidas com IA, continham uma série de erros de proporção e de informação.

         (...)

      O projeto de racionalidade apresentado por Platão pretendeu colocar o exame da verdade sobre os fatos no lugar das fantasias e interpretações — mais comuns no território da poética. Houve, desde este momento um discurso de autoridade evocada para si (e para o projeto científico definido pela investigação de como as coisas são) e uma marginalização da poiesis como se não houvesse ciência na criação e como se a práxis também não fosse composta de invenções, intuições e emoções.

    Já na racionalidade científica moderna, cujo precursor é Descartes, a distinção entre corpo e mente, sentidos e razão, confere à teoria um lugar hierarquicamente mais elevado do que o lugar da experiência sensorial, o que dá à pesquisa empírica caráter secundário, via de regra abrindo precedentes para sua interpretação como algo que é menos culto. 


Elen Nas. Usos da IA em pesquisa científica: entre a ética e a estética. In : Jornal da USP (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
472b3fa2-b8
UNB 2024 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Tendo como referência inicial o trecho de artigo precedente, que versa sobre inteligência artificial e filosofia, julgue o item a seguir.


É possível articular questionamentos que estão presentes no pensamento de Descartes às temáticas atuais relativas às implicações do uso da IA na vida, nas ciências e nas artes.

     Enquanto mais de dez mil artigos publicados em jornais científicos tiveram de ser retirados por usos indevidos/inadequados de inteligência artificial (IA) por motivos distintos, o artigo publicado pela Frontiers in Cel l and Developmental Biology, no mês de fevereiro, chamou atenção devido a ilustrações que, produzidas com IA, continham uma série de erros de proporção e de informação.

         (...)

      O projeto de racionalidade apresentado por Platão pretendeu colocar o exame da verdade sobre os fatos no lugar das fantasias e interpretações — mais comuns no território da poética. Houve, desde este momento um discurso de autoridade evocada para si (e para o projeto científico definido pela investigação de como as coisas são) e uma marginalização da poiesis como se não houvesse ciência na criação e como se a práxis também não fosse composta de invenções, intuições e emoções.

    Já na racionalidade científica moderna, cujo precursor é Descartes, a distinção entre corpo e mente, sentidos e razão, confere à teoria um lugar hierarquicamente mais elevado do que o lugar da experiência sensorial, o que dá à pesquisa empírica caráter secundário, via de regra abrindo precedentes para sua interpretação como algo que é menos culto. 


Elen Nas. Usos da IA em pesquisa científica: entre a ética e a estética. In : Jornal da USP (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
4728e94e-b8
UNB 2024 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia, O Sujeito Moderno

Tendo como referência inicial o trecho de artigo precedente, que versa sobre inteligência artificial e filosofia, julgue o item a seguir.


As preocupações filosóficas acerca das características do conhecimento e de suas possibilidades expressam-se desde a Antiguidade, no entanto a ausência de tecnologias naquele período da história impede a aproximação de tais reflexões aos fenômenos relativos à IA.

     Enquanto mais de dez mil artigos publicados em jornais científicos tiveram de ser retirados por usos indevidos/inadequados de inteligência artificial (IA) por motivos distintos, o artigo publicado pela Frontiers in Cel l and Developmental Biology, no mês de fevereiro, chamou atenção devido a ilustrações que, produzidas com IA, continham uma série de erros de proporção e de informação.

         (...)

      O projeto de racionalidade apresentado por Platão pretendeu colocar o exame da verdade sobre os fatos no lugar das fantasias e interpretações — mais comuns no território da poética. Houve, desde este momento um discurso de autoridade evocada para si (e para o projeto científico definido pela investigação de como as coisas são) e uma marginalização da poiesis como se não houvesse ciência na criação e como se a práxis também não fosse composta de invenções, intuições e emoções.

