Antes do século XVI, não houve conhecimento
científico de fato, pois não existiam critérios de
prova empírica, fundamento maior da verdade
científica.
Um dos principais objetivos do filósofo grego
Aristóteles (388-322 a. C.) é elaborar um modo de
conhecimento verdadeiro e não refutável. Para isso,
ele dedica boa parte dos seus escritos, que resulta
nos pressupostos fundamentais para o
conhecimento científico na antiguidade e na
medievalidade. Sobre essa noção de ciência,
assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Tema central: trata-se da história e natureza da ciência: se antes do século XVI já existia conhecimento científico válido ou se a ciência só surgiu com critérios empíricos modernos.
Por que a afirmação é falsa
Afirmar que “antes do século XVI não houve conhecimento científico de fato” é uma generalização excessiva. Desde a Antiguidade e ao longo da Idade Média houve tradições sistemáticas de investigação, critérios de prova e teorias racionais que constituem formas legítimas de conhecimento científico para seus contextos.
Fundamentos históricos e conceituais:
- Aristóteles desenvolveu a lógica do silogismo e a noção de episteme (conhecimento demonstrativo) — veja Analíticos Posteriores — fornecendo um modelo de demonstração e causalidade que orientou séculos de investigação.
- Na Antiguidade houve matemática e física rigorosas (Euclides, Arquimedes), medicina com métodos observacionais (Hipócrates) e tecnologia prática; na Idade Média islâmica e europeia avanços científicos e comentários críticos (Avicena, Averróis, escolásticos) preservaram e ampliaram saberes.
- O que ocorreu entre os séculos XVI–XVII foi uma revolução metodológica (Bacon, Galileu, método experimental moderno), não o surgimento ex nihilo da ciência: foi mudança de critérios e instrumentos, não ausência total de ciência antes.
Dica de interpretação (estratégia de prova): desconfie de afirmações absolutas históricas — palavras como “não houve” costumam indicar erro; procure evidências de práticas científicas anteriores.
Referências rápidas: Aristóteles, Analíticos Posteriores; Francis Bacon, Novum Organum; estudos de história da ciência (p.ex. Thomas Kuhn) sobre continuidade e ruptura.
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