    Já na racionalidade científica moderna, cujo precursor é Descartes, a distinção entre corpo e mente, sentidos e razão, confere à teoria um lugar hierarquicamente mais elevado do que o lugar da experiência sensorial, o que dá à pesquisa empírica caráter secundário, via de regra abrindo precedentes para sua interpretação como algo que é menos culto. 


Elen Nas. Usos da IA em pesquisa científica: entre a ética e a estética. In : Jornal da USP (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
472639ee-b8
UNB 2024 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Tendo como referência inicial o trecho de artigo precedente, que versa sobre inteligência artificial e filosofia, julgue o item a seguir.


A condição de infalibilidade da IA é o que a aproxima tanto das teses platônicas sobre a constituição lógica da verdade, quanto do método científico inaugurado por Descartes.

     Enquanto mais de dez mil artigos publicados em jornais científicos tiveram de ser retirados por usos indevidos/inadequados de inteligência artificial (IA) por motivos distintos, o artigo publicado pela Frontiers in Cel l and Developmental Biology, no mês de fevereiro, chamou atenção devido a ilustrações que, produzidas com IA, continham uma série de erros de proporção e de informação.

         (...)

      O projeto de racionalidade apresentado por Platão pretendeu colocar o exame da verdade sobre os fatos no lugar das fantasias e interpretações — mais comuns no território da poética. Houve, desde este momento um discurso de autoridade evocada para si (e para o projeto científico definido pela investigação de como as coisas são) e uma marginalização da poiesis como se não houvesse ciência na criação e como se a práxis também não fosse composta de invenções, intuições e emoções.

    Já na racionalidade científica moderna, cujo precursor é Descartes, a distinção entre corpo e mente, sentidos e razão, confere à teoria um lugar hierarquicamente mais elevado do que o lugar da experiência sensorial, o que dá à pesquisa empírica caráter secundário, via de regra abrindo precedentes para sua interpretação como algo que é menos culto. 


Elen Nas. Usos da IA em pesquisa científica: entre a ética e a estética. In : Jornal da USP (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
20581321-b7
UNICAMP 2024 - Filosofia - A Política, Conceitos Filosóficos, Ética e Liberdade, Filosofia e a Grécia Antiga

Mary Wollstonecraft abre sua obra, Reivindicações dos direitos da mulher (1792), com uma carta ao Sr. Talleyrand-Périgord, antigo bispo de Autun e político ativo durante a Revolução Francesa. O bispo propõe nova Constituição, o que foi apresentado e discutido na Assembleia revolucionária. Nessa carta, Wollstonecraft afirma:

“Mas, se as mulheres devem ser excluídas, sem voz, da participação dos direitos naturais da humanidade, prove antes, para afastar a acusação de injustiça e inconsistência, que elas são desprovidas de razão; de outro modo, essa falha em sua NOVA CONSTITUIÇÃO sempre mostrará que o homem deve de alguma forma agir como um tirano, e a tirania, quando mostra sua face despudorada em qualquer parte da sociedade, sempre solapa a moralidade”.

(WOLLSTONECRAFT, M. Reivindicações dos direitos da mulher. São Paulo: Boitempo Editorial, p. 20, 2016.)


Assinale a opção que melhor sintetiza a crítica de Wollstonecraft apresentada no excerto.

A
Ao abordar tanto a possibilidade de uma nova constituição quanto a tirania masculina, Wollstonecraft faz uma crítica ao absolutismo, finalmente derrubado, através da instauração da República e da Declaração dos Direitos do Homem, no contexto da Revolução Francesa.  
B
A crítica de Wollstonecraft recai sobre os homens que, ao serem tiranos com as mulheres, destroem a moral da sociedade. Ela defende a necessidade de uma nova constituição: que não seja injusta com o sexo feminino e conceda direitos às mulheres, ainda que não sejam racionais como os homens.
C
A nova Constituição, defendida pelo Sr. Talleyrand-Périgord, é injusta porque retira das mulheres direitos conquistados em decorrência da Revolução Francesa, quando as mulheres passaram a ser reconhecidas como seres racionais e participantes da humanidade.
D
A menos que seja provado que a racionalidade das mulheres é deficiente, se comparada à dos homens, excluí-las da Constituição é ato injusto, ainda que coerente com uma cultura que aceita a tirania masculina. 
20559a34-b7
UNICAMP 2024 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

Sócrates: − [...] Pois segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.

Glauco: – Concordo também, até onde sou capaz de seguir a tua imagem.

(Adaptado de PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 517b6-c5.)

O diálogo anterior aparece em uma passagem da obra A República, de Platão, trecho que ficou conhecido como “o mito da caverna”. Sobre esse diálogo, assinale a alternativa correta.

A
O diálogo trata da ideia do Bem, causa do justo, do belo, da verdade e da inteligência; o Bem é prontamente visível aos habitantes da caverna.
B
Por ser causa da justiça e senhora da verdade e da inteligência, a ideia do Bem orienta o comportamento dos habitantes da caverna, na sua vida particular e pública.
C
Embora não seja facilmente cognoscível, a Ideia do Bem – enquanto causa do justo e do belo – não é prescindível para a tomada de boas decisões na cidade.
D
O diálogo entre Sócrates e Glauco trata da Ideia do Bem, que – por situar-se no limite do cognoscível – permanece a todos incognoscível.
b5012660-4c
ENEM 2023 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

Uma característica da pólis é o cunho de plena publicidade dada às manifestações mais importantes da vida social. Pode-se mesmo dizer que a pólis existe apenas na medida em que se distinguiu um domínio público, nos dois sentidos diferentes, mas solidários do termo: um setor de interesse comum opondo-se aos assuntos privados; práticas abertas, estabelecidas em pleno dia, opondo-se a processos secretos. A cultura grega constitui-se dando a um círculo sempre mais amplo — finalmente ao demos todo — o acesso ao mundo espiritual, reservado no início a uma aristocracia de caráter guerreiro e sacerdotal.



VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002 (adaptado).



O advento da pólis, com as mudanças descritas no texto, é produto de um conjunto de transformações no mundo grego antigo que resultou na 

A
extensão participativa dos cidadãos.
B
elevação financeira das famílias.
C
dominação de uma nobreza urbana.
D
supervisão dos assuntos monárquicos.
E
instauração de uma comunidade igualitária.
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ENEM 2023 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

    Suponha-se que seja trazida de súbito a este mundo uma pessoa dotada das mais poderosas faculdades da razão e reflexão. É verdade que ela observaria imediatamente um acontecimento seguindo-se a outro, mas não conseguiria descobrir nada além disso. Ela não seria, no início, capaz de apreender, por meio de nenhum raciocínio, a ideia de causa e efeito.


HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano e sobre
os princípios da moral. São Paulo: Unesp, 2003.



Segundo Hume, nossa capacidade de estabelecer relações como aquelas mencionadas no texto resulta do(a)

A
representação construída pela assimilação dos juízos universais.
B
hábito desenvolvido pela repetição de uma operação.
C
testemunho proveniente de relato de terceiros.
D
intuição formada pela atividade mental pura.
E
reminiscência advinda de vidas passadas.
6149d02a-49
ENEM 2023 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do preconceito segundo o qual a filosofia é apenas uma disciplina particular, apenas o trabalho de um círculo restrito de pessoas que dedicam sua atividade a refletir e a indagar sobre certos tipos de problemas. A filosofia é isso também, mas não só. Deve haver uma filosofia como ato existencial, que faz do homem um ente que pergunta, duvida, teme e age para dominar o futuro.

ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo.
São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado).


De acordo com a corrente de pensamento do século XX da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia é o(a) 

A
realidade humana, seu sentido e possibilidades. 
B
mundo físico, sua essência e leis reguladoras.
C
lógica, suas inferências e estudos de validade. 
D
imaginação, seus objetos e contribuições.
E
conhecimento, sua natureza e condições. 
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ENEM 2023 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Filosofia e Conhecimento, O Fazer Filosófico, O que é a Filosofia, Os Pré-Socráticos

Não tinha outra filosofia. Nem eu. Não digo que a Universidade me não tivesse ensinado alguma; mas eu decorei-lhe só as fórmulas, o vocabulário, o esqueleto. Tratei-a como tratei o latim; embolsei três versos de Virgílio, dois de Horácio, uma dúzia de locuções morais e políticas, para as despesas da conversação. Tratei-os como tratei a história e a jurisprudência. Colhi de todas as cousas a fraseologia, a casca, a ornamentação.


ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.


A descrição crítica do personagem de Machado de Assis assemelha-se às características dos sofistas, contestados pelos filósofos gregos da Antiguidade, porque se mostra alinhada à

A
elaboração conceitual de entendimentos. 
B
utilização persuasiva do discurso.
C
narração alegórica dos rapsodos. 
D
investigação empírica da physis. 
E
expressão pictográfica da pólis. 
a0f58171-ab
ENEM 2023 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

A economia das ilegalidades se reestruturou com o desenvolvimento da sociedade capitalista. A ilegalidade dos bens foi separada da ilegalidade dos direitos. Divisão que corresponde a uma oposição de classes, pois, de um lado, a ilegalidade mais acessível às classes populares será a dos bens — transferência violenta das propriedades; de outro, à burguesia, então, se reservará a ilegalidade dos direitos: a possibilidade de desviar seus próprios regulamentos e suas próprias leis; e essa grande redistribuição das ilegalidades se traduzirá até por uma especialização dos circuitos judiciários; para as ilegalidades de bens — para o roubo — os tribunais ordinários e os castigos; para as ilegalidades de direitos — fraudes, evasões fiscais, operações comerciais irregulares — jurisdições especiais com transações, acomodações, multas atenuadas etc.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.


O texto apresenta uma relação de cálculo político-econômico que caracteriza o poder punitivo por meio da

A
gestão das ilicitudes pelo sistema judicial.
B
aplicação das sanções pelo modelo equânime. 
C
supressão dos crimes pela penalização severa. 
D
regulamentação dos privilégios pela justiça social. 
E
repartição de vantagens pela hierarquização cultural.
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ENEM 2023 - Filosofia - A Consciência e os Limites do Conhecimento, O Sujeito Moderno

TEXTO I

Gerineldo dorme porque já está conformado com o seu mundo. Porque já sabe tudo o que lhe pode acontecer após haver submetido todos os objetos que o rodeiam a um minucioso inventário de possibilidades. Seu apartamento, mais que um apartamento, é uma teoria de sorte e de azar. Melhor que ninguém, Gerineldo conhece o coeficiente da dilatação de suas janelas e mantém marcado no termômetro, com uma linha vermelha, o ponto em que se quebrarão os vidros, despedaçados em estilhaços de morte. Sabe que os arquitetos e os engenheiros já previram tudo, menos o que nunca já aconteceu.

MÁRQUEZ, G. G. O pessimista. In: Textos do Caribe. Rio de Janeiro: Record, 1981.


TEXTO II

A situação é o sujeito inteiro (ele não é nada a não ser a sua situação) e é também a coisa inteira (nunca há mais nada senão as coisas). É o sujeito a elucidar as coisas pela sua própria superação, se assim quisermos; ou são as coisas a reenviar ao sujeito a imagem dele. É a total facticidade, a contingência absoluta do mundo, do meu nascimento, do meu lugar, do meu passado, dos meus redores — e é a minha liberdade sem limites que faz com que haja para mim uma facticidade.

SARTRE, J.-P. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Petrópolis: Vozes, 1997 (adaptado).


A postura determinista adotada pelo personagem Gerineldo contrasta com a ideia existencialista contida no pensamento filosófico de Sartre porque

A
evidencia a manifestação do inconsciente. 
B
nega a possibilidade de transcendência. 
C
contraria o conhecimento difuso.
D
sustenta a fugacidade da vida.
E
refuta a evolução biológica